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Educação Ambiental: a colaboração para as atividades da COOREPA – Cooperativa Recicla Paranaíba
Cíntia Tamiko Nomizo1 Geraldino Carneiro de Araújo2
1 Bacharel em Administração pela UFMS/CPAR, e-mail: tamy_ctn21@hotmail.com 2 Doutorando em Administração pela UNINOVE e Docente na UFMS/CPAR, e-mail: geraldino.araujo@gmail.com, Endereço: UFMS/CPAR, Rod. BR 497 km 12, s/n, CEP: 79500-000, Paranaíba-MS
O objetivo é verificar a educação ambiental das crianças no sentido de contribuir com as atividades da COOREPA – Cooperativa Recicla Paranaíba. Teoricamente foram tratados os temas: sustentabilidade e educação ambiental, com intuito de proporcionar reflexões e experiências sobre o meio ambiente. A pesquisa realizada se caracteriza como descritiva, com uma abordagem quantitativa, foram aplicados questionários a 136 alunos do 5° ao 9° de escolas. O nível de conhecimento das crianças quanto à educação ambiental foi em alguns aspectos positivos, pois sabem da atuação da COOREPA, entretanto o papel das crianças junto a um comportamento ambientalmente correto das famílias é pouco significativo. Palavras-chave: Sustentabilidade, Educação Ambiental, Reciclagem, Cooperativa.
1. Introdução O homem, o grande responsável pelos grandiosos avanços na Terra, é o principal agente de mudança. A necessidade em ter um habitat para sobreviver e formar uma sociedade em que os membros se ajudariam, fez com que o homem se tornasse um ser focado em benfeitorias próprias ou de seu pequeno grupo, o que ocasionou uma desenfreada e desorganizada busca pelo acúmulo de riquezas, surgindo assim, o capitalismo. Ou seja, “o próprio ser humano, em busca de riqueza, dinheiro, status, desenvolvimento irracional, quem está destruindo o meio em que vive” (GARMATTER, 2010, p. 316). A sociedade, à procura de melhorias, não se preocupou em explorar os recursos naturais e tampouco com a sua reposição. Hoje, sofre com as mudanças climáticas que se intensifica a cada dia e com os fenômenos naturais jamais vistos que causam tragédias, sofrimento e mortes em todos os cantos do mundo. Assustado com estas situações, o homem, começou a pensar em ações que reverteriam esta situação tão desfavorável a todos os seres. Passou a criar e adotar leis que limitem a exploração dos recursos naturais e incentive a reposição destes, para que as futuras gerações usufruam o meio natural. As crianças que desde muito cedo sofrem influências do meio em que vive, pois passam por processos de desenvolvimento e aprendizagem, onde, além de serem influenciadas pelas famílias são, também, influenciadas pela sociedade, principalmente, no ambiente escolar, o que faz com que o educador assuma um importante papel, pois por meio da conscientização precoce destas crianças, pode-se, ao menos, corrigir alguns maus hábitos e evitar que problemas individuais e, também, os coletivos, os quais surgem diariamente, não se agravem. A criança ao fazer parte da sociedade, pode adquirir conhecimento sobre a importância que elas possuem no combate aos problemas ambientais e estas passariam a influenciar seus familiares, amigos, vizinhos a adotarem métodos sustentáveis de viver.. As crianças em contato com a sociedade são fortemente influenciadas a adquirirem variados hábitos. Assim, o educador possui um papel muito importante, vez que, por meio da conscientização precoce das crianças, pode-se, ao menos, corrigir alguns maus hábitos e evitar que problemas individuais e os coletivos, como, a poluição ambiental, o aquecimento global, degelo, dentre outros, que apareceram hoje, não se agravem. Ressalta-se que, a criança ao adquirir conhecimento sobre o ambiente social a qual pertence, começa a formar sua personalidade e opiniões, com isto, os pais/responsáveis passam de influenciadores para influenciados pelas crianças. A presente proposta tem como problema de pesquisa: Como a educação ambiental das crianças pode contribuir para o desenvolvimento da COOREPA – Cooperativa Recicla Paranaíba-MS? Salienta-se que a COOREPA tem pouco mais de um ano de existência, é uma das duas cooperativas do estado de Mato Grosso do Sul que tiveram resultado positivo no balanço contábil de 2010, juntamente com a UFMS ganhou o Prêmio Santander Universidade Solidária e participou, até a segunda etapa, da Gincana Impacto Zero SWU. Um dos desafios principais é o aumento da renda dos cooperados, que será alcançada por meio de uma maior participação da população na separação de materiais recicláveis, e quiçá por meio da educação ambiental. Neste sentido o objetivo geral é verificar a educação ambiental das crianças no sentido de contribuir para o desenvolvimento da COOREPA. E os objetivos específicos são: a) Conhecer o nível de conhecimento das crianças quanto à questão da educação ambiental relacionada às atividades da COOREPA; b) Identificar suas ações na promoção da COOREPA; c) Analisar o nível de envolvimento das crianças no ambiente familiar.
2. Revisão Bibliográfica Neste tópico são apresentados temas que direcionam o presente trabalho. Para Dias (2007) na última década do século XX surge o novo paradigma que é a sustentabilidade, que além de abordar o desenvolvimento do ambiente natural, passou a se preocupar com as questões socioculturais, pois se acredita que esta é a condição primordial que leva ao progresso. A sustentabilidade pode ser conceituada de duas formas, sendo que a primeira é que o “desenvolvimento sustentável é comumente associado à expectativa de um país que entra em fase de crescimento que se mantém ao longo do tempo” e a segunda se refere a “[...] capacidade de se auto-sustentar, de se auto-manter”, ou seja, é uma atividade que “[...] pode ser mantida por um longo período, de forma a não se esgotar nunca, apesar dos imprevistos que podem vir a ocorrer” (ARAÚJO; MENDONÇA; MARIANI, 2010, p. 185-186). Complementando esta ideia Andrade, Tachizawa e Carvalho (2002, p. 11) salientam que a sustentabilidade é um novo pensamento que “precisa ser acompanhado por uma mudança de valores, passando da expansão para a conservação, da quantidade para a qualidade, da dominação para a parceria”. Com isto, pode-se dizer que a sustentabilidade é uma ideia que envolvera um novo conjunto de valores, visões e modos de praticar atividades sustentáveis. Assim, pode-se dizer que a sustentabilidade é uma atividade que envolve a cooperação da sociedade para promover questões como: o equilíbrio entre a exploração dos recursos e a produção de produtos/serviços, estudos referentes a novos métodos de se produzir causando menos danos e, inclusive, a igualdade entre todos (GARMATTER, 2010). Por volta da década de 70 do século XXI surge um novo ideal que regeria o futuro das pessoas, que é a “[...] educação ambiental (EA), que passou a assumir importante papel no processo de desconstrução e reconstrução de valores éticos, sociais, políticos, econômicos e ambientais das sociedades contemporâneas” (GUIMARÃES, 2000 apud SOUZA, 2007, p. 246). Assim, a educação ambiental visa à integração homem e natureza para criar um novo modo de pensar em sustentabilidade. Para Rosso (2009) a educação ambiental é complexa e tem a necessidade de desenvolver uma ação conjunta para ser efetiva, sendo preciso driblar barreiras disciplinares e caminhar de forma multi, inter e transdiciplinares (BORGES; CASTRO, 2007). Para Carmo, Cavalcante e Ferraro Júnior (2005) a questão da educação apresenta duas vertentes que se diferenciam pelo fato de que uma é descrita na literatura e outra na prática. Na primeira, a educação está relacionada, apenas, ao ambiente escolar, ou seja, o lugar onde se tem um educador. Já na segunda este fator é transcrito como um importante elemento que está presente em todas as ações do homem, sendo que se destacam quando se discute sobre fenômenos sociais e universais que são imprescindíveis no bom funcionamento das sociedades. Para Souza (2007) as escolas, ainda, estão presas a métodos rudimentares de apresentar questões sociais para as crianças, o que ocasiona uma postura lenta, conservadora, que focam a reversão do passado e previsão do futuro e, nunca, vivenciar o presente. A educação ambiental não é um elemento que vai de encontro ao conhecimento popular, pois este, não tem a função de impor regras rígidas, mas, sim, tentar, por meio de movimentos sociais, criarem métodos que auxiliem a sociedade para que esta supere os problemas socioeconômicos e ambientais (APRÍGIO; VIEIRA; SANTOS, 2010). Com isto, pode-se dizer que os educadores ambientais têm a função de “[...] fortalecer os valores da ética, do respeito à vida, da responsabilidade, da honestidade, da solidariedade, da cidadania, superando o ensino teórico fragmentado e descontextualizado da realidade, historicamente fornecido pela educação formal” (CARMO; CAVALCANTE; FERRARO JÚNIOR, 2005, p. 262-263). A educação socioambiental, nas escolas, tem o papel de formar/emancipar, difundir ideais e normas. Ainda que a formação de uma nova sociedade “[...] deve partir da cultura e dos valores que foram, ao longo da história, construídos. Portanto, não se pode promovê-la da noite para o dia; deve ser constituída em um processo longo e contínuo nos espaços escolares” (SOUZA, 2007, p. 260). E, ainda, Carmo, Cavalcante e Ferraro Júnior (2005) salientam que a interferência educacional objetiva a melhoria na qualidade de vida das pessoas, pois por meio da educação que se constrói um ambiente favorável ao crescimento da ideia de sustentabilidade. A educação ambiental deve estar presente em todos os vértices da sociedade e requer o esclarecimento para a população sobre a sua importância, proporcionando reflexões e experiências que demonstrem a interrelações de cada indivíduo, com sua cultura, seus ideais políticos e o meio ambiente, para que tais ações dêem suporte para que as pessoas formem seu olhar crítico e sejam capazes de decidir o que deve ser feito com a questão da sustentabilidade (SOUZA, 2007). Por isso, é necessário o esforço de todos para que as cidades se tornem sustentáveis, em seu enfoque econômico, social e ambiental, garantindo às futuras gerações a chance de corrigir os erros cometidos por seus antepassados e usufruir o meio ambiente, cumprindo o dever de sustentabilidade (WELTER; PIRES, 2010). Com o constante desenvolvimento da sociedade, “a escola não pode sustentar uma atitude passiva de saberes magistrais e dogmáticos que não podem ser alvo de discussão” (FIGUEIREDO, 2006, p. 3). Ou seja, a sala de aula deve ser um local onde são passados conceitos e definições e, ainda, ser um ambiente onde as crianças podem expor, propor e por em prática o conhecimento que possuem. A educação para a sustentabilidade veio para complementar a educação ambiental, pois tenta sanar problemas, dúvidas e ações que a outra não solucionou efetivamente (STERLING, 2001; TILBURY, 1996; SAUVÉ, 1997 apud LIMA, 2003). Tanto para a educação ambiental como para a educação para a sustentabilidade o fator limitador é o homem, pois este teria que deixar de ser individualista, abrir mão de obter algumas vantagens e regalias para conseguir conciliar o desenvolvimento com o meio natural. Segundo Lima (2003) esta educação é pouco difundida tanto na literatura como na prática. Mas, há uma crescente discussão sobre a sustentabilidade. A educação para a sustentabilidade busca a mudança de atitudes e comportamentos das pessoas quanto a política e economia. Salienta que o problema socioambiental deve ser solucionado por todos. E o sucesso das ideias de educação ambiental e educação para a sustentabilidade dependem da qualidade, profundidade e amplitude que este conhecimento é repassado para as crianças. Ou seja, não importa quão boa seja a intenção, é preciso que esta seja efetiva, que atinja o objetivo: formar indivíduos conscientes.
3. Método de Pesquisa Nesse tópico é apresentada a metodologia empregada para a realização do estudo e o seu delineamento. Para Lakatos e Marconi (2006a, p. 190) o estudo envolve“[...] descrições quantitativas e/ou qualitativas quanto acumulação de informações detalhadas como as obtidas por intermédio da observação participante”. Assim este trabalho em sua etapa prática é caracterizado pela investigação e descrição mais aprofundada sobre a questão da conscientização das crianças quanto aos problemas ambientais, importância da coleta seletiva e reciclagem. Para Roesch (2006) a aplicação de questionários objetiva medir algo, o que exige esforço intelectual na elaboração das perguntas, pois devem estar de acordo com a problemática e o plano da pesquisa. No presente trabalho, procurou-se medir o nível de conscientização das crianças quanto às questões socioambientais. Com o objetivo de efetivar a coleta de dados o questionário verificou-se o nível de conscientização das crianças. Pretendeu-se objetivar as questões para as crianças e ao mesmo tempo apresentá-las com linguagem acessível ao nível de instrução que elas possuem, evitando ambigüidades e vagareza nas respostas. As questões foram elaboradas com base na observação do contexto social das crianças e conforme os dados que estas acessam nas escolas, mídia ou sociedade. Assim, pôde verificar-se se estas captam qual a essência da sustentabilidade e, também, qual o nível de compromisso destas com o ambiente, o nível de conhecimento sobre estes assuntos e a importância da COOREPA. 4. Análise e discussão dos Resultados Os dados coletados por meio da pesquisa realizada são apresentados neste tópico. Os dados são apresentados e relacionados com a teoria discutida. Foram questionados ao todo 136 alunos. A amostra foi composta de alunos do 5° ao 9° ano de sete escolas, a faixa etária se concentrou entre os 9 e 15 anos. Para a escolha das escolas procurou-se selecionar as que se encontram em locais distantes uma das outras, para coletar dados de diferentes localidades, na tentativa de ter um perfil da educação ambiental de Paranaíba-MS. Observa-se que as Escolas A, B, C, D e G são de rede Estadual, a Escola E é municipal e a Escola F de rede privada de ensino. Dos 2.094 alunos matriculados nas escolas, 136 alunos participaram do estudo por meio das respostas ao questionário, o que equivale a, aproximadamente, 6,49% dos alunos. Com o intuito de saber qual é o nível de conhecimento das crianças com relação à questão da educação ambiental, questionou-se, primeiro, se já ouviram falar sobre reciclagem, lixo seco e lixo molhado e coleta seletiva e, se estes sabiam a diferença entre os dois tipos de de lixo e o que é a coleta seletiva.
Figura 1: Conhecimento das crianças sobre reciclagem Fonte: Elaborado pelos autores com base na pesquisa de campo
Com as respostas, pode-se dizer que todos os alunos já ouviram falar sobre a reciclagem, o que mostra ser uma atividade conhecida apesar de pouco realizada no mundo. Talvez as crianças recebam informações na escola, com seus pais/responsáveis ou pela mídia que, diariamente, passam propagandas sobre o tema de forma criativa e interativa, fazendo com que a criança preste atenção e guarde, pelo menos, o termo reciclagem em suas mentes mesmo sem saber do que se trata realmente. Quanto ao lixo seco e molhado, por serem termos pouco difundidos, a margem de crianças que já obtiveram alguma informação quanto a estes materiais (seco e molhado) é, apenas de 50,70%. Ainda questionando sobre estes termos, procurou saber se as crianças sabiam diferenciá-los. Observa-se que, apenas, 45,60% disseram diferenciar estes materiais. O fato que pode explicar este percentual baixo é que muitos alunos, após responderem o questionário, perguntaram o que seria os dois materiais e após uma sucinta explicação (lixo seco: material reciclável e molhado: lixo orgânico, restos de alimentos), os alunos afirmaram que sabiam diferenciar, mas não conheciam estas terminologias. Quando se questionou sobre o conhecimento ou não sobre a coleta seletiva, obteve-se que 85,30% dos alunos já ouviram falar e, ainda, perguntou-se se sabiam o que seria esta coleta; obteve-se que 89 alunos ou 65,40% sabiam do que se trata. o que mostra que os alunos possuem conhecimentos sobre as questões ambientais. Em seguida, questionou-se quanto à importância da separação de material reciclável e se os familiares dos alunos realizam tal separação em suas casas.
Figura 2: A importância e a realização da separação de material reciclável. Fonte: Elaborado pelos autores com base na pesquisa de campo
Com as respostas obtidas (Figura 2), pode-se se dizer que as crianças reconhecem que a separação do material reciclável ajuda na preservação do meio ambiente (94,90% - 129 alunos), pois contribui para que estes materiais não fiquem expostos a céu aberto e, também, aumentar a coleta de materiais recicláveis, contribuindo, assim, para que o homem não utilize, com exagero, os recursos naturais ainda disponíveis. Apesar da resposta positiva quanto à importância de tal separação, as crianças revelam que, apenas, 58,10%, realizam a coleta. Mostrando a falta de conscientização/informação dos pais/responsáveis quanto a importância desta separação. Com o intuito de verificar/conhecer quem são os responsáveis pela educação das crianças quanto à importância de saber realizar a separação do lixo seco e molhado, indagou-se quem seria o(s) responsável(is) pela instrução ambiental.
Figura 3: Educadores ambientais. Fonte: Elaborado pelos autores com base na pesquisa de campo
Analisando as respostas da Figura 3, constata-se que o principal educador ambiental é o (a) professor (a) ou a escola (52,20%), observando-se que é o único educador que atinge o percentual acima de 50%, considerando quem a criança acredita ter falado sobre a coleta seletiva ou reciclagem. O que mostra a importância influência que a escola possui. Isso remete a pensar se a implantação de um projeto ação (educação ambiental) seria a alternativa para que os danos ambientais fossem diminuídos, pois o conhecimento descrito nas respostas, até aqui, é rudimentar, vez que, os dirigentes escolares afirmam que os alunos não recebem orientações sustentáveis. Outro educador que fora assinalado são os pais/responsáveis (48,50%) de alunos expondo que estes estão presentes na educação dos filhos, o que mostra que dentro do lar as crianças recebem instruções sobre diversos assuntos, inclusive, os relacionados ao meio ambiente. Sabe-se que esta conversa não acontece rotineiramente, mas sim de acordo com as situações que a família enfrenta no seu cotidiano. E, ainda, verifica-se a participação da mídia (TV, rádio) na instrução das crianças 42,60%. Isto significa que o esforço da mídia e do Governo em criar métodos interativos que incentive a sociedade a adotar hábitos saudáveis, surte efeito positivo, porém, considerando este percentual de alunos que são influenciadas pela comunicação, pode-se dizer que estas propagandas ou informativos não são efetivos, pois, pelo que se observa, no dia-a-dia das pessoas é, que, tão pouco o que é de interesse ou dito como informação pertinente é aplicado na prática pela comunidade. Para saber o que as crianças pensam sobre uma cooperativa de reciclagem, perguntou-se se sabiam o que é uma cooperativa, se conheciam ou já ouviram falar da COOREPA e qual sua a importância na cidade (Figura 4).
Figura 4: Conhecimento – cooperativa de reciclagem. Fonte: Elaborado pelos autores com base na pesquisa de campo
As respostas foram interessantes, pois 60,30% dos alunos dizem que sabem o que é a cooperativa de reciclagem; 64,70% sabiam/conhecem a COOREPA, o que mostra o reconhecimento desta perante a população, apesar do pouco tempo e restrita atuação (poucos locais) e, ainda, que a ideia de reciclar é bem difundida, como constatado (todos alunos ouviram falar sobre reciclagem). Os alunos salientam que a atuação da cooperativa é essencial, pois 98,50% reconhecem que a COOREPA, traz benefícios e melhorias para todos, a seguir procurou-se descobrir qual é a atitude dos pais/responsáveis com relação aos materiais recicláveis, ou seja, o que eles fazem com este material.
Figura 5: Local em que os pais/responsáveis depositam o material reciclável. Fonte: Elaborado pelos autores com base na pesquisa de campo
Pela análise dos resultados das hipóteses, pode-se enxergar/combinar várias atitudes para descrever o comportamento dos pais/responsáveis quanto a separação e local de depósito do material reciclável. Primeiro, constata-se que 14,70% das crianças assumem que seus pais/responsáveis não realizam a separação, (por não saberem como separar ou não se interessar pela atividade ou não terem o hábito). Outros 10,30% dos alunos afirmam desconhecer o que os pais/responsáveis fazem com o material, isto, nos remete a pensar que os pais/responsáveis destes também não realizam a separação, pois se realizassem estas saberiam o que os pais/responsáveis fazem com o material. Cerca de 66,20% dos alunos dizem que os pais/responsáveis deixam resíduos nas ruas, mas isto não quer dizer que estes realizam a separação de materiais. Talvez as crianças assinalaram por verem os pais/responsáveis deixar na rua, mas não sabem que, provavelmente, os pais/responsáveis não realizam tal separação. Verifica-se que um grupo que soma 23,60% relatam que os pais/responsáveis fazem a separação, para levar na cooperativa (14,00%), escola (2,20%) ou vender (7,40%). O que mostra que, o percentual de famílias que realizam a coleta seletiva é baixo, pois, os pais/responsáveis que fazem a separação dos materiais possuem atitudes diferentes vez que algumas vezes este pode levar a cooperativa, outras vender, deixar na rua ou levar na escola. Enfim, estes 23,60% não representam o número exato de pais/responsáveis que realizam esta coleta e sim, um número relativo de atitudes tomadas pelos pais/responsáveis. Tentando saber a situação da ação da Educação Ambiental nas escolas, tentou-se descobrir se estes centros de ensino contribuem com esta campanha (Figura 6).
Figura 6: Conscientização ambiental nas escolas. Fonte: Elaborado pelos autores com base na pesquisa de campo
Ao questionar quanto à existência ou não de aulas sobre Educação ambiental, preservação ambiental, reciclagem ente outros assuntos, obteve-se que 68,40% dos alunos dizem que tem estas aulas, porém, durante a realização dão estudo observou-se que muitas crianças questionavam seus colegas se eles tinham ou não aula sobre tais assuntos. O que se constata é que, na realidade, estas crianças, disseram que tem estas aulas, mas confundem com a matéria de ciências que aborda esses temas de forma sucinta. Assim, se tornou oportuno, questionar a coordenação das escolas, se os alunos tinham estas aulas (como se fossem projetos) e, os dirigentes relataram, unanimemente, que a escola não oferece tais aulas. Por seguinte, questionou-se se as crianças gostariam de ter atividades que a incentivassem a prestar mais atenção quanto às questões ambientais. Os alunos, em sua maioria (96,30%), disseram que gostariam e até perguntaram se depois desta etapa de pesquisa a coordenação implantaria estas atividades no ambiente escolar. Isto demonstra uma oportunidade para efetivar a educação ambiental.
5. Conclusão A preocupação por um desenvolvimento sustentável não se constitui, apenas, nas ideias que as pessoas possuem sobre este assunto, que seria obter um satisfatório crescimento econômico, social e ambiental, mas, também, na conscientização da sociedade na promoção do bem comum. Diz-se bem comum no sentido de prevenir/evitar que ocorram situações em que grupos sejam prejudicados sem ter culpa alguma, ou seja, atuar de forma eticamente justa. Como se observa, é crescente a campanha pela conscientização das pessoas sobre a preservação do meio ambiente, alertando sobre as consequencias que a atuação alienada do homem vem causando. Assim, acredita-se que por meio da conscientização das crianças é possível fazer com que o diálogo de sustentabilidade se torne comum e obtenha um crescimento contínuo na medida em que as ações comecem a trazer resultados positivos e benefícios para as pessoas. Assim, saber/conhecer qual é o nível de conhecimento/conscientização das crianças na tentativa de contribuir para o desenvolvimento de uma instituição socialmente responsável (COOREPA) se tornou essencial, pois é por meio de atitudes pautadas na educação ambiental que, caracterizada pela proporção de ações que possam, realmente, atingir o objetivo social que é desenvolver sustentavelmente, é possível criar mecanismos de ação que se tornarão efetivos. Para tanto, elaborou-se um referencial teórico para conhecer conceito, ideias, meios que proporcionassem a direção que este trabalho tomou. Pode-se dizer que, resumidamente, este material teórico procurou mostrar desde os conceitos básicos, como também, uma ferramenta que poderia contribuir para a efetivação de tal desenvolvimento (educação ambiental). E é, justamente, esta ferramenta, que foi observada, ou seja, se esta pode se tornar efetiva ou não com o passar do tempo. O nível de conhecimento das crianças quanto à educação ambiental, foi em alguns aspectos positivos, visto que estas já ouviram falar sobre os assuntos indagados, porém, ao se questionar a aplicabilidade obteve-se um resultado pouco satisfatório, pois estes ficaram em dúvida de quais materiais são recicláveis, por exemplo. Um importante resultado a ressaltar é quanto ao reconhecimento da atuação da COOREPA. Diante das respostas, pode-se dizer que as crianças sabem que o papel que a COOREPA está desempenhando é importante para a sociedade, seja pela limpeza da cidade ou para evitar os problemas ambientais. A COOREPA assume o papel de instituição socialmente responsável, pois não só proporciona benfeitorias para as pessoas que estão dentro dela (empregos), mas também, e, principalmente, promove uma ação benéfica a todos que seria a limpeza da cidade, o desenvolvimento de uma iniciativa sustentável e, consequentemente, o incentivo da população quanto à importância de se reeducar de forma sustentável. A atual contribuição das crianças é pouco significativa, pois não comentam sobre o assunto de educação ambiental com seus pais/responsáveis, vizinhos, amigos, enfim, pessoas que se relacionam com ela. Porém, pode-se dizer que este fato não se deve ao desinteresse, mas sim, pelo fato de que os alunos não possuem, regularmente, disciplinas/projetos que trate destas questões didaticamente, incentivo adequado. Ou seja, faltam agentes competentes que possam promover esta campanha. Referências ANDRADE, R. O. B.; TACHIZAWA, T.; CARVALHO, A. B. Gestão ambiental: enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. 2 ed. São Paulo: Pearson Makron Books, 2002.
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