Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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A FAMÍLIA E A EDUCAÇÃO DOS FILHOS
“Seja você mesmo a mudança que espera ver no mundo”.
Maratma
Ghandi
Já ouvimos algumas vezes a seguinte frase: “a
escola virou depósito de alunos”. Na verdade não é exatamente assim. O que
ocorre muitas vezes é que pais,
por alegarem falta de tempo ou mesmo por desinteresse em
querer se envolver com questões relacionadas com seu filhos na escola,
contribuem para que o ditado se
perpetue. Não obstante, existem aqueles pais que também querem fazer da escola
uma extensão do seu quarto, sala e até da
cozinha, ou seja, não desgruda um dia da escola, querendo até sentar-se junto ao filho na sala de aula. Por isso,
o ideal seria: nem tanto ao mar, nem tanto à terra. O que torna este comportamento relevante é o acompanhamento sistemático que os pais devem exercer na
escola em que o filho vai estudar, conhecendo
melhor deste as instalações físicas, passando
pelos professores e até mesmo tomar conhecimento do projeto político-pedagógico
que será desenvolvido pela instituição durante o processo educacional,
pois é dentro y de dentro deste ambiente que alunos deverão ser
preparados para enfrentar os desafios da vida.. Também se faz necessário
manter um bom e estreito
relacionamento com os professores e o pessoal de apoio para que o elo
de ligação esteja sempre
fortalecido. Este comportamento ou atitude mostra para os responsáveis pela escola que você está se preocupando com o que se passa dentro da instituição em que você confiou a compartilha da educação do seu filho. Já para o filho, a visão é a de que os pais estão preocupados com seus estudos e também acompanhando de perto o comportamento dele dentro da escola. Para os professores e demais funcionários envolvidos diretamente na educação das crianças é uma oportunidade de fortalecer os laços de amizade e de travar contato, transmitindo aos responsáveis pela criança qualquer desvio de conduta, que possa trazer preocupações futuras. Afinal, como alguém um dia disse: prevenir é melhor do que remediar. Este conjunto de comportamento e ações contribui de forma significativa para a formação da personalidade do aluno, chamando a atenção para o sentido da responsabilidade quando do desenvolvimento de suas atividades, respeitando e se fazendo respeitar por todos que o cercam, zelando pelo patrimônio da instituição e colocando em prática os verdadeiros valores que devem estar presentes numa sociedade pluralista e justa. Neste contexto, é muito importante que os pais
compareçam à escola, principalmente no início do ano letivo, durante as reuniões
de pais e mestres, para se inteirarem do planejamento geral da instituição que
será implementado no transcorrer do ano escolar. Más, não podemos nos
esquecer de que em outras ocasiões, como por exemplo, festas, comemorações e
atividades cívicas são também excelentes momentos para mostrar ao filho que
os pais também gostam de se engajarem também
nestas atividades, fortalecendo, desta maneira, os relações de afeto e de
amizade com os demais pais ou residentes da comunidade. É necessário,
portanto, criar um environment
salutar e forte para mostrar à comunidade discente e à própria instituição
que também nas atividades culturais/recreativas os pais se fazem presentes. Os pais têm a oportunidade e por que não dizer o
dever de desempenhar a função do primeiro professor dos seus filhos, durante o
tempo em que estiverem juntos: uma oportunidade para dialogar e observar como a
criança está crescendo e moldando a sua personalidade. Quanto mais próximo da
família mais chances de se perceber possíveis desvios de comportamento que
poderão causar transtornos futuros. É importante observar algumas dicas básicas (existem
outras mais) para participar de forma positiva na educação dos filhos. Desenvolver a auto-estima. Saber ouvir os filhos é
uma atitude sábia. Os pais devem
falar abertamente com seus filhos. Respeitar
seus pontos de vistas e elogiá-los
no momento e local adequados proporcionam a auto-confiança e eles sentir-se-ão
estimados. Concomitantemente, devem
ser repreendidos sempre que as circunstâncias assim os exigirem. Incentivá-los a compartilhar com vocês de momentos
alegres e tristes, nas conquistas,
nas dificuldades, na resolução de problemas e também nas derrotas. Desta
forma não pensarão que a vida é um mar de rosas. Afinal, no decorrer de suas
vidas irão se defrontar com obstáculos de
toda sorte e que deverão estar preparados para transpô-los. Incluir os filhos
nas discussões familiares: os filhos de hoje serão os pais de amanhã; isto
significa que quando adultos terão mais responsabilidades a assumir, dependendo da função ou cargo
que irão desempenhar. Se começarem desde cedo entender que isto faz parte da
nossa vida, menos dificuldades terão quando adultos. Seja um modelo positivo para seus filhos, para que se
sintam orgulhosos dos pais que têm. Procure mostrá-los desde cedo a diferença
entre o bem e o mal. Apesar de ser
muitas vezes difícil de captá-los em
sua essência, más é possível
estabelecer um arcabouço do que seja positivo ou negativo em nossa sociedade,
considerando as rápidas e significativas transformações culturais, sociais e
econômicas pelas quais vem
passando nossa sociedade nestes últimos tempos. Dizer aos filhos que é normal cometer erros. Desde
que possam tirar exemplos
positivos dos mesmos. Ou seja, aprender com os erros. Tente entender o ponto de
vista do seu filho. Recorde-se de como você se sentia quando tinha a idade
dele. Além dessa grande diferença, as transformações por que passam as
pessoas atualmente fazem com que não
tenhamos condições e tempo
suficientes para entender e
refletir satisfatoriamente sobre a verdadeira essência da mensagem que está
sendo enviada ou recebida. Ou seja, o ato de digerir a mensagem e absorver seus
“nutrientes” não é tarefa nada fácil. Outro aspecto importante, principalmente na era da
informática, é o fato de que os filhos vejam os pais lendo bons jornais,
revistas e livros ou fazendo uso de instrumentos educacionais e/ou informativos
que possam contribuir de forma
eficaz para o desenvolvimento afetivo-cognitivo da criança. Quando possível levar as crianças aos museus,
bibliotecas e a eventos culturais e educativos. Estar em contato com estes
eventos e com outras pessoas que compartem estes espaços e momentos é muito
importante para ampliar a visão da realidade que nos circunda. Mostrar-se
interessado pelas atividades escolares de seu filho, proporcionando ajuda quando
for necessário. Ajuda, neste caso, não deve ser entendida como “fazer o
dever” para o filhos. Este é um fato interessante porque muitos pais querem
demonstrar que o filho sabe fazer a
tarefa e, diante da primeira dificuldade, o responsável, por pena, se
transforma no aluno. Temos que pensar quando o filho estiver maior e
se deparar com uma situação em que não há ninguém por perto para dar
uma “ajudinha”, ele mesmo deverá ter condições emocionais e de
conhecimento para resolver o problema. Quando for à escola, solicitar informações(relatórios)
sobre o filho. Caso esteja ocorrendo algo um pouco mais sério, não hesitar em
conversar abertamente com ele ou ela e tentar resolver o problema. Caso não
consiga, solicite ajuda da escola ou em último caso
de um especialista no assunto. A criança vai perceber que não está
desamparada.
AS FUNÇÕES DA FAMÍLIA As atividades e as relações que
ocorrem no seio familiar estão voltadas para a satisfação de importantes
necessidades de seus membros, não como indivíduos isolados, mas em estreita
dependência, tendo em vista o legado histórico-social presente na cultura. Para Alegret (1996)
o conceito família é
entendido como o
grupo humano primário mais importante da vida do homem. Ainda o citado autor considera o conceito de função familiar como sendo a
inter relação e a transformação real
que ocorre no seio da família através de suas relações ou atividades sociais. Sendo assim, a primeira função familiar a que vamos
fazer referência é a função biossocial
que compreende a procriação dos filhos, as relações afetivas e sexuais do
casal, que proporcionam a estabilidade familiar e a formação emocional dos
filhos. Na função biossocial está também presente a transmissão dos
valores. Já a função espiritual-social
se incumbe de satisfazer as necessidades culturais de seus membros,
proporcionando e divulgando suas expressões culturais. Neste mesma função
podemos incluir a educação dos filhos. Não
devemos esquecer também de um momento muito importante para todos nós: o
momento religioso. É o instante da alimentação espiritual. Este ato é de
importância fundamental em nossos vidas, e necessário também para
formação da personalidade da criança. Precisamos incorporar esta prática
nas escolas desde as séries iniciais. Quanto
à função econômica, segundo
Engels, congrega as atividades relacionadas com a reposição da força de
trabalho de seus integrantes; o orçamento dos gastos domiciliares confrontados
com a renda; as tarefas domésticas relacionadas ao abastecimento, o consumo e a
satisfação de uma série de necessidades materiais. A função econômica gira
em torno da necessidade de as crianças entenderem desde a tenra idade os
postulados da economia do lar: quanto se ganha e quanto se deve gastar e quanto
se deve poupar. O ato de poupar (quando possível) é uma atitude positiva, pois
o importante não é somente o quanto se ganha mas sim o quanto se poupa. O
desperdício de alimentos e produtos utilizados dentro de casa; a má utilização
ou a sub utilização dos bens duráveis e de consumo; a busca pelo menor preço
(sem perder a qualidade) na hora de comprar. Estes requisitos e outros são
importantes e devem ser levados em consideração na hora do planejamento
familiar, visando uma melhor aplicação dos recursos financeiros. Por sua vez a função
educativa se produz através de todas as demais funções que acabamos de mencionar. Propicia a satisfação das
necessidades dos membros da família. Desde o momento em que decidimos
matricular o filho nesta ou naquela escola, comprar este ou aquele caderno,
optar por uma escola que segue uma determina orientação religiosa, ou que seja
pública ou privada, estamos aplicando a função educativa. Podemos incluir
também como uma extensão da educação familiar, a educação
ambiental, que deve permear as nossas ações no cotidiano quando de nosso
relacionamento/contato com uma pessoa, um animal, uma árvore, uma montanha, o
ar, a água, um inseto, etc. O cuidado com tudo aquilo que
produzimos, usamos e descartamos deve ser redobrado para não gerar formas de
poluição que possa prejudicar o meio ambiente. Não podemos negar que fazemos
parte deste complexo sistema, juntamente
com nosso lar, nosso quintal, nossos vizinhos. Todos dependem de todos para
sobreviver. Uma ação em seu lar poderá afetar o seu vizinho. Portanto, sua ação
local trará consequência global. Está claro, portanto, que as funções familiares que
acabamos de mencionar constituem um sistema complexo e intercondicionado, e que
sem elas a família não terá bases sólidas para a sua sobrevivência e a
perpetuação da espécie humana .
A ruptura ou debilidade em uma destas funções, acarretará uma alteração no
sistema como um todo. Zenobio Eloy Fardin Graduado em Geografia Pós-Graduado em Estudo Brasileiros Mestrando em Educação E-mail: zenobiofardin@bol.com.br Telefax: (027) 3336-3418 |