Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Artigos
30/05/2017 (Nº 60) ESTUDO INVESTIGATIVO A RESPEITO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO DA DOCÊNCIA EM DUAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE SALVATERRA-ILHA DE MARAJÓ-PA.
Link permanente: http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=2721 
  

ESTUDO INVESTIGATIVO A RESPEITO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO ÂMBITO DA DOCÊNCIA EM DUAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE SALVATERRA-ILHA DE MARAJÓ-PA.

Exploratory study on environmental education in the context of teaching in two schools in the municipality of Salvaterra-Marajó island-Pa.

 

 

 

Cristiane Ferreira da Silva1; Edmilson Bandeira Coelho1; Paulo Weslem Portal Gomes2; Paulo Wender Portal Gomes3,1*; Abraão de Jesus Barbosa Muribeca3,2*; Nilson Santos Trindade4

 

1Graduados em Ciências Naturais com habilitação em Biologia, Universidade do Estado do Pará, Campus XIX, PA 154, CEP 68860-000, Salvaterra, PA.

 

2Graduando em Ciências Naturais com habilitação em Biologia, Bolsista do PIBIC/ CNPq da Universidade do Estado do Pará, Campus XIX, PA 154, CEP 68860-000, Salvaterra, PA. Email: weslemuepa@hotmail.com

 

3Mestrandos em Química Orgânica, Universidade Federal do Pará, Guamá. CEP 66075-110, Belém, PA. Email: 1* wenderufpa@hotmail.com / 2* abraao_muribeca@hotmail.com

 

3Doutor em Ciências da Educação pela Universidad Americana, UA, Paraguai. Professor da Universidade Federal do Pará, Guamá. CEP 66075-110, Belém, PA. Email:  nilsonufpa17@gmail.com

 

 

Resumo: A Educação Ambiental surgiu no século XXI como alternativa ímpar para a reconstrução das diversas transformações negativas ocorridas no meio ambiente, provocadas pelo homem e suas produções tecnológicas. Diante disso, em caráter escolar, existe uma enorme carência de professores com formação mínima para o ensino da integração homem, sociedade e meio ambiente desde o ensino infantil ao ensino médio na maioria das escolas públicas brasileiras. Assim sendo, o presente trabalho teve por objetivo conhecer as formações, concepções e práxis pedagógicas adotadas pelos profissionais da educação no ensino médio de duas escolas do município de Salvaterra-PA. Para isso, fez-se uso da metodologia da pesquisa qualitativa e quantitativa a fim de obter-se dados concretos que viessem a nortear resultados significativos. Os resultados apontaram que apenas 28% dos profissionais entrevistados foram contemplados com a aprendizagem em educação ambiental na grade curricular do curso de graduação, porém, a maioria enfatizou que possuem conhecimento da importância de ensinar educação ambiental no âmbito escolar, e ainda, cerca de 80% dos profissionais executam projetos e ações dentro da escola voltados para educação ambiental como eixo principal, buscando a formação de um cidadão crítico e de conhecimento ecologicamente correto frente aos desafios que envolvem homem, meio ambiente e sociedade.

           

Palavras-chave: Formação continuada, Práticas pedagógica, Salvaterra.

 

Abstract: Environmental Education emerged in the twenty-one as an alternative odd for the reconstruction of the various transformations negative that have occurred in the environment due to the influence of man and his productions technology. On the face of it, in a school, there is a huge shortage of teachers with minimum training for the teaching of the integration of man, society and the environment from the child education in the secondary school curriculum in the majority of brazilian public schools, therefore the present work had the objective to know the formations, the conceptions and practice of teaching adopted by the professional of the education in the high school of two schools in the municipality of Salvaterra-PA, for this, he made use of the methodology of qualitative and quantitative research in order to obtain concrete data that would guide meaningful results. The results obtained in this research showed that only 28% of the professionals interviewed were considered to have learning in environmental education in the curriculum of undergraduate, however, the majority highlights that have knowledge of the importance of teaching environmental education in the school context, and yet, about 80% of the professionals are running projects and actions within the school directly linked to environmental education as its main axis, seeking the formation of a citizen critical knowledge and ecologically sound to address the challenges involving man, environment and society.

 

Keywords: Continuing education, Pedagogical practices, Salvaterra.

 

 

Introdução

 

Nos últimos anos, o crescimento tecnológico e científico aumentou em escala acelerada, para isso, faz-se uso da exploração de recursos naturais de maneira desenfreada para suprir o elevado consumismo da população mundial. Com isso, aumenta-se a agressão a biosfera e consequentemente trás o desequilíbrio socioambiental. A Educação Ambiental (EA) surgi como alternativa para construção de uma sociedade sustentável ecologicamente equilibrada (MARCATTO, 2002). A inserção da EA como tema transversal nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), possibilitou a introdução de discussões e práticas dos aspectos ambientais de maneira interdisciplinar em todos os níveis da educação.

Brasil (1999), define a EA como o processo em que o indivíduo e a coletividade adquirem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências ligadas ao bem comum, que é a conservação do meio ambiente, primordial para qualidade de vida e sua sustentabilidade. Com isso, as questões que nortearam este trabalho foram: Os professores de ensino médio dos campos de estudo possuem uma boa formação inicial e continuada em relação a educação ambiental? Tais profissionais possuem concepções a respeito da educação ambiental? Em suas aulas, estes professores possuem didáticas diferenciadas baseadas em práxis pedagógicas de modo a enfocar a educação ambiental e seus paradigmas?

 

 

A Formação do professor e suas práticas na Educação Ambiental

 

Macedo (2014), define a escola e os professores como ferramentas essenciais no âmbito escolar, na perspectiva de reconstruir novos caminhos a fim de obter-se uma boa relação socioambiental. Marcatto (2002), ressalta que nas últimas décadas, cresceu os movimentos ambientalistas e de preservação ambiental, evidenciando que o homem está mais consciente da exploração de recursos de maneira sustentável, uma vez que tais recursos são limitados. Nesse contexto, a escola e o educador exercem papel fundamental na construção de uma cidadania responsável voltada para o desenvolvimento socioambiental.

Na Conferência de EA realizada em Tbilisi, o principal documento elaborado estabelece que a EA deve estar presente na formação dos professores. No entanto, as questões ambientais ainda são tratadas de forma muito fragmentada e bastante antropocêntrica, sendo assim as instituições discutem métodos para organizar as estruturas curriculares de seus cursos para inserção da EA e os seus processos de formação (OLIVEIRA, 2006). Ferreira (2010), ressalta que o treinamento de docentes ambientais deve estar baseado em questionamentos que permitam refletir situações e ideias adquiridas no cotidiano, para que possam atuar no contexto onde estão inseridos.

Oliveira (2006), enfatiza a formação continuada de educadores ambientais como essencial no auxílio da prática pedagógica, a qual o professor passa a ser considerado um agente transformador e mediador, que deve estar engajado num processo de transformação da educação, buscando sempre metodologias e práticas voltadas pra formação de indivíduos conscientes e comprometidos com o desenvolvimento socioambiental. Neste sentido, o presente trabalho objetivou conhecer e identificar as formações, concepções e práticas pedagógicas dos professores do ensino médio do município de Salvaterra-Pa, no tocante à EA.

 

Material e Métodos

 

Área de estudo

O estudo foi realizado no período de Março a Maio de 2016, em duas escolas públicas de ensino médio do município de Salvaterra, pois é neste período que as escolas estão no âmbito da discussão de desenvolvimentos de projetos que integrem escola sociedade e meio ambiente. A saber: Ademar Nunes de Vasconcelos e Salomão Matos. O alvo principal desta pesquisa foram os professores, que somam 38 profissionais das duas escolas. A aplicação dos questionários seguiu a todos os professores, mas somente dezoito responderam. Ainda que, a identidade dos entrevistados foi preservada de acordo com o termo de consentimento aceito e esclarecido a todos (TEIXEIRA, 2011). Com isso, a amostra da pesquisa compôs dezoito docentes, sendo que 7 exercem função na escola Ademar Nunes de Vasconcelos e, os demais na escola Salomão Matos.

 

 

Modelos de pesquisa utilizada na coleta de dados

 

Antes da aplicação definitiva dos questionários, elaborou-se o questionário pré-teste, em que foi possível verificar as falhas contidas no mesmo e ao qual foi devidamente reformulado. Sendo assim, para coleta de dados deste trabalho, utilizou-se a pesquisa quali-quantitativa descritiva do método indutivo e exploratória, por meio de observação e uso de questionários semiestruturados, respectivamente. Cervo, Bervian e Silva (2010), relatam que a pesquisa descritiva deve ser cautelosamente bem planejada, do contrário, não consegue oferecer resultados úteis e verdadeiros, para Gil (2010), é o processo em descrever as características de determinada população ou fenômenos ou então estabelecer relações entre variáveis. Este método de pesquisa está relacionado com o propósito de analisar, interpretar, investigar, alcançar e representar os dados obtidos segundo uma pesquisa, por meio de procedimentos estatísticos ou por meio de aspectos psicológicos, opiniões, comportamentos e atitudes do indivíduo ou grupos, mediante o método indutivo que é responsável por chegar a uma questão geral, partindo de algo particular (RODRIGUES, 2009; MARCONI; LAKATOS, 2003)

De acordo com Severino (2007), os modelos de pesquisa utilizados se confirmam por ter o objetivo de verificar a inter-relação que o ser individual quanto o conjunto estudado possui com o meio em que estão inseridos. Para Prodanov e Freitas (2013), a metodologia utilizada na pesquisa é o conjunto de etapas dispostas de forma lógica que tem como objetivo examinar, descrever e avaliar métodos e técnicas visando a resolução de problemas e/ou questões de investigação.

 

 

 

 

Resultados e Discussão

 

Os resultados obtidos neste trabalho estão sustentados em gráficos que direcionam variáveis importantes correlacionadas diretamente com o ensino de educação ambiental e ainda com as formações dos profissionais de educação das escolas públicas do município de Salvaterra-PA. Através da tabela 01, ressalta-se que todos os professores detêm de graduação completa, entretanto, apenas o percentual equivalente a 55.5% destes profissionais estão incluídos na “formação continuada”, com atenção para 20% em áreas afins de educação ambiental.

 

Tabela 01- Quanto à formação inicial e continuada, tempo de magistério e carga horária dos professores. Fonte: Autores, 2016.

 

Dos professores entrevistados, não mais que 28%  tiveram a disciplina EA na sua graduação. Quando questionados a respeito de como a EA foi abordada em seus cursos de graduação, os professores responderam que foi “abordada de maneira superficial na forma de disciplina, projetos e/ou minicursos”

Também percebe-se que 72% dos entrevistados não tiveram a EA em sua formação acadêmica, ou seja, a maioria dos professores não receberam nenhum tipo de informação e formação em relação a EA. Segundo Brasil (2009) a EA ainda está pouco presente nas diretrizes curriculares dos cursos de graduação e de acordo com o ProNEA, cabe aos sistemas de ensino e as instituições educacionais desenvolverem reflexões, debates e programas de formação no sentido de efetivar a inserção da EA na formação acadêmica com o propósito de que as dimensões ambientais estejam presentes nos currículos de todos os professores.

É importante ressaltar o papel dos professores na formação dos futuros cidadãos responsáveis, críticos e participativos na construção de uma cidadania responsável voltada para culturas de sustentabilidade socioambiental. Se por vários motivos como de departamentalização, burocratização, fragmentação, hierarquização e desarticulação dos conhecimentos das instituições de ensino, os professores não tiveram a educação ambiental em sua formação. Isso acarretar em deficiências de práticas e metodologias voltadas para a EA com os seus alunos.

Dos dezoitos professores pesquisados apenas dez fizeram pós-graduação, sendo que apenas dois tiveram a disciplina de EA em sua formação e fizeram pós-graduação na área de EA. De acordo com P11 e P18 a EA foi “trabalhada com o objetivo de estabelecer um processo de aprendizagem, reflexão e construção de uma nova visão do papel da EA no desenvolvimento socioambiental”

Quando foi perguntado sobre qual sua concepção a respeito da EA, a maioria dos docentes foram unânimes ao afirmarem que “está relacionada com práticas e atitudes críticas, desenvolvidas pelos indivíduos voltadas para preservação e respeito ao meio ambiente”.

A EA é definida pelo Ministério da Educação (MEC) como uma educação cidadã, responsável, critica e participativa desenvolvida pelos indivíduos nos seus saberes tradicionais e científicos possibilitando a tomada de decisões voltadas para a cultura socioambiental. Na concepção de Leão e Silva (1999).

 

A educação ambiental é um processo de formação e informação, orientando para o desenvolvimento de consciência crítica sobre as questões ambientais e de atividades que levam a participação dos indivíduos na preservação do equilíbrio ambiental.

 

Nas concepções dos professores e dos autores citados acima foi possível percebe que eles concordam que a EA possui como um de seus principais eixos a formação de indivíduos críticos que estejam dispostos a construírem uma sociedade ecologicamente equilibrada que respeite e cuide do meio ambiente.

Conforme indica o gráfico 01, após o questionamento sobre o conhecimento prévio a respeito de meio ambiente, 67% dos profissionais afirmam que ambiente “é o sistema natural onde os seres vivos se relacionam e vivem em perfeito equilíbrio”, 33% entende que o meio ambiente “é o espaço geográfico onde os seres vivos estão inseridos” e 11% não responderam.

 

 

Gráfico 01- Entendimento dos Professores sobre Meio Ambiente. Fonte: Autores, 2016.

 

Na concepção de Silva e Leão (1999):

 

O meio ambiente é a totalidade do planeta e os elementos que o compõem: físicos, químicos e biológicos, tanto os naturais quanto os artificiais, tanto os orgânicos quanto os inorgânicos, nos distintos níveis de sua evolução, até o homem e suas formas de organização na sociedade, onde a rede de inter-relações existentes entre estes elementos se encontra em estreita dependência e influência recíprocas.

 

 

 Segundo a Lei 6.938/1981 do Artigo 3 Cap. I, entende-se por “meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas”

 As definições sobre meio ambiente são complementares às definições de Educação ambiental. Pode ser trabalhada “sobre, no, para ou a partir do meio ambiente”. (BRASIL, 2007)

É importante salientar que toda atividade de EA deve ter com base, uma diagnose prévia do meio ambiente onde vai ser inserida. Para isso, é de fundamental importância conhecer o meio ambiente e quais são seus aspectos de modo que possa facilitar as tomadas de decisões sobre qual é o a melhor forma de trabalhar EA.

Através do questionamento sobre o grau de importância da EA na formação dos professores, 56% afirmam que é essencial, 33% realçam que é muito importante e 11% responderam que é importante como podemos observar no gráfico 02.

 

 

 

Gráfico 02 - Grau de importância da EA na formação dos professores

Fonte: Autores, 2016.

 

O processo de formação continuada em EA envolve uma temática não disciplinar, mas obrigatória para todos os níveis e modalidades de ensino com o objetivo de apoiar professores a se tornarem educadores ambientais para atuarem em processos de construção de conhecimentos ecológicos.

É de fundamental importância que o professor busque a melhor capacitação profissional, sempre desenvolvendo ações educativas que melhorem a qualidade do ensino e aprendizagem, tornando-se assim um profissional da educação mais reflexivo e atuante, possibilitando a facilidade de sobressaírem aos desafios encontrados no cotidiano escolar, principalmente dos desafios da área ambiental que requer um professor mais atuante, modificador e transformador no seu processo EA.

Quando indagados sobre qual sua opinião de qual a melhor fase curricular para se fazer a inserção da EA, 78% dos professores responderam que na fase infantil é mais fácil de começar a trabalhar a EA, como mostrado no gráfico 03.

 

Gráfico 03 - Inserção da Educação Ambiental em fase curricular da Educação Infantil ao Ensino Médio. Fonte: Autores, 2016.

 

A ProNEA, afirma que é preciso desenvolver instrumentos e metodologias, visando a incorporação da dimensão ambiental, de forma interdisciplinar, em todos os níveis e modalidades de ensino (BRASIL,2005).

Segundo a e Lei de Diretrizes e Bases (1996) em seu artigo 29 diz que:

 

A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.

 

 

 A EA se constrói num processo contínuo e permanente, iniciando na educação infantil e continuando através de todas as fases do ensino formal e não formal, possibilitando assim a formação de uma sociedade educada ecologicamente.

Quando questionados se participam de alguma atividade ou projetos de EA em suas escolas, dez responderam que sim e oito responderam que não, isso mostra que quase a metade dos docentes não está comprometida com as questões ambientais.

Com relação à forma de participação dos professores nesses projetos, foi verificado que 100% participam, desses 80% responderam que de participam de forma efetiva e 20% participam somente na execução sem sabe seus reais objetivos. Foi possível observar que de alguma forma quase todos dos professores se preocupam em trabalhar com esta temática. Isto pode ser observado no gráfico 04.

 

Gráfico 04 -Grau de envolvimento dos professores com projetos de Educação ambiental. Fonte: Autores, 2016.

 

Segundo Lisboa e Kindel (2012), o principal objetivo em desenvolver esse tipo de atividade é estimular o processo criativo e a relação interdisciplinar e cooperativa, possibilitando a comunidade escolar o aprendizado de atuar coletivamente e tomar decisões em conjunto que visem uma consciência ecológica.

É de fundamental importância que a escola e os professores desenvolvam projetos e atividades que busquem despertar valores voltados para a proteção do meio ambiente em todos os indivíduos da comunidade escolar.

Foi questionado junto aos professores se eles produzem atividades relacionadas à temática ambiental com os alunos, 12 responderam que sim e 6 responderam que não, com isso percebeu-se que mais da metade dos alunos estão recebendo em sua formação princípios fundamentais na proteção da nossa identidade ecológica. Sendo assim, solicitou-se que os professores enumerassem de um a quatro, os níveis de prioridade do ensinamento sobre os assuntos relacionados à educação ambiental. Destes, o item que mais foi apontado pelos professores como o número um em prioridade foi à interação do ser humano com a natureza. Os resultados podem ser melhores visualizados no gráfico 05.

 

Gráfico 05: Níveis de prioridade de ensinamento sobre Educação Ambiental. Fonte: Autores, 2016.

 

Segundo Oliveira (2006):

 

 

Educação Ambiental considera o meio ambiente em sua totalidade e deve ocorrer dentro e fora da escola, trazendo como objetivo examinar as questões ambientais locais, nacionais e internacionais, sob um enfoque interdisciplinar, buscando minimizar efeitos possivelmente destruidores da ação do homem.

 

 

O professor é considerado como um agente transformador cidadão que deve estar engajado num processo de transformação da educação ambiental e da sociedade como um todo, partindo disso e de grande importância que os professores desenvolvam atividades com seu aluno de modo que os possibilitem fazer uma leitura crítica do seu ambiente com objetivo de criarem uma consciência para preservação ambiental e que possam atuar na melhoria e na preservação característica e nos aspectos naturais do meio ambiente.

Foi questionado aos professores sobre em que grau de importância classificaria a EA como fator preponderante na formação e desenvolvimento dos alunos, 67% consideram como essencial, como mostra no gráfico 06.

 

Gráfico 06- O grau de importância da Educação Ambiental como fator preponderante na Formação e Desenvolvimentos dos alunos. Fonte: Autores, 2016.

 

Baseando-se nisso, notou-se que os professores se preocupam em trabalha a EA como uma ferramenta importante na construção de uma sociedade ecologicamente equilibrada.

De acordo com os PCNs (1997) “Meio Ambiente e Saúde”, e essencial que EA seja desenvolvida a fim de ajudar os alunos a construírem uma consciência global das questões relativas ao meio para que possam assumir posições e valores referentes à proteção e melhoria da qualidade da vida, para isso é importante que possam atribuir significado àquilo que aprende sobre a questão ambiental, esse significado é resultado da ligação que o aluno estabelece entre o que ele aprender dentro e fora da escola. Para Oliveira (2006):

 

A Educação Ambiental deve contemplar tanto o conhecimento cientifico como os aspectos subjetivos da vida, que incluem as representações sociais. Porém, a questão ambiental impõe à sociedade a busca de novas formas de pensar e agir para suprir as necessidades humanas e, ao mesmo tempo, garantir a sustentabilidade ecológica. Isso implica que, a Educação Ambiental deixe de ser contemplada apenas como instrumento metodológico da gestão ambiental, ou simplesmente no campo institucional educativo.

 

Como já foi reconhecido, a EA surgiu como resposta a mais eficaz para a solução dos problemas ambientais. Por isso que é de fundamental importância que a mesma seja trabalhada dentro dos espaços educativos, pois é nesses espaços que serão formados indivíduos críticos, reflexivo, participativos e atuantes na construção de uma sociedade mais igualitária que respeite todos os tipos de diversidade tanto social, cultural, politica, histórica e principalmente ecologia.

 

Considerações finais

 

Com base nos resultados obtidos nesta pesquisa, destaca-se o empenho dos professores que mesmo sem treinamento adequado e conhecimento sobre o tema em questão adquirido em um processo de formação inicial ou continuada, empenham-se para o desenvolvimento de práticas pedagógicas, projetos e ações que possam subsidiar uma boa formação de cidadãos críticos e com conhecimentos suficientes e ecologicamente corretos.

Uma grande parcela dos profissionais entrevistados apontou em caráter “essencial” o ensino de educação ambiental desde o ensino básico infantil até o ensino médio das escolas públicas, visto que os mesmos destacam que uma das principais consequências está no desenvolvimento de uma melhor qualidade de vida diretamente ligada a natureza, pois segundo as respostas obtidas nos questionários, cerca de 90% dos profissionais classificaram a educação ambiental como o espaço geográfico onde habitam todos os seres vivos e estes vivem em perfeito equilíbrio.

Ante o exposto, ressalta-se que projetos socioambientais vêm sendo desenvolvidos periodicamente nas escolas consultadas, e através destas iniciativas, a perspectiva é que novas ações do mesmo caráter também sejam incrementadas nas demais escolas do município de Salvaterra, a fim de levar o conhecimento às localidades rurais com carência no tema em questão e proporcionar a integração mais íntima entre homem e meio ambiente. 

 

 

Referências

 

 BRASIL. Lei nº. 6.938 de 31 de agosto de 1981. Brasília: Diário Oficial da União, 18 de julho de 1981.

 

­­­­­______. Lei nº. 9.795 de 27 de abril de 1999: dispõem sobre a política nacional de educação ambiental. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF,1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/civil_03/leis/L9795.htm acesso em 23 de fevereiro de 2016.

 

______. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Presidência da República Casa Civil. Brasília: Subchefia para Assuntos Jurídicos. 20 de dezembro de 1996. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/civil_03/LEIS/L9394.htm. Acesso em: 24 Faveiros 2016.

 

______. Câmara dos deputados. Legislação brasileira sobre o meio ambiente. Brasília, 2009- (Série legislação; n. 19).

 

______.Ministério da educação. Educação Ambiental: aprendizes de sustentabilidade. Brasília; secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade 2007.

 

______. Ministério do Meio Ambiente. Programa Nacional de Educação Ambiental. 3. ed. Brasília; Ministério do Meio Ambiente, 2005.

 

CERVO, A. L; BERVIAN, P. A; SILVA. Da R. Metodologia cientifica. 6. ed. Pearson. São Paulo, 2010.

 

FERREIRA, C. F. B. Formação de Professores: Concepções e práticas pedagógicas de educação ambiental. 2010. 105 f. Dissertação (Mestrado em Ensino de Ciências) - Programa de Pós-graduação Stricto Sensu em Ensino de Ciências, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de janeiro, Nilópolis 2010.

 

GIL. A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

 

LEAO, A. L. C; SILVA, L. M. A. Fazendo Educação Ambiental. 4ª ed. rev. atual. Recife: CPRH, 1999.

 

LISBOA, C. P; KINDEL, E A. I (Org.). Educação ambiental: da teoria a pratica. Porto Alegre: Mediação, 2012.

 

MACEDO, S. B. Educação ambiental: Concepções, Práticas e Formação dos Professores de Biologia e Química. 2014. 45 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciada em Ciências Biológicas) – Universidade Federal do Pará, Marabá, 2014.

 

MARCATTO, C. Educação Ambiental: conceitos e princípios. 1. ed. Belo Horizonte: FEAM, 2002. 

 

MARCONI, M. A; LAKATOS, E M. Fundamentos de metodologia Científica. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2003.

 

OLIVEIRA, A. L. Educação Ambiental: concepções e práticas de professores de ciências do ensino fundamental. 2006. 133 f.  Tese (pós-graduação educação para a ciência e o ensino de matemática) - programa de pós-graduação stricto sensu, Universidade estadual de Maringá, 2006.

 

 

PRODANOV, C. C; FREITAS, E. C. de. Metodologia do trabalho científico: Métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho acadêmico. 2. ed. Novo Hamburgo. Feevale, 2013.

 

PCNS. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Meio Ambiente e Saúde/Secretaria de Educação Fundamental - Brasília: MEC/SEF,1997.Disponívelem:http://www.portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro091.pdf > Acesso em: 21 de janeiro de 2016.

 

RODRIGUES, A. de J. Metodologia cientifica completo e essencial para vida universitária. 1. ed. Avercamp. São Paulo. 2009.

 

SEVERINO, A. J. Metodologia do trabalho cientifico. 22. ed. rev. e ampl. De acordo com a ABNT – São Paulo: Cortez, 2007.

 

TEIXEIRA, E. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 8. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.

 

Ilustrações: Silvana Santos