Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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Reflexão
AQUECIMENTO RECORDE DO OCEANO É ALERTA GLOBAL PARA A CRISE CLIMÁTICA Redação29/04/2024aquecimento global,ecossistemas marinhos,mudanças climáticas
Temperatura média do oceano bateu novo recorde em março, chegando a 21,07 ºC, superando o pico global anterior, registrado em fevereiro. Branqueamento de corais é uma das consequências diretas do aumento da temperatura, com riscos para a biodiversidade e possíveis impactos em espécies comerciais. Ronaldo Christofoletti, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza e professor do Instituto do Mar da Unifesp, afirma que aumento da temperatura no mar traz riscos que sequer foram projetados pela ciência. Por Luciano Fontes Março foi o mês mais quente já registrado no planeta, com os maiores picos de temperaturas médias na superfície da Terra, de acordo com o Observatório Copernicus, serviço de monitoramento climático da União Europeia. Foi o décimo mês seguido a bater o recorde de calor, atingindo 1,58°C acima do nível pré-industrial, ultrapassando o limite de 1,5°C estabelecido pelo Acordo de Paris. Se na superfície terrestre as ondas de calor e eventos extremos, como tempestades, inundações e incêndios florestais, indicam a gravidade da crise climática, no oceano a situação é menos visível, mas pode ser ainda mais grave. A média mensal da temperatura global da superfície do oceano também bateu recorde em março, 21,07°C, superando o recorde anterior de fevereiro (21,06°C), de acordo com dados do sistema Copernicus. “A temperatura do oceano está acima do esperado há 10 meses e, infelizmente, quase ninguém percebe a relevância disso. É como se o nosso corpo estivesse sistematicamente com febre, indicando que algo está muito errado, e continuássemos a viver da mesma forma, sem nos preocupar”, compara Ronaldo Christofoletti, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN), professor do Instituto do Mar da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e membro do Grupo Assessor de Comunicação para a Década do Oceano da UNESCO. Como o oceano é fundamental para regular o clima do planeta, o especialista explica que o aquecimento recorde de suas águas deveria ser um sinal de alerta. “Vale lembrar que o oceano ocupa 70% da superfície da Terra. Quando ele está mais quente, significa que a circulação oceânica, responsável por transportar calor e energia pelo planeta, não está como deveria. Isso pode gerar um grande desequilíbrio, com graves consequências ambientais, econômicas e sociais”, explica o professor. Mesmo com parte das temperaturas recordes relacionadas ao El Niño, devido ao aquecimento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico Equatorial, a origem dos picos de temperatura dos últimos meses é cumulativa, segundo o especialista. “Basta pensar que nunca foi registrado aquecimento tão alto no oceano em anos anteriores, mesmo sob a influência do El Niño. Ou seja, o quadro atual é realmente reflexo das mudanças climáticas causadas fundamentalmente pelo acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera. Enquanto nos últimos 40 anos a temperatura média do oceano aumentou em torno de 0,6°C, em apenas um ano este aumento está em torno de 0,3°C a 0,4°C, consistentemente por um período consecutivo de um ano, um padrão sem precedentes na história”, afirma Christofoletti. |