Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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Relatos de Experiências
ARBORIZAÇÃO ESCOLAR COMO ESTRATÉGIA DIDÁTICA PARA A SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL Neucy Teixeira Queiroz Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Montes Claros Pós-graduanda em Recursos Hídricos e Ambientais - UFMG e-mail: neucyqueiroz@yahoo.com.br Esse texto relata algumas experiências em sala de aula acerca do plantio de árvores em uma escola Estadual no município de Varzelândia, Minas Gerais, localizada na comunidade de Vila Estivinha; e as vantagens no aprendizado desse plantio. A Botânica é uma disciplina complexa a ser ensinada no ensino fundamental e médio, principalmente devido às denominações que muitos alunos consideram complicadas ou difíceis e pelos muitos detalhes a serem aprendidos sobre as plantas; como funcionamento, estruturas, etc. A arborização escolar constitui-se em uma estratégia interessante para mudar essa realidade, pois permite um maior contato dos estudantes com as plantas, proporcionando, assim, aulas mais prazerosas e diferenciadas com apontados voltados para a preservação do meio ambiente, redução de queimadas, destruição ilegal de florestas, entre outras. Normalmente, os alunos se dispersam menos quando são realizadas aulas práticas ou de campo. Por essa razão, o plantio de mudas no ambiente escolar gera mais atenção durante as aulas e maior aprendizagem. “As aulas práticas podem ajudar no desenvolvimento de conceitos científicos, além de permitir que os estudantes aprendam como abordar objetivamente o seu mundo e como desenvolver soluções para problemas complexos.” (Lunetta1991 apud Leite; Silva; Vaz, 2008, p.03, apud Silva et al.,2011). Desse modo, estratégias didático-pedagógicas desse tipo ampliam o conhecimento dos estudantes. “Dentre as modalidades didáticas existentes, tais como aulas expositivas, demonstrações, excursões, discussões, aulas práticas e projetos, como forma de vivenciar o método científico, as aulas práticas e projetos são mais adequados.” (KRASILCHIK, 2008, apud Silva et al., 2011). Há vantagens diversas da arborização, entre as quais a preservação do solo decorrente do plantio de árvores, menor concentração de poeira e um ambiente mais fresco e agradável. Além disso, aumenta a liberação de gás oxigênio (O2) que é essencial à respiração. Pelas vantagens evidenciadas da arborização, conclui-se que ela torna o ambiente escolar mais bonito e agradável. Com essa metodologia didática o aluno consegue reconhecer com maior facilidade as partes que compõem a planta, identificando o grupo botânico a que ela pertence e até mesmo sua espécie. Assim, a arborização escolar, pelas suas múltiplas vantagens, é uma estratégia facilitadora do conhecimento da botânica para os alunos. Paralelo ao ensino da botânica foi possível ser trabalho sobre estudo dos biomas, tipos de solo e processos de degradação do solo. Foi possível ainda os alunos reconhecerem que o aumento das concentrações dos gases de oxigênio, a redução do gás carbônico no processo fotossintético e a proteção ao solo são fatores que contribuem para a sustentabilidade do planeta, auxiliando no equilíbrio térmico-global. Para tratar desse assunto de forma prática, foi desenvolvido o projeto “arborização escolar: meio de sustentabilidade ambiental” com os alunos do 6º ano do ensino fundamental da Escola Estadual José Fernandes de Souza. A aplicação do projeto se deu em etapas: Etapa 1: Trabalho de campo com os alunos do 6º ano para mostrar a importância das plantas na proteção do solo. Os alunos ao sair da sala de aula identificaram algumas espécies e pesquisaram o nome popular dessas espécies arbóreas. Os estudantes perceberam que onde não havia arborização, havia desgaste do solo (processos erosivos) e compreenderam que esses processos podem ter origem natural como chuvas e ventos (figura 1).
Figura 1. Processos erosivos decorrentes da ausência de vegetação. Os processos erosivos são prejudiciais porque provocam desgaste do solo. E eles são decorrentes da ausência de vegetação. Ao ensinar o aluno sobre a importância da arborização, é possível relacionar isso com a recuperação de áreas degradadas que é uma forma de incentivá-los a preservar e recuperar as florestas. Os processos erosivos podem causar desgastes tão intensos, que em certos casos para recuperação do solo e da vegetação, há necessidade de intervenção antrópica. “Ações conjuntas entre professor e aluno no processo de construção de conhecimentos sobre a importância do meio ambiente são pertinentes e atuais, pois orientam sobre o manejo e conservação ambiental e constitui-se em uma experiência rica para sua formação, considerando o desenvolvimento de novas posturas e práticas necessárias ao atendimento de objetivos educacionais.” (OLIVEIRA e PASA, 2013) Oliveira e Pasa (2013) mostra que adoção de uma metodologia por projetos na educação é recomendada por Hernandez, (1998), pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1998) e pelo Ministério da Educação (2007). Etapa 2: Identificação de Biomas. Os alunos em campo observaram qual o bioma presente em sua região e identificou as características de sua vegetação.(figura 2.)
Figura 2. Alunos conhecendo o bioma o qual predomina em sua região. Além das características do bioma cerrado, predominante na área de estudo, os alunos identificaram o tipo de solo presente durante o trajeto. ( figura 3).
Figura 3. Alunos passam pela estrada e identificam o solo como solo arenoso. Etapa 3 – Na terceira etapa do projeto foi feito o plantio de mudas, as quais foram doadas pelos pais dos alunos. (Figura 4)
Figura 4. Plantio de mudas feito pelos alunos. A arborização tem uma série de importâncias. A CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais), (2011) destaca a importância da arborização urbana e podemos citar algumas abaixo: •A manutenção da estabilidade microclimática. • O conforto térmico associado à umidade do ar e à sombra. • A melhoria da qualidade do ar. • A redução da poluição. • A melhoria da infiltração da água no solo, evitando erosões associadas ao escoamento superficial das águas das chuvas. • A proteção e direcionamento do vento. • A proteção dos corpos d’água e do solo. A CEMIG (2011) ainda estabelece que o projeto de arborização deve considerar as adversidades típicas do ambiente urbano e deve ser selecionadas espécies que mais se adaptem àquele espaço, verificando as condições ambientais e as ações antrópicas naquele local tendo em vista o comportamento histórico da cidade. À medida que foi trabalhado o projeto dentro e fora da escola, os alunos compreenderam a importância da preocupação com o meio ambiente e compreenderam que eles podem contribuir para a melhoria da qualidade ambiental buscando assim um ambiente mais sustentável. O projeto trouxe resultados satisfatórios, pois a educação ambiental é fundamental para a formação de um cidadão consciente e atuante na sociedade, portanto a arborização escolar meio do ensino da botânica, dos biomas e do solo têm se mostrado uma estratégia pedagógica eficaz no que diz a respeito à sustentabilidade ambiental. Referências CEMIG (Companhia Energética de Minas Gerais). Manual de Arborização. Belo Horizonte. Cemig/Fundação Biodiersitas, 2011. HERNÁNDEZ, F.; VENTURA, M. A. Organização do currículo por projetos de trabalho: o conhecimento é um calendoscópio. 5ª ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Projetos integrando mídias impressas. Brasília (DF), 2007. OLIVEIRA, Rosenil Antônia de. e PASA, Maria Corette. Estudo do meio ambiente em comunidade escolar através da metodologia por projeto. Rev. Biodiversidade - V.12, N1, 2013 - pág. 117 SILVA, Francivania Santos Santana da et al. Dificuldades dos professores de biologia em mi nistrar aulas práticas em escolas públicas e privadas do município de Imperatriz (MA).Revista UNI. Imperatriz (MA).ano 1 n.1 p.135-149 janeiro/julho2011 |