É dentro do coração do homem que o espetáculo da natureza existe; para vê-lo, é preciso senti-lo. Jean-Jacques Rousseau
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 89 · Dezembro-Fevereiro 2024/2025
Início
Cadastre-se!
Procurar
Área de autores
Contato
Apresentação(4)
Normas de Publicação(1)
Podcast(1)
Dicas e Curiosidades(7)
Reflexão(6)
Para Sensibilizar(1)
Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(15)
Entrevistas(1)
Culinária(1)
Arte e Ambiente(1)
Divulgação de Eventos(4)
O que fazer para melhorar o meio ambiente(3)
Sugestões bibliográficas(3)
Educação(1)
Você sabia que...(4)
Reportagem(3)
Educação e temas emergentes(11)
Ações e projetos inspiradores(28)
O Eco das Vozes(1)
Do Linear ao Complexo(1)
Notícias(41)
Dúvidas(4)
| Números
|
Saber do Fazer
COMO
INCORPORAR O USO DE MÍDIAS EM SUA ESCOLA PARA TRABALHAR A EDUCAÇÃO AMBIENTAL? FOFONKA,
Luciana Graduada
em Biologia pela UNISINOS, Pós-Graduada em Educação Ambiental pelo LA SALLE e
Mestre em Geografia -Análise Ambiental pela UFRGS. O
papel do professor não é apenas o de ensinar, deve criar condições para que
o aluno aprenda, permitir a construção do conhecimento e não apenas a
transmissão de informações. O processo de construção exige que a escola ofereça os mais variados métodos, recursos, instrumentos que motivem a aprendizagem. Trabalhar com projetos incorporando o uso de mídias permite essa construção, pois, possibilita que os alunos se tornem também agentes e não apenas coadjuvantes do processo de ensino-aprendizagem. Principalmente no mundo atual com o avanço das tecnologias e mídias, os projetos que envolvam esses recursos se tornam mais interessantes e criativos. Pois o uso das mídias é cada vez mais procurado pelos alunos pela possibilidade de "unir o útil ao agradável", tudo muito prático, divertido, interessante. Os alunos passam a ser mais autônomos e participativos. Através
de projetos que envolvam as mais variadas mídias também é possível trabalhar
a educação ambiental, promovendo uma sensibilização por meio de ações
pedagógicas que possibilitem os educandos vivenciar os problemas ambientais,
para desenvolverem valores, hábitos e atitudes de preservação à vida. Segundo
Müller (1997) a educação ambiental na escola não é uma solução mágica
para os problemas ambientais, mas um processo contínuo de aprendizagem e de
reconhecimento, bem como da prática de ser cidadão, capacitando o indivíduo
para uma visão crítica da realidade e uma atuação consciente no espaço
social. Não se trata de uma transferência de responsabilidade, mas da construção
da responsabilidade no ambiente escolar pelas relações com a natureza,
sociedade e cultura. Assim apresento como sugestão de atividade de educação ambiental através do uso de mídias um mini-projeto realizado com meus alunos do Ensino Médio do Instituto Estadual de Educação Santo Antônio, Santo Antônio da Patrulha, RS no ano de 2008. Tema da Proposta: “Internet, Power Point e Educação Ambiental: Sistematização das aulas com uso da Mídia e da Tecnologia, propiciando uma forma organizada de ensinar e aprender, motivando para a construção da consciência ambiental”. Objetivos a serem
atingidos: Ø Sistematizar a aula com uso das mídias e das tecnologias, propiciando uma forma organizada de ensinar e aprender; Ø Usar a Internet para complementar os conteúdos da aula; Ø Registrar fatos relacionados ao tema da aula através da utilização de máquina fotográfica; Ø Utilizar o Power Point (programa de software) para criar slides para uma apresentação do trabalho realizado; Ø Estruturar as aulas partindo de objetivos pontuais e significativos para motivar a aprendizagem; Ø Orientar o aluno para que construa conhecimento a respeito do tema a ser trabalhado; Ø
Possibilitar que o processo de aprendizado e construção do conhecimento
aconteça de forma colaborativa e interativa; Ø Possibilitar que o aluno seja o protagonista, indo em busca do conhecimento; Ø
Aumentar a atenção e o interesse dos alunos pelas aulas; Ø
Sensibilizar quanto à necessidade de ações para minimizar os impactos
ambientais; Ø
Promover a educação ambiental; Problema/ Questão a ser
resolvida/ investigada Um dos problemas a ser resolvido é a falta de planejamento do professor quanto ao uso da Internet e do computador para complementar os conteúdos de suas aulas. Evitar a forma improvisada do uso das mídias e tecnologias, para que os alunos não acessem, por exemplo, sites que não têm a ver com o assunto abordado. Outra questão é a falta de interesse dos alunos quanto à aprendizagem no método convencional. A apatia e o descaso em relação as questões ambientais também é relevante. Com um bom planejamento relacionando mídias, tecnologias com os conteúdos a serem trabalhados é possível tornar as aulas mais interessantes para os alunos, motivando-os para a aprendizagem, assim propiciando o desenvolvimento de novas situações pedagógicas que também promovam a educação ambiental. Público a ser envolvido O projeto pode ser realizado tanto pelo Ensino Fundamental como pelo Ensino Médio. Neste caso, foi desenvolvido no Ensino Médio. Abordagem Pedagógica
quanto ao uso de Mídias A Internet e o
computador abrem possibilidades para novas abordagens metodológicas na Educação.
O professor deixa de ser o centro das informações para o aluno (BORBA &
PENTEADO, 2001). Abrem desafios para os professores e para o processo de ensino
e de aprendizagem, ao possibilitarem o desenvolvimento de novas situações
pedagógicas. A perspectiva para o
uso de Internet na escola é motivar para que os alunos trabalhem em grupos na
investigação de determinados assuntos e que esse trabalho envolva também a
colaboração de pessoas que estão distantes geograficamente da escola. Segundo Borba & Penteado (2001) as mídias e tecnologias lançam a possibilidade de abordar um tema novo e instigar a curiosidade da sala. O aluno descobre que é capaz de superar desafios e ir a busca do conhecimento, percebe que é criativo e que pode contribuir com um grupo. As
mídias interativas além de interconectar as informações também dispõem de
recursos para estudos transdisciplinares, quebrando paradigmas que colocam áreas
de estudo como fim em si própria. No ambiente virtual a aprendizagem segue o
ritmo da mente humana que, ao invés de memorizar, seleciona e interpreta o que
encontra, construindo saberes. Para Morin (2000) o conhecer e o pensar não é
chegar a uma verdade absolutamente certa, única, mas dialogar com a incerteza. A multimídia
pode acelerar e propiciar uma maior apreensão
do tema a ser trabalhado, pois, fornece uma grande quantidade de estímulos que,
se não forem adequados, se transformarão em “ruídos” (COSCARELLI, 1998).
É necessário contribuir para que o aluno transforme seus pensamentos,
compreenda conceitos, reflita sobre eles crie novos significados. Não basta ter
acesso à informação, é necessário saber usá-la, aprofundá-la para
construir o conhecimento. De
acordo com Kampff & Dias (2004) é
na pesquisa, na seleção e na síntese dessas múltiplas informações que o
professor torna-se indispensável, como mediador e facilitador do processo de
construção do conhecimento. Para tanto é fundamental que o professor conheça
as possibilidades e domine os recursos da multimídia, para que o conhecimento
seja visto como um processo contínuo de pesquisa
e múltiplas interações. A
nova concepção de professor está relacionada com o perfil de um orientador,
facilitador do processo, que aprenda a repensar suas sínteses, a tomar atitudes
provisórias, permanentemente, refeitas mediante perspectivas e resultados
obtidos com a utilização da tecnologia e dos recursos multimediáticos por ele
oferecidos (MORAN, 1997). Mídias e Tecnologias a serem utilizadas Para a idealização do presente estudo foram utilizadas as seguintes mídias e tecnologias: Ø Internet, programa de softwar Power Point, computador, máquina fotográfica, DataShow, aparelho DVD, documentário, entre outros; Atores
e Papéis que deverão desempenhar Ø Aluno: pesquisador, construtor do seu conhecimento, administrador do seu tempo e das suas competências; cidadão consciente de sua responsabilidade frente aos impactos sócio-ambientais; multiplicador da consciência ambiental; Ø
Professor: mediador
e facilitador do processo de construção do conhecimento; motivador para
sensibilizar promovendo a conscientização ambiental. Dinâmica
da Atividade Como
dinâmica da atividade: Ø
Assistir
a um documentário; Ø
Pesquisas
na Internet; Ø
Entrevistas; Ø
Fotografar
e filmar para registrar fatos relevantes ao trabalho; Ø
Elaboração
de uma apresentação no Power Point; Ø
Seminário
final; Proposta
Preliminar das Etapas/ Ações a serem realizadas Ø
1ª
Etapa: Expor para a turma o trabalho a ser desenvolvido.
Promover uma sensibilização sobre o tema a ser trabalhado através de um
documentário que será passado na sala de vídeo da Escola. O tema em questão
será relacionado aos impactos ambientais negativos. Após será realizado um
debate, reflexão sobre o vídeo assistido. Ø
2ª
Etapa: Organizar a turma em grupos. Pesquisar se todos dominam o uso do
computador e da Internet, se conhecem os sites de busca, bem como se todos
possuem essa máquina em casa. Caso contrário, procurar ajustar os alunos que não
dispõem dessa mídia e tecnologia com colegas que as possuem. Ressaltar da
importância de filtrar as informações recebidas nos sites de pesquisa.
Ir até o laboratório da escola para exemplificar. Após solicitar que efetuem nos devidos grupos uma pesquisa na Internet sobre os impactos ambientais negativos que estão atingindo nosso país. Essa pesquisa poderá ser realizada na Escola, desde que o Laboratório de Informática esteja funcionando perfeitamente. Caso contrário terão que realizar em casa ou buscar outros meios que iremos discutir no momento necessário. Ø
3ª
Etapa: Solicitar que procurem a prefeitura de sua cidade, mais precisamente
a Secretaria ou o Departamento do Meio Ambiente (Santo Antº da Patrulha não
possui Secretaria do Meio Ambiente) para entrevistá-los. A entrevista deve
pautar sobre os principais impactos ambientais negativos que ocorrem no nosso
município. Ø
4ª
Etapa: Com esses dados em mãos, realizar um sorteio onde cada grupo ficará
encarregado de um dos impactos citados. Após os grupos terão que localizar
esses problemas ambientais, registrar através de fotos, vídeos, bem como
entrevistar os moradores dessa redondeza. Também poderão utilizar a Internet
para buscar mais informações, complementando a pesquisa. Ø
4ª
Etapa: Quando todos tiverem com
as etapas anteriores concretizadas (será estipulado um período limite) será
efetuado o planejamento da apresentação desse estudo. A apresentação será
realizada através do programa de software Power Point. Para tanto os alunos serão
dirigidos novamente ao Laboratório da escola, para a explicação do
funcionamento desse software. Os alunos terão um tempo previsto para a criação
do vídeo onde apresentarão os passos, as conclusões obtidas e as sugestões
para minimizar os impactos ambientais negativos do município. Ø
5ª
Etapa: Após a apresentação de todos os grupos será realizado um seminário
para aprofundarmos sobre o tema pesquisado, validade do trabalho, avaliando
pontos positivos e negativos na metodologia empregada, nos recursos utilizados,
bem como sugestões para os próximos estudos. Ø
6ª
Etapa: Apresentar os vídeos para os demais alunos da escola, multiplicando
a importância de utilizarmos as mídias e tecnologias a favor da educação e
da conscientização ambiental. Também serão convidados os entrevistados da
Secretaria/ Departamento do Meio Ambiente do Município em questão,
representantes dos jornais e rádios locais para prestigiarem esse projeto. REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS BORBA, M. C.; PENTEADO, M. G. Informática e Educação Matemática. 2.
ed. Belo Horizonte: Editora Autêntica,
2001. COSCARELLI, C. V. O uso da informática como instrumento de ensino-aprendizagem. Presença Pedagógica. Belo Horizonte, mar./abr., 1998, p.36-45. KAMPFF,
Adriana Justin Cerveira ; DIAS, Márcia Gládis Cantelli . Construção do
Conhecimento em Ambientes de Pesquisa e de Autoria Multimídia. Caderno Marista
de Educação, Porto Alegre, v. 1, n. 1, p. 72-85, 2001. MORAN, José Manuel.
Como utilizar a Internet na educação. Ciência da Informação, Brasília,
v.26, n.2, p.146-153, maio/ago. 1997. MÜLLER, Jackson. Educação Ambiental – Diretrizes para a Prática Pedagógica. Porto Alegre: FAMURS, 1997. 146p. |