Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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Reflexão
NOVOS RUMOS DA EDUCAÇÃO SÓCIO-AMBIENTAL Eduardo Beltrão de Lucena Córdula Licenciado
em Biologia pela UFPB Especialista
em Supervisão Escolar UNAVIDA Professor
da Educação Básica de Cebedelo-PB Educador
Sócio-Ambiental Caixa
Postal 147 – Intermares. Cep: 58310-971. Cabedelo-PB ecordula@hotmail.com
A Educação Sócio-Ambiental (ESA) vem conquistando espaço e
transmutando a sua predecessora a educação ambiental. Observamos que ao longo
do tempo da atuação da EA, com o ganho de maturidade a partir das experiências
amplamente divulgadas em nosso país, novos rumos foram sendo traçados (BRASIL,
1998). As questões sociais foram sendo abarcadas e incorporadas ao modelo de
pesquisa ambiental, que até então, pouco considerava da vivência dos atores
envolvidos diretamente no processo, e sim, centrava suas ações a partir do
problema causado pela ação antrópica (DIAS, 1998).
A pedagogia trouxe à luz das experiências e trabalhos desenvolvidos na
área ambiental, com foco em educação sócio-ambiental, uma abordagem mais
centrada no ser humano, nas suas experiências e vivências, deixando de lado o
tecnicismo e a tentativa de simplesmente “conscientizar” (LIRA & FERRAZ,
2009). Conseguiram compreender que, a conscientização parte do próprio indivíduo,
do seu interior (o eu) para o exterior, e não o contrário. Por esta razão,
vimos ao longo da caminhada pela ESA muitos trabalhos sendo abandonados e
destoando do foco da atuação inicial, pois desejavam, erroneamente, trazer uma
nova bagagem de conhecimentos externos aos atores envolvidos diretamente no
processo, para que internalizassem a bagagem informacional pronta e já
preparada (GADOTTI, 2009), e com isto, gerassem a consciência tão almejada
pelos ambientalistas, ecólogos, biólogos e, nós educadores sócio-ambientais.
Quando lançamos mão não só de uma pedagogia, mas uma ecopedagogia
aliada a uma psicologia ambiental, foi possível concretizar ações
verdadeiramente capazes de estimular o ser humano, resgatando sua humanidade tão
distorcida como nos dias atuais. Se reconhecendo e conhecendo o ambiente ao seu
redor, o ser humano passa a atuar de forma a preservá-lo. Devemos deixar a visão
fragmentada dos componentes de nosso planeta, para convertê-la em uma visão
holística e das interdependências, passando a considerar a Terra como
“viva” (Gaia) (LOVELOCK, 2006), e que sendo assim, conseguiremos um merecido
respeito a Ela. Esta
teoria de Gaia deve ser resgatada e trabalhada principalmente com as crianças e
adolescentes, foco central da ESA no âmbito formal, para que na sua ainda inocência
de mundo, passem a perceber a Terra como um organismo vivo, onde todas as partes
estão interligadas e onde surgem causas e efeitos (CAPRA, 2001). Passando a
serem estimulados ao raciocínio holístico, com o conhecimento e as informações
adquiridas, a partir de processos internos de acomodação e retenção mnemônica,
formará o sujeito cidadão, atuante, pró-ativo e co-responsável no destino de
nossa qualidade de vida (CÓRDULA, 2007), ou seja, teremos ecocidadãos que
poderão não mais ficarem apáticos frentes aos graves problemas ambientais que
enfrentados e que estão culminando para uma grave crise ambiental sem
precedentes e talvez, se não mudarmos hoje e já, irreversível. Por
esta razão, não se pode fazer ESA apenas por modismos, ou fins pessoais, mas
sim, por filosofia de vida e por acreditar que algo pode ser feito para trazer
qualidade de vida sócio-ambiental aqueles que tanto necessitam, que somos nós,
eu e você. Referências BRANCO, S. Educação
Ambiental: metodologia e prática de ensino. Rio de Janeiro: Dunay, 2003.
100p. BRASIL.
A Implantação da Educação Ambiental
no Brasil. Brasília: MEC, 1998. CAPRA,
F. A Teia da Vida. 6ª ed. São
Paulo: Cultrix, 2001.256p. CÓRDULA,
E. B. L. Capacitação de Alunos como
Multiplicadores Ambientais, em uma Escola Pública do Município de Cabedelo,
Paraíba. In: I Seminário Regional de Educação Ambiental para o Semi-Árido
Nordestino e Encontro Paraibano de Educação Ambiental, João Pessoa-PB, 2007. Anais.
João Pessoa: UFPB/REAPB, 2007. CD-ROM. DIAS,
G. F. Educação Ambiental: Princípios e Práticas. 5ª ed. São Paulo:
Gaia, 1998. ______.
Ecopercepção: um resumo didático
dos desafios socioambientais. São Paulo: Gaia, 2004. GADOTTI,
M.
A Ecopedagogia como pedagogia apropriada ao processo da Carta da Terra. Fórum
Nacional de Pedagogia – UFMT, 2000. Disponível em: <http://www.ufmt.br/revista/arquivo/rev21/moacir_gadotti.htm>.
Acessado em: 21 mar. 2009. LIRA,
L. & FERRAZ, V. Psicologia Ambiental:
uma relação de equilíbrio entre o homem e a natureza. In: SEABRA, G.
[Org.] Educação Ambiental. João Pessoa: Editora Universitária da UFPB, 2009.
228p. LOVELOCK,
J. A Vingança de Gaia. São Paulo:
Intrínseca. 2006. 160p. |