Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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30/05/2017 (Nº 60) POEMA DA LAGOA: A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL EM JOSÉ CHAGAS
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POEMA DA LAGOA: A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL EM JOSÉ CHAGAS

 

José Ribamar Neres Costa

(Doutorando em Meio Ambiente e Desenvolvimento Regional pela Anhanguera-Uniderp)

Rua 17, casa 04, Jardim Araçagy I/Cohatrac V – São Luís(MA)

Telefone: 98 9 8731 8823

Email: joseneres@globo.com

 

 

RESUMO. Este trabalho tem como objetivo analisar o livro Poema da Lagoa, de autoria de José Chagas, poeta paraibano radicado no Maranhão, pela perspectiva da conscientização ambiental. No decorrer do artigo, será visto como a interferência antrópica influenciou tanto na transformação do igarapé em lagoa, quanto nas implicações disso para o meio ambiente e para a ocupação do espaço. Será visto também como é possível a utilização do poema para despertar a consciência ambiental no leitor e serão selecionados e discutidos trechos do poema que estejam relacionados com as temáticas ambientais.

Palavras-Chave: Educação ambiental. Meio ambiente. Ecossistema.

 

ABSTRACT:This paper aims to analyze the book Poema da Lagoa by José Chagas, a poet based in Maranhão, from the perspective of environmental awareness. In the course of the article, it will be seen how the anthropic interference influenced both the transformation of the “igarapé” into lagoon, and the implications of this for the environment and for the occupation of space. It will also be seen how it is possible to use the poem to awaken the environmental conscience in the reader and will select and discuss sections of the poem that are related to environmental themes.
 

KEYWORDS:Environmental education. Environment. Ecosystem.

 

RESUMEN: Este trabajo tiene como objetivo analizar el libro Poema da Lagoa, de José Chagas, poeta paraibano que vivió en la provincia de Maranhão, por la perspectiva de la concientización ambiental. Al largo de este artículo, se verá como la interferencia antrópica ha influenciado tanto en la transformación de“igarapé” en laguna, cuanto en las implicaciones de eso para el ambiente y para la ocupación del espacio. Será visto también si es posible la utilización de ese poema para despertar la consciencia ambiental en el lector, y será seleccionados y discutidos trechos del poema que estén relacionados con las temáticas ambientales.

 

 

INTRODUÇÃO

 

 O Jornal O Estado do Maranhão, em sua edição de 23 de agosto de 2016, trouxe a seguinte notícia como uma das chamadas de capa: “Mau cheiro da Lagoa da Jansen está afetando a população”. Poderia ser apenas mais uma manchete em um periódico matutino acerca dos muitos transtornos por que passa a capital maranhense, mas, se vista com atenção, a chamada interna do jornal: “Mau cheiro da Lagoa da Jansen continua causando transtornos”, indica que o problema não é uma novidade, mas sim a continuidade de um processo que se arrasta ao longo dos tempos e que permanece sem solução.

A Lagoa da Jansen é um dos mais conhecidos cartões postais da capital maranhense. Por ela passam diariamente milhares de pessoas, ora em busca de lazer, ora por necessidade de locomoção, pois essa área ambiental está situada em uma área estratégica da cidade, servindo como ponto de passagem para diversos bairros de São Luís do Maranhão.

No entanto, mesmo com sua importância para o turismo e para a vida social da cidade, a Lagoa da Jansen pode ser vista também como uma das áreas mais problemáticas do ponto de vista ambiental e social. Sua conformação física e seu ecossistema tantas vezes degradados e tantas outras vezes recuperados já serviram como como objeto de estudo para diversos estudos técnicos e científico e também como fonte de inspiração para fotógrafos, pintores, artistas plásticos e outros artistas que se sentem atraídos pela plasticidade estética e pela biodiversidade encontradas no local.

Foi esse o cenário que despertou o interesse do poeta José Chagas, um paraibano que elegeu São Luís como segunda terra natal e que escreveu toda uma obra voltada para uma análise poética, porém crítica dessa terra. Os sobrados, as janelas, os azulejos, as ruas, os becos e a própria história de São Luís foram objetos constantes da poesia de Chagas, que, em 2004, publicou um livro cuja temática era a Lagoa da Jansen, uma área relativamente afastada do locus escolhido para suas demais obras, mas que merecia um olhar especial, tanto por sua história que remete à lendária figura de Ana Jansen, quanto pelos problemas ambientais que podem ser observados a partir da interferência antrópica que modificou a paisagem e o ecossistema locais.

Este artigo tem como objetivo principal mostrar que é possível, a partir da leitura e da interpretação do Poema da Lagoa, perceber-se a preocupação ecológica de José Chagas e sua consciência ambiental, demonstrando preocupação com a conservação e com a preservação do ambiente, podendo servir como veículo de divulgação para a necessidade de conservação e preservação do meio ambiente e da busca de sustentabilidade.

O estudo, de natureza analítica e bibliográfica, inicia explorando a relação entre meio ambiente e literatura, seguido de um breve apanhado histórico da Lagoa da Jansen, da síntese biobibliográfica de José Chagas, com uma discussão sobre as temáticas ambientais encontradas na obra desse poeta. A seguir é feito um estudo do livro Poema da Lagoa, demonstrado como a consciência ecológica do autor permeia o texto em análise.

           

EDUCAÇÃO AMBIENTAL E LITERATURA

 

            Educação ambiental é um terreno muito amplo no qual ainda há muito a ser semeado e do qual também alguns frutos já vêm sendo colhidos. Durante muito tempo, esse assunto era visto mais como parte do currículo oculto na educação sistemática do que como algo planejado e que tivesse seus objetivos traçados pelos educadores ao longo dos anos letivos. No entanto, mesmo que de modo assistemático, de alguma forma, as relações do homem com o meio ambiente eram exploradas em sala de aula, seja como parte integrante de aulas de disciplinas como ciências, geografia ou história, seja em letras de músicas ou em textos diversos que eram lidos e analisados em durante as aulas.

            A preocupação com a preservação do meio ambiente não é algo novo, mas foi somente nas últimas décadas que essa temática tem se tornado ponto de interesse de estudiosos das mais diversas áreas. Já no final da década de 60 do século XX, o grupo de cientistas que prestava consultoria para o chamado Clube de Roma alertava sobre os perigos oriundos de um crescimento desordenado baseado na exploração dos recursos não renováveis.Ramos (1996), Zabala e García (2008) comentam que, embora as relações do homem com o meio ambiente venham de tempos imemoriais, foi somente a partir de 1972, quando aconteceu o famoso Congresso de Estocolmo voltado para os estudos do meio ambiente que a expressão educação ambiental tornou-se corrente e que a preocupação com a biodiversidade começou a ser vista como um imperativo de sobrevivência do ser humano no planeta.

            No Brasil, embora a preocupação com a preservação dos recursos naturais já esteja presente nos discursos de homens como José Bonifácio de Andrade e Silva (PÁDUA, 2002), do escritor Coelho Neto (LEANDRO, 2001) e de aproximadamente outros cinquenta intelectuais que redigiram cerca de 150 textos chamando atenção para o mau uso dos recursos naturais ainda no século XIX (PÁDUA, 2002), foi somente a partir da década de 80 do século XX que o assunto veio à baila com maior constância, culminando com a sanção da Lei 6.938, de 1981, que estabeleceu a chamada Política Nacional de Meio Ambiente, que previa a descentralização das ações destinadas à preservação do meio ambiente, e com a promulgação da Constituição Federal de 1988, que dedicou todo o artigo 225 a tratarde assuntos relacionados como meio ambiente, trazendo as bases para a Lei nº 9.795/1999, batizada como Política Nacional de Educação Ambiental, estabelecendo, em seu artigo 2º, que a educação ambiental deve “estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal” (BRASIL, 2015, 24), o que de algum modo deixa margens interpretativas para o uso e adequação de diversos instrumentos didáticos-pedagógicos para e efetivação do processo, inclusive a literatura e demais expressões artísticas.

            Do ponto de vista educacional, o referido artigo 225 da Constituição Federal trata também como incumbência do poder público a obrigação de “promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização pública para preservação do meio ambiente” (BRASIL, 2001, p. 125). Essa visão foi ampliada quando foram instituídos os Parâmetros Curriculares Nacionais, que trazem meio ambiente como um dos temas transversais a serem trabalhados no processo ensino-aprendizagem, reconhecendo que qualquer alteração na cadeia ecossistêmica “pode ser nociva ou mesmo fatal para o sistema como um todo”. (BRASIL, 1997, p. 20) e, para evitar que isso ocorra, é necessário que todos os recursos sejam empregados. Embora a arte literária novamente não esteja explicitada nos textos oficiais como instrumento de ensino-aprendizagem da educação ambiental, fica subentendida a ideia de que criações literárias também possam ser utilizadas didaticamente com a finalidadede despertar a conscientização ecossistêmicanos educandos em geral. Em apenas dois momentos, os PCNs citam a poesia e outras formas de manifestações culturais como instrumento para despertar a conscientização ecológica dos alunos. No entanto, é notório que as artes em geral podem prestar grandes contribuições às ideias de proteção, preservação e conservação da biota, servindo também como forma de despertar o interesse dos educandos para o combate à degradação e para a recuperação e manutenção de um meio ambiente saudável.

            Por alguma falha de entendimento, algumas pessoas pensavam que a educação ambiental devesse ser exclusividade de algumas áreas, incumbindo os professores de disciplinas diretamente relacionadas às ciências e à geografia de tratarem do tema em suas aulas. No entanto, a transversalidade do assunto, bem como seus impactos na sociedade em geral, permite que a educação ambiental seja trabalhada em todas as disciplinas da estrutura curricular de todos os níveis de ensino. É nesse contexto que os textos literários, em todos os seus gêneros, podem ser utilizados como fonte de discussão e até mesmo como aporte para uma abordagem mais teórica acerca da relação do homem com o ambiente.

            Embora não seja ainda algo tão recorrente, alguns estudos de cunho científico (TAVARES, 2010; GUERRA e JACOMINO, 2012; OLIVEIRA e QUEIROZ, 2013; SOUZA, KARMENSKY e FONTES, 2015) já valorizam o uso da literatura como elemento motivador para discussões acerca de temas como conservação, preservação e degradação ambiental, deixando claro que os textos de caráter literário podem contribuir para ajudar a despertar a conscientização ecológica em alunos dos diversos níveis da educação formal, incluindo também a chamada educação ambiental não formal, que engloba “as ações e práticas educativas voltadas para a sensibilização da coletividade sobre questões ambientais e à sua organização voltada na defesa da qualidade do meio ambiente” (BRASIL, 2015, p. 28).

 

JOSÉ CHAGAS, CRONISTA E POETA

 

            Jornalista, poeta e cronista, José Francisco das Chagas nasceu em Santana do Garrote (Paraíba), no dia 29 de outubro de 1924, e faleceu em São Luís do Maranhão, no dia 13 de maio de 2014, meses antes de completar seu nonagésimo aniversário. Foi um escritor bastante conhecido e admirado, dono de uma obra volumosa voltada para diversos aspectos, abrangendo desde a filosofia até a história de São Luís do Maranhão, passando pelas abordagens autobiográficas e pelas críticas sociais.

            Essencialmente cronista e poeta, José Chagas notabilizou-se por demostrar extrema facilidade de expressar-se tanto em prosa quanto em verso. Enlaçando lirismo a contundentes críticas sociais, o autor de As Armas e os Barões Assassinalados usava a palavra escrita como grande arma de combate contra aquilo que ele julgasse injusto. Como cronista, publicou em colunas semanais, às vezes diárias, por aproximadamente cinco décadas. Lima e Santos Neto (2006, p. 75) consideram que “as crônicas de José Chagas são leves como a manhã de sábado e têm cheiro forte da insubmissão”. Tal insubmissão pode ser notada pelo tom ácido com o qual discutia assuntos polêmicos como campanhas de desarmamento, corrupção, pena de morte, criminalidade e tantos outros que foram discutidos e analisados por Chagas em seus textos em prosa publicados primeiramente em jornais, com alguns, posteriormente, reproduzidos em livros.

            Como poeta, José Chagas dedicava parte significativa de seus versos a falar sobre as belezas e as mazelas sociais da cidade que escolheu para morar. Alguns de seus livros tornaram-se referências poéticas quando se trata de discutir sobre a capital maranhense, como é o caso de Os Telhados (1965), Maré Memória (1973), Os Canhões do Silêncio (1979), Apanhados do Chão (1994) e Azulejos do Tempo: Patrimônio da Humana Idade (1999).

 

JOSÉ CHAGAS: POESIA E MEIO AMBIENTE

 

            A poesia de José Chagas é visivelmente marcada pelas inquirições acerca das relações humanas e dos questionamentos com relação à cidade. Há inúmeras passagens em que o poeta paraibano recorre à teoria do pacto autobiográfico de Lejaune, emprestando partes de sua biografia para um eu lírico que expões seus sentimentos, suas críticas e de suas visões de mundo. Os temas preferidos do poeta paraibano são a cidade de São Luís, a infância, as inquietações humanas e o tempo

            Mesmo não sendo uma das temáticas mais evidentes na obra chaguiana, o meio ambiente perpassa grande parte de sua produção literária, demostrando que o escritor apresentava certo grau de consciência ecológica e de preocupação para com a preservação do meio ambiente. O próprio poeta, ao longo de sua obra, não escondia que herdou essa preocupação com a natureza do convívio com seu pai, que era lavrador e que mantinha estreita relação com a terra, conforme pode ser visto nas passagens a seguir:

Meu pai cortava de enxada

no chão a erva daninha

com uma perícia apurada

que só ele mesmo tinha.

(...)

A terra era sua crença.

a sua razão de vida,

e ele amava a força intensa

da natureza florida.

 

Ele ensinou-me a gostar

deste ecológico mundo:

da água, da luz, do ar,

do dolo rico e profundo. (CHAGAS, 1994, p. 10)

 

            Em muitas outras passagens de sua vasta produção literária, José Chagas, além de preocupar-se em analisar e questionar a relação nem sempre harmoniosa entre o homem e seu entorno ecossistêmico, como, por exemplo, em MaréMemória, um de seus mais emblemáticos livros, no qual coloca um homem “irmanado com os bichos lamaçais,/ na condição desumana de caminhar para trás” (CHAGAS, ano, pág). Nesse livro, além da abordagem predominantemente social é possível o leitor perceber que há espaço para

 

LAGOA DA JANSEN: UM BREVE HISTÓRICO

 

            O Parque Ecológico da Lagoa da Jansen foi criado em 23 de junho de 1988 pelo decreto-lei nº 4.878 e tinha como objetivo primeiro preservar as áreas de mangue que estavam comprometidas pela ocupação desordenada de áreas como o bairro da Ilhinha e com o surgimento de conjuntos residenciais que passaram a constituir uma nova concepção de área nobre de São Luís, como o Renascença e Ponta do Farol. A partir do Decreto Estadual nº 28.690, de 14 de novembro de 2012, esse parque foi reclassificado para a categoria de Área de Proteção Ambiental (APA), passando, desde 2015, a responsabilidade da Secretaria de Meio Ambiente do Estado do Maranhão.

            No local onde hoje está o Parque Ecológico havia, anteriormente,uma área de manguezal e um igarapé conhecido como Igarapé da Jansen, em referência à figura de Ana Jansen Pereira, a lendária matriarca que entrou para a história do Maranhão como uma das mulheres mais influentes tanto do ponto de vista político quanto do econômico. Com a construção da Ponte do São Francisco, na década de 70 do século XX, interligando o Centro Histórico da capital maranhense ao bairro do São Francisco, houve um acelerado processo de urbanização de uma região a que antes o acesso era limitado. A necessidade de criação de novas vias fez com que um trecho do antigo Igarapé fosse urbanizado possibilitando condição de armazenamento de água salgada permanente, originando a laguna (SILVA e cols, 2012), que se comunica com o mar por meio de comportas, sendo suas águas formadas por uma mescla de água salobra e de água salgada.

            Não nasceu, portanto, a conhecida Lagoa da Jansen de forma natural, e, sendo fruto do labor humano e de suas interferências no curso natural do meio ambiente que ocasionaram impactos no ecossistema local, interferindo nos aspectos microbiológicos da água e, consequentemente, na contaminação ou até mesmo na morte de diversas espécies, como afirmam Silva e colaboradores (2012). Com o tempo e após diversas interferências paisagísticas a área da Lagoa da Jansen deixou de ser vista apenas como uma questão ambiental e passou a ser explorada também como opção de lazer e de turismo e atualmente conta com pista para corrida e ciclismo, concha acústica, quadras esportivas, arena e espaços para atividades físicas dos moradores das circunvizinhanças ou de quaisquer outras áreas da cidade, pois o acesso é ilimitado e gratuito.

            Porém essa aparente onda de progresso, de desenvolvimento e de ocupação dessa Área de Proteção Ambiental não veio sem consequências, pois, como informa Milano (2012, p. 9), “o homem foi sempre um fator de impacto sobre a natureza”, embora nas últimas décadas esse processo parece que vem sendo acelerado, com a consequente potencialização dos problemas que podem ser encontrados nas áreas que deveriam estar livres dessa degradação. Sobre isso, Lino e Dias (2012, p. 39) advertem que:

As consequências não poderiam ser outras que não aquelas que constatamos atualmente com a perda de biodiversidade, de solos férteis, da qualidade das águas e da própria mudança climática que a todos ameaça.

 

            A Lagoa da Jansen, em São Luís do Maranhão parecer ser um bom exemplo disso. As interferências antrópicas serviram para valorizar uma área que outrora fora desprezada economicamente, sendo transformada em objeto de desejo e em zona de exploração imobiliária, sem a devida preocupação com os impactos ambientais que poderiam advir dessa ocupação aparentemente planejada e ordenada, mas que nem sempre levou em consideração a relação desarmônica entre o ser humano e os demais seres que compunham o cenário.

            Com o surgimento da lagoa artificial e sua consequente urbanização, provavelmente muitas espécies devem ter desaparecido ou migrado para outras áreas, deixando espaço para outros seres que também interferiram no ambiente, deixando sua presença evidenciada na água, no solo e no ar.

            A presença do homem trouxe outras consequências que são visíveis no entorno da Lagoa, como as construções de casas, prédios, bares e os consequentes descartes de materiais prejudiciais ao ambiente, contribuindo para o aumento do mau cheiro que se tornou uma característica negativa apontada tanto pelos moradores, quanto pelos transeuntes e constantemente lembrada em reportagens.

 

A LAGOA DA JANSEN EM VERSOS

 

            Publicado em 2014 pela Sotaque Norte Editora, o livro Lagoa da Jansen foi o vigésimo quinto de poemas publicado por José Chagas, com capa de Ana Lúcia Lyra e ilustrações internas de Cordeiro Filho. O volume tem 65 páginas e está dividido em oito partes que se completam formando uma unidade temática que gira em torno de um dos cartões postais da capital maranhense: a Lagoa da Jansen.

            O livro está composto por 156 (cento e cinquenta e seis) estrofes com seis versos em cada um deles com seis versos, perfazendo um total de 936 (novecentos e trinta e seis) versos construídos no esquema rímico AABCCB. A temática gira em torno do local que serve como título para o livro, uma área de proteção ambiental localizada pelas coordenadas 2º 30’ 8.38” S e 44º 18’ 35.36” e que já se constituiu um dos principais cartões postais da capital maranhense, e que passa por constantes momentos de revitalização e de esquecimento.

            A primeira parte do poema é destinado a “romper a teia/ das aranhas seculares” (CHAGAS, 2004, p. 7), ou seja, o momento em que o poeta deseja trazer à luz da memória aquilo que parece estar esquecido há muito tempo.  Essa parte serve como espécie de invocação e à temática geral do livro. A seguir, o poeta faz um apanhado geral do dia a dia da Lagoa, caracterizada como “uma grande roda viva/ mas que sempre nos cativa” (CHAGAS, 2007, p. 11). Nessa segunda parte, o poeta faz um breve levantamento do que acontece cotidianamente na Lagoa, traçando um breve perfil dos frequentadores do lugar.

            A terceira parte é praticamente uma continuação da segunda. Cada parte do poema funciona como uma espécie de cromo no qual estão impressos frames do que ocorre no dia a dia da Lagoa. Seus frequentadores são caracterizados de forma bem geral, com ênfase em suas características gerais. A seguir, no quarto momento do livro, José Chagas dedica-se a descrever os aspectos paisagísticos da Lagoa. A sequência de estrofes funciona como uma espécie de galeria de telas nas quais estão detalhadas diversas características sociais, urbanísticas e ecossistêmicas do lugar. É a parte em que, juntamente com a sexta, é possível sentir mais fortemente a angústia, a crítica e o descontentamento do poeta com relação à degradação ambiental por que passa a Lagoa.

            A quinta parte é a mais curta, uma espécie de fotografia em 3 X 4 da Lagoa com a imagem da “lendária serpente/ que mergulha em água calma” (CHAGAS, 2004, p. 44). A seguir, o poeta volta ao tom reflexivo e crítico sobre a condição da Lagoa da Jansen, trazendo à tona as transformações ambientais ocorridas ao longo dos tempos, desde o tempo em que ali era apenas um igarapé que dava “moradias a cobras e jacarés”.

            Quase terminando o livro, o poeta dedica-se a descortinar a aura mitologia da “rainha sem coroa/ que deu seu nome à lagoa” (CHAGAS, 2004, p. 55), referindo-se à lendária figura de Ana Jansen e, finalmente, mostra a atualidade da Lagoa da Jansen, com sua importância tanto social quanto histórica e turística, lembrando metaforicamente que ali há “de originário paul, um lírio a sair do lodo”.

            Mesmo sendo um livro relativamente breve se comparado com outros títulos da vasta obra de José Chagas, Poema da Lagoa é fruto de um árduo trabalho com a linguagem e da percepção crítica de um autor preocupado com a preservação do meio ambiente e com os reflexos das intervenções do homem sobre a natureza.

            A leitura do livro pode tanto servir às questões estéticas quanto à busca de uma compreensão mais ampla sobre a relação do homem com o meio ambiente, podendo contribuir também para discussões acerca da educação ambiental, conforme será visto no tópico a seguir.

 

O POEMA DA LAGOA E A CONSCIÊNCIA AMBIENTAL EM JOSÉ CHAGAS

 

            Conforme foi dito anteriormente, a Lagoa da Jansen não é produto direto da natureza, mas sim da intervenção antrópica sobre o meio ambiente. O que antes era igarapé foi transformado em lagoa, com os consequentes impactos ambientais oriundos desse processo. Uma transformação dessa grandeza, associada à ocupação irregular e desordenada do espaço, não poderia passar despercebida pela natureza. 

            Em sua pesquisa sobre a percepção ambiental dos frequentadores da Lagoa da Jansen, com seus consequentes impactos ambientais, Silva e suas colaboradoras (2012) colheram os seguintes dados, que demonstram pouca preocupação com os aspectos ecossistêmicos dessa Área de Proteção Ambiental. Segundo as pesquisadoras:

Análise do perfil socioeconômico: 74% dos entrevistados são do sexo feminino, 15% são moradores do entorno da Laguna, 26% apenas frequentadores e 59% são trabalhadores do local. Em relação à percepção ambiental sobre a Laguna da Jansen e seu entorno: 15% utilizam o local para pesca, banho ou passeio, 77% não sabem que a Laguna é uma Unidade de Conservação, 88% concordam que a Laguna encontra-se poluída-contaminada. No que se refere ao aspecto Meio Ambiente e Qualidade Ambiental foi observado que 63% não reconhecem o tratamento de esgoto, e afirmam que o mesmo é lançado diretamente na Laguna e na praia, 74% não sabem como é feito o tratamento de esgoto da região, 77% afirmam que a coleta de lixo é feita com frequência e 70% reconhecem que a ação antrópica provoca danos a Laguna da Jansen e último aspecto abordado no questionário trata da Infraestrutura Urbana, onde 63% reclamam da segurança pública (assaltos, tráfico, prostituição), 55% não sabem se a água para consumo humana é tratada, 59% acreditam que o processo de urbanização do local é positivo e 59% consideram razoável o transporte coletivo. (SILVA, Et al, 2012, p. 4)

 

            Os dados obtidos pelos pesquisadores revelam que aproximadamente um a cada quatros dos entrevistados têm conhecimento de que o local que frequentam, seja para lazer, seja para atividades laborais, é uma área destinada à preservação e à conservação do ecossistema, ao mesmo tempo em que apenas 12% dos informantes não conseguem ver a poluição no local. O fato de mais da metade dos entrevistados considerar a urbanização como algo positivo contrasta com o fato de sete a cada dez dos depoentes reconheceram os danos causados pela ação humana no local, o que leva à consequente degradação do ambiente.

 

            A transformação ambiental e suas consequências não apenas na paisagem da área, mas também no equilíbrio ecossistêmico tão bem detalhada nessa pesquisa de cunho científico é reconstituída em versos por José Chagas em seu poema, inclusive chamando a atenção para o processo evolutivo que levou o antigo igarapé a chegar à condição de lagoa.

Antes era o igarapé

levando as águas até

onde a lama não se escoa,

e onde as marés não se cansem

pois a Lagoa da Jansen

não era ainda lagoa

(...)

E só por esforço humano,

mesmo de engano em engano,

o igarapé se fez lago,

se fez lago ou laguna,

mas sob a praga importuna

de um pensamento pressago. (CHAGAS, 2004, p. 47-48)

 

            Mesmo sem entrar no âmago da questão, José Chagas acaba deixando claro que as interferências antrópicas sobre o meio ambiente interferem em todo o ecossistema.  Sobre isso, Alho (2012, p. 153) comenta que:

São, em geral, três os grandes impactos negativos da ação do homem no ambiente natural: (1) Perda e alteração de hábitats e da biodiversidade; (2) Exploração predatória de recursos; e (3) Introdução de espécies exóticas nos ecossistemas. Acrescem atualmente mais três grandes impactos negativos: (4) Aumento de patógenos; (5) Aumento de tóxicos ambientais; e (6) Mudanças climáticas.

 

            Desses seis impactos citados acima é possível perceber que pelo menos um tem efeito sentido imediatamente pelos transeuntes que frequentam a Lagoa, conforme pode ser visto no trecho da supracitada reportagem do jornal O Estado do Maranhão:

 

O lançamento do esgoto in natura é a principal causa do mau cheiro proveniente da Lagoa da Jansen e, frequentemente, também responsável pela morte da flora e da fauna da região. É possível observar na água uma vasta mancha negra próxima à margem, proveniente da decomposição de materiais que são jogados no local. Outros objetos como garrafas pets, restos de plástico e alumínio também boiam sobre as águas. (O ESTADO, 2016, p. 5).

 

            Esses odores originados pela decomposição tanto das algas, como dos dejetos despejados nas águas e nos arredores da Lagoa da Jansen chamaram a atenção de José Chagas em diversos versos de seu livro.Para o poeta:

Era a Lagoa estuprada,

fedida, amaldiçoada,

posta em sua triste sina:

havia especuladores

sempre haurindo os maus odores

dessa riqueza porcina.

(...)

E nela o que mais fedia

não era a lama doentia

ou a podridão de seu lodo;

era o esgoto dos corrutos,

que a abarrotar seus condutos

fedia o Maranhão todo. (CHAGAS, 2004, p. 50)

 

            Esses odores que tanto incomodam o poeta e que são frutos da “podridão”, do “lodo” do “esgoto”, mas, metaforicamente, também da corrupção foram confirmados não apenas por comentários aleatórios, mas também pelo estudo in loco de Melo e seus colaboradores (2017), que também chamam a atenção para o acúmulo de resíduos sólidos e de esgotos lançados in natura na Lagoa, contaminando a água e intensificando seus odores.

            A preservação ambiental, “a ação de proteger contra a destruição e qualquer forma de dano ou agressão um ecossistema, uma área geográfica ou espécies animais e vegetais, adotando-se medidas preventivas legalmente necessárias e as medidas de vigilância adequadas” (BRASIL, 1997, p. 29), é discutida por José Chagas no livro em diversos momentos. Consciente de que o ecossistema da Lagoa da Jansen corre risco por conta “das alterações e desequilíbrios provocados no meio ambiente que prejudicam os seres vivos ou impedem os processos vitais ali existentes antes dessas alterações” (BRASIL, 1997, p. 30), o poeta comenta que:

 

Também a Lagoa agora

tão rica de fauna e de flora,

exige muito de nós,

que temos que preservá-la

para evitar a cabala

da devastação feroz (CHAGAS, 2004, p. 32)

 

            Embora reconheça a Lagoa da Jansen como espaço para o lazer da população, onde “caminham gentes e cães / e filhos com suas mães, / num familiar cuidado, / e todos com o próprio tino” (CHAGAS, 2004, p, 28), como “esplêndido local, / que é hoje o cartão postal / de uma nova São Luís” (CHAGAS, 2004, p, 63), como ambiente democrático a céu aberto, passando por “lá pretos e brancos / os aprumados, os mancos, / todos atrás do que são, / pois a igualdade os enlaça: / todos são da mesma raça” (CHAGAS, 2004, p, 34)e como área de especulação imobiliária onde se esconde até o “demônio da ambição” (CHAGAS, 2004, p, 52), o poeta também lembra que a Lagoa é também um espaço com grande variação ecossistêmica que deve ser preservada, pois, conforme ele lembra:

Ali a macia erva

e o verde que se preserva

já são raros hoje em dia,

e a natureza se cuida

na rica matéria fluida

que a Lagoa propicia.

 

Entre as árvores floridas,

Sonham-se frutos de vidas

Já com belezas maduras,

E as aves voando,mansas,

Formulam suaves danças

Desenhadas nas alturas. (CHAGAS, 2004, p, 32)

 

            Consciente de que a Lagoa serve como habitat para diversas espécies da fauna e da flora, o poeta paraibano aproveita seus versos para dar uma visão panorâmica sobre alguns animais que ali vivem e que precisam ser preservados

 

Pois como de ocultas furnas,

as aves que não são noturnas

dão o seu canto final, (...)

Um bem-te-vi que revoa,

sempre saúda a Lagoa,

vendo que a tarde se finda, (...)

Começam agora os sapos

coaxando em seus bate-papos. (CHAGAS, 2004, p, 41)

 

            O poeta sabe que algumas pessoas retiram seu sustento e o da família dos recursos naturais oferecidos pela Lagoa, entãoalerta para o fato de as águas da Lagoa servirem tanto para a sobrevivência dos animais não humanos quanto dos chamados seres racionais. Dessa forma, o poema acaba chamando a atenção para algumas atividades ali realizadas, como a pesca

 

A Lagoa mata a sede

de bichos e acolhe a rede

de pesca, em sorte ou azar;

se alguém houver que se queixe

de não pegar nenhum peixe

é que não soube pescar. (CHAGAS, 2004, p, 34)

 

            No entanto essa aclamada abundância de peixe na Lagoa pode acabar, pois, caso não haja uma preocupação com a qualidade da água, possivelmente haverá menos condições de que os peixes se reproduzam, o que impactará diretamente na vida das pessoas que têm a pesca como momento de lazer ou como forma de alimentar-se e de alimentar a família. Desse modo, a partir da leitura do texto associada à realidade hídrica da Lagoa, pode-se perceber que o fato de não saber pescar será irrelevante diante da ausência de peixe naquelas águas, seja por conta da poluição desenfreada, seja por causa da pesca predatória.

            A consciência ecológica do autor do Poema da Lagoa perpassa pela necessidade de conservação e de preservação do ambiente e de seus entornos. De modo crítico, ele lembra que é papel de todos cuidar do meio ambiente, neste caso representado pela Lagoa da Jansen, mas que pode ser ampliado para todas as áreas de preservação ou para todos os ambientes (naturais e/ou artificiais) que envolvam aspectos da natureza

 

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

 

            A preocupação com o meio ambiente é algo ainda recente na história da humanidade. Mas é necessário que se desperte a consciência ecossistêmica nas pessoas a fim que a relação entre o ser humano e dos demais elementos da natureza se torne mais harmônico. Como não há possibilidades de se pensar em deter o progresso, deve-se pensar em um tipo de desenvolvimento que seja sustentável e em um processo educacional que leve o ser humano a perceber a essencial importância dos demais seres bióticos e abióticos para o equilíbrio ecossistêmico.

            Para se atingir esse objetivo, muitos podem ser os recursos e instrumentos didáticos e pedagógicos utilizados. Entre esses recursos pode-se incluir a literatura, que, em determinados textos pode servir como elemento motivador de discussões acerca da conservação e da preservação dos recursos naturais e da qualidade de vida dos seres humanos.

            A obra poética do paraibano José Chagas, assim como a de muitos outros escritores, pode ser utilizada como tanto de forma lúdica quando de modo pragmático, estabelecendo um diálogo entre a poesia e a necessidade de discutir-se os problemas relacionados ao meio ambiente.

            Neste estudo, o livro Poema da Lagoa, publicado em 2004, foi analisado pela perspectiva ambiental, demonstrando que em diversas passagens da obra o autor utiliza seus versos como forma de trazer à baila discussões sobre a história, a ocupação e o atual estágio da Lagoa da Jansen, chamando a atenção tanto para a sua plasticidade estética quanto para os perigos iminentes por que passa a Lagoa por causa das atividades antrópicas e que podem levar esse espaço à degradação ambiental.

            O Poema da Lagoa, de José Chagas, é uma obra que comprova a argumentação recorrente neste trabalho de que é possível a utilização de textos de caráter literário como recursos didático-pedagógico no estudo de temas transversais, como é o caso do meio ambiente, servido também para despertar a consciência ecossistêmica em alunos dos diversos níveis de ensino.

 

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Ilustrações: Silvana Santos