Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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CONTEXTO HISTÓRICO-CULTURAL DO TERMO “DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL” E SUAS IMPLICAÇÕES NA RESPONSABILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS
Marcela Lúcia Paulino de Souza1; Gil Dutra Furtado2; Dimítri de Araújo Costa3
1Graduada em Administração/IESP. E-mail: marcelajp217@hotmail.com
2Engenheiro Agrônomo/UFPB, Especialista em Psicopedagogia/UNINTER, Mestre em Manejo de Solo e Água/UFPB, Doutor em Psicobiologia/UFRN, Pós-Doutor em Desenvolvimento e Meio Ambiente/UFPB, Professor Colaborador do PRODEMA/UFPB. E-mail: gdfurtado@hotmail.com
3Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas/UFPB, Mestre em Ecologia e Monitoramento Ambiental/UFPB, Doutorando em Desenvolvimento e Meio Ambiente - PRODEMA/UFPB. E-mail: costa.researcher@yahoo.com.br
RESUMO. O artigo examina a história conceitual do “Desenvolvimento Sustentável” desde meados do século XX até os dias atuais. O relatório produzido pela Comissão Brundtlandapresentou pela primeira vez uma definição mais elaborada do conceito de desenvolvimento sustentável. Embora seja um conceito amplamente utilizado, não existe uma única visão do que seja o desenvolvimento sustentável. As instituições financeiras são organizações que possuem uma enorme influência no que se refere à mudança da sociedade, seja de forma direta e indireta.A responsabilidade social é um tópico cada vez mais importante na conduta das empresas. Sustentabilidade é muito mais que reciclar papel, é uma filosofia que a empresa adota diante de suas tomadas de decisões, onde as mesmas são baseadas no tripé da sustentabilidade que tem como base três colunas: ambiental, social e econômica.
Palavras-chave:Instituições financeiras; Princípios do Equador; Protocolo Verde; Sustentabilidade.
HISTORICAL-CULTURAL CONTEXT OF THE TERM "SUSTAINABLE DEVELOPMENT" AND ITS IMPLICATIONS IN THE SOCIAL RESPONSIBILITY OF THE COMPANIES
ABSTRACT. The paper examines the conceptual history of "Sustainable Development" from the mid-twentieth century to the present day. The report produced by the Brundtland Commission presented for the first time a more elaborate definition of the concept of sustainable development. Although it is a widely used concept, there is no single vision to this topic. Financial institutions are organizations that have a huge influence on the change of society, either directly or indirectly. Social responsibility is an increasingly important topic in corporate behavior. Sustainability is much more than recycling paper, it is a philosophy that the company adopts before its decision making, where they are based on the tripod of sustainability that is based on three pillars: environmental, social and economic.
Keywords:Financial institutions; Equator principles;Green Protocol; Sustainability. INTRODUÇÃO
O conceito de sustentabilidade evoluiu desde sua criação em meados do século XX. Desde então, sofreu várias alterações conforme a sociedade foi evoluindo. Atualmente, tornou-se um tema abrangente e complexo, sendo difícil de ser colocado em prática. Neste âmbito, surge a responsabilidade social das empresas como uma vertente essencial que busca garantir o desenvolvimento sustentável. Desta forma, este estudo apresenta e discute o contexto-histórico cultural do conceito de sustentabilidade, e suas implicações nas empresas, em virtude de uma necessidade emergente que deve ser praticada constantemente em toda a sociedade global.
REFERENCIAL TEÓRICO
Desenvolvimento Sustentável
A construção do conceito de desenvolvimento sustentável influenciou os diversos pensamentos sobre este tema, os quais fazem ligações com outras questões que causam enorme preocupação na atual sociedade. Durante as décadas de 60 e 70 do século XX este conceito emergiu, tornando-se algo muito presente e que precisa ser escrito a toda hora pela humanidade. Perante o padrão dominante de produção e de consumo, que vem causando grandes devastações ambientais, a humanidade vive um momento de realizar novas escolhas para garantir o nosso futuro. Dessas escolhas surge o desenvolvimento sustentável, ganhando cada vez mais força, entre as diversas correntes da sociedade e, passando a ser sinônimo de equilíbrio para a vida do planeta. O modelo de desenvolvimento sustentável adotado nos últimos tempos, baseado no crescimento das relações de produção e consumo tem como principais implicações, aumento da poluição e aumento nos níveis de desigualdade social e de concentração de riquezas. Como decorrência dessa situação, surge o conceito de sustentável, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável, os quais procuram reduzir tais implicações, a partir do entendimento das fragilidades do modelo vigente e da emergência da necessidade de uma nova concepção de desenvolvimento de forma equilibrada e equitativa (MARTINS; CÂNDIDO, 2011). O termo sustentável remete-nos à ideia daquilo que se pode sustentar. Advindo das ciências naturais, diz respeito, do ponto de vista ecológico, à “tendência dos ecossistemas à estabilidade, ao equilíbrio dinâmico, a funcionarem na base da interdependência e da complementaridade, reciclando matérias e energias”(GIANSANTI, 1998, p. 11). O significado da palavra sustentabilidade é suficientemente simples para que se possa defini-la com rigor e precisão, como consequência, qualquer definição será simples e excessivamente ampla, expressando uma verdade muito óbvia, ou demasiada particular deixando de cobrir alguns casos particulares importantes. Dentre as várias definições existentes sobre sustentabilidade, podemos estabelecer que o termo implica na manutenção quantitativa e qualitativa do estoque de recursos ambientais, utilizando tais recursos sem danificar suas fontes ou limitar a capacidade de suprimento futuro, para que tanto as necessidades atuais quanto aquelas do futuro possa ser igualmente satisfeitas (AFONSO, 2006). A sustentabilidade significa a possibilidade de se obterem condições iguais ou superiores de vida em dado ecossistema continuamente, visando à manutenção do sistema de suporte da vida. Sendo assim, a sustentabilidade relaciona-se com a melhor qualidade da vida das populações, a partir da capacidade de suporte dos ecossistemas (MARTINS; CÂNDIDO, 2010). Essa ideia é reforçada por Franco (2000) ao destacar quequando a população extrapola a capacidade de suporte, afeta a qualidade de vida, pois a liberdade de escolha do estilo de vida é partida. Essa relação entre sustentabilidade e qualidade devida pode ser definida como o grau de prazer, satisfação e realizações alcançadas por um indivíduo no seu processo de vida. Entre os muitospensamentos sobre pensar a sustentabilidade,pode-se entende a Sustentabilidade como condição ou o resultado de equilíbriodas relações entre uma determinada sociedade humana e o meio natural em que ela vive e se organiza, de modo que as demandas e ofertas recíprocas atendam às necessidades dos ecossistemas naturais e sociais sem prejuízo das gerações futuras, dos sistemas vivos e dos ecossistemas do planeta Terra. Pode-se ainda inferir que sustentabilidade é considerada a palavra chave para todo empreendimento, todo processo produtivo e toda solução urbana do século 21. Não teremos rios limpos sem saneamento básico, não teremos cidade com qualidade de vida sem planejamento urbano e integração à natureza, não teremos desenvolvimento econômico sem meio ambiente equilibrado. A exploração e a extração de recursos com mais eficiência e com a garantia da possibilidade de recuperação das áreas degradadas são a chave para que a sustentabilidade seja uma prática exitosa e aplicada com muito mais frequência aos grandes empreendimentos. Preencher as necessidades humanas de recursosnaturais e garantir a continuidade da biodiversidade local; além de manter, ou melhorar, a qualidade de vida das comunidades inclusas na área de extração desses recursos é um desafio permanente que deve ser vencido dia a dia. A seriedade e o acompanhamento das autoridades e entidades ambientais, bem como assegurar instrumentos fiscalizatórios e punitivos eficientes, darão ao conceito de sustentabilidade uma forma e um poder agregador de ideias e formador de opiniões ainda muito maior do que já existe nos dias atuais. Para Pires (2001), a alternativa para minimizar a questão da degradação ambiental, provocada pelo modelo econômico até hoje adotado, é a opção do desenvolvimento sustentável, que indica à reflexão sobre padrões atuais de consumo e utilização de recursos naturais renováveis e não renováveis. A expressão desenvolvimento sustentável tem sido objeto de polêmicas desde a sua formulação, principalmente quando se precisa buscá-lo, aprofundam-se as divergências. A concepção de desenvolvimento sustentável tem suas raízes fixadas na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano, realizada em Estocolmo em junho de 1972. Baroni (1992) pesquisou 11 definições que exemplificam a diversidade de ideias e refletem a falta de precisão na conceituação corrente do termo. Mas o que isso quer dizer exatamente é o que May et al. (2003, p. 7), tenta explicar enfatizando o debate acadêmico apresentando duas correntes principais de interpretação:
A primeira corrente é representada principalmente pela chamada economia ambiental e considera que os recursos naturais não representam, em longo prazo, um limite absoluto à expansão da economia. Pelo contrário, inicialmente esses recursos sequer apreciam em suas representações analíticas da realidade econômica, a economia funcionava sem recursos naturais. Com o tempo, os recursos naturais passaram a ser incluídos nas representações de função de produção, mas mantendo a sua forma multiplicativa, o que significa a substitutibilidade perfeita entre capital, trabalho e recursos naturais. A segunda corrente de interpretação é representada principalmente pela chamada economia ecológica, que vê o sistema econômico como um subsistema de um todo maior que o contém, impondo uma restrição absoluta à sua expansão (MAY et al., 2003).
Na primeira corrente tem-se uma “visão implícita de infinitude dos recursos naturais e esta foi objeto de crítica pioneira e sistemática da análise neoclássica”. tem-se a suposição de que os limites impostos pela disponibilidade de recursos naturais “podem ser indefinidamente superados pelo progresso técnico que os substitui por capital (ou trabalho)”. De acordo com Romeiro (2001), na segunda corrente o progresso científico e tecnológico é tido como fundamental para aumentar a eficiência na utilização dos recursos naturais compartilhando com a primeira corrente, a concepção de que é possível instituir uma regulação dessa eficiência a partir de incentivos econômicos. Dias (2011) afirma que:
Foi o relatório produzido pela Comissão Brundtland que apresentou pela primeira vez uma definição mais elaborada do conceito de desenvolvimento sustentável. Embora seja um conceito amplamente utilizado, como já mencionado, não existe uma única visão do que seja o desenvolvimento sustentável (DIAS, 2011, p. 36).
De acordo com o Congresso Virtual Brasileiro de Administração (CONVIBRA), no qual menciona o Relatório de Brundtland(conhecido como “Nosso Futuro Comum”), o desenvolvimento sustentável consiste em atender as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas. (ARAÚJO et al., 2006; COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991). A comissão supracitada define ainda o desenvolvimento sustentável como:
Em essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas. (ESTENDER; PITTA, 2012, p. 3).
Essa definição, procura estabelecer uma relação harmônica do homem com a natureza, como centro de um processo de desenvolvimento que deve satisfazer às necessidades e às aspirações humanas. Enfatiza que a pobreza é incompatível com o desenvolvimento sustentável e indica a necessidade de que a política ambiental deve ser parte integrante do processo de desenvolvimento e não mais uma responsabilidade setorial fragmentada (DIAS, 2011). De acordo com Araújo et al. (2006, p. 6), a definição de desenvolvimento sustentável contempla ainda outros significados, “pois é tratado como sinônimo de sociedade racional, de indústrias limpas, de crescimento econômico, de utopias românticas: tudo nele parece pertencer”. De acordo com Giansanti (1998, p. 13), “considera-se, em economia o desenvolvimento sustentável como a capacidade de as sociedades sustentarem-se de forma autônoma, gerando riquezas e bem estar a partir de seus próprios recursos e potencialidades”. Segundo Silva (2006), o desenvolvimento sustentável pode ser visto como um processo de transformação, em plena harmonia, nas dimensões espacial, social, ambiental, cultural e econômica, de forma interligada, e surge do individual e reflete no global.
Para alguns, alcançar o desenvolvimento sustentável é obter o crescimento econômico contínuo através de um manejo mais racional dos recursos naturais e da utilização de tecnologias mais eficientes e menos poluentes. Para outros, o desenvolvimento sustentável é antes de tudo um projeto social e político destinado a erradicar a pobreza, elevar a qualidade de vida e satisfazer às necessidades básicas da humanidade que oferece os princípios e orientações para o desenvolvimento harmônico da sociedade, considerando a apropriação e a transformação sustentável dos recursos ambientais (ALVES; OLIVEIRA, 2013, p. 4).
Barbieri (1997) conceitua o desenvolvimento sustentável como a nova maneira de enxergar as soluções para os problemas mundiais, que não se diminuem apenas à degradação ambiental, mas que incorporam dimensões como a pobreza e a exclusão social. Para Braun (2001), o desenvolvimento sustentável precisa ter início a partir da forma de pensar e da forma como a sociedade valoriza as coisas econômicas numa relação estreita, como se o dinheiro e a tecnologia fossem a principal base da vida no planeta. Para o autor, é a Terra que viabiliza e promove a geração de capital, que a humanidade utiliza de maneira competitiva e especulativa. Conforme Oliveira e Souza-Lima (2006), o conceito de desenvolvimento sustentável é bastante rico no meio acadêmico, em especial, no que se refere à distinção entre desenvolvimento e crescimento econômico, pois alguns autores conferem apenas os atributos do nível de renda como condição para se chegar ao desenvolvimento e não se preocupam como tais atributos são distribuídos. De acordo com as definições expostas anteriormente, podemos analisar e encontrar uma grande quantidade de concepções sobre o desenvolvimento sustentável, e constatar que o mesmo é uma forte tendência mundial, atual e permanente, como expressa a Comissão Mundial Sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (1991, p. 04), “percebemos que era necessário um novo tipo de desenvolvimento capaz de manter o progresso humano não apenas em alguns lugares e por alguns anos, mas em todo o planeta e até um futuro longínquo”. Mattar (2010), Presidente do Instituto Akatu, em entrevista à Revista Fundação dos Economiários Federais (FUNCEF), expõe que o desenvolvimento sustentável é aquele que considera os aspectos econômico, social e ambiental. Para o autor o objetivo do desenvolvimento não é apenas impulsionar a economia, mas também proporcionar seus benefícios e seus custos de maneira equitativa. Afirma ainda que, é necessário utilizar outros indicadores para que o desenvolvimento possa ser denominado de sustentável. E conclui que “viver bem hoje é permitir também qualidade de vida no futuro para todos, e não somente para alguns”. Portanto, o desenvolvimento sustentável significa conjugar o verbo no imperativo no que se refere a oferecer dignidade a geração atual e futura, a utilizar os recursos naturais com respeito ao meio ambiente, conciliando assim o crescimento da economia com a preservação da natureza. Observa-se através dos diversos conceitos, aqui mostrados, que o desenvolvimento sustentável deve ser encarado como um evento permanente, no qual o adjetivo ligamento é a qualidade em vez de quantidade. O Relatório Brundtlandde 1987 inspirou a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada na cidade do Rio de Janeiro, em 1992 (Redclift, 2005), denominada de “Cúpula da Terra”ou “Eco-92”, conceituou como desenvolvimento sustentável, aquele concebido de maneira a fomentar as atividades e ocupações humanas que mantenham a qualidade de vida, assegurem um acesso continuado aos recursos naturais que evitem a persistência de danos ambientais, atendendo às necessidades atuais, sem comprometer a capacidade de atendimento das gerações futuras (ONU, 2017). As diretrizes apontadas pelo Relatório trazem que o desenvolvimento tecnológico e científico, deve estar baseado na preocupação com a preservação ambiental e dos recursos naturais disponíveis na sociedade, de forma a reverter às projeções atuais de situações críticas no uso dos potenciais hídricos, energéticos e da destinação dos resíduos sólidos por meio de um conjunto de estratégias e procedimentos. Estas definições supracitadas demonstram o enorme desafio de edificar sociedades e indústrias sustentáveis. Contudo, pode-se compreender que este processo deve acontecer de forma contínua e o alicerce para a eficácia do mesmo é a sociedade.
A História e a Evolução do Desenvolvimento Sustentável
A década de 1960, caracterizou-se como preparatória para a realização da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo, 1972, na qual pela primeira vez, concebeu-se a problemática do meio ambiente e a necessidade de se buscar empreender um desenvolvimento sustentável. Ainda nessa década de 60 surgiram os primeiros debates voltados ao desenvolvimento do planeta que foram alavancados pelo Clube de Roma, a priori com o título de ecodesenvolvimento. Segundo May et al. (2003), era uma época de controvérsias entre o crescimento econômico e o meio ambiente, exacerbada principalmente pela publicação do relatório do Clube de Roma, que pregava o crescimento zero como forma de evitar a catástrofe ambiental. O Clube de Roma era uma organização fundada no ano de 1968, por um empresário italiano, com o intuito de analisar os problemas que desafiavam a humanidade. O Clube era formado por cientistas, economistas, pedagogos, humanistas, industriais e funcionários públicos (KRÜGER, 2001). Dessa confraria resultou um relatório que foi publicado pela primeira vez em 1972, The limitstogrowth(Os limites para o crescimento). No relatório foi definido como estratégias fundamentais, para começar a estruturar uma política planetária, a revisão de três princípios responsáveis pela situação crítica vivida nesse momento: a necessidade do conhecimento, o enraizado sentimento de soberania das diferentes nações da Terra, dificultando a ideia de uma comunidade planetária, com responsabilidades e interesses comuns, e finalmente a força imperativa dos mercados (negret, 1994). O mesmo defendia a necessidade de se conquistar o equilíbrio do planeta como base nos limites do crescimento da população, no desenvolvimento da economia das nações menos desenvolvidas e em uma atenção para as questões ambientais(KRÜGER, 2001). Assim, de acordo com Maurice Strong a concepção de desenvolvimento sustentável emergiu na Conferência de Estocolmo de 1972, e foi designado à época como abordagem do ecodesenvolvimento e, posteriormente, renomeado com a denominação atual (DIAS, 2011). Sachs (1993), acrescenta ainda que na Conferência de Estocolmo, em 1972, e com as reuniões preparatórias que a antecederam, em que umas delas acorreu em Founex, na Suíça, foi possível analisar e firmar o alicerce para o entendimento dos ligamentos entre o meio ambiente e o desenvolvimento. No ano de 1987, surge o conceito de desenvolvimento sustentável, através da Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada em 1983, presidida pela ex-primeira ministra da Noruega GroHarlemBrundtland. A comissão foi patrocinada pela Organização das Nações Unidas (ONU), e produziu um relatório, publicado em 1991, chamado Our common future (Nosso futuro comum), também conhecido como Relatório Brundtland, cujo objetivo era apresentar os desafios e esforços comuns, com a seguinte visão:
[...]propor estratégias ambientais de longo prazo para obter um desenvolvimento sustentável por volta do ano 2002 e daí em diante; recomendar maneiras para que a preocupação com o meio ambiente se traduza em maior cooperação entre os países em desenvolvimento e entre países em estágios diferentes de desenvolvimento econômico e social e leve à consecução de objetivos comuns e interligados que consideram as inter-relações de pessoas, recursos, meio ambiente e desenvolvimento; considerar meios e maneiras pelos quais a comunidade internacional possa lidar mais eficientemente com as preocupações de cunho ambiental; ajudar a definir noções comuns relativas a questões ambientais de longo prazo e os esforços necessários para tratar com êxito os problemas da proteção e da melhoria do meio ambiente; uma agenda de longo prazo para ser posta em prática nos próximos decênios; e os objetivos a que aspira a comunidade mundial (ARAÚJO et al., 2006; COMISSÃO MUNDIAL SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1991).
A história do desenvolvimento sustentável surge a partir da necessidade da humanidade, movida por um novo pensamento, em que a fez perceber que é necessário buscar a estabilidade do planeta com a visão de conciliar os problemas da sociedade, as questões ambientais e o crescimento da economia. Quando completou vinte anos de aniversário da Conferência de Estocolmo, foi realizada no ano de 1992, no Rio de Janeiro – Brasil, a Conferência Mundial sobre Gestão Ambiental e Desenvolvimento Sustentável, também chamada de Eco 92 ou Rio 92, contou com representantes de 179 países que discutiram durante 14 dias os problemas ambientais globais e estabeleceram o desenvolvimento sustentável como uma das metas a serem alcançadas pelos governos e sociedades em todo o mundo. Segundo Dias (2011, p. 23), os seus principais resultados foram cinco importantes documentos:
- A declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento; - A declaração de princípios para a gestão sustentável das florestas; - O Convênio sobre a Diversidade Biológica; - O Convênio sobre as Mudanças Climáticas; e - O Programa das Nações Unidas para o século XXI, mais conhecido como Agenda 21.
De todos, a Agenda 21 é o mais abrangente, e constitui um programa internacional que estabelece parâmetros para que se obtenha o desenvolvimento sustentável nas suas vertentes econômica, social e ambiental.
A Agenda 21 dedica-se aos problemas da atualidade e almeja preparar o mundo para os desafios do século XXI. Ela reflete o consenso global e compromisso político em seu mais alto nível, objetivando o desenvolvimento e o compromisso ambiental. A Declaração do Rio visa estabelecer acordos internacionais que respeitem os interesses de todos e proteja a integridade do sistema global de ecologia e desenvolvimento. A partir desse momento começa a existir de maneira globalizada uma preocupação no que diz respeito à Gestão Ambiental e o Desenvolvimento Sustentável tanto por parte das entidades governamentais, das organizações públicas e privadas como dos consumidores deste mercado global (Balboet al., 2009, p. 4).
Em 1997, durante o período extraordinário de sessões da Assembleia Geral da ONU, em New York, foi realizada a Cúpula da Terra, conhecida como Rio+5, que tinha como principal objetivo analisar a execução da Agenda 21, aprovado pela Cúpula de 1992. Após um período de intensas deliberações ocorridas devido às divergências entre os Estados sobre como financiar o desenvolvimento sustentável no plano mundial, foram obtidos alguns acordos, retratados no documento final de 58 páginas, que são:
[...] adotar objetivos juridicamente vinculantes para reduzir a emissão dos gases do efeito estufa, os quais são causadores da mudança climática; avançar com mais rigor para modalidades sustentáveis de produção, distribuição e utilização de energia; focar a erradicação da pobreza como requisito prévio do desenvolvimento sustentável (DIAS, 2011, p. 40).
Conforme Silva (2008), em 1997, numa importante conferência, no Japão, conhecida posteriormente como o Tratado ou Protocolo de Kyoto, os países com índices mais elevados de poluição firmaram o compromisso em reduzir a emissão de poluentes, porém, o maior poluidor do mundo, os Estados Unidos, não ratificaram o pacto. De acordo com o tratado, as nações se comprometiam a diminuir as emissões de dióxido de carbono, em relação ao ano de 1990, em pelo menos 5%, até o ano 2012. No ano de 2000, a ONU, ao analisar os maiores problemas mundiais, estabeleceu 8 Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), que no Brasil são chamados de 8 Jeitos de Mudar o Mundo: a) acabar com a fome e a miséria; b) Educação de qualidade para todos; c) Igualdade entre os sexos e valorização da mulher; d) Reduzir a mortalidade infantil; e) Melhorar a saúde das gestantes; f) Combater a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), a malária e outras doenças; g) Qualidade de vida e respeito ao meio ambiente; h) Todo mundo trabalhando pelo desenvolvimento (OBJETIVOS DO MILÊNIO, 2017), conforme se observa na figura a seguir.
Figura 1. 8 Jeitos de mudar o mundo (Fonte:OBJETIVOS DO MILÊNIO, 2017).
A Figura 1 acima ilustra os desafios e metas que os países da ONU terão que cumprir até o ano de 2015, para promover o desenvolvimento, de forma sustentável, do planeta durante esse milênio. Outro encontro, mais amplo, foi realizado pela ONU no segundo semestre de 2002, em Johannesburgo, África do Sul, denominado Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável, mais conhecida como Rio+10, e novamente a intenção foi reavaliar e implementar as conclusões e diretrizes da Cúpula realizada no Rio em 1992. Em 2002, uma megaconferência das Nações Unidas ocorreu em Joanesburgo, na África do Sul e contou com a presença de 191 países. A conferência foi denominada The World SummitonSustainableDevelopment(Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável), também chamada de Rio+10 com o objetivo de rever as metas acordadas na Rio 92, e tendo como base a Agenda 21. Segundo Camargo (2003), a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável mostrou que prevaleceu os interesses comerciais e econômicos sobre os direitos humanos e a preservação do meio ambiente, bem como os interesses individuais de alguns países ou blocos de países. Através de enorme esforço de compreensão e síntese, a Cúpula Mundial do Desenvolvimento Sustentável, a Rio+10, conseguiu afirmar que “Desenvolvimento Sustentável tem uma base formada por três pilares – o econômico, social e o ambiental (triple-bottomline) – e um objetivo fundamental que é a erradicação da pobreza” (OLIVEIRA FILHO, 2004). E para melhor ilustrar a história do desenvolvimento sustentável foi elaborado o Quadro a seguir (Tabela 1).
Tabela 1. História do Desenvolvimento Sustentável.
É possível evidenciar a quantidade de poder que a humanidade possui, no tocante, a interferência na natureza e na alteração de ecossistemas vitais para a vida do planeta. Perante esses desafios, surge o desenvolvimento sustentável como instrumento de homeostase entre a relação do homem com a natureza e com outros homens. A Sustentabilidade se faz presente na história da humanidade e precisa ser executada através de ações diárias para garantir uma nova realidade no futuro das próximas gerações. Além da sociedade existe outro protagonista que compõe o cenário para a promoção do equilíbrio do planeta. Este protagonista é o setor empresarial, que cada vez mais está sendo questionado e forçado a praticar ações mais responsáveis.
Sustentabilidade nas Instituições Financeiras
As instituições financeiras são organizações que possuem uma enorme influência no que se refere à mudança da sociedade, seja de forma direta e indireta. Por terem um papel importante para o futuro do planeta, elas são cada vez mais observadas e cobradas no tocante às suas práticas e o resultado do desempenho de suas ações sustentáveis. O sistema financeiro é o conjunto de instituições e instrumentos financeiros que possibilita a transferência de recursos dos ofertantes finais – agentes superavitários – para os tomadores finais – agentes deficitários – e cria condições para que os títulos e valores mobiliários tenham liquidez no mercado (ASHLEY, 2005). A configuração atual do Sistema Financeiro Nacional é resultado de reformas institucionais como as de 1964 (Lei n° 4.595 – Lei da Reforma Bancária) e 1965 (Lei n° 4.728 – Lei do Mercado de Capitais), mas também derivada de fatos mais recente, como a aceleração do processo de globalização da economia, a abertura econômica e a estabilização da moeda nacional, que promoveram um novo processo de saneação da moeda nacional, que promoveram um novo processo de saneamento, privatização e fusão, principalmente de instituições bancárias.
A importância das Instituições Financeiras para a Sustentabilidade
Observa-se atualmente mais envolvimento das instituições do sistema financeiro com as questões ecológicas, tanto nos países economicamente mais avançados, principalmente o europeu, como no Brasil. Para o Brasil, as instituições financeiras multilaterais mais importantes são o Fundo Monetário Internacional (FMI), o Grupo Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O FMI tem uma postura de orientação e assessoria, buscando discutir com os países membros os problemas e políticas ambientais que possam interferir no desenvolvimento econômico. Nesse sentido, apresenta diretrizes de atuação voltadas à conservação do meio ambiente, porém não se afasta de seus objetivos básicos. De acordo com Ashley (2005), o Fundo afirma que:
Há fortes vínculos entre as políticas macroeconômicas e o meio ambiente. Em primeiro lugar, porque seu objetivo central e sua atuação ordinária – a prevenção de crises econômicas e financeiras – ajudam diretamente na conservação do meio ambiente, pois tais crises podem ter repercussões negativas sobre ele e sobre o uso dos recursos naturais. Por outro lado, argumenta que o crescimento econômico não pode ser vinculado aos danos ao meio ambiente de modo simplista, pois, da mesma forma que a degradação ambiental pode ser debitada ao crescimento econômico e ao progresso, quando desvinculados de salvaguardas adequadas, essa degradação ambiental também pode ser consequência da estagnação econômica e da pobreza. O círculo virtuoso a ser buscado é que o uso sustentado dos recursos naturais promova o desenvolvimento econômico de longo prazo e que este, por sua vez, gere recursos para a proteção ambiental (ASHLEY, 2005, p. 217).
O Banco Mundial foi concebido após a Segunda Guerra Mundial para ajudar na reconstrução da Europa, mas, atualmente, o seu principal objetivo é a redução da pobreza no mundo em desenvolvimento. A fim de atender a sua política para o meio ambiente, em 1991 o Banco Mundial criou a Global Environmental Facility (GEF), ou Fundo Mundial para o Meio Ambiente. Reunindo atualmente 174 países, a GEF tem o objetivo de viabilizar projetos governamentais que promovam a cooperação internacional para proteção de biodiversidade, mitigação dos riscos de mudança climática, redução dos casos da diminuição da camada de ozônio e melhoria da qualidade da água (Cedraz, 2008). O BID foi criado em 1959 por iniciativa da Organização dos Estados Americanos (OEA) e atua nos mesmos moldes do Banco Mundial, porém se direciona aos países da América Latina, do Caribe e dos Estados Unidos. A instituição do BID está encarregada de fomentar o desenvolvimento econômico auto-sustentável de pequenas e médias empresas, por meio de investimento, empréstimo, inovação e alavancagem dos recursos do BID. Todos os projetos financiados são analisados por critérios ambientais, como a avaliação de seu impacto ambiental e das medidas adotadas para a proteção ao meio ambiente (ASHLEY, 2005). Existem algumas instituições internacionais que congregam organizações, algumas exclusivamente voltadas para o setor financeiro mundial, constituídas tanto para protege-las e orientá-las quanto aos riscos ambientais como para promover mudanças de postura dessas organizações no sentido de favorecer o meio ambiente, dentre elas destaca-se a UNEP (“United Nations Environment Programme”) ou PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) que constituiu-se a partir da Conferência de Estocolmo, em 1972, como a base da consciência e política ambiental das Nações Unidas. Buscando o desenvolvimento sustentável de estratégias de gerenciamento ambiental, em 1992, durante a Eco-92, a UNEP e diversas instituições financeiras apresentaram a Declaração Internacional dos Bancos para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento Sustentável. Assim, os Bancos passaram a ser também considerados agentes promotores de desenvolvimento econômico, mas também do desenvolvimento sustentável.
Os bancos comerciais são instituições financeiras privadas ou públicas que têm como objetivo principal proporcionar suprimento de recursos necessários para financiar, a curto e a médio prazos, o comércio, a indústria, as empresas prestadoras de serviços, as pessoas físicas e terceiros em geral. A captação de depósitos à vista, livremente movimentáveis, é atividade típica do banco comercial, o qual pode também captar depósitos a prazo. Conforme a Resolução CMN 2.099, deve ser constituído sob a forma de sociedade anônima e na sua denominação social deve constar a expressão "Banco" (BRASIL, 1994, p. 1224).
De acordo com Fortuna (2005), “os bancos, dentro do sistema financeiro, ficaram com o segmento de capital de giro e outras operações de curto prazo”. Contudo, os bancos, em busca de economia de escala e melhor racionalização do sistema, constituíram aglomerados de instituições financeiras atuantes em diversas modalidades, passando a funcionar como bancos múltiplos. Desde então é facultado às instituições financeiras organizar-se como uma única instituição com personalidade jurídica própria denominada banco múltiplo, podendo operar várias carteiras – comercial, de investimento, de desenvolvimento, crédito imobiliário, aceite e arrendamento mercantil (ASHLEY, 2005). No início foi enfatizado que os bancos são considerados agentes promotores, isso ocorre através de beneficiamento de atividades produtivas de outras empresas, na tentativa de desenvolver uma localidade ou uma região, através dos seus serviços e produtos financeiros, ou seja, influenciando direta ou indiretamente o cotidiano de outras organizações, de comunidades, do governo e das pessoas. Eles influenciam os resultados das atividades econômicas quando patrocinam ou se recusam a patrocinar os empreendimentos financeiros a sua volta. Infante et al. (2010), menciona que um dos grandes desafios dos bancos é conseguir relacionar as atividades de fornecedores de recursos do sistema financeiro com a capacidade de promover o desenvolvimento sustentável, haja vista que o setor é considerado indutor de práticas de sustentabilidade nas empresas com as quais está envolvido. Na concepção de Silveira (2006), essas organizações têm um papel importante no melhoramento da qualidade de vida da população:
Assim, os bancos, em razão das suas funções, estão em posição de grande influência no dia-a-dia das empresas, comunidades, governos e na vida das pessoas. Daí a importância do segmento financeiro da economia para o desenvolvimento sustentável por meio de iniciativas e ações que privilegiem a qualidade de vida das pessoas (SILVEIRA, 2006, p.19).
Silva e Silva (2008), afirmam que os bancos exercem uma função decisiva no que se refere a disponibilizar recursos financeiros, pois o governo e muitas organizações são dependentes dos serviços financeiros realizados pelos bancos. Em sua política ambiental, o banco destaca um dos significados que as questões ambientais devem assumir pelo prisma das instituições financeiras:
Do ponto de vista bancário, uma empresa poluidora, ou uma empresa que cause danos ao meio ambiente, é uma empresa menos eficiente que suas congêneres, menos competitivas e se constitui em um maior risco de crédito (ASHLEY, 2005, p. 215).
Os autores afirmam ainda que, o papel das intuições financeiras no desenvolvimento sustentável não é o de executor de mudanças, mas sim de indutor das mesmas nas entidades com as quais mantém um relacionamento. Lins e Wajnberg (2007), ressaltam que é imperativo mostrar àqueles que são responsáveis, diariamente, pelas negociações da organização que a sustentabilidade precisa ser introduzida nas atividades. Essa conscientização é essencial para o bom desempenho das ações sustentáveis. De acordo comFEBRABAN (2008, p. 05), há alguns anos o tema sustentabilidade era percebido como trabalho à margem dos negócios. As iniciativas eram feitas de forma compensatória, no dia-a-dia se concretiza o negócio e em seguida, de forma automática, ocorre o que o autor cita de “passar a caneta no cheque e a borracha na consciência”, através de apoio de um ou outro projeto. Diante do exposto, pode-se dizer que essas empresas já estão conscientes de seu potencial de impactar o meio ambiente, seja direta ou indiretamente, de forma adversa ou favorável, mas sempre com aspecto significativo. Mesmo quando incorporados pelo viés da responsabilidade social empresarial, ou mesclado como questões socioambientais, os requisitos ambientais passam a fazer parte do planejamento das empresas financeiras em seu nível mais elevado – o estratégico. A partir dessa nova visão, os bancos estabelecem políticas ambientais que, por sua vez, dão contorno a diversos programas organizacionais. Estes alcançam diferentes áreas funcionais, provocam importantes modificações imediatas aos processos decisórios e nos modelos gerenciais, bem como disseminam novos valores. E, certamente, ao agregarem novos elementos à cultura organizacional, potencializam mudanças mais profundas na maneira de gerenciar. Percebe-se que nos dias atuais há uma evolução no que se refere à consciência da atuação dos bancos sobre a sustentabilidade, visto que ignorar as ações sociais e ambientais pode acarretar em sua exposição, i.e., reputação, ou seja, serão vistos com olhares negativos perante a sociedade civil. As Instituições Financeiras devem entender o tema como um novo jeito de olhar e atuar, enxergá-lo como um novo desafio no mundo empresarial. Prosseguindo o debate sobre a sustentabilidade nas instituições financeiras apresenta-se a seguir O Protocolo Verde.
Protocolo Verde
Segundo Adami (2008), o Protocolo Verde, foi criado em 1995 e reuniu os principais bancos públicos federais do país, comandado pelo Presidente da República. Com o objetivo de incluir a apreciação da variável ambiental no deferimento de crédito. Os participantes são: o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Banco do Brasil, o Banco do Estado da Amazônia (BASA), a Caixa Econômica Federal e o Banco do Nordeste do Brasil. Em harmonia com as diretrizes constitucionais no que cabe ao poder público e à coletividade defender, proteger e preservar o meio ambiente, a Lei 6938, de 31 de agosto de 1981, que cria a Política Nacional de Meio Ambiente, dispõe, em seu artigo 12, que:
As entidades e órgãos de financiamento e incentivos governamentais condicionarão a aprovação de projetos habilitados a esses benefícios ao licenciamento, na forma da Lei, e ao cumprimento das normas, dos critérios e dos padrões expedidos pelo CONAMA. A Lei prevê, também, para aqueles que não cumprirem as determinações exigidas, a perda ou restrição de benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público, em caráter geral ou condicional, e a perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito (PORTAL DO MEIO AMBIENTE, 2009).
Em artigo, Rabelo e Lima (2009), esclarecem que o Protocolo Verde deve ser enxergado como uma iniciativa e não como um exemplo definitivo que pretender aliar economia e meio ambiente a fim de inserir o desenvolvimento sustentável do país. Martins, Pereira e Amaral (2009)informam que as instituições financeiras que aderem ao Protocolo Verde, passam a ser seus signatários e devem envidar seus melhores esforços para:
(i) oferecer linhas de financiamento e programas que fomentem a qualidade de vida e o uso sustentável do meio ambiente; (ii) considerar os impactos e custos socioambientais na gestão de ativos e análise de projetos; (iii) promover o consumo consciente; e (iv) informar, sensibilizar e engajar as partes interessadas em políticas sustentáveis (MARTINS; PEREIRA; AMARAL, 2009).
Com o Protocolo Verde, no que se referem aos avanços das questões ambientais, os bancos começaram a enxergar a sustentabilidade de outro ângulo e passaram a dar prioridade de concessão de financiamento a empresas que estão em dia com as ações socioambientais. Em presença desse cenário, por estarem envolvidas para o bom desenvolvimento das atividades produtivas de seus clientes, algumas instituições financeiras passaram a adotar um conjunto de medidas no que se refere à concessão de financiamento para empreendimentos de grande porte, esse conjunto de exigências socioambientais é conhecido como os Princípios do Equador, que será o próximo assunto a ser revisado.
Os Princípios do Equador
No ano de 2002, na cidade inglesa de Londres, através do International Finance Corporation (IFC) e de um Banco Holandês, que começou a surgir os “Princípios do Equador”. Porém sua definição ocorreu no ano de 2003, em Dusseldorf, na Alemanha. No encontro discutia-se experiências com projetos de novos empreendimentos, que contivessem questões socioambientais nos mercados em desenvolvimento e primeiramente, nas transações com valores elevados (EQUATOR PRINCIPLES, 2017). Na concepção de Dias e Machado (2007), todos os parceiros comerciais das instituições financeiras, de qualquer atividade econômica, acabam provocando impacto sobre o meio ambiente, causando algum tipo de dano ambiental, pois de uma forma ou de outra, utilizam recursos naturais e geram resíduos ou emissão de gases. Os Princípios do Equador surgem como mais um instrumento de grande importância para as Instituições Financeiras fomentarem a sustentabilidade em seus negócios. De acordo com Rabelo e Lima (2009), os Princípios do Equador podem ser vistos como uma iniciativa voluntária, dependem da consciência, das exigências do mercado consumidor quanto a uma postura mais ambiental dos bancos para que assim possam se adotados. Os autores prosseguem enfatizando que embora as críticas sejam constantes, mesmo com uma atuação restrita, os Princípios do Equador são importante aliados do meio ambiente no mundo dos negócios. Lins e Wajnberg (2007), enfatizam que o Brasil, ocupa uma posição promissora nos Princípios do Equador, pois os maiores bancos do país são signatários, colocando-o em posicionamento de liderança entre os países emergentes. Segundo Ribeiro e Oliveira (2008), no que diz respeito às diretrizes dos Princípios do Equador, as instituições financeiras possuem o papel de monitorar os processos e determinar como serão realizadas as adequações para posterior liberação de recurso, isso é uma forma de garantir um possível impacto e promover a preservação ambiental. Desse modo, os Bancos que fazem adesão aos Princípios do Equador, devem exigir de seus parceiros projetos com garantias que possam promover a preservação do meio ambiente. Ao agregar os riscos ambientais em sua avaliação de concessão de crédito, estarão fazendo uma gestão eficiente e contribuindo para um bom desempenho de suas atividades de financiamentos. Conforme Rabelo e Lima (2009), existem semelhanças e diferenças entre o Protocolo Verde e os Princípios do Equador. Ambas exigências estão voltadas para públicos diferentes. O Protocolo Verde foi elaborado pelo Governo Federal brasileiro, enquanto os Princípios do Equador foram criados pelo IFC e um Banco holandês. Os autores esclarecem que ambos possuem um objetivo em comum que é inserir a variável ambiental nas suas atividades internas e externas.
Responsabilidade Social Empresarial
A Responsabilidade Social é um tópico cada vez mais importante na conduta das empresas. Pois, vivemos novos paradigmas e as organizações não podem só olhar para si mesma, precisam enxergar mais, precisam enxergar toda a sua cadeia produtiva. Sua história tem base na ética e é essencial conhecê-la para entendermos os primórdios do seu conceito. De acordo com Montana (2001), desde a década de 70 muitas empresas viraram suas atenções, para significativas áreas de preocupação social e continuam a fazê-lo, ainda que sejam apenas abordagens a títulos de obrigação social com relação à responsabilidade social, são áreas importantes para todas as empresas. A crescente exposição na mídia dos danos que as organizações vêm causando ao meio ambiente fez surgir a preocupação de que este não ofereça mais condições adequadas para que as empresas operem em um futuro próximo. Essa exposição, aliada à melhoria do nível educacional da sociedade e a velocidade de disseminação das informações, provocou o surgimento de um novo mercado consumidor, que agora além de informado e esclarecido, tornou-se mais exigente, pressionando as empresas a adotar um modelo de atuação ainda mais responsável. De acordo com Ashley (2005), nos Estados Unidos e na Europa, a ética e a responsabilidade social corporativa eram vistas como doutrinas até o século XIX, conduzir os negócios de forma corporativa era privilégio do Estado ou da Monarquia e não um direito econômico das organizações. O autor continua fazendo outras afirmações, no início do século XX, surge uma nova legislação, e a premissa é que os lucros seriam para seus acionistas. Em 1919, a questão da ética, da responsabilidade e da discricionariedade dos dirigentes de empresas abertas veio a público com o julgamento do caso Dodge versus Ford, nos EUA, que tratava da competência de Henry Ford, presidente e acionista majoritário da empresa, para tomar decisões que contrariavam interesses dos acionistas John e Horace Dodge.
[...] a Suprema Corte de Michigan foi favorável aos Dodge, justificando que a corporação existe para o benefício de seus acionistas e que diretores corporativos têm livre-arbítrio apenas quanto aos meios para alcançar tal fim, não podendo usar os lucros para outros objetivos (ASHLEY, 2005, p. 45 e 46).
Do ponto de vista de Karkotli e Aragão (2005), foi somente nos anos 50 e 60 que começou a se discutir sobre a ideia da responsabilidade social vigente e expandir seus horizontes nos Estados Unidos, a partir da guerra do Vietnã. Pois nesta época, a sociedade repudiou a utilização de armas militares produzidas por empresas norte-americanas, que prejudicavam o meio ambiente e o homem. As discussões no setor empresarial e acadêmico, sobre a importância da responsabilidade social corporativa teve início nos Estados Unidos e em seguida, no final da década de 60, na Europa (ASHLEY, 2005). Segundo Instituto Ethos (2016), na Europa dos anos 1970, a sociedade passou a cobrar maior responsabilidade social das organizações. A França tornou-se pioneira, em 1977, na criação de uma lei que obriga empresas com mais de 300 funcionários a publicar osbalanços sociais. No Brasil, na década de 80, foi lançado um modelo de balanço social, pela Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial Social (FIDES), porém não obteve um resultado satisfatório. No início dos anos 1990, a temática começou a sensibilizar algumas empresas e recebeu forte aceitação por parte de entidades não-governamentais e institutos de pesquisa e pelo engajamento da iniciativa privada nas novas políticas sociais do governo. Para Lage e Milone (2000),
[...] é inimaginável uma instituição buscar sustentabilidade comercial sem conciliar-se com as instituições, culturais e estruturas sociais. Quer seja um serviço de hotelaria, quer seja um pacote aéreo, há um direto envolvimento com a privacidade e expectativa pessoal de quem o adquira ou consuma (LAGE; MILONE, 2000, p. 64).
A maioria dos administradores e de outras pessoas acredita que tanto o governo quanto a comunidade empresarial, têm alguma responsabilidade de resolverem problemas de interesse público e agir no interesse da sociedade. Tanto as empresas turísticas como governo dependem da aceitação por parte da sociedade à qual pertencem. Para Melo Neto e Froés (1999), a responsabilidade assume características, englobando o público externo e interno, além do investimento na preservação ambiental, mas não privilegiando uma categoria. Esses autores acreditam que a empresa deve:
- Dar apoio ao desenvolvimento da comunidade na qual atua; - Preservar o meio ambiente; - Investir no bem-estar dos funcionários e dependentes, investindo também num ambiente de trabalho agradável; - Ter comunicação transparente; - Ter sinergia com os parceiros; - Satisfazer os clientes e consumidores.
Uma posição em comportamento com a responsabilidade social, melhora a imagem da empresa, pelo fato do consumidor estar cada vez mais atento e consciente, em obter produtos e serviços, destas que têm uma preocupação com o social e o meio ambiente, pois uma imagem negativa da empresa na mente de um consumidor pode trazer consideráveis prejuízos e comprometer os seus objetivos. As empresas visionárias estão começando a se preocupar mais em se manter “na luta” por uma posição melhor, e esse comportamento social, introduzido em algumas grandes empresas, serve como diferencial, que se bem planejado se tornará a marca registrada da instituição. Conforme observamos a história da responsabilidade social incorporada no mundo dos negócios é um pouco recente e as organizações tem um papel importante no que se refere a dar continuidade na construção dessa narração. É a sua própria história o alicerce para o conceito que iremos conhecer a seguir.
Conceito da Responsabilidade Social Empresarial
A sociedade, os consumidores e clientes já reconhecem a responsabilidade social das empresas como um valor permanente. E é através da grande pressão desses agentes sociais por mais transparência no mundo dos negócios que as empresas passaram a praticar ações mais responsáveis. A responsabilidade social refere-seao compromisso que uma organização deve ter para com a sociedade, representado através de atos e atitudes que a afetem positivamente, de modo amplo, ou a alguma comunidade, de modo específico, agindo proativa e coerentemente no que tange a seu papel específico na sociedade e à sua prestação de contas para com ela (ASHLEY et al., 2003). Segundo Machado Filho (2006), muitas vezes, a responsabilidade social é confundida com as ações sociais que uma empresa pratica, reduzindo assim o seu escopo com atividades voltadas à filantropia. O autor continua afirmando que tal pensamento é inadequado e distorce a essência do que se espera de uma conduta socialmente responsável das empresas. Na concepção de Villela (1999), a responsabilidade social é vista como:
O termo responsabilidade social nada mais é que o comprometimento do empresário com a doação de um padrão ético de comportamento, contribuindo para o desenvolvimento econômico, uma estratégia que não só melhora a qualidade de vida dos seus funcionários, mas a multiplica por meio de suas famílias, da comunidade, da sociedade. É a empresa atuando como agente social no processo de desenvolvimento (VILLELA, 1999, p. 2).
Assim sendo, fica claro que as organizações devem atuar em parceria com a sociedade na busca de políticas de ações responsáveis. Ações com qualidade ao invés de quantidade e de forma não filantrópica. A responsabilidade social precisa ser incorporada na essência da empresa e ser construída diariamente. A responsabilidade social também é conhecida pelo termo Balanço Social, conforme afirmam Caetano, Ashley e Giansanti (2006), e trata-se de um instrumento de gestão com o intuito de fornecer informações de cunho econômico e social, de forma transparente, do que ocorreu e ocorre numa empresa, a todos que participam da sua cadeia produtiva. Boff (2011), defende que responsabilidade social não pode ser vista como o que conhecemos por obrigação social, ou seja, uma obrigação prevista em lei. Também não deve ser confundida como uma resposta para a sociedade. O autor enfatiza que a responsabilidade social deve ser vista como uma obrigação que as organizações assumem, através da busca por metas que, a médio e longo prazo, sejam boas para a empresa e para a comunidade na qual está envolvida. O Instituto Ethos define a responsabilidade social empresarial da seguinte forma em seu site eletrônico: Responsabilidade social empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais (INSTITUTO ETHOS, 2016). Está se tornando hegemônica a visão de que os negócios devem ser feitos de forma ética, obedecendo a rigorosos valores morais, de acordo com comportamentos cada vez mais universalmente aceitos como apropriados. As atitudes de uma organização precisam desse ponto de vista, caracterizar-se por:
- Preocupação com atitudes éticas e moralmente corretas que afetam todos os públicos envolvidos; - Promoção de valores e comportamentos morais que respeitem os padrões universais de direitos humanos e de cidadania e participação na sociedade;/respeito ao meio ambiente e contribuição para sua sustentabilidade em todo o mundo; - Maior envolvimento nas comunidades em que se insere a organização, contribuindo para o desenvolvimento econômico e humano dos indivíduos ou até atuando diretamente na área social, em parceria com governo ou isoladamente (ASHLEY, 2005, p. 7).
A responsabilidade social empresarial teve o mérito de resgatar valores morais que a sociedade, em geral, não associava às empresas. Além de considerar um compromisso permanente dos empresários com a integridade do meio ambiente e com o respeito aos direitos humano, pressupõe uma postura ética nos negócios e a transferência na comunicação com a sociedade. Do ponto de vista de Martos e Martos(2012, p. 4), a empresa socialmente responsável “é aquela que está atenta no que se refere a conciliar as expectativas dos seus stakeholders(público)atuais e futuros, com base numa visão radical de uma sociedade sustentável”.
Até o conservador Banco Mundial incorporou os princípios do desenvolvimento sustentável focados no envolvimento dos stakeholders. Desde 1997, no tópico reservado às recomendações dirigido aos gestores dos recursos, uma nova abordagem é incluída nos documentos oficiais da instituição, recomendando às empresas a prática do diálogo com todos os grupos de interesse – e não apenas com as autoridades governamentais -, previamente à implementação do empreendimento (MAY et al., 2003, p. 188).
Evidentemente a responsabilidade social não se limita a atuação de um determinado segmento da sociedade. Ela deve ser encarada como um processo contínuo, que traz benefício a todos, e não como algo que está na moda das passarelas empresariais. O papel das organizações nesse novo cenário está sendo reescrito, e não se resume somente ao capital alcançado, vai além das responsabilidades legais e econômicas. Para uma boa utilização de ferramentas socialmente responsáveis que contemplem os envolvidos, diretos e indiretos, na vida de uma empresa é necessário um planejamento. O resultado desse planejamento implica em sustentabilidade empresarial, que será a próxima abordagem deste trabalho.
Sustentabilidade Empresarial
Ultimamente é escutado com frequência a palavra sustentabilidade, principalmente no mundo empresarial. Não é à toa, pois as empresas são os principais atores no cenário do desenvolvimento econômico e também são cobradas para desenvolver uma gestão com objetivos ambientais e sociais.
A penetração do conceito de desenvolvimento sustentável no meio empresarial tem se pautado mais como um modo de empresas assumirem formas de gestão mais eficientes, como práticas identificadas com a ecoeficiência e a produção mais limpa, do que uma elevação do nível de consciência do empresariado em torno de uma perspectiva de um desenvolvimento econômico mais sustentável (MAY et al., 2003, p. 43).
Conforme Araújo et al.(2006), no passado, não muito distante, as organizações empresarias possuíam, exclusivamente, a visão e objetivo principal a obtenção do maior retorno possível sobre o capital investido, ou seja, o lucro. Para tanto, fazia uso das ferramentas disponíveis para estar à frente dos seus concorrentes, conseguindo maiores margens e fatias de mercado. Os autores prosseguem com a reflexão ao afirmar que as mudanças globais, os fatores econômicos, estruturais, as questões do meio ambiente e as questões sociais começam a fazer parte da responsabilidade das empresas. Diante desses questionamentos surge a palavra sustentabilidade. Para que as organizações possam colaborar para a sustentabilidade devem alterar seus processos produtivos, quando for necessário. Isto implica em erguer sistemas produtivos que não causem danos negativos e que os mesmos contribuam para a recuperação de áreas degradadas, oferecendo produtos e serviços que colaborem para a melhoria da atuação ambiental de seus consumidores e clientes. Segundo Fernandes e Andrade (2010), cada vez mais são evidenciadas as enormes e densas interações entre os sistemas econômicos, sociais e ambientais. É através do desenvolvimento de uma teoria acerca destas relações interdependentes é que será possível programar processos e desenvolver produtos que sejam agradáveis ao consumo economicamente viáveis e, ainda, que possam colaborar para melhorar a qualidade de vida no planeta. Os autores registraram ainda uma importante reflexão:
Essas velhas dicotomias são falsas e representam uma perspectiva cada vez mais obsoleta. Os objetivos sociais e econômicos não são intrinsecamente conflitantes no longo prazo. Uma economia produtiva e pujante exige trabalhadores educados, seguros, saudáveis e com moradias descentes, que se sintam motivados pelo senso de oportunidades. A competitividade econômica não precisa ser sacrificada para a preservação do meio ambiente, pois a poluição decorrente das atividades empresariais resulta da utilização improdutiva dos recursos (Poter, 1999 apudFernandes; Andrade, 2010, p. 19).
Para Feldmann(2009), as organizações necessitam entender que sustentabilidade no mundo empresarial passou a ser condição de sobrevivência para as mesmas e para o próprio planeta. O autor afirmar ainda que, “as empresas precisam internalizar a importância da sustentabilidade, com a visão de médio e longo prazo, e compreender que se deve exercê-la numa atuação estratégica”. É visível que um dos grandes desafios da humanidade é edificar uma sociedade justa, moderna e sustentável. E nessa construção as empresas possuem uma parcela considerável de contribuição. “O setor empresarial precisa está atento a tal preocupação e, buscar a criação de projetos empresariais voltados à sustentabilidade” (DUARTE; TORRES, 2005). Segundo com Karkotli e Aragão(2005), a carência de recursos pode contribuir para paralisar o ciclo de produção que movimenta a economia e o mercado global, e consequentemente atingir as empresas, que atualmente, em alguns casos, já são vistas como vilãs. A consciência da existência de problemas causados “pelo processo econômico implica na necessidade de reavaliar os seus esforços no que se referente aos debates sobre as questões ambientais” (SILVA, 2012, p. 11).
A quantidade e seriedade dos problemas ambientais que as sociedades vêm enfrentando nas últimas décadas, em nível global, imputam à própria economia a necessidade de analisar e reavaliar a questão ambiental e suas relações com o permanente desenvolvimento econômico e tecnológico (Karkotli; Aragão, 2005, p. 96).
Na concepção de Cruz (2009), numa sociedade em rápida transformação, onde o sucesso das empresas, geralmente é, medido através do resultado financeiro, e onde os bens tramitam de mãos assim como as ideias, a sustentabilidade empresarial brota como um princípio essencial para realizar negócios num mundo interdependente, sendo o alicerce para que as organizações mapeiem seu roteiro futuro. O autor prossegue afirmando que os executivos “também devem levar em conta os impactos sociais, econômicos e ambientais sobre qualquer participante com algum interesse no desempenho da organização” (Savitz, 2007, p. 22). Chiaravalloti (2016), argumenta que é cada vez mais comum surgir entre as empresas a ambição de se transformar em uma organização sustentável. Entretanto, são poucas as que conseguem efetivamente ultrapassar a barreira entre a pretensão e a efetivação. O autor alega ainda, que poucas organizações, realmente se empenham e se esforçam para se adequar a essa nova política e o mais importante, elas têm tido um enorme sucesso econômico, pois a incorporar a sustentabilidade de forma cotidiana, enxergando assim, que as questões ambientais e sociais fazem parte do crescimento econômico. De acordo com Nogueira (2004, p. 5), “o que está em jogo não é somente a adesão a um movimento que tem ganhado força ao longo dos últimos anos e sim a filosofia da empresa, as razões que orientam suas escolhas”. Conforme o exposto, observar-se que a princípio a sustentabilidade surgiu nas empresas como tendência exigida não só pela sociedade, mas também pelo seu mercado de atuação e atualmente passou a ser percebida como uma estratégia para a sua sobrevivência. Para algumas organizações pode parecer uma estratégia difícil de ser implementada, porém, é economicamente viável. E a nova lógica de gestão, exige das empresas uma postura diferenciada. Uma empresa é sustentável quando utiliza um conjunto de medidas socialmente responsáveis que contemplam toda a sua cadeia de produção. Medidas essas, que abrangem as dimensões ambientais, sociais e econômicas, formando assim o tripé da sustentabilidade. “Embora haja um crescimento perceptível da mobilização em torno da sustentabilidade, ela ainda está mais focada no ambiente interno das organizações, voltada prioritariamente para processos e produtos”. É um grande avanço, sem dúvida nenhuma, tomando-se como marco o ano de 1992; “mas ainda falta muito para que as empresas se tornem agentes de um desenvolvimento sustentável, socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente correto” (MAY et al., 2003, p. 43).
O Tripé da Sustentabilidade Empresarial
A sustentabilidade empresarial tem como base três colunas: social, ambiental e econômica. São elas que amparam o conceito do desenvolvimento sustentável. É com esses três pilares de apoio que as organizações deverão trilhar os seus caminhos rumo a um presente e futuro planeta sustentável. O conceito Triple BottomLineou Tripé da Sustentabilidade, segundo Figueiredo e Paiva (2008 apud Dias, 2011, p. 46), foi apresentado por John Elkington, em 1994, “ele pretendia disseminar a teoria de que as empresas deveriam medir o valor que geram, ou destroem, nas dimensões econômica, social e ambiental”, conforme figura abaixo ilustrada:
Figura 2. Visão da perspectiva do Tripé da Sustentabilidade (Fonte:DIAS, 2011, p. 46).
A Figura 2 representa a forma como as organizações deveriam visualizar a sustentabilidade, ou seja, através de três esferas: social, ambiental e econômica. Pieratti (2009) também trata o Triple BottomLine, como os 3Ps (People, Planet andProift), ou, em português, Pessoas, Planeta e Lucro (PPL); no qual inseridos os aspectos econômicos, ambientais e sociais. Cirelli e Kassai (2010), enfatizam que os três pilares da sustentabilidade devem interagir de forma que possua uma sinergia na estrutura organizacional que resulte na otimização das decisões estratégicas para uma eficácia nas suas ações e operações. O conceito apresentado por John Elkington e, seguido por outros autores, tem o intuito de demonstrar para as organizações que as mesmas precisam se preocupar com variáveis que possam causar impacto em seu ramo de atuação, bem como colaborar para a preservação da vida para as futuras gerações. Estas recebem valor por parte da sociedade quando adotam a postura na dimensão social, ambiental e econômica. Contudo, nem sempre as empresas elaboram os projetos que contemplam os três pilares de forma equilibrada. Segundo Ruthes(2007), o que se analisa é que muitas organizações dividem os pilares em projetos modulares, reservados a poucos indivíduos e trabalham a sustentabilidade de maneira separada, no contexto imediato Durante a abertura do HSM ExpoManagement 2010, o palestrante John Elkignton, cofundador da Organização Não Governamental (ONG) SustainAbility e criador do conceito Triple BottomLine, o qual completará 16 anos, alerta que “As empresas acham difícil olhar por meio destas três lentes ao mesmo tempo”. A lente social, ambiental e econômica. Para ele o motivo desta dificuldade pode estar ligado ao fato de que não existem prioridades claras nas organizações quando o assunto é a sustentabilidade (HSM, 2017). As mutações no ambiente dos negócios estão cada vez mais frequentes, e consequentemente fazem cobranças das empresas no tocante às atitudes flexíveis e transparentes, integradas ao conceito de sustentabilidade.
A organização sustentável será aquela que, além de gerar lucro para os acionistas, conseguirá, ao mesmo tempo, proteger o meio ambiente e contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas com as quais mantém interação, aliando, assim, os interesses dos negócios aos interesses do meio ambiente e da sociedade (CRUZ, 2009).
O resultado dessa tríplice aliança será a homeostase entre nós, sociedade e empresas, e entre a natureza.
CONCLUSÕES
A sustentabilidade possui uma longa caminhada de discussões. Iniciou-se como uma preocupação menor em relação ao futuro do planeta e hoje, esta palavra ganhou uma proporção maior na atual conjuntura, na busca de equilibrar as ações na área ambiental, social e econômica. E todos nós, enquanto pessoas, sociedade, empresa, governo, somos convocados a unir esforços para promover o equilíbrio ambiental no mundo.
REFERÊNCIAS
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