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Olá leitores amigos! Mais um ano se encerra, e nós estamos aqui juntos novamente. Sejam felizes, curtam a vida, sejam pessoas do bem, o universo e vocês vão agradecer! Feliz Natal, Feliz 2013, Feliz Chanuká. Bjs, Marina
Peça teatral: Bom demais pra ser... Autora: Marina Strachman Baseado em “Um conto de Natal” de Charles Dickens
Enredo Esta narrativa é uma obra de ficção que envolve personagens reais, imaginando o que seria deles se morressem; o que estas personagens, que foram tão importantes em vida deixaram de bom, de realmente bom depois que se foram. A peça pretende mostrar que o que realmente importa, é a essência da pessoa, e não seus bens! Cenário Dividido em três espaços. Uma sala, com TV tudo de última geração com lap top, com televisão e som ligados. Outra um “campo” de futebol e na outra, dois carros um vermelho e um preto no trânsito, tudo separado por biombos. Descrição dos Personagens Asdrúbal – Têm 40 anos, pai de família, um executivo que só faz trabalhar, não dá atenção à esposa e nem ao filho. Marilda a linda – Têm 30 anos, só fala de regime, ginástica e calorias, não dá atenção ao filho e ao marido. Junior – Têm 10 anos, cabelo penteado como o Neymar, usa roupa de grife, tem Ipod, Ipad, e wii, e sempre todos ligados e brinca sozinho. Uesley Uilson – Jogador de futebol profissional, bom jogador, mas é trapaceiro, encrenqueiro. São Januário – Um garoto bonito, muito bom jogador, e uma pessoa do bem. Beto Esperto – Joga bem, mas tem mania de querer ser mais esperto que os outros e só se dá mal. Leila – motorista do carro vermelho, chorona, desempregada, frustrada, acha que sua vida é um erro atrás do outro. Beka – Amiga de Leila, está no carro, mas não agüenta mais. Renato – Um jovem muito feliz, motorista do outro carro. Mauro – amigo de Renato, companheiro pra tudo.
Três Anjos da Guarda – Um para Asdrúbal, outro para Uesley e o terceiro para Leila.
Abertura
Narrador Vivemos hoje a nossa vida, uma vida boa, bacana, mas se deixássemos esta vida pra trás agora, já! O que teríamos deixado para trás?! (Pausa, música mais alta - por meio minuto)
Narrador prossegue: - No mundo atual, mundo dos vivos, malandros, espertos a vida segue segue. Ilumina-se um de cada vez as três cenas, a família na sala, o jogo de futebol, os carros no trânsito. Cena I
(Cenário - Sala da família, com Asdrúbal, Marilda a linda e Junior) Narrador -Era uma vez... (Música e foco de luz passando sobre os objetos e as pessoas da cena da família)
Narrador – Asdrúbal é um super executivo de uma multinacional que tem escritórios em Londres, Nova Deli, Hong Kong e Rio de Janeiro. Como o fuso horário varia muito de um escritório para outro, Asdrúbal passa os dias conectado a algum computador, não tem tempo de folga e viaja muito, mas é muito rico, possui helicóptero, avião particular, iate, casa de campo e de praia e dá para esposa e para o filho tudo o que pedem, sem discutir. (Enquanto o narrador fala, mostra Asdrúbal falando em dois celulares, em línguas diferentes, na frente do computador que está ligado. Quando o narrador finaliza, entra o filho e a esposa discutindo.) Asdrúbal (aos gritos) – vocês não percebem que estou trabalhando?! Preciso resolver este assunto urgente! Marilda a linda – Você está SEMPRE trabalhando e resolvendo alguma coisa urgente. Não percebe que este assunto é URGENTE também?! Junior – é pai, a mamãe.... Marilda a linda (interrompendo) – Já disse que não gosto que você me chame assim, sou Marilda a linda! Junior (chorando) – eu sou a única pessoa do mundo que não pode chamar a mãe de mãe!!! Asdrúbal (em seus celulares)- Sorry, but I have a problem here. (e desliga os telefones, olhando muito feio para os dois!) – Venha cá, meu filho, não chore que o papai compra para você aquele Jet Ski, último modelo. Junior (enxugando as lágrimas rapidamente)– Obaaaa, agora, pai, agora?!?! Marilda a linda (interrompendo) – é sempre assim, para ele você compra tudo, e pra mim nada. Já faz DOIS dias que pedi uma mixaria para fazer novamente minha plástica de barriga e você nem respondeu! Asdrúbal- Desculpe minha linda, tem toda a razão, aonde está meu talão de cheques. (pegando o talão na pasta) – Quanto é minha linda, 500 mil está bom?! Não, não, é pouco por toda esta beleza, querida leve logo um milhão e aproveita renove seu guarda roupa. Se quiser ir para Miami, o jatinho estará disponível amanhã! Marilda a linda (beijando o marido) – é por isso que TODAS as minhas amigas morrem de inveja do MEU Asdrúbal! Narrador – Asdrúbal volta ao telefone, para acabar de resolver os problemas dos escritórios.
- Cena II –
(Cenário – campo de futebol, Uesley Uilson,São Januário, Beto Esperto, brincando com a bola) Narrador – Uesley Uilson é um jovem de 17 anos, que joga futebol tão bem que já têm alguns times atrás dele, mas ele bebe e usa drogas, seu melhor amigo, Beto Esperto, é um perna de pau que acha que joga MUITA bola, neste time existe também o goleiro São Januario, ótimo jogador, joga bem, é voluntário em duas ONGs é um garoto do bem. São Januário – Uesley, não te disse para você parar de beber e jogar bola que você ganha mais?! Beto Esperto (com desdém) – Se fosse só bebida o nosso problema, tava moleza! Uesley Uilson - (interrompendo) – Cala boca, Beto! E Januário, o que é que você tem ficar me dando conselho, se conselho fosse bom, ninguém dava de graça!! (rindo), Né não Betão!! (Betão e Usley, rindo) São Januário – Olha cara, o negócio é o seguinte: tem uma conversa que o Santos tá querendo te contratar pra jogar com o Neymar, mas pra isso, você tem que deixar de faltar em treino por causa de bebida. Beto Esperto (com desdém) – Eu já disse que, se fosse só bebida o nosso problema, tava moleza! Você com esse apelido encardido de São Januário, só quer dar bons conselhos... (Uma voz lá de dentro- Beto Esperto, fica quieto que este papo não é com você, você quando está bem, serve pra esquentar banco, não sei se você percebeu, mas nem no banco tu tá escalado!. Uesley, esta conversa do São Januário é séria, mas, só vai funcionar se você por 3 meses comparecer aos treinos sem estar drogado, ou bêbado, ou os dois!) E os três saem jogando bola. - Cena III – (Mostram os dois carros parados no farol, um vermelho com a Leila ao volante e a Beka ao lado, e no outro no carro de cor prata Renato dirigindo e Mauro ao lado) Narrador – Leila a motorista do carro vermelho, é uma chorona, desempregada, frustrada, acha que sua vida é um erro atrás do outro. Beka, sua grande amiga, está tentando ajudar, até lhe ofereceu um ótimo emprego, que Leila recusou, mas a Beka está cansada desta amiga que parece gostar de sofrer. (No carro vermelho) Leila (com a maquiagem borrada de tanto chorar)- eu não sirvo pra nada MESMO, perdi meu emprego, perdi o noivo e agora estou a um passo de perder meu apartamento! EU VOU ME MATAR! Beka – Ah, pois não! Mas se mata sozinha que estou descendo do carro. Eu já te ofereci o cargo de gerente geral em meu escritório, mas você me respondeu que: trabalhar com a amiga só pode dar errado... você gosta é de reclamar! (No carro preto) Mauro – Renato olha só que mulherão no banco do passageiro! Renato – Só se for, porque a motorista toda borrada tá parecendo que saiu do baile de halloween! (os dois caem na gargalhada) (No carro vermelho) Beka – Você ouviu isso, sua louca?! Até quando você vai se fazer de vitima, olha só que dupla “tudo bom” aí do lado! E parece que estão rindo de nós! (No carro preto) Renato (dirigindo-se para Beka no outro carro)– Oi! Nós estamos indo no Shopping, você quer vir?! (Leila engata uma primeira e sai correndo com o carro) Beka (assustada e gritando) – Pára o carro já que eu vou descer! Você precisa de um médico urgente! Apaga-se a luz do cenário. - Cena IV– (Nesta cena camas são necessárias) Narrador – e o dia acabou e todos foram dormir... Mostra cada um deitado em sua cama... Asdrúbal em seu lap top, enquanto Marilda pensa em suas plásticas, e Junior está dormindo. Beto Esperto, em sua cama bebendo a segunda garrafa de vodka, Uesley tentando jogar a garrafa de bebida fora, mas acaba bebendo... e São Januário fazendo suas preces antes de se deitar. Leila desmaiada ao lado de MUITOS remédios que ela ingeriu, Beka em sua cama preocupada com Leila, pedindo que o anjo da guarda olhe por sua amiga, Renato e Mauro cada um dormindo em sua cama. Narrador – Me enganei, agora sim, e o dia acabou e todos foram dormir. E mostra todos dormindo. Narrador – E eles sonham, sonham com o seu futuro, e com o que será de cada um deles.... Anjo da Guarda de Asdrúbal – Asdrúbal, sou seu Anjo da Guarda, estou aqui para te ajudar: você é um homem bem sucedido financeiramente, mas sua vida é uma droga... sua mulher só quer saber do seu dinheiro, e seu filho que tanto quer seu amor, não consegue ganhar nem um abraço! Você nunca fez uma boa ação na vida! Veja o que será de você depois que morrer: Mostra a parte do cenário do céu, e Asdrúbal, sozinho, ninguém vem conversar com ele. E ele está, olhando para seu filho que está brincando, e sua esposa que está adorando estar sozinha com o dinheiro da herança que ele deixou. Asdrúbal se desespera. Anjo da Guarda de Asdrúbal prossegue - Asdrúbal, este quadro pode mudar, se for da sua vontade, você é jovem, tem muita coisa boa para fazer ainda, que tal?! Asdrúbal (acorda assustado) – Marilda minha linda, tive um sonho e preciso mudar! Querida, amanhã vou começar a instruir meus diretores, para ter mais tempo com vocês. Também vou ajudar a quem eu puder, mas por enquanto... Asdrúbal corre para o quarto do Junior e o abraça e beija. - Cena V– Anjo da Guarda de Uesley – Uesley Uilson, sou seu Anjo da Guarda, estou aqui para te ajudar: você é um menino ainda, tem um lindo futuro pela frente, mas sua vida é só beber e se drogar, Deus te deu um Dom de jogar bola maravilhosamente, mas você prefere as drogas... Veja o que será de você depois que morrer: Mostra a parte do cenário do céu, e Uesley Uilson, sozinho, ninguém vem conversar com ele. E ele está, olhando para o nada, pois não tem nada nem para olhar Anjo da Guarda de Uesley prossegue - Uesley Uilson, este quadro pode mudar, se for da sua vontade, você é jovem, tem muita coisa boa para fazer ainda, que tal?! Uesley Uilson acorda MUITO assustado e diz para si mesmo: Véio eu preciso mudar já! Ele liga para São Januário e diz: - São Januário, preciso muito da sua ajuda, tive um sonho e eu preciso mudar, você me ajuda?! São Januário – Uesley, claro que sim, aliás, eu vou adorar poder te ajudar! - Cena VI – Anjo da Guarda de Leila – Leila, sou seu Anjo da Guarda, estou aqui para te ajudar: você é uma mulher inteligente, bonita e que ainda, tem um lindo futuro pela frente, mas sua vida é só reclamar, você acha que a responsabilidade é sempre do outro, nunca é sua! A sua vida pode mudar mas... E preste atenção a este detalhe: VOCÊ e somente VOCÊ é a responsável por suas escolhas. Veja este é seu futuro... mostra Leila pedindo esmola. Anjo da Guarda de Leila prossegue - Leila, este quadro pode mudar, se for da sua vontade, você é jovem, tem muita coisa boa para fazer ainda, que tal?! Leila acorda MUITO assustada e diz para si mesma: Eu não tinha percebido que passava por cima das minhas responsabilidades! Liga para a Beka e diz:- Beka, você tem a partir de hoje uma nova amiga, e eu quero sim o emprego que você me ofereceu, você verá de agora em diante, sou uma pessoa melhor! Narrador – E eles se tornaram pessoas melhores, e você?!
- Cena VII – Narrador - E enquanto isso na lanchonete do bairro. Em uma mesa, dividindo uma pizza, contando estórias e se divertindo estão, Leila, Beka, Renato e Mauro. Leila – Quero propor um brinde a minha amiga que não me abandonou quando mais precisei e ao que sobrou de legal daquela época, A Beka, ao Mauro e ao meu amor, o Renato! Beka – Ah, isso merece um brinde mesmo, Leila, você é outra pessoa, eu não sei o que te fez mudar assim pra melhor, mas eu agradeço! Posso confessar que pedi muita ajuda para seu anjo da guarda! Mauro – Renato e você achando que ela parecia uma assombração!rsrsrsr Ainda bem que nos encontramos novamente, e foi incrível vê-las ajudando as crianças a refazer a mata ciliar daquela nascente! Renato – Ainda bem que nos encontramos novamente, e foi incrível vê-las ajudando as crianças a refazer a mata ciliar daquela nascente! Beka – Ei rapazes, semana que vem tem uma distribuição de mudas de arvores da região e meu escritório vai emprestar dois caminhões, será uma ação no fim de semana inteiro, pois vamos promover também a plantação na beira do rio, topam? (Renato, Leila e Mauro)- Ah, Beka com certeza e você não vai se livrar de nós tão cedo! Narrador - E na outra mesa, estão....Mostra a mesa com Asdrúbal, Marilda e Junior. Eles estão comendo uma salada! Junior – Quero mais alface e tomate, mamãe! Marilda a linda (que está grávida) – Claro meu querido, eu também vou repetir. Asdrúbal amor, pede um suco de laranja pra mim? Asdrúbal- Claro. Ah, Marilda, eu quero te agradecer a dica das empresas que investem em ações ambientais, eu estou adorando trabalhar com está área! Aliás, filho, este fim próximo fim de semana, vamos plantar arvores na beira do rio, e escolhemos você e a Marilda para representarem a empresa, vocês aceitam? Marilda a linda (beijando o marido) – é claro querido, nossa vida mudou pra melhor agora, eu me sinto melhor e sou uma mãe de verdade agora, eu curto estar com vocês! Junior – é mesmo mamãe, agora a gente pedala juntos, e almoça juntos! Asdrúbal- eu só tenho a agradecer por aquela noite! Sou outra pessoa e serei pai de gêmeos! Narrador – e entrando na lanchonete... São Januario e Uesley. Uesley está triste. São Januário – Uesley, você tá bem? Uesley Uilson – To sim Janú, mas to muito triste! Nunca pensei que o Beto fosse morrer assim de overdose!! Sabe acho que é uma mistura de sentimentos... afinal, se não fosse por você, eu ia acabar assim também! São Januário – Olha cara, mas você conseguiu, teve uma tremenda força de vontade e conseguiu ficar um ano inteiro longe da bebida e das drogas! Uesley Uilson – E agora é seguir em frente! Este ano vou jogar no Santos e agradeço a Deus todos os dias por eles terem te contratado junto comigo, pois você é meu parceiro, irmão e amigo! Apaga-se a luz do cenário.
Marina Strachman - arquiteta e urbanista, mestre em desenvolvimento regional e meio ambiente e especialista em educação ambiental.
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