Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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DIVULGAÇÃO DA CIÊNCIA E EDUCAÇÃO AMBIENTAL ATRAVÉS DA EXPOSIÇÃO DE INSETOS AQUÁTICOS NO MUSEU DO INSTITUTO BIOLÓGICO
SCIENCE DISSEMINATION AND ENVIRONMENTAL EDUCATION THROUGH EXHIBITION OF AQUATIC INSECTS AT INSTITUTO BIOLÓGICO MUSEUM
Caroline Alves dos Santos, Mestre em Sanidade, Segurança Alimentar e Ambiental no Agronegócio, Pós Graduação do Instituto Biológico, caroline_5203@hotmail.com
Gisele dos Santos Souza, Licenciada em Química, Instituto Biológico, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, gisa_vedder@hotmail.com
Regina Cristina Batista Ferreira, Química, Instituto Biológico, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, reginacbf@ig.com.br
Luiz Carlos Luchini, Doutor em Química, Instituto Biológico, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo,
Harumi Hojo, Engenheira Agrônoma, Instituto Biológico, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, hojo@biologico.sp.gov.br
Eliane Vieira, Doutora em Agronomia, Instituto Biológico, Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios, Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, vieiraeliane@biologico.sp.gov.br
Autor para correspondência Eliane Vieira, vieiraeliane@biologico.sp.gov.br Instituto Biológico Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 1252, Vila Mariana, São Paulo-SP, CEP 04014-002
RESUMO
A divulgação da ciência e a educação ambiental deveriam estar fortemente inseridas no currículo escolar, entretanto ambos os tópicos ainda são um desafio para professores e escolas. Espaços não formais de educação como os museus de ciência e tecnologia já atuam divulgando a ciência. A utilização destes espaços para ampliar o acesso da ciência a população e ao mesmo tempo promover projetos de educação ambiental é uma alternativa a deficiência destas informações no ambiente escolar. Uma exposição de insetos bioindicadores da qualidade da água foi feita para ser exposta no Museu do Instituto Biológico com o objetivo de desenvolver uma atividade de educação ambiental e divulgar a ciência. A mostra foi exposta na semana da água de 2014 e mostrou a importância da qualidade da água para a biodiversidade dos rios e córregos.
Palavras-chave: biomonitoramento, bioindicadores, educação não formal.
ABSTRACT
The dissemination of science and environmental education should be strongly inserted in schools curriculums, although both topics are still a challenge for teachers and schools. Non-formal spaces of education such as science and technology museums already work disseminating science. The use of these spaces to expand access of science to the population while promoting environmental education projects is an alternative to this deficiency in the school space. An exposition of bioindicators insects of quality water was made at Instituto Biológico Museum in order to develop an environmental education activity and disseminate science. The exhibition was made during the water week of 2014 and it showed the importance of water quality for the biodiversity of rivers and streams.
Key-words: biomonitoring, biomarkers, non-formal education.
1. INTRODUÇÃO
Aumentar o interesse pela ciência entre crianças e adolescentes deve ser um dos objetivos da educação, pois é o meio mais fácil e eficaz de popularização da ciência. Nas escolas públicas existe uma carência de práticas em educação científica. A comunidade científica também tem um papel importante neste tema, e deve procurar diminuir o distanciamento entre a pesquisa e a sociedade. Espaços formais e não formais de educação devem tornar a ciência acessível a todos. Museus de Ciência e Tecnologia já tem uma importante atuação neste tema, visto que tem como missão a divulgação da ciência. Segundo Germano e Kulesza (2007) a criação do Sistema Brasileiro de Museus foi uma iniciativa voltada para a concretização de ações no campo da popularização da ciência e tecnologia. O Plano Nacional Setorial de Museus (2010) tem como objetivo fomentar o desenvolvimento de ações educativas para que estas atuem como instrumentos de transformação e inclusão social, e ainda promover os conteúdos dos museus como ferramentas educativas. A educação ambiental é um tema que ainda não está rotineiramente inserido no ambiente de crianças e adolescentes, e mesmo nas escolas quando presente está relegado a temas como lixo, reciclagem e consumo exagerado. A recente crise hídrica pela qual vem passando o país levou este assunto a ser discutido em sala de aula, porém muito mais na forma de disponibilidade do que de qualidade da água. A lei Federal 9795 de 1999 define educação ambiental como os “processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente”. Segundo esta mesma lei a educação ambiental deve estar presente em todos os níveis do processo educativo, em caráter formal e não formal e um dos objetivos fundamentais da educação ambiental é a garantia de democratização das informações ambientais. Para Ferreira (2013) a educação ambiental quando praticada no ambiente escolar pode permitir a ocorrência de novos métodos de aprendizagens para a construção de uma cultura que favoreça a formação de atitudes ecológicas, em direção à responsabilidade ética e social. A verdadeira mudança educacional é um processo que exige um empenho por parte dos professores para superar as limitações que são impostas pela realidade profissional destes trabalhadores. Este trabalho uniu dois temas, a
divulgação da ciência e a educação ambiental utilizando como foco a qualidade
da água. Insetos aquáticos são utilizados como bioindicadores da qualidade da
água porque vivem toda ou parte de seu ciclo de vida dentro dos ambientes
aquáticos, podem ser vistos sem auxilio de um microscópio, possuem um tempo de
vida longo o suficiente para verificarem-se mudanças no ecossistema e possuem
diferentes tolerâncias a contaminações (SPRINGER, 2010). Nos ambientes
aquáticos os insetos são o grupo mais numeroso, sendo representados por
besouros, libélulas, moscas, entre outros organismos. O objetivo deste trabalho foi montar
uma exposição de insetos aquáticos indicadores da qualidade da água para
exibição no Museu do Instituto Biológico em São Paulo e assim criar uma
atividade de educação ambiental e divulgar a ciência. O Museu do Instituto
Biológico foi criado em 2004 e está no cadastro do Portal do Instituto Brasileiro
de Museus (IBRAM, 2014) e desde 2010 abriga em seu interior a temática “Planeta
Inseto” com o objetivo de divulgar de forma lúdica e interativa os diversos
aspectos e a importância dos insetos para o ecossistema e o quanto estes estão
presentes no cotidiano das pessoas. Possuí desde 2011 a certificação ISO 9001
para a divulgação científica e cultural em entomologia. É considerado o único
zoológico de insetos do Brasil, cadastrado no IBAMA e Secretaria do Meio
Ambiente do Estado de São Paulo (INSTITUTO BIOLÓGICO, 2015). 2. Material e Métodos Trinta e seis insetos aquáticos
coletados na Bacia Hidrográfica do rio Jacaré Pepira Mirim em Brotas (SP)
foram triados e identificados até o nível de família (Tabela 1), conservados em
álcool 100% e caracterizados com placas de identificação (Figura 1). A
exposição foi apresentada entre os dias 24 a 28 de março de 2014 para 178
estudantes de escolas da cidade de São Paulo com idades entre 3 a 8 anos e 47
professores da rede pública de ensino do interior do estado de São Paulo que
visitaram o Museu do Instituto Biológico. Um pôster ilustrativo foi
confeccionado qualificando os insetos de acordo com a tolerância a
contaminações: insetos de águas de qualidade excelente, boa, regular e ruim
(Figura 2). A qualificação do nível de tolerância dos insetos foi adaptada da
pontuação atribuída por Junqueira et al. (2000) a cada um dos organismos.
Durante a apresentação da exposição os visitantes receberam explicações sobre a
importância dos ecossistemas aquáticos para sobrevivência dos seres vivos, além
de informações sobre o uso de insetos como indicadores da qualidade dos
ecossistemas aquáticos. Foi explicado que todos os insetos podem viver em água
de qualidade excelente e que nestas condições a diversidade das espécies é
maior, e que a contaminação dos recursos hídricos leva ao desaparecimento de
muitas espécies. Tabela 1. Insetos aquáticos expostos no Museu do Instituto Biológico.
3. Resultados e Discussão
O público do Museu do Instituto
Biológico são alunos da pré-escola, ensino fundamental e médio. No período da
apresentação desse projeto, foram atendidos alunos da pré-escola e a abordagem
de qualquer tema com alunos nesta fase se da de forma simplificada, visto que a
utilização da lógica é mais complexa (NAAEE, 2010). A discussão sobre a
exposição baseou-se principalmente sobre a quantidade de insetos que vivem nos
rios, o papel destes organismos dentro dos ecossistemas aquáticos, porém com a
utilização de termos compreensíveis para esta fase.
Figura 1. Exemplar exposto no museu Os alunos, apesar da pouca idade,
demonstraram um grande interesse no trabalho apresentado. Entretanto, foi
observado que talvez uma exposição mais interativa com ilustrações e jogos com
associações ou atividades diferentes manteria o interesse da criança por mais
tempo e poderia ajudar na fixação de conceitos. Crianças nesta idade são ativas
e questionadoras e é importante incentivar a consciência para questões
ambientais já que, a maioria das atitudes é formada nas primeiras fases da vida
e por isso a necessidade de introduzir a educação ambiental no dia a dia deste
grupo (NAAEE, 2010). As atitudes e conexões com a
natureza começam a se estabelecer na pré-escola e apesar de não ser possível
introduzir temas complexos, o respeito pela natureza e seres vivos deve ser
discutido. A palavra biodiversidade não foi utilizada no decorrer da
explicação, entretanto frisou-se a importância de não jogarmos lixo no chão
para que este lixo não vá parar nos rios e córregos e assim matar os diferentes
organismos vivos que lá habitam. Além disso, falou-se um pouco sobre o papel
que os insetos desempenham no planeta e da sua importância na cadeia alimentar.
Foi observado que não só os alunos
tiveram dificuldades em estabelecer a importância dos insetos para os
ecossistemas aquáticos, mas também os professores, uma vez que as questões
levantadas no decorrer da exposição não foram completamente respondidas. O
desconhecimento por parte dos alunos e professores reforça o distanciamento que
há entre a ciência e a sociedade, além disso, pode ser atribuída ao conteúdo do
currículo escolar que não prioriza o tema. O Museu do Instituto Biológico não
cobra ingresso dos visitantes, mesmo assim não houve visitação ao museu de
escolas públicas no período da exposição. O acesso à educação de
qualidade deve ser garantido a todas as crianças e adolescentes em idade
escolar, tanto no ensino privado quanto no público. A abordagem de questões
referentes ao ambiente deve ser abordada no ensino básico tendo como objetivo
estimular o interesse nestes estudantes por este tema a fim de desenvolver
cidadãos conscientes. A jornalista Miriam Duailibi (2006)
no prefácio à edição brasileira do livro Alfabetização Ecológica: a educação
das crianças para um mundo sustentável, diz que é importante refletirmos sobre
a estreita relação entre exclusão social e degradação ambiental no contexto dos
lugares onde as populações mais pobres vivem. É importante enfatizar que além
dos mais pobres muitas vezes viverem em áreas degradadas e de risco, ainda
existe a falta de acesso de crianças e adolescentes a uma educação de
qualidade, agravando ainda mais o fator de exclusão social.
Figura 2. Pôster confeccionado para o museu com
insetos bioindicadores da qualidade O uso de insetos aquáticos na educação ambiental
tem sido utilizado por outros pesquisadores em atividades formais e não formais
de educação (SPRINGER, 2010; OLIVEIRA et. al., 2011). O tema é fácil de ser
discutido já que todos convivem com os insetos rotineiramente. Oliveira e
colaboradores (2011) em um trabalho com alunos de uma escola rural de Minas
Gerais entre sete e treze anos observaram que os alunos foram capazes de
identificar estes organismos até o nível de Ordem. Este tipo de programa é
inserido mais facilmente em ambientes rurais do que em urbanos, já que a
distância das cidades a rios e córregos de qualidade dificulta a aplicação
deste tido de atividade. A exposição do tema no Museu do Instituto
Biológico teve como objetivo levar um pouco de conhecimento aos estudantes que
vivem em área urbana da importância dos organismos aquáticos como indicadores
da qualidade da água. A educação ambiental em espaço urbano ainda é um desafio
para os educadores. Alunos da rede particular de ensino têm mais oportunidades
de aprendizado, como foi possível observar neste trabalho. Não só a escola, mas
também os meios de educação não formais exercem um importante papel na
construção de valores ambientais, uma vez que muitos alunos não tem uma
educação sobre o tema dentro de suas casas e muitas vezes o papel da escola é
deficiente nesta questão. A linguagem de apresentação para os professores
foi diferente já que é possível falar sobre comunidades, populações e
interações espaciais com este público. A exposição montada é mais adequada a um
público a partir do ensino fundamental II, uma vez que estes têm noções de
ecologia e classificam organismos vivos na disciplina de ciências. Os autores
desconhecem a existência de treinamento dos professores especificamente para o
tema educação ambiental. Sabe-se que as diferentes licenciaturas devem ter este
tópico em seus currículos, visto que a educação ambiental é considerada um tema
transdisciplinar. Entretanto observa-se que apesar do conhecimento básico ainda
existe uma grande dificuldade em utilizar este tipo de atividade em atividades
de educação ambiental. Programas de educação ambiental como parte do
treinamento dos professores pode facilitar a inclusão deste tema no ambiente
escolar. A educação ambiental pode complementar a abordagem disciplinar
obrigatória de várias disciplinas. Questões sobre a importância e extinção das
espécies, regiões que mais perdem espécies, relação do aumento populacional com
a degradação do ambiente podem envolver facilmente as disciplinas de ciências,
geografia, matemática e artes. A educação ambiental exige que o aluno seja um
participante ativo do aprendizado (MARCATTO, 2002; DEREVENSKAIA, 2014;
MINGAZOVA, 2014), já que “o objetivo da educação ambiental é desenvolver uma
população que é consciente e preocupada com o ambiente e os problemas a ele
associados e que tem o conhecimento, habilidades, atitudes, motivação e
comprometimento para trabalhar individual e coletivamente para buscar soluções
dos problemas atuais e prevenir novos problemas” (UNESCO/PNUMA,
1975). Para este objetivo ser alcançado o primeiro passo é que toda população
tenha acesso à informação. A educação ambiental
ainda é um tema novo em nossa sociedade, somente após a Convenção de Estocolmo
em 1972 (ONU, 1972) o tema foi disseminado, principalmente para os educadores.
No Brasil, este processo foi ainda mais lento, já que somente após a
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento em 1992 no
Rio de Janeiro é que a população não científica e não engajada nos movimentos
populares começou a discutir sobre o assunto. Mesmo países desenvolvidos como os Estados
Unidos tiveram que criar estratégias para disseminação da educação ambiental
(EPA, 2015). Em 2010 a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA)
criou uma parceria com a Universidade de Cornell com o objetivo de criar
treinamentos em educação ambiental para os educadores dos Estados Unidos,
Canadá e México, este tipo de parcerias são formadas desde 1992. Espaços não formais de
educação podem ser mais utilizados para atividades de popularização da ciência
e educação ambiental. Museus e zoológicos, apesar de não serem espaços formais
de educação são ambientes que muitas vezes por sua natureza proporcionam este
tipo de atividade mesmo que não seja o objetivo principal de sua existência, e
são ambientes que podem ser utilizados por educadores ambientais com o intuito
de propagar a atividade. Segundo Hass (2006), professores estão tentando
descobrir como educar crianças e adolescentes de maneiras mais criativas,
entretanto isto já ocorre fora dos espaços formais de educação, nos programas
de educação de parques e museus. A exposição dos insetos aquáticos no museu do
Instituto Biológico surgiu de uma dissertação de mestrado, cujo objetivo
foi avaliar a qualidade da água na Bacia do Rio Jacaré Pepira Mirim em
Brotas, SP (SANTOS, 2015). A exposição foi montada com macroinvertebrados
aquáticos coletados nesta bacia. A partir dos resultados foi possível montar uma
exposição de insetos para uma população não cientifica de modo a discutir a
importância destes organismos como indicadores da qualidade da água. O programa
foi utilizado não só para criar cidadãos ambientalmente conscientes, mas também
para tirar a ciência do laboratório e levar até o cidadão. Muitas dissertações
de mestrado e teses de doutorado também poderiam chegar à população de uma
forma menos cientifica e mais acessível, e espaços não formais como museus
poderiam ser usados para estas atividades. Programas de educação
ambiental em espaços não formais são difíceis de serem medidos, uma vez que a
transmissão do conteúdo aos visitantes é feita de forma pontual não havendo um
convívio continuo semelhante ao dia a dia escolar. Esta situação impossibilita
uma avaliação por parte dos autores da eficácia do conteúdo aplicado neste
programa entretanto, não minimiza a importância do emprego deste tipo de
iniciativa. A ciência e a
tecnologia, como qualquer outra produção cultural, é patrimônio da humanidade
(GERMANO E KULESZA, 2007), logo todos devem ter acesso garantido. A educação
ambiental é tema obrigatório no currículo escolar dos brasileiros (BRASIL,
1999). A temática deste trabalho permitiu que fosse possível unir duas
atividades em conjunto, divulgação da ciência e educação ambiental, mas ainda é
necessário avançarmos muito nesta questão para que a ciência seja popularizada,
tornando-se acessível a toda a sociedade. A educação ambiental não
vai apagar o prejuízo de anos de práticas abusivas causadas ao meio
ambiente, entretanto ela pode servir para criar cidadãos mais conscientes e por
isso exige o comprometimento de todos, para que assim as crianças e jovens de
hoje possam ter no futuro um planeta menos degradado. O ambiente escolar
é muito importante neste processo, mas enquanto as escolas não forem capazes de
transmitir o conhecimento igualmente a todos os alunos, e os museus forem
frequentados somente por uma parcela da população não poderemos dizer que a
ciência está sendo popularizada. 4. CONCLUSÕES Espaços não formais de educação como
museus podem ser facilmente utilizados para programas de educação ambiental e
divulgação da ciência. Estes espaços podem servir de ferramenta para o ensino
levando aos estudantes questões importantes relacionadas ao meio em que vivem,
além de proporcionar aos alunos a oportunidade de conhecer a área científica. 5. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem ao Museu do
Instituto Biológico de São Paulo por ter permitido a exposição. Ao CNPq Pc
406304/2013-0 pelo financiamento do projeto e a Agência Internacional de
Energia Atômica Projeto RLA 7019 pelos
treinamentos em biomonitoramento. 6. REFERÊNCIAS BRASIL. LEI No 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Diário Oficial, Brasília, DF, 27 abr. 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 03 Mai. 2015.
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