Acredito que, para todos nós que já temos a informação e o conhecimento sobre a crise ecológica, o grande desafio é a coerência cotidiana (Vivianne Amaral).
ISSN 1678-0701 · Volume XIV, Número 53 · Setembro-Novembro/2015
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Culinária
10/09/2018 (Nº 53) ALIMENTOS INTEGRAIS ORGÂNICOS
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ALIMENTOS INTEGRAIS ORGÂNICOS

 

Elaine de Azevedo

 

Para abordar o tema alimentação integral orgânica parte-se do princípio de que, apesar da imensa diversidade das práticas agrícolas e alimentares dos povos tradicionais, todas deram bons resultados porque quase sempre conservavam a forma natural do alimento, além biodiversidade, e também estavam enquadradas dentro da cultura local.

 

Os aspectos alimentares restritivos, de base antropológica e cultural, traduzem a essência e as qualidades de cada povo e de seu modo de se alimentar e viver e estão descritos na perspectiva da nutrição complementar Integrada e suas diferentes correntes e racionalidades alimentares.

É preciso enfatizar que muitas das indicações alimentares aqui propostas podem ser questionadas sob o enfoque causal reducionista da dietética moderna. Não são orientações inovadoras; ao contrário, são tão antigas que foram esquecidas e precisaram ser resgatadas à luz da ciência da nutrição, sob um enfoque de saúde humana, ambiental e social que não pode ser mais desconsiderado. 

 

Quando se aborda o tema de uma alimentação saudável sob a ótica da alimentação integral orgânica, o que se procura é estimular um pensamento sistêmico.  As indicações sobre um grupo de alimentos específico não remetem à ação de um só nutriente ou de um alimento com funções superlativas, separado de toda a dieta.

 

Ao restringir ou estimular o consumo de um alimento deve-se pensar no equilíbrio da alimentação, na origem e na forma de produção dos alimentos e no equilíbrio quantitativo, variando sempre os diferentes grupos de alimentos. Enfatiza-se, ainda, a necessidade de pensar em saúde holisticamente, a partir de formas saudáveis de lazer, de trabalhar, de amar, de exercitar-se, de respirar, além de se alimentar.

As pesquisas reducionistas que avaliam determinado nutriente e sua ação específica no organismo, sem avaliar a dieta e a qualidade de vida como um todo, têm conduzido a muitos erros dietéticos dentro da ciência da nutrição. 

 

Alguns alimentos orgânicos não são facilmente disponíveis no mercado. Já existem muitos grãos, frutas e principalmente verduras orgânicas, mas em termos de produtos de origem animal, leite e derivados, ovos, carnes e frangos há pouca oferta.

 

Também constituem uma lacuna para o consumidor os alimentos integrais orgânicos processados, como compotas, sopas, cereais pré-cozidos, massas, bolachas, óleos pressurizados a frio, sucos, entre outros.  Essa carência deve estimular o consumidor a exigir produtos de qualidade e incentivar a sua produção, para disciplinar o mercado e o marketing dos alimentos e para apoiar políticas públicas em favor da agricultura familiar orgânica, tornando-se um consumidor mais consciente e atuante e fazendo da alimentação um ato político, além de um ato de prazer e de promoção da saúde.

 

A proposta de alimentação integral orgânica não tem um caráter restritivo. O que se ressalta aqui é a necessidade de dar mais valor a um modo de comer e de viver em sintonia com os complexos conceitos de qualidade de vida e de saúde socioambiental. 

 

Fonte: http://www.portalorganico.com.br/sub/29/alimentos-integrais-organicos

 

Ilustrações: Silvana Santos