Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Práticas de Educação Ambiental
11/03/2017 (Nº 59) A INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA DISCUSSÃO SOBRE O ANTROPOCENO
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A INSERÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA DISCUSSÃO SOBRE O ANTROPOCENO

 

Deborah Dias Matos;

Angelita Pereira Rodrigues;

Regiane Carvalho Lima;

Alunas da Pós-Graduação em

Educação Ambiental para Sustentabilidade

do Centro Universitário Senac-Santo Amaro, São Paulo-SP

 

Valdir Lamim-Guedes

Docente da Pós-Graduação em

Educação Ambiental para Sustentabilidade

do Centro Universitário Senac-Santo Amaro, São Paulo-SP

 

Resumo: O conceito de antropoceno está baseado no processo de modificação da natureza. As diferentes conceituações do termo indicam em seu significado um processo de transformação da natureza realizado em grande parte pela espécie humana. E tais transformações tem potencial de alterar profundamente a organização do planeta assim como o fizeram os grandes eventos que marcam o final e o início de uma nova era geológica. Neste texto,a partir da apresentação deste conceito, tratamos da problemática socioambiental que está relacionada a este. A seguir, tratamos da educação ambiental e de sua inserção neste debate. Por fim, propomos atividades focadas no conceito de antropoceno. Objetiva-se com este texto apresentar conceitos e propor formas de problematizá-los em ações de educação ambiental, sendo que as propostas não são apresentadas como fechadas, mas como ideias iniciais para que os educadores se inspirarem e modificarem conforme a sua realidade.

Palavras-chave: crise ambiental; crise civilizatória; degradação ambiental;

Antropoceno

A situação atual caracterizada por diversos e graves problemas ambientais, como poluição, esgotamento de recursos naturais, perda de biodiversidade, mudanças climáticas entre outros problemas, tem sido nomeada de crise ambiental. Em termos ecológicos, “qualquer espécie extrai recursos do meio e gera dejetos. Quando a extração de recursos ou a geração de dejetos é maior do que a capacidade do ecossistema de reproduzi-los ou recicla-los, estamos frente à depredação e/ou poluição, as duas manifestações de uma crise ambiental” (FOLADORI, 1999, p. 31). Este conceito foi adotado pelo movimento ambientalista nas décadas de 1960-1970 para caracterizar e denunciar a situação de degradação dos recursos naturais, o aumento da poluição de diferentes formas e devido à percepção de que não seriam problemas isolados, mas correlacionados. A solução para tal crise ambiental requer um conjunto de ações para minimizar o impacto do homem no planeta, evitando ações que impactam a própria humanidade.

Porém, a superação dos problemas socioambientais acarretados pela crise ambiental exigirá mudanças profundas na atual concepção de mundo, de natureza, de poder e de bem-estar, tendo por base novos valores individuais e sociais. Portanto, afirma-se que o momento atual é caracterizado por uma crise civilizatória (PORTO-GONÇALVES, 2013). A resposta a tal crise está além da “sustentabilidade de mercado” (LIMA, 2003, p. 106), passando por um maior comprometimento crítico com as questões pertinentes à situação, buscando um processo emancipatório e autonomia para os cidadãos. Conforme Capra,

 

As últimas duas décadas de nosso século vêm registrando um estado de profunda crise mundial. É uma crise complexa, multidimensional, cujas facetas afetam todos os aspectos de nossa vida – a saúde e o modo de vida, a qualidade do meio ambiente e das relações sociais, da economia, tecnologia e política. É uma crise de dimensões intelectuais, morais e espirituais; uma crise de escala e premência sem precedentes em toda a história da humanidade. Pela primeira vez, temos que nos defrontar com a real ameaça de extinção da raça humana e de toda a vida no planeta (2006, p.19).

 

Proposto em 2002, pelo químico holandês Paul Crutzen, o termo antropoceno tem a proposta de abarcar reflexões sobre um novo período da história geológica da Terra, em que as transformações significativas que estão acontecendo no planeta têm sua origem nas ações humanas e tais alterações tem o potencial de alterar profundamente alguns processos naturais pelos próximos milhões de anos (ARAIA, 2011).

O conceito de antropoceno está baseado no processo de modificação da natureza. As diferentes conceituações do termo indicam em seu significado um processo de transformação da natureza realizado em grande parte pela espécie humana. E tais transformações tem potencial de alterar profundamente a organização do planeta assim como o fizeram os grandes eventos que marcam o final e o início de uma nova era geológica. Alterações que há milhões de anos eram observadas somente por processos naturais, hoje são reflexo da intervenção humana no planeta:

 

Os sinais biológicos e químicos deixados por humanos – invisíveis, intangíveis ou em nosso dia-a-dia – podem deixar um sinal mais profundo que as estruturas físicas das grandes cidades do mundo. Assim, a dissolução de CO2 atmosférico nos oceanos está aumentando sua acidez. Uma queda significativa do pH oceânico já ocorreu e futuras quedas são quase certas. A resposta biológica é complexa, mas estressará muitos animais calcificantes como corais ou plânctons marinhos que formam a base de muitas cadeias alimentares. A acidificação dos oceanos por si só pode mudar substancialmente ecossistemas marinhos ao longo do próximo século, contribuir para diminuição da biodiversidade global e produzir, assim, um evento distinto no registro fóssil futuro (ZALASIEWICZet. al., 2011, p. 836).

 

Essa mudança na paisagem não é recente e uma das linhas de embasamento deste conceito aponta que, na história evolutiva da espécie humana, desde o surgimento do Homo habilis, as pessoas têm modificado a Terra. É importante ressaltar que a influência humana do homem no planeta dependeu em grande parte de um dos momentos de extinção de espécies pelo qual o planeta passou, onde a “megafauna” deixou de existir e abriu possibilidades para o desenvolvimento do humano moderno (ZALASIEWICZ et. al., 2011).

A influência humana no planeta tem consequências no aumento da concentração de gás carbônico (CO) na atmosfera, que passou de 280 ppm na era pré-industrial para 399 ppm em 2015, valor nunca antes registrado no decorrer dos últimos 800 mil anos (ARTAXO, 2014). A alta concentração de CO, proveniente principalmente de indústrias, dos veículos, desmatamento e queimadas, foi um dos principais fatores responsáveis pela elevação da temperatura média da atmosfera do planeta em mais de 2 graus centigrados (IPCC, 2014; NOBRE et al. 2007). Junto a este aumento da concentração de CO, constatou-se uma mudança no regime de chuvas (NOBRE et al., 2007), o que traz profundas mudanças na disponibilidade dos reservatórios de água utilizados para abastecimento da população, sobretudo a urbana.

De forma geral, é possível identificar o caráter complexo deste impacto, ao ter o potencial de afetar não somente o ecossistema oceânico no presente, mas toda a vida na Terra também no futuro. Esse pensamento complexo e interdependente é um dos campos de discussão dentro da Educação Ambiental (EA).

 

Educação Ambiental e a “Era dos Homens”

Definições de EA estão relacionadas à distintas correntes e se mantém em constante discussão e em contínua construção, neste cenário de um conceito polissêmico, optamos por trazer o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global (FÓRUM GLOBAL DAS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS, 1992) que apresenta uma definição interessante ao identificar o potencial transformador da EA por meio da criação de sociedades mais justas, igualitárias, conscientes dos problemas que os atuais padrões de desenvolvimento podem causar e competentes para a resolução de tais problemas:

 

Consideramos que a educação ambiental para uma sustentabilidade equitativa é um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida. Tal educação afirma valores e ações que contribuem para a transformação humana e social e para a preservação ecológica. Ela estimula a formação de sociedades socialmente justas e ecologicamente equilibradas, que conservam entre si relação de interdependência e diversidade. Isto requer responsabilidade individual e coletiva em nível local, nacional e planetário (FÓRUM GLOBAL DAS ORGANIZAÇÕES NÃO GOVERNAMENTAIS, 1992).

 

Apesar dos objetivos da EA serem amplos e sua metodologia prezar pela transdisciplinaridade, é preciso entender a importância do processo educativo em si. A educação deve em suas propostas representar o caminho para que o indivíduo possa se desenvolver de forma holística, tratando o saber como um só, prezando pelo crescimento físico, intelectual e emocional, como já se observa nas teorias dos pensadores da Escola Nova1. A educação constitui-se como um processo social em que a vida deve ser entendida como o próprio processo educativo. Dessa forma, a observação, experimentação e formulação de hipóteses deve ser um processo coletivo, colaborativo e que extrapole a compartimentalização dos saberes (MATOS; MATOS, 2012). Nesta discussão, podem-se agregar as visões de Bonotto (2008), em que a cognição e a afetividade estão presentes como subsídio da educação em valores, entendendo a importância de não se separar a razão da emoção dentro do processo educativo, e de Makiguti (2004), que considera a vida humana como um processo de criação de valores. Desta maneira, pensar sobre a forma como esses valores serão incorporados à prática educativa significa criar um sistema educacional que tenha sentido para o ser humano.

 

O ser humano não presta atenção ao que não tenha alguma relação consigo, chegando ao ponto de ignorá-lo. Somente aquilo que produz algum efeito sobre o homem é percebido e adquire um sentido de proximidade pessoal. Quanto maior sua importância para a vida do indivíduo, menos este pode ignorá-lo (MAKIGUTI, 2004, p. 73).

 

Em vista disso, a educação quando desenvolvida em sua plenitude, não dispensaria, então, a existência de diferentes categorias de educação? Nesta perspectiva, esta educação não seria capaz de dar conta desta diversidade e complexidade característica da espécie humana, deixando de ser necessária a educação inclusiva, a educação social, a educação popular e, até mesmo, a educação ambiental? Considerando a discussão sobre a não divisão dos saberes, talvez haja algum sentido em considerar essa unificação do processo educativo.

O caminho a ser seguido depende em parte das condições do próprio meio, mas depende principalmente das escolhas que faremos daqui para frente em relação ao impacto gerado pelos processos antrópicos. Neste ponto, entender a relação entre a educação ambiental e o antropoceno está ligado diretamente à compreensão da relação do ser humano com o planeta. Atualmente, essa relação coloca o homem como centro do processo e não como parte dele. O meio e os recursos naturais são vistos como commodities à disposição dos desejos de consumo das pessoas, sem a real compreensão do processo predatório e impactante que a exploração de tais bens causa ao planeta. Seres vivos que não apresentam benefício direto ao modo atual de vida da sociedade são encarados como empecilhos ao progresso. Retirar mais do que o planeta pode repor parece ser insignificante a máquina do consumo, desde que o mercado não seja afetado. Mesmo que o termo antropoceno ainda não seja amplamente utilizado, é uma reflexão que nos provoca a enxergar que esta época traz grandes desafios e a oportunidade de se criar um processo de transformação e adaptação para que o homem se enxergue cada vez mais protagonista de um processo complexo de alteração do ambiente, agindo de forma mais consciente, dinâmica e sustentável.

Martini (2011) propõe a necessidade da convivência equilibrada e enfatiza que os seres humanos não representam o “topo do processo da evolução” (como se existisse algo nesse sentido) e que a natureza não existe exclusivamente para servir a humanidade. Para esse convívio em equilíbrio, Jacobi (2014) caracteriza a educação como uma das soluções para estabilizar o sistema planetário e promover a integridade dos seres que o habitam, considerando atitudes sustentáveis, ética e comportamentos como alternativas dessa educação. Nesse âmbito, Morin (2000) contribui com os sete saberes necessários à educação do futuro, propondo transformação na educação:

·         As cegueiras do conhecimento (excesso de conhecimento pode deixar cego, impedindo de praticar o óbvio);

·         Princípios do conhecimento pertinente (pensar global e agir local);

·         Ensinar a condição humana (é preciso recuperar a humanidade quase perdida);

·         Ensinar a identidade terrena (somos cidadãos planetários, devemos cuidar);

·         Enfrentar as incertezas (o futuro muda os conhecimentos de hoje);

·         Ensinar a compreensão (saber os “porquês”);

·         A ética do gênero humano (praticar a alteridade).

Esses saberes representam as sete lições de como transformar os seres humanos e as atitudes antrópicas. Morin coloca-se contra o método tradicional e conteudista, defendendo a visão da educação como um tecido, fazendo uma analogia à transdisciplinaridade, para que desde criança, haja a compreensão que o meio ambiente (ou as questões socioambientais) está diretamente relacionado com diversas dimensões: geográficas, históricas, sociais, ecológicas, políticas, econômicas, tecnológicas entre outras. Carvalho (2012) compartilha dessa perspectiva, descrevendo que a educação ambiental acontece como parte da educação humana, e que é necessário repensar nosso olhar sobre as relações entre sociedade e a natureza. A presença humana na natureza por ser desagregadora, não necessariamente deve ser considerada o “câncer do planeta”, mas essa presença deve e pode ser sustentável, propiciando relação de sociobiodiversidade e contribuindo com ações de sujeito ecológico.

Através da educação ambiental, podemos compreender o papel de cada um, nas mudanças que ocorrem no planeta, entendendo o Antropoceno como resultado de ações coletivas e individuais ao longo dos anos e, por exemplo, adotando a escala da interferência humana criada pelo pesquisador e educador canadense Pierre Dansereau (1911-2011) como forma de análise (OLIVEIRA et al., 2016). A apropriação deste entendimento contribui com alternativas para minimizar os efeitos das ações humanas, pensando em soluções sustentáveis (não apenas tecnológicas, mas comportamentais e políticas) que possam ser adotadas no nosso cotidiano. Contudo, a percepção de que cada pessoa tem uma parcela de culpa na existência da crise ambiental/civilizatória e tem papéis a serem cumpridos visando, pelo menos, minimizar os seus impactos, não pode cair em um discurso vago “cada um tem que fazer a sua parte”, como se todas estas partes fossem iguais. O cálculo da pegada ecológica, por exemplo, permite-nos perceber que há uma grande diferença entre a degradação causada por ricos e pobres (LAMIM-GUEDES, 2011). Assim, temas como justiça socioambiental, igualdade, distribuição de renda, são temas ainda atuais, mesmo no contexto do Antropoceno, que diz respeito ao planeta como um todo.

Vilches et al. (2008) detalham propostas de ações aplicadas em oficinas estudantis, que podem contribuir para estabilidade do período Antropoceno:

·         Reduzir consumo de água, energia na iluminação, no aquecimento, na refrigeração, nos transportes, nos eletrodomésticos;

·         Reduzir consumo energético de alimentos, de uso de papel;

·         Recusar o consumismo; Reutilizar papel, água;

·         Utilizar produtos recicláveis;

·         Favorecer a reutilização de roupas, brinquedos, computadores;

·         Reabilitar as casas; Reciclar;

·         Utilizar tecnologias que respeitem o meio ambiente e as pessoas (princípio da precaução);

·         Contribuir para a educação e ações de cidadania;

·         Ajudar a conceber medidas para a sustentabilidade como uma melhoria que garanta o futuro de todos e não como uma limitação;

·         Participar de ações sociopolíticas para a sustentabilidade;

·         Respeitar a legislação de proteção ao meio ambiente para defesa da biodiversidade;

·         Denunciar os delitos ecológicos;

·         Respeitar os Direitos Humanos;

·         Promover comércio justo;

·         Compensar as repercussões negativas dos nossos atos.

Compreendendo a relevância e realizando essas ações, é possível que o Antropoceno possa deixar de ser um período caracterizado pela degradação antrópica, convertendo-se a uma era para um futuro sustentável. Pollack (2011) compartilha dessa ideia positiva, citando que a ação individual de cada pessoa, pode parecer inútil diante de um problema tão sério e tão imenso, mas a multiplicação de ações das bilhões de pessoas do mundo pode fazer de fato a diferença.

Por fim, a educação ambiental hoje é um dos caminhos possíveis para entender essa nova época, sendo uma estratégia transversal a qualquer projeto educativo que tenha por objetivo leitura da realidade e de mundo e a transformação ativa da sociedade. Diante do exposto, nossa espécie necessita perceber-se e se compreender como um integrante da natureza e não como um ser a parte, como mencionado por Muceline Bellini (2008). Só assim conseguiremos agir para que possamos melhorar nossa qualidade de vida e das gerações futuras.

 

Propostas de atividades

Objetiva-se com estas propostas de atividades apresentar conceitos e propor formas de problematizá-los em ações de educação ambiental, sendo que as propostas não são devem encaradas como fechadas, mas como ideias iniciais para que os educadores se inspirem e modifiquem conforme realidade particular deste.

 

1) Produção textual sobre o antropoceno

O educador pode propor aos alunos uma produção textual com o tema Antropoceno. Sugerimos que, inicialmente, sejam trabalhados alguns textos para uma compreensão deste conceito. Alguns textos contextualizadores disponíveis na internet são: Uma nova época na história geológica da Terra? (SUL, 2016); Antropoceno: A época da humanidade? (MARTINI; RIBEIRO, 2011); O Antropoceno (CRUTZEN; STOERMER, 2000); Nós, humanos, criamos uma nova época geológica (COSTA, 2016);Uma nova era geológica em nosso planeta: o antropoceno? (ARTAXO, 2014); e O Antropoceno: o ser humano como o grande agressor de Leonardo Boff (2012).

A sequência na atividade pode ser um debate com toda a turma e depois a produção textual individuamente. Alternativamente, pode-se trabalhar com grupos para a produção textual. Após os textos prontos, pode-se propor que alguns alunos leiam os seus textos em voz alta ou que sejam afixados em murais. Pode-se também realizar a correção cruzada dos textos (um aluno lê o texto de outro e dá um parecer).

 

2) Construção de uma Hemeroteca

Hemeroteca (do grego heméra, que significa "dia", mais théke, que significa "depósito" ou "coleção"), refere-se a qualquer coleção ou conjunto organizado de periódicos (jornais e/ou revistas). Assim, pode-se propor aos alunos que busquem notícias sobre o antropoceno, a hemeroteca pode ser construída individualmente ou em conjunto. Uma forma de usá-la para fins pedagógicos por professores de língua portuguesa é pedir que os alunos façam resumos de 4 a 5 linhas sobre o tema. Este é um exercício para interpretação de texto e favorece a compreensão da diversidade de opiniões em jornais e revistas, contribuindo para a alfabetização midiatica dos alunos.

A hemeroteca pode contribuir para a realização da atividade 1.

 

3) Gincana para determinar o ponto de início do antropoceno

As gincanas são uma forma de gameficação das ações educativas. A gamificação tem como “base a ação de se pensar como em um jogo, utilizando as sistemáticas e mecânicas do ato de jogar em um contexto fora de jogo” (BUSARELLO; ULBRICHT; FADEL, 2014, p. 15).Pode-se organizá-la ocupando o tempo de algumas aulas e combinando a obtenção de informações sobre o conceito de antropoceno com a discussão sobre a validade do novo conceito e sobre o ponto de início.

Para uma melhor comprensão da discussão sobre o marco de início do antropoceno, reproduziremos um trecho do artigo de Oliveira et al. (2016, s.p.):

 

“A expansão da humanidade, tanto em números quanto em exploração per capita dos recursos da Terra, tem sido impressionante” (CRUTZEN; STOERMER, 2000). Neste sentido, a proposta desta nova época se baseia nas observações sobre as mudanças causadas pelo homem sobre o ambiente obtidas a partir de diversas evidências geológicas e biológicas que retratam o grande impacto humano na história recente do planeta. Mudanças reais na biota (a chamada crise de perda de biodiversidade), na sedimentação e na geoquímica do planeta tem sido extensamente documentadas por cientistas. Desde o início da Revolução Industrial, existem marcas suficientes para deixar uma assinatura estratigráfica nas camadas de rochas e sedimentos, muito distintas do Holoceno. Contudo, para que haja a separação das duas épocas, outro aspecto importante seria determinar o limite inicial do novo período, para alguns pesquisadores uma hipótese são os testes atômicos dos anos 60, que disseminaram isótopos radioativos globalmente ou o aumento das emissões de gases causados de efeitos estufa a partir do século XVIII. Mas, para que de fato o Antropoceno possa ser cunhado como uma nova época, vai depender da utilidade do termo, em particular para os geólogos (PARDINI, 2008).

No 35º. Congresso Geológico Internacional, realizado na Cidade do Cabo (África do Sul) em setembro de 2016, foi apresentado o relatório do Grupo de Trabalho do Antropoceno. Esta comissão reconheceu a validade de formalizar a fase geológica, mas a discussão sobre o ponto de início ainda se desenvolverá ao longo dos próximos três anos. 28 dos 30 membros da comissão acenaram que o registro de plutônio, devido a testes nucleares em diversas partes do mundo nos anos 1950, deva ser o ponto de início (LOPES, 2006).

 

4) Mapas Conceituais

Para alunos de ensino médio e superior, pode-se propor a confecção de mapas conceituais. Segundo Moreira (2012, p. 1),“de um modo geral, mapas conceituais, ou mapas de conceitos, são apenas diagramas indicando relações entre conceitos, ou entre palavras que usamos para representar conceitos”. Para Souza e Boruchovitch (2010),

 

O mapa conceitual é apenas um meio para se alcançar um fim. Ele pode configurar-se uma estratégia de ensino/aprendizagem ou uma ferramenta avaliativa - entre outras diversas e multifacetadas possibilidades. Todavia, não deve ser compreendido ou efetivado desligado de uma proposição teórica clara e de metas previamente estabelecidas.

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Figura 1: mapa conceitual sobre a construção de um mapa conceitual. Nunes (2010).

 

O trabalho com mapas conceituais não pode se basear na perspectiva de que há “um” mapa correto. Existem diferentes complexidades e diversas possibilidades para a constituição destes diagramas. Esta diversidade pode ser alvo das ações pedagógicas, pois a comparação entre as produções dos alunos permite compreender a diversidade de percepções sobre o antropoceno.

 

5) Exposição de fotos

O educador pode propor exposições de fotos para proporcionar uma reflexão sobre o antropoceno e a crise ambiental/civilizatória que vivemos. Desde os anos 1960, muitos cientistas passaram a perceber que diversos problemas ambientais estavam interligados, sendo que as mudanças climáticas globais estão entre estes problemas. Contudo, partimos da percepção de que a problemática ultrapassa a esfera meramente ambiental, mas se refere a questões socioambientais e resultantes domodus operandibaseado, sobretudo no capitalismo – incluindo aqui o consumismo, injustiça ambiental e as desigualdades socioeconômicas –, passou-se a considerar que existe uma crise civilizatória (sobre esta discussão, veja PORTO-GONÇALVES, 2013: sobre os conceitos de injustiça/justiça ambientais, veja LAMIM-GUEDES, 2012).

Propomos que seja incentivado aos alunos tirarem fotos com câmeras ou celulares de situações cotidianas dos locais onde moram que retratem a crise ambiental/civilizatóriaatual. As fotos podem ser de corpos d’água poluídos e/ou canalizados, congestionamentos, lixo nas ruas ou arte urbana que também denuncietais situações. A exposição pode ser um mural na escola, por exemplo, ao lado das fotos dos alunos pode-se colocar imagens de situação de outros locais, como queimadas, desmatamento, geleiras, situações representativas da situação do planeta (veja alternativas a esta atividade em OLIVEIRA et al., 2016).

 

6) Sugestões de documentários/vídeos curtos

A exibição de documentários é uma ação bastante interessante e pode ser facilmente inserida no planejamento docente, sobretudo quando eles realmente fazem parte do planejamento pedagógico. A seguir listamos alguns documentários ou vídeos curtos que podem ser usados em aulas sobre o antropoceno.

Programa Capital Natural - A Era do Antropoceno(2 vídeos de Set/2015, 55’ ao todo). Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=76gfeB1n-FI (Parte 1) e https://www.youtube.com/watch?v=YcyB31iQOrY (Parte 2).

Conexão Futura (Canal Futura) – Antropoceno (Exibido em 28 de janeiro de 2016, 14’). Disponível emhttps://www.youtube.com/watch?v=RY_U3tCze5Y e http://www.futura.org.br/conexaofutura/?s=antropoceno

Casa do Saber - Antropoceno: nossos rastros na Terra por Amâncio Friaça (Abril/2016, 2’40’’). Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=PzlijMwuzTw

FURG. Contraponto #10 - Antropoceno(13.06.2016, 2 partes, 60’). Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=iNNMv2QNtks (Bloco 1) e https://www.youtube.com/watch?v=LAMqO5TTJuQ (Bloco 2).

ClimateChange in theAnthropocene (Áudio em inglês, legendas em inglês, 2013, 70’). Disponível emhttps://www.youtube.com/watch?v=6Bjn2RGAIo0

Melodysheep e Elementa: Science of the Antropocene (Imagens, 2015, 1’42’’). Disponível emhttps://www.youtube.com/watch?v=_XtD-C-tkaQ

Planet UnderPressureconference. (Áudio em inglês, legendas em português,2012,  3’27’’). Disponível emhttps://www.youtube.com/watch?v=IFHy-lgsXLw

Material do Colóquio InternacionalOs Mil Nomes de Gaia: Do Antropoceno à Idade da Terra(Rio de Janeiro, 15 a 19 de setembro de 2014). Disponível em https://osmilnomesdegaia.eco.br/

 

7) Produção de apresentações de slides

A produção de apresentação de slides envolve diversos passos, como obter informações, organizá-las, resumi-las para que tenha pouco texto nas projeções, imagens para ilustração dos slides, desta forma, temos a possibilidade de desenvolver uma ação bastante rica com os alunos. Lamim-Guedes (2014) usou o desenvolvimento de slides com alunos de uma Organização Não Governamental de São Paulo, segundo a perspectiva das atividades baseadas na resolução de problemas. Nesta oficina, usou-se dispositivos móveis (celulares e notebooks) e computadores de mesa (desktops) para acessar a internet em busca de imagens e dados sobre problemas ambientais.Na sequência, os educandos produziram slides individualmente sobre um problema ambiental escolhido por eles e, por fim, foi realizado um debate para troca de informações entre os alunos.

A oficina foi sobre diversos problemas socioambientais escolhidos pelos alunos e foram relacionados à crise civilizatória, mas poderiam, naturalmente, ter envolvido o conceito de antropoceno. Desta forma, esta atividade presta como sugestão para tratar desta temática em sala de aula.

Segundo o autor, a relação global-local foi importante, principalmente ao destacar a relevância da iniciativa popular frente aos problemas enfrentados pelos alunos em suas comunidades que, por serem periféricas, têm uma menor participação governamental.As atividades foram muito bem recebidas pelos alunos, que participaram com bastante entusiasmo, tendo um debate bastante intenso e que contribuiu para a formação socioambiental dos participantes (LAMIM-GUEDES, 2014).

 

8)Julgamento Similado

Atividadesde júri simulado são bastante interessantes. “O júri simulado é a reprodução de um julgamento, no qual são apresentados argumentos de defesa e de acusação para análise de um problema” (CARMO et al., 2016, p. 25), geralmente, os docentes dividem a turma em grupos, como defesa, acusação e jurados. Outros grupos podem ser adicionados, como poder público e sociedade cívil organizada.

Carmo et al. (2016), tomaram o rompimento da barragem de rejeitos em Mariana, Minas Gerais, em novembro de 2015, como tema-gerador e realizaram uma atividade de júri simulado para discutir resoluções da grande destruição causada, mas também levando em consideração o que levou ao acidente, não apenas no rompimento da barragem em si, mas considerando a culpa da empresa, assim como da política extrativista governamental. Como resultado desta atividade, os autores comentam que

 

O veredito constou que a Mineradora é culpada pela negligência quanto à segurança das barragens e falha na prevenção e comunicação de acidentes, porém a mesma deve retomar suas atividades, por ser importante fonte de empregos e arrecadação para o município de Mariana. A atividade foi dinâmica, estimulou a aquisição de competências e habilidades de liderança, gestão do tempo e escuta qualificada e estimulou a postura ativa e crítica dos estudantes. Além disso, demonstrou a complexidade da questão ambiental e suscitou a reflexão sobre o impacto de fatores distais, como políticas e legislação ambiental, na saúde da população.

 

De forma semelhante, o educador pode propor um julgamento sobre o conceito de antropoceno e a validade do novo conceito.

 

9) Antropoceno e a escala da interferência humana de Pierre Dansereau

Oliveira et al. (2016) propõem três propostas de atividades que envolvem o debate sobre o Antropoceno e a Escala de Interferência Humana de Pierre Dansereau. A primeira proposta é uma oficina que pode ser realizada durante uma ou algumas aulas no ensino formal. As outras duas atividades, a partir da apresentação de conceitos, seguida por debates, os alunos desenvolverão desenhos ou tiraram fotos de forma que os produtos finais podem ser uma exposição fotográfica ou um vídeo a ser publicado on-line.

 

Outras sugestões de atividades publicadas na seção Práticas de Educação Ambiental

Acesse o link:http://www.revistaea.org/artigos.php?idsecao=29&exemplar=all

 

Notas:

1 - A Escola Nova é um movimento educacional que surgiu no início do século XX com o objetivo de propor novos métodos para a educação, incorporando na escola os avanços científicos e tecnológicos. Lamego (1996 apud PARDIM; SOUZA, 2012), enfatiza a busca a “revisão crítica” dos meios tradicionais do ensino; a inclusão de fatores históricos e culturais na formação educacional; a utilização dos novos conhecimentos da biologia e da psicologia para entender o processo de maturação, desenvolvimento do indivíduo na infância e a transferência da responsabilidade da ação educadora da família e da Igreja para a Escola, como forma de amenizar as diferenças sociais e culturais existentes.

 

Referências

ARAIA, E. Bem-vindo ao antropoceno. Revista Planeta, São Paulo, n. 470, 2011. Disponível em: <http://revistaplaneta.terra.com.br/secao/reportagens/bem-vindo-ao-antropoceno>. Acesso em: 27.fev.2017.

ARTAXO, P. Uma nova era geológica em nosso planeta: o antropoceno? Revista USP, São Paulo, n. 103, p. 13-24. 2014. Disponível em: <http://www.revistas.usp.br/revusp/article/view/99279>. Acesso em: 27.fev.2017.

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Ilustrações: Silvana Santos