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CÁLCULO DO INDICADOR DE SALUBRIDADE AMBIENTAL DO MUNICÍPIO DE SÃO MIGUEL DO IGUAÇU – PR
Ana Claudia cabral1, Caroline cabral2, Alvaro Mari Junior1, Elisandro Pires Frigo3, Caroline Thaís Eckert4
1 Engenheiro Ambiental 2 Acadêmica em Pedagogia, pelo Centro Universitário Dinâmica das Cataratas – UDC, Foz do Iguaçu/PR, Brasil. 3 Engenheiro Agrícola, Mestre em Engenharia Agrícola, Engenharia de Sistemas Agroindustriais, Doutor em Agronomia, Irrigação e Drenagem, Professor Adjunto do Curso de Agronomia da UFPR, setor Palotina/PR, Brasil. 4 Tecnólogas em Biocombustíveis pela Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina/PR, Brasil.
ea.anaclaudia@gmail.com, pedag.caroline@gmail.com, rofessor.alvaro.mari@gmail.com, epfrigo@gmail.com e carol.eckert@gmail.com
RESUMO: No município de São Miguel do Iguaçu, foi calculado o Indicador de Salubridade Ambiental – ISA, que pode ser utilizado como ferramenta para a decisão sobre as ações de saneamento básico tais como: abastecimento de água, coleta e tratamento de esgoto sanitário, coleta e tratamento de resíduos sólidos do município, dados sobre vetores e transmissores de doenças e ainda levantamento de recursos hídricos. Com o intuito de melhorar as condições de vida dos moradores no município, sendo assim o ISA do município de São Miguel do Iguaçu foi calculado em 65,72 sendo considerado média salubridade. (BATISTA, 2006) Palavra-chave: Saneamento básico; Município; Qualidade de vida.
Introdução A salubridade ambiental esta ligada ao saneamento básico e seus componentes, buscando intervir no que diz respeito aos recursos públicos, visando proporcionar uma qualidade de vida melhor (CIDADES, 2006). Ajudando assim a prevenir certas ocorrências, como transmissão de doenças por parte de vetores para Jannuzzi (2001), desta forma o indicador de salubridade é uma forma de qualificar o ambiente social de uma determinada região, bairro, município e até mesmo estado. Envolvendo as partes politicas e governamentais no que condiz ao planejamento da determinada área de estudo, melhorando assim a qualidade da vida urbana. Portanto os indicadores são considerados informativos pontuais (MAGALHÃES et al, 2003). O estudo foi realizado através de uma adaptação do ISA, que foi definido pelo CONESAN – Conselho Estadual de Saneamento do Estado de São Paulo, para uma melhor eficiência no plano estadual de saneamento, e assim é seguido os mesmos parâmetros para o município de São Miguel do Iguaçu (SÃO PAULO, 1999).
Caracterização da Área de Estudo O município de São Miguel do Iguaçu foi originado de um desmembramento dos municípios de Foz do Iguaçu e Medianeira, tendo uma área territorial de aproximadamente 848,669 Km2 e conta com uma média de 25.769 habitantes. Sua altitude média é de 307 metros e suas coordenadas de localização é de 25º 20’ 56” sul e 54 º 14’16” oeste. São Miguel do Iguaçu contém diversas bacias hidrográficas como bacia do Rio Iguaçu e ainda a bacia do Rio Paraná. Na região ainda existem as bacias dos rios Ocoy, Represo, Apepu, Rio dos Índios, Arroio Pinto e Rio Leão contendo então vários rios, córregos e arroios a cidade. (PODER PUBLICO MUNICIPAL - CASCAVEL, 2013).
Metodologia O presente trabalho adotou a metodologia do Piza (2000), onde o indicador de salubridade ambiental - ISA é expresso pela média ponderada de seus sub indicadores sendo representada pela equação 1, variando o valor de 0 a 1 porém esse valor pode ser modificado de acordo com a importância dada ao indicador e não somente o valor pode ser modificado como também os indicadores como representa a equação 2.
Equação 1: Índice de Salubridade Ambiental ISA = 0,25IAB + 0,25IES + 0,25IRS + 0,10ICV + 0,10IRH + 0,05ISE
Equação 2: Índice de Salubridade Ambiental ISA= (0,26IAB) + (0,26IES) + (0,26IRS) + (0,11ICV) + (0,11IRH)
Sendo: IAB: Indicador de abastecimento de água; IES: Indicador de esgoto sanitário; IRS: Indicador de resíduos sólidos; ICV: Indicador de controle de vetores; IRH: Indicador de recurso hídrico; ISE: Indicador Sócio – Econômico.
Cada um desses indicadores possui uma fórmula própria e seus resultados são as entradas de dados que serão colocados em cada uma das variáveis da fórmula apresentada.
Indicador de Abastecimento de Água:
Dados Necessários: DUA = Domicílios urbanos atendidos. DUT = Domicílios urbanos totais.
K = nº de amostras realizadas, pelo nº mínimo de amostras a serem efetuadas pelo SAA. K ≤ 1. NAA = Quant. de amostras consideradas de água potável relativa à colimetria, ao cloro residual e à turbidez. NAR = Quant. de amostras realizadas.
· Sub Indicador Saturação do Sistema Produtor (Quantidade): Dados Necessários: N = nº de anos em que o sistema ficará saturado. CP = capacidade de produção. VP = Volume de produção necessário para atender 100% da população atual. k2 = Perda prevista para 5 anos. k1 = Perda atual. T = taxa de crescimento anual média da população urbana para os próximos 5 anos.
Indicador de Esgoto Sanitário: · Sub Indicador Cobertura em Coleta de Esgotos e Tanques Sépticos. (ICE). Dados Necessários: DUE = Domicílios Urbanos Atendidos por Coleta mais tanques sépticos. DUT = Domicílios Urbanos Totais
· Sub Indicador Esgotos Tratados e Tanques Sépticos. Dados Necessários: VT = Volume Tratado de esgoto medido ou estimado nas estações em áreas servidas por redes de esgotos. VC = Volume coletado de esgotos. (VC = 0,80 x [volume medido de água + volume estimado sem medição]).
· Sub Indicador Saturação do Tratament.Dados Necessários: N = Número de anos em que o sistema ficará saturado CT = Capacidade de tratamento VT = Volume coletado de esgotos T = Taxa de crescimento anual média da população urbana.
Indicador de Resíduos Sólidos: · Sub Indicador Coleta de Lixo.Dados necessários: DUC = Domicílios Urbanos atendidos por coleta de lixo. DUT = Domicílios Urbanos totais.
· Sub Indicador Tratamento e Disposição Final.
· Sub Indicador Saturação da Disposição Final dos resíduos sólidos. Dados necessários: N = Número de anos em que o sistema ficará saturado. VL = Volume coletado de lixo. CA = Capacidade restante do aterro. T = Taxa de crescimento anual média da população urbana.
Indicador de Controle de Vetores: · Sub Indicador Dengue.Dados Necessários: Nº de casos nos últimos 5 anos de acordo com o anos em que ocorreram.
· Sub Indicador Esquistossomose. Dados Necessários: Nº de casos nos últimos 5 anos de acordo com o anos em que ocorreram.
· Sub Indicador Leptospirose. Dados Necessários: Nº de casos nos últimos 5 anos de acordo com o anos em que ocorreram.
Indicador de Recursos Hídricos: · Sub Indicador Água Bruta: Dados Necessários: Quantidade de: Poço sem contaminação e sem necessidade de tratamento; Poço sem contaminação e com necessidade de tratamento de qualquer natureza; Poço com risco de contaminação;
· Sub Indicador de Disponibilidade dos Mananciais. Dados Necessários: Disp. = Disponibilidade, água em condições de tratabilidade para abastecimento. Dem = Demanda. (Considerar demanda futura para os próximos 10 anos).
· Sub Indicador Fontes Isoladas:Dados Necessários: NAA = Quantidade de amostras consideradas potáveis relativamente a colimetria e turbidez. NAR = Quantidades de amostras realizadas Já a interpretação destes dados ocorre conforme a tabela 1.
Tabela 1: Diferentes condições de salubridade para ISA calculados
Fonte: Silva, 2006.
Resultados e discussão
De acordo com a tabela 2 é possível observar os dados encontrados para os sub-indicadores e para o indicador de salubridade ambiental – ISA.
Tabela 2: Sub-indicadores e ISA calculado no município.
Todos os indicadores e sub-indicadores de acordo com a metodologia são valores entre zero e 100, sendo o primeiro classificado como precário e o segundo como o melhor possível. O Indicador de abastecimento de água (IAB) obteve um valor de 91,96 já que o órgão responsável pelo abastecimento de água do município consegue atender 100% da população. Já para o Indicador de Esgoto Sanitário (IES) o valor encontrado foi de 44,71 e isso ocorre, devido apenas 50% da população local são atendidas pelos serviços de coleta de esgoto. Já o Indicador de Resíduos Sólidos (IRS) não obteve um valor maior devido ao fato de a empresa terceirizada que realiza o trabalho de coleta não conseguir atender toda a área rural, porém, 100% da área urbana é atendida. O Indicador de Controle de Vetores (ICV) alcançou o valor de 81,25 por que não teve ocorrência de esquistossomose e leptospirose, porém tendo uma decadência no valor devido aos casos registrados na secretaria de saúde de dengue causada pelo mosquito Aedes Egypt. O Indicador de Recurso Hídrico obteve o resultado, devido ao município ter vários córregos e riachos e consequentemente ter a disponibilidade de mananciais para abastecimento, sendo este o valor de 75. Todos esses valores aplicados à equação geraram o valor do indicador de Salubridade Ambiental que de acordo com a tabela 1 é considerado Média Salubridade.
Conclusão
O presente trabalho encontrou como indicador de salubridade ambiental para o município de São Miguel do Iguaçu o valor de 65,72 sendo caracterizado, de acordo com Silva (2006), como média salubridade. Este conceito define se existe a possibilidade de que a qualidade de vida da população local seja afetada, porem no caso estudado pode-se dizer que é razoável para a sociedade, porém, alertando alguns indicadores para que suas condições melhorem como no caso o indicador de esgoto sanitário.
Agradecimento
O presente trabalho foi realizado com apoio da Fundação Araucária/SETI, por meio de bolsa concedida a Ana Claudia Cabral.
Revisão Bibliográfica 1ª CONFERÊNCIA DAS CIDADES, 23a 26 de outubro, Brasília – DF. Disponível em:http://www.cidades.gov.br/Acesso em: maio de 2005.
BATISTA, Marie Eugénie Malzac; SILVA, Tarciso Cabral da. O modelo ISA/JP – Indicador de Perfomance para diagnóstico do saneamento ambiental urbano. Revista Engenharia Sanitária e Ambiental, Rio de Janeiro: ABES, v. 11, n. I, p. 55- 64, jan./mar. 2006.
JANUZZI, P.M. Indicadores Sociais no Brasil:Conceitos, Fontes de Dados e Aplicações. Conceitos Básicos. Campinas. Alínea Editora. p. 13-36, 2001.
MAGALHÃES, J.A.P.; CORDEIRO NETTO,O.M.; NASCIMENTO, N.O. Os Indicadorescomo Instrumentos Potenciais de Gestão das Águas no Atual Contexto Legal-Institucional do Brasil– Resultados de um Painel de Especialistas. Revista Brasileira de Recursos Hídricos – RBRH, v. 8, n. 4, p. 49-67, out/dez. 2003.
PREFEITURA, São Miguel do Iguaçu. Disponível em:< www.saomiguel.pr.gov.br> Acesso em 21 de agosto de 2013.
PIZA, F. J. T. Indicador de salubridade ambiental. Seminário sobre indicadores de Sustentabilidade. São Paulo. Anais, 2000.
SÃO PAULO. In: ISA – Indicador de SalubridadeAmbiental. Secretaria de Recursos Hídricos, Saneamento e Obras. Manual Básico. São Paulo, Brasil, 37 p. 1999.
SILVA, N. V. S. As condições de Salubridade Ambiental das Comunidades Periurbanas da Bacia do Baixo Gramame: Diagnóstico e Proposição de Benefícios. Dissertação de Mestrado. Universidade Federal da Paraíba, 2006.
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