Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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IMPLANTAÇÃO DE UMA TRILHA INTERPRETATIVA COMO INSTRUMENTO EDUCATIVO E PARA O BEM-ESTAR DA COMUNIDADE
¹Margareth Lumy Sekiama ²Fernando Periotto ³Jackeline Cristina Carvalho Ambrosio ²Juliano Marcon Baltazar ²Gilmar Perbiche-Neves
¹Professora Adjunta do Departamento de Desenvolvimento Rural (DDR) – Centro de Ciências Agrárias,Universidade Federal de São Carlos (CCA/UFSCar) –Rodovia Anhanguera, Km 174, CEP 13600-970, Araras, SP, Brasil. E-mail: margasekiama@gmail.com ²Professor adjunto doCentro de Ciências da Natureza,Universidade Federal de São Carlos (CCN/UFSCar)–Rod. Lauri Simões de Barroskm 12 – SP-189Bairro Aracaçu – Buri ³Estudante do curso Bacharelado em Engenharia ambiental e bolsista Proex UFSCar –Centro de Ciências da Natureza, Universidade Federal de São Carlos (CCN/UFSCar)–Rod. Lauri Simões de Barroskm 12 – SP-189Bairro Aracaçu – Buri
Resumo (abstract) A relação entre o homem e a natureza sempre foi essencial e necessária, mesmo que despercebida, especialmente por aqueles que vivem em ambientes altamente urbanizados e industrializados. O contato direto com ambientes naturais tem suma importância quanto aos diversos aprendizados que esses locais podem oferecer, despertando interesse e proporcionando os devidos valores que as áreas naturais possuem.No presente trabalho houve a criação de uma trilha interpretativa com o objetivo de inserir a comunidade do Campus Lagoa do Sino da UFSCar e do entorno em uma vivência próxima da natureza. Uma trilha interpretativa é um lugar que proporciona ensino em espaços não formais, proporcionando encantamento, descobertas, ensinamentos e aprendizagens aos seus usuários. A trilha destina-se à comunidade acadêmica e do entorno, com objetivos de promover um ambiente para atividades educativas e de lazer com diferentes enfoques e distintos públicos, promovendo um ambiente para gerar conhecimento científico e fomentar a conservação da biodiversidade local. Foram confeccionados troncos de eucaliptos com informações pirografadas sobre os atrativos da trilha e depois alocados ao longo do percurso como forma de inserir informações locais ao visitante. A trilha tem sido utilizada com frequência pela comunidade interna e externa e vem funcionando como cenário para o desenvolvimento de diversas atividades de pesquisa, ensino e extensão, recebendo anualmente a visita de aproximadamente 500 pessoas.
Palavras-chave: educação ambiental, conservação da natureza, meio ambiente.
1. Introdução O tema meio ambiente vem tomando destaque no contexto onde a sociedade está inserida. Por um lado,ocorre um aumento na degradação ambiental devido às ações antrópicas, do outro cresce o interesse na preservação ambiental. Nesse contexto, agentes sociais concebem o ambiente como um bem coletivo, de uso comum da população e imprescindível para uma melhor qualidade de vida (NETO et al., 2010). O ser humano compreende que sua capacidade de transformação já provocou interferências na natureza e que o futuro do ambiente natural vai depender da sua cultura (VASCONCELLOS 2006). Com o desenvolvimento do país, a demanda por áreas verdes para o bem-estar aumentou consideravelmente,principalmente por populações urbanizadas que vem expressando a necessidade de um maior contato com a natureza (TAKAHASHI, 2004). Essas áreas devem ser conhecidas e também conservadas por pesquisadores, mas principalmente pela própria comunidade. As atividades de educação/interpretação ambiental a céu aberto devem satisfazer as necessidades dos usuários, sem causar prejuízos à conservação das áreas naturais. Áreas naturais são locais importantes para se desenvolver programas de Educação Ambiental, e com objetivo de mostrar e compreender o lugar do homem no planeta e conscientizar sobre a preservação do ambiente (VASCONCELLOS 2006). Segundo PÁDUA (1991), essas práticas são importantes estratégias conservacionistas, pois a comunidade também tem o compromisso de proteger o meio em que vive.A interpretação da natureza é uma forma de entender os ecossistemas e suas relações ecológicas, e torna-se uma importante ferramenta para atividades de lazer, pedagógicas e sociais. Segundo VASCONCELLOS (2006), é um meio de comunicação para cativar, provocar e estimular reflexões em diversos públicos, criando oportunidades para um crescimento responsável e sustentável. O campus Lagoa do Sino da UFSCar é uma área com atividades agrícolas e tem esse nome pois corre a lenda que antigamente havia um sino na fazenda e este sumiu, pois havia caído dentro de uma de suas lagoas. A fazenda localiza-se na região sudoeste do Estado de São Paulo, que é caracterizada por ser uma das regiões com menores índices de desenvolvimento do estado, com situações de riqueza, longevidade e escolaridade mais baixos da média estadual conforme o Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS) da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE). Apesar da carência em educação, saúde e qualidade de vida, ainda é uma das regiões mais preservadas do estado, e que ainda possui áreas naturais e grande riqueza de espécies da fauna e da flora locais(Ministério do Meio Ambiente 2002). A trilha interpretativa do campus Lagoa do Sino foi criada para ser uma ferramenta didática como apoio às aulas e atividades pedagógicas, mas também como uma forma de inserir a comunidade do campus e do entorno em uma vivência próxima da natureza. Conforme LIMA (1998), uma trilha interpretativa é um lugar de encantamento, uma lição de sabedoria, um local de descobertas, causando sentimentos e emoções. Uma área natural tem o objetivo de mostrar ao usuário um novo campo de percepções, promovendo um descobrimento de um mundo desconhecido, um novo olhar para a natureza, um pensar mais crítico e decisões mais conscientes (FEINSINGER et al, 1997). O campus possui áreas de belezas naturais como lagoas, floresta de araucária, florestas secundárias, área de campo que podem ser admiradas, exploradas de forma didática, como material de apoio ao aprendizado. Por esses motivos, a trilha interpretativa torna-se um local de ensino e aprendizagem propício para realizar caminhadas, reflexões e conhecer a fauna e a flora local, além da observação de diversas relações ecológicas.
2. Material e métodos A trilha interpretativa Lagoa do Sino localiza-se no campus da UFSCar – Lagoa do Sino, no município de Buri– SP. O campus iniciou suas atividades acadêmicas em janeiro de 2014, e possui uma área de 643,34 hectares, apresentando áreas de cultivo agrícola, remanescentes de Floresta de Araucária e florestas secundárias, e um complexo de 11 lagoas que servem como reserva de água para as atividades agrícolas da fazenda. Por meio de estudos prévios e observações da área e dos atrativos, o percurso da trilha foi traçado com um total de 1,2 km, localizado em relevo não acidentado percorrendo paisagens variadas (Figura 1), podendo ser realizado com duração em torno de uma hora. Durante sua criação foram selecionados pontos atrativos ao longo da caminhada para a abordagem de paisagens e temáticas variadas, as quais são listadas a seguir: · Lagoa do Sino: início da caminhada é feita ao lado da lagoa para conhecer a história da fazenda e seus encantos, como forma de valorizar a cultura e histórias regionais. Nesse trecho também é abordado o tema água e os ecossistemas aquáticos, é possível observar aves aquáticas e peixes; · Criação de ovinos e casa de vegetação: no mesmo trecho, mas ao lado oposto, são apresentadas para os visitantes a criação de ovelhas e área de germinação de sementes e produção de mudas, as quais fazem parte das atividades acadêmicas do campus; · Cupinzeiros: parada para abordagem da vida social dos insetos, como é sua organização e sociedade. É possível fomentar uma discussão comparando com a sociedade humana, como vivemos; · Formigueiros: vida social dos insetos, sua organização e sociedade; · Troncos em decomposição: os troncos de araucárias e outras plantas em decomposição proporcionam uma abordagem sobre a comunidade de decompositores que reciclam os elementos na natureza, como os fungos, bactérias e insetos. · Fungos: uma grande diversidade de fungos pode ser observada ao longo da trilha em boa parte do ano, sendo mais comum em locais úmidos, e apresentam uma gama variada de cores e formas. · Árvore com epífitas: ao longo da caminhada uma parada à sombra de uma árvore e observação de várias espécies de epífitas (orquídeas,etc.); · Líquens: as árvores apresentam tipos diferentes de líquens, e pode-se explanar sobre suas relações ecológicas e importância como bioindicadores; · Ponte de madeira: foi confeccionada uma ponte de madeira sobre um córrego para tornar o percurso mais atrativo e agradável, onde pode ser abordado a importância da água e as florestas, ecossistemas lóticos, etc. · Jabuticabal: trecho com jabuticabeiras plantadas antes da implementação do campus, onde pode-se abordar o que são espécies nativas e exóticas, e na época de frutificação é possível saborear jabuticabas; · Mangas: possibilita a discussão da distribuição natural das plantas e os prós e contras da introdução de espécies exóticas. · Floresta natural secundária: caminhada em floresta com espécies naturais e presença de exóticas (eucalipto), observa-se indiretamente a presença da fauna, como buracos de tatu e pegadas de diversas espécies, além da observação de aves e outros animais.Observação e discussão sobre os estágios sucessionais ecológicos. · Área aberta: caminhada em área com gramínea, e é possível a percepção da saída de uma floresta para uma área aberta, ou seja, a sensibilização é trabalhada ao perceber a elevação da temperatura, a diminuição da umidade, presença de luminosidade intensa e vento. Também é um espaço para se discutir o efeito de borda em fragmentos florestais. · Floresta de Araucária: o trecho percorre um capão de araucária, onde se observa a mudança de paisagem com árvores de grande porte e uma fauna típica de floresta.Devido ao acúmulo de folhas de araucária no solo também é um local para discutir sobre a função e importância da serrapilheira. · Fauna: ao longo da caminhada pode-se observar aves e outros animais da região, pegadas, ninhos etc. · Final: no final do percurso há uma parada para tomar uma água e discutir o que foi vivenciado na trilha.
Figura 1. Percurso da trilha interpretativa Lagoa do Sino (linha amarela) percorrendo paisagens diversificadas (Fonte Google Earth 2017).
Em alguns pontos estratégicos, foram alocados troncos de eucaliptos de 40 cm de altura com corte em diagonal e, utilizando-se um pirógrafo escolar, foram inseridas informações autoguiadas (Figura 2).As informações eram sobre espécies arbóreas, com seus nome comum e nome científico. Antes da instalação na trilha os troncos foram envernizados para ter maior durabilidade. Esclarecimentos de como utilizar a trilha foram divulgadas através de meios eletrônicos acessíveis para a comunidade acadêmica e através da comunicação pessoal dos guias e professores, como maneira de informar o usuário sobre adequada convivência ser humano/meio ambiente (Anexo 1).
Figura 2. Troncos de eucalipto com informações pirografadas (Fotos: Fernando Periotto).
Durante a implantação da trilha, houve a capacitação e participação intensiva de estudantes dos cursos de Bacharelado em Engenharia Ambiental e de Bacharelado em Ciências Biológicas, com abordagem sobre as metodologias empregadas, na elaboração de todo material interpretativo e na preparação para oacompanhamento de visitantes.
3. Resultados e discussão Desde sua criação, em junho de 2015, a trilha interpretativa foi cenário para diversas atividades pedagógicas e extensionistas no campus, envolvendo expressivo público interno e externo. A trilha foi utilizada como ferramenta educativa em atividades de extensão, aulas práticas dos cursos de graduação, eventos, visitas de escolas públicas de municípios do Território Lagoa do Sino (área abrangida por um raio de aproximadamente 100 km a partir do campus), principalmente de Buri, Campina do Monte Alegre, Angatuba e Itapetininga, as quais são as cidades mais próximas do campus, além de local para realização depesquisas e projetos científicos (Figura 3).Ocasionalmente, propiciou momentos de caminhada com cunho de saúde física e mental organizada pela equipe de enfermagem da Seção de Assuntos Comunitários e Estudantis o campus (SeACE–LS). As trilhas interpretativas, quando bem planejadas, tornam-se instrumentos pedagógicos, promovendo o contato com a natureza, além da sensibilização, fomentando o conhecimento cognitivo sobre o ambiente, o qual é fundamental para a mudança de comportamento e para a formação de valores (GUILLAUMON et al., 1997 e VASCONCELLOS, 1998 apud CARVALHO & BÓÇON, 2004).
Figura 3. Turma do curso de Bacharelado em Ciências Biológicas com linha de formação em Biologia da Conservação durante aula sobre Educação Ambiental. (Foto: Margareth Sekiama) A caminhada para percorrer os 1,2 km de trilha em relevo não acidentado é classificada como de baixa dificuldade considerando a acessibilidade, sendo possível ser realizada porvisitantes de todas as idades, como forma acessível de contemplar as belezas naturais do campus, e como uma opção de atividades ao ar livre. A trilha torna-se uma ferramenta que promove uma maneira estimulante de interpretação e entendimento da natureza (VASCONCELLOS 2006), pois foi planejada para uma caminhada relaxante e por pontos de atração local (Figura 4). A trilha como atividade pedagógica e complementar para a formação dos estudantes torna-se um cenário convidativo. De acordo com FEINSINGER et al. (1997), fora da sala de aula, em jardins e áreas naturais, os professores e estudantes podem encontrar diariamente um laboratório disponível com uma diversidade de flora, fauna, interações, micro-ambientes, os quais podem ser trabalhados de diversas formas, em aprendizagens, medições, comparações e manipulações. Os pontos atrativos do trajeto foram previamente escolhidos de acordo com sua relevância natural e histórica, pois, conforme Andrade e Rocha (1992),durante a implantação de trilhas interpretativas deve-se levar em contaa presença de elementos potenciais que chamarão a atenção do usuário. Em relação aos pontos escolhidos foram considerados corpos d’água, paisagens variadas, observação direta e indireta da fauna regional, além de outros atrativos ecológicos. A água é um elemento que exerce grande fascínio ao ser humano, instigando além do sentido da visão também da audição (SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE-INSTITUTO FLORESTAL 2008). As paisagens formam um conjunto de vários elementos naturais, e nesse caso passando por florestas diferenciadas e áreas abertas, promovendo um passeio dinâmico e de vivência em paisagens com vegetações típicas.Devido a trilha estar localizada em uma região que ainda está conservada, é possível visualizar uma grande diversidade de aves, ninhos, pegadas de mamíferos, e em algumas ocasiões espécies de animais ameaçadas de extinção, como tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), lobo-guará (Chrysocyon brachyurus), tatus, despertando a curiosidade e o interesse pelo ambiente e sua conservação. Os troncos pirografados têm a função de autoguiar o visitante e despertar a curiosidade quanto ao ambiente natural. Os troncos, provenientes da própria fazenda, e o pirógrafo escolar tiveram um custo baixo e não há necessidade de manutenção periódica, demonstrando ser uma opção de baixo custo para trilhas e locais em áreas naturais que necessitam de indicações e informações.Os troncos de madeira, também se integram ao ambiente natural, por serem elementos naturais, diferente de placas de metal ou lonas. O processo de envernizamentodos troncos proporcionará uma maior longevidade frente àsintempéries. A participação de estudantes na confecção dos troncos pirografados e nas visitas foram imprescindíveis.Alguns estudantes já tinham experiência em unidades de conservação em atividades de apoio na recepção de visitantes e acompanhamento nas trilhas ecológicas, e dessa forma ocorreu uma troca de experiências e aprendizagens muito positiva para todos integrantes do projeto.
Figura 4: Atrativos da trilha interpretativa: lagoa, ovos – nidificação, aves nativas e pegada de animais silvestres (Fotos: Margareth Sekiama).
Infelizmente,faz-se necessário relatar que em alguns momentos de atividades foram encontrados resíduos sólidos na trilha, como por exemplo, embalagens e restos de marmitas, bitucas de cigarro, plástico, papel. Esses resíduos foram encontrados em um trecho específico, localizado dentro da Floresta de Araucária, local de vegetação abundante e que se encontra próxima a um prédio em construção, o qual faz parte da implantação do campus. Como forma de conscientizar a empresa prestadora de serviço, foi realizado contato e por meio de explicações sobre o comportamento inadequado, além da recomendação de utilizar as lixeiras específicas. Houveram algumas recorrências, e esse episódio gerou discussões entre professores e estudantes sobre as atitudes e comportamento do ser humano.Conforme a Conferência Sub-regional de Educação Ambiental para a Educação Secundária realizada em Chosica – Peru (1976):
"A educação ambiental é a ação educativa permanente pela qual a comunidade educativa tem a tomada de consciência de sua realidade global, do tipo de relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza, dos problemas derivados de ditas relações e suas causas profundas. Ela desenvolve, mediante uma prática que vincula o educando com a comunidade, valores e atitudes que promovem um comportamento dirigido a transformação superadora dessa realidade, tanto em seus aspectos naturais como sociais, desenvolvendo no educando as habilidades e atitudes necessárias para dita transformação"
Durante a caminhada, o guia ou professortem a oportunidade deabordar uma infinidade de temas e assuntos, conforme o público e sua visão do ambiente.Os pontos atrativos foram selecionados para ajudar o usuário a interagir com a paisagem local e o que pode encontrar no caminho. Ao longo da variação sazonal anuala paisagem da trilha vai mudando o seu cenário, por exemplo no inverno, poderá ser observado que muitas árvores perdem suas folhas, já durante a primavera novas folhas crescem e as plantas florescem. O bom observador nota que a natureza e o ambiente à sua volta não são estáticos, e estão em constante mudança e renovação. Cada caminhada realizada na trilha é diferente da outra, pois sempre há algo novo para vivenciar, observar e se surpreender.
4. Conclusões A discussão do papel social da universidade e o seu distanciamento da comunidade sempre são pautadas, e assim se pode esquecer que o espaço social dessa relação é multidimensional (CHAO & PERNAMBUCO, 2010). A trilha interpretativa Lagoa do Sino tornou-se uma opção para atividades didáticas e de lazer para a comunidade do campus, e também para o público externo, principalmente escolas públicas, particulares e demais instituições da região, promovendouma relação mais estreita entre universidade e o entorno. A trilha foi essencial nas atividades pedagógicas e de lazer, e serviu de inspiração para outras ideias futuras, como o de criar novos percursos de caminhada e inclusive de trechos com uso de bicicletas. A região sudoeste do estado de São Paulo, onde foi criado o campus apresenta grande carência em educação, saúde e lazer, e a trilha interpretativa Lagoa do Sino tornou-se uma ferramenta para colaborar nesta questão sócio-econômica-ambiental para a sociedade. Conforme CARVALHO (2006), a formação ecológica e cidadã implica em desenvolver atitudes e sensibilidades para reconhecer e compreender problemas ambientais, e sobretudo comprometer-se com decisões, entendendo que o ambiente é um emaranhado de relações entre sociedade e natureza.
5. Agradecimentos Agradecemos à Proex UFSCar pelo incentivo financeiro e concessão de bolsa de extensão àJackeline Cristina Carvalho Ambrosio,estudante do curso de Bacharelado em Engenharia Ambiental. Os autores também são gratos ao Sr. Newton Santos Correapela eficiente ajuda na construção da ponte, e manutenção da trilha.
6. Referências Bibliográficas: ANDRADE, W. J. & ROCHA, L. M. da. Planejamento, implantação e manutenção de trilhas. São Paulo: Instituto Florestal. Brasil. 1992. CARVALHO, I.C.M. 2006. Educação ambiental: a formação do sujeito ecológico. 2. Ed. São Paulo: Cortez. CARVALHO, J.& BÓÇON, R. 2004. Planejamento do traçado de uma trilha interpretativa através da caracterização florística. Revista Floresta 34 (1), Jan/Abr 2004, 23-32, Curitiba-Pr CHAO,C.H.N, PERNAMBUCO, M.M.C.A. 2010. Universidade e educação ambiental.p: 93-116. In: NETO, A.C., MACEDO FILHO, F.D. de, BATISTA, M.S.S. 2010. Educação Ambiental – caminhos traçados, debates políticos e práticas escolares. Brasília: Líber livro Editora. 240p. Conferência Sub-regional de Educação Ambiental para a Educação Secundária Chosica/Peru, 1976. Disponível em: http://www.mma.gov.br/educacao-ambiental/politica-de-educacao-ambiental. Acesso em 07/03/2017. FEINSINGER,P., MARGUTTI,L., OVIEDO,R.D. 1997. School yards and nature trails: ecology education outside the university. Tree, 12(3): 115-120. SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE -INSTITUTO FLORESTAL. 2008. Manejo de trilhas: um manual para gestores. Série Registros: São Paulo, n.35, p. 1-74. LIMA, S.T. 1998. Trilhas interpretativas: a aventura de conhecer a paisagem. Cadernos Paisagem.Paisagens 3, Rio Claro, UNESP, n3,PP.3944. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. 2002. Biodiversidade brasileira. Avaliação e identificação de áreas e ações prioritárias para conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade brasileira. Ministério do Meio Ambiente/ Secretaria de Biodiversidade e Florestas. Brasília. NETO, A.C., MACEDO FILHO,F.D. de, BATISTA,M.S.S. 2010. Educação Ambiental – caminhos traçados, debates políticos e práticas escolares. Brasília: Líber livro Editora. 240p. PÁDUA,S.M. 1991. Conservation Awareness through na environmental education school programa Morro do Diabo Stat Park, SP. Thesis USA, University of Florida. 103p. TAKAHASHI,L.Y. 2004. Uso público em unidades de conservação. Paraná: Fundação O Boticário deProteção à Natureza. Cadernos de Conservação, vol.2,n.2. VASCONCELLOS, J.M.O. 2006. Educação e interpretação ambiental em unidades de conservação.Cadernos de Conservação, n°4. Fundação O Boticário de Proteção à Natureza.
7. Anexo 1
Comunicado ao usuário da Trilha interpretativa TRILHA INTERPRETATIVA LAGOA DO SINO A trilha tem o objetivo de realizar uma interpretação do ambiente natural, num processo de interação homem/natureza, promovendo a consciência ambiental através de uma atividade de caminhada. Além disso, a trilha será utilizada como ferramenta para atividades didáticas, de contemplação, sensibilização e reflexão sobre o ecossistema local. Orientações para garantir uma caminhada agradável: ü Use um sapato confortável para caminhadas; ü Na floresta não tem banheiro, lembre-se disso antes de iniciar a caminhada; ü Não grite na trilha, respeite os animais. ü Caminhe sempre dentro dos limites da trilha; ü Sempre olhe onde pisa, estamos num ambiente natural, portanto onde os animais se encontram; ü Não retire nada do ambiente! Apenas fotos para recordação. ü Não deixe lixo ou resíduos, leve sempre com você até encontrar uma lixeira; ü Caminhe sem pressa, aprecie a natureza e recarregue suas energias.
Pontos atrativos: ü Lagoa artificial – ecossistema aquático com peixes, crustáceos, plantas, insetos, etc. ü Plantel de ovelhas – raça Santa Inês - pêlo curto ü Casa de vegetação – espécies vegetais utilizadas para atividades acadêmicas ü Córrego – água vem de nascentes dentro do campus-algas e plantas aquáticas ü Tronco em decomposição – fungos, briófitas; ü Cupinzeiro – insetos sociais – como vivem em sociedade?; ü Formigueiro – insetos sociais – como vivem em sociedade?; ü Jabuticabeiras – nativa do Brasil; ü Pé de manga – exótica – Você sabe o que é uma espécie exótica? ü Eucalipto – exótico ü Árvores nativas – Você sabe o que é uma espécie nativa? ü Árvore com epífitas – orquídeas, cactos – o que é uma epífita? ü Aves – cores e comportamentos diferentes ü Araucárias – Qual a idade de uma araucária do campus? ü Folhas que caem na floresta – material em decomposição – tudo é um ciclo ü Liquens – simbiose entre algas e fungos – o que é simbiose?
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