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ODE A UMA ÁRVORE CENTENÁRIA QUE FOI TOMBADA.
Adeus, velha senhora! Tombaste silenciosa, sem um gemido. Digna como só pode alguém com mais de cem anos. Ninguém ouviu o teu lamento. Ninguém ouviu o teu protesto.
Cem anos olhaste para o céu. Cem anos foste regada pelas chuvas, balançada pelos ventos, alimento e abrigo para pássaros e outros animais.
Cem anos deste sombra, folhas, galhos. Húmus para adubar a terra deste. Cem anos... silenciosa, pacífica, amiga.
Mais de cem anos para ficares do tamanho que estavas. Por mais de cem anos todas as criaturas te respeitaram. Os elementos: terra, água, ar, fogo, todos não te destruíram.
Que vermes malditos são esses que em poucos minutos atoram árvores ao meio? Que máquinas diabólicas que em poucos minutos destroem vidas centenárias?
Ninguém ouviu o teu grito de desespero, quando te machucaram. Viram a seiva, o teu sangue, mas não entenderam. Também não entenderam o teu murmúrio: “Pai, perdoa, pois não sabem o que fazem”.
Adeus, velha senhora, adeus... e perdão!
Liti Belinha Rheinheimer
Fonte da imagem: http://www.codigoflorestal.com/2012/04/enquanto-o-greenpeace-esbanja-arvore.html Fonte do poema: http://www.alvales.blogspot.com.br/2013/03/adeus-velha-senhora.html
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