Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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14/06/2018 (Nº 64) EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS COMO UM INSTRUMENTO PARA A PRESERVAÇÃO DA AMAZÔNIA
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EDUCAÇÃO AMBIENTAL NAS ESCOLAS COMO UM INSTRUMENTO PARA A PRESERVAÇÃO DA AMAZÔNIA

Wander de Jesus Barboza Duarte ¹.

RESUMO

Esse presente estudo analisou a Educação Ambiental nas escolas como um instrumento para a preservação da Amazônia. Realizou-se uma revisão de literatura, os dados foram lidos pela forma qualitativa. Concluiu-se que o estudo da Educação Ambiental ajuda na compreensão das diferenças na que possam ser atribuídas a diferenças de conduta humana sob diferentes culturas, e procura desvios de condições "naturais" esperadas, causados pelo homem, bem como na compreensão das complexas relações entre o homem e a natureza, buscando através dela uma compreensão global da natureza em prol da preservação.

Palavras-chaves: Educação Ambiental. Preservação. Amazônia.

ABSTRACT

This study analyzed Environmental Education in schools as an instrument for the preservation of the Amazon. A literature review was performed, the data were read by the qualitative form. It was concluded that the study of Environmental Education helps in understanding the differences in what can be attributed to differences in human conduct under different cultures, and seeks deviations from expected human "natural" conditions as well as in understanding the complex relationships between man and nature, seeking through it a global understanding of nature for the sake of preservation.

Key-words: Environmental Education. Preservation. Amazon.

¹DR. UAA-PY/UFPE (Ciências da Educação), Estância de Pós Doutorado UJAÉN-ES,

Historiador –UFPA, Químico – UFLA, Secretário de Cultura Juventude e Esportes do Município de Itupiranga Pará – Brasil. Professor mestrado FACIMAB (Ciências da Educação), Professor tutor Ead – Universidade Brasil/ FACIMAB.

  1. INTRODUÇÃO

Este presente estudo analisou a Educação Ambiental como um instrumento para a preservação da Amazônia. Inicialmente ressalta-se que dentro das inovações na produção com a introdução de novos insumos e novas tecnologias, o homem diversifica seu modo de produção, aumentando o consumo dos fatores básicos de produção como: terra, capital e trabalho. Para que o homem alcance o equilíbrio entre esses fatores deve ultrapassar os desafios da nova ordem desenvolvimentista mundial, que tem como propósito fundamental a melhoria da qualidade de vida da população e a proteção do meio ambiente.

Assim, acredita-se que a Educação Ambiental pode ajudar no processo de conscientização dos alunos para os problemas ambientais. É interessante observar que houve na década de 70, o inicio da preocupação com a escassez dos recursos naturais. A mudança no modo de pensar a economia como o modelo de desenvolvimento até o início dos anos 70, decorreu da necessidade urgente de preservar os recursos naturais que desordenadamente se exauriam, colocando em “xeque” o futuro da humanidade. Para tanto uma nova dimensão sobre a problemática mundial não se baseia apenas na visão ecológica relativa à degradação do ambiente físico e biológico, mas em fatores de ordem social, político e cultural também estão sendo inseridos no contexto, numa tentativa de buscar resposta à pobreza e exclusão social críticas dos países subdesenvolvidos da Ásia, África e América Latina. Assim, se tenta delinear um novo tipo de desenvolvimento, que inicialmente chamou-se de eco-desenvolvimento e, posteriormente, desenvolvimento sustentável.

Este novo delineamento não se constitui em um empecilho à política de desenvolvimento que tem sido praticada; ao contrário tem como visão apropriar-se ao modelo contribuições das populações locais de modo que os ativos ambientais sejam preservados para as gerações futuras. Esta visão é demonstrada por Sach (1993), em sua obra “Estratégias de transição para o século XXI: desenvolvimento e meio ambiente”, onde a autora fala que o desenvolvimento sustentável deve ser endógeno e basear-se em suas próprias forças tendo como ponto de partida a lógica das necessidades e deve se dedicar a promover a simbiose entre a sociedade humana e a natureza e, por fim, deve estar aberto às mudanças institucionais.

Este estudo de justifica, pois atentará para a questão ambiental é atentar para a pressão Governamental que os diversos Governos no mundo, através de legislação, vem buscando punir através de multas e proibições, práticas das empresas que tenham impactos ambientais significativos. O Governo ainda pode atuar através de suas compras, ou seja, proibindo a aquisição, por parte de suas empresas e órgãos, de produtos que afetem significativamente o ambiente físico e estimulando o consumo de produtos "ecologicamente corretos". Outro aspecto que deveria ser observado que a educação da população depende da difusão das informações dos custos do impacto ambiental.

É objetivo geral avaliar através de um busca bibliográfica a Educação Ambiental como um instrumento para a preservação da Amazônia. É objetivo específico, analisar a necessidade de trabalhar a educação voltada para as questões ambientais em todos os grupos, principalmente com crianças formando uma opinião pública bem informada e responsável.

2 DESENVOLVIMENTO

Com o advento da informatização mundial as relações entre os homens mudaram muito rápido em um espaço de tempo muito curto. O acelerado crescimento do povoamento irregular e o uso indiscriminado dos recursos naturais acirraram as discussões sobre a capacidade de suporte a terra e à viabilidade da espécie humana.

O número crescente de indivíduos que passam a ocupar o mesmo nicho dentro da biosfera é uma grande preocupação de ecologistas de todo o mundo, pois, cada vez mais as pessoas adotam os mesmos padrões de consumo, em todo o mundo exercendo pressões sobre os recursos naturais finitos. As teorias ecológicas evidenciam que o resultado das interações dessa natureza normalmente se traduz em danos para o meio ambiente. Esse processo não poderia continuar sem que graves conseqüências começassem a eclodir, em todas as partes da terra onde os seres humanos habitam.

Neste contexto fica explicitado que a humanidade precisa de uma reeducação. Para o futuro, a Educação Ambiental deverá ser capaz de catalisar o desencadeamento de ações que permitam preparar os indivíduos e a sociedade para o paradigma do desenvolvimento sustentável, modelo estrategicamente adequado para responder aos desafios dessa nova dinâmica mundial. Assim, caberá a Educação Ambiental promover o resgate de valores e a criação dos preceitos de desenvolvimento sustentável como alternativa para a preservação do habitat humano.

    1. A Educação Ambiental

A preocupação com o meio ambiente vem de outrora. Rememora-se a primeira grande catástrofe ambiental de 1952 quando o ar densamente poluído de Londres provocaria a morte de 1.600 pessoas, desencadeando o processo de sensibilização sobre a qualidade ambiental na Inglaterra, e culminando com a aprovação da lei do ar puro pelo Parlamento em 1956.

Dias (2004) relata que na década de 60 o mundo começou a observar as conseqüências do modelo de desenvolvimento econômico adotado pelos países ricos traduzidos em níveis crescentes de poluição atmosférica nos grandes centros urbanos - Los Angeles, Nova Iorque, Berlim, Chicago, Tóquio e Londres- em rios envenenados por despejos industriais- Tamisa, Sena, Danúbio, Missisípi e outros-; em perda de cobertura vegetal da terra, ocasionando erosão, perda de fertilidade do solo, assoreamento dos rios, inundações e pressões crescentes sobre a biodiversidade. Os recursos hídricos estavam sendo comprometidos a uma velocidade sem precedentes na história humana. A imprensa mundial registrava essa degradação, em manchetes dramáticas. Descrevendo minuciosamente esse panorama e enfatizando o descuido e a irresponsabilidade com que os setores produtivos espoliavam a natureza sem nenhum tipo de preocupação com as conseqüências de suas atividades, motivou a jornalista americana Rachel Carson, lançar o livro Primavera Silenciosa (1962), que viria a se tornar um clássico na história do movimento ambientalista mundial, desencadeando uma inquietação internacional e suscitando discussões e diversos foros.

Três anos após o lançamento do livro de Carson, ocorre na Grã Bretanha a Conferência em Educação na Universidade de Keele, surgia o termo Environmental Education (Educação Ambiental).

Abaixo serão apresentadas as definições de Educação Ambiental na visão de vários autores.

Adams (2008, p.82) menciona vários autores para definir Educação Ambiental:

De acordo com o autor, a Educação Ambiental foi definida como uma dimensão dada ao conteúdo e à prática da Educação, orientada para a solução dos problemas concretos do meio ambiente, através de enfoques interdisciplinares e de uma participação ativa e responsável de cada indivíduo e da coletividade. I Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental - Tbilisi, Georgia (ex URSS).

  1. Para o Ministério do Meio Ambiente, Educação ambiental é um processo permanente, no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir – individual e coletivamente – e resolver problemas ambientais presentes e futuros (ADAMS, 2008, p.82)

  2. O autor menciona Leão e Silva (2000) apud (ADAMS, 2008, p.82) que pontua: A educação ambiental se caracteriza por incorporar as dimensões sócio-econômicas, política, cultural e histórica, não podendo se basear em pautas rígidas e de aplicação universal, devendo considerar as condições e estágios de cada país, região e comunidade, sob uma perspectiva histórica. Assim sendo, a Educação Ambiental deve permitir a compreensão da natureza complexa do meio ambiente e interpretar a interdependência entre os diversos elementos que conformam o ambiente, com vistas a utilizar racionalmente os recursos do meio na satisfação material e espiritual da sociedade, no presente e no futuro.

  3. A Lei Federal nº 9.795 define a Educação Ambiental como “o processo por meio do qual o indivíduo e a coletividade constroem  valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade” (art.1º, Lei Federal nº 9.795, de 27/4/99).

  4. Já para a UNESCO: A educação ambiental é um processo permanente onde os indivíduos e a comunidade toma consciência do seu meio ambiente e adquirem conhecimentos, habilidades, experiências, valores e a determinação que os tornam capazes de agir, individual ou coletivamente, na busca de soluções para os problemas ambientais, presentes e futuros (UNESCO, 1987).

  5. A educação ambiental na conferência de Estocolmo em 1972  foi enfatizada, pontuando que é um dos seus objetivos principais formar uma população mundial consciente e preocupada com o ambiente e problemas com ele relacionados, e que possua os conhecimentos, as capacidades, as atitudes, a motivação e o compromisso para colaborar individual e coletivamente na resolução de problemas atuais e na prevenção de problemas futuros" (UNESCO, 1976, p.2).

  6. Para Gonçalves (1990) apud Adams (2008, p.82) a Educação Ambiental não deve ser entendida como um tipo especial de educação. Trata-se de um processo longo e continuo de aprendizagem de uma filosofia de trabalho participativo em que todos: família, escola e comunidade; devem estar envolvidos. O processo de aprendizagem de que trata a educação ambiental, não pode ficar restrito exclusivamente à transmissão de conhecimentos, à herança cultural do povo às geração mais novas ou a simples preocupação com a formulação integral do educando inserindo em seu contexto social. Deve ser um processo de aprendizagem centrado no aluno, gradativo, contínuo e respeitador de sua cultura e de sua comunidade. Deve ser um processo crítico, criativo e político, com preocupação de transmitir conhecimentos, a partir da discussão e avaliação critica dos problemas comunitários e também da avaliação feita pelo aluno, de sua realidade individual e social, nas comunidades em que vive".

De acordo com as definições acima se entende que a Educação Ambiental deve ser entendida como um processo social constituída de forma participativa e voluntária. Logo, a Educação Ambiental deve englobar o envolvimento de fatores físicos, emocionais e cognitivos.

Mas, por que a Educação Ambiental é importante? Pontua-se que o processo de degradação aumenta e compromete a qualidade de vida global. Nos países em desenvolvimento, esta problemática é mais acentuada, uma vez que as políticas públicas geralmente não tratam os problemas ambientais de maneira prioritária e emergencial.

Dias (2004) relata que os conceitos de EA evoluíram. Os conceitos de meio ambiente; reduzido à exclusivamente aos seus aspectos naturais não permitia apreciar as interdependências nem a contribuição das ciências sociais e outras à compreensão e melhoria do ambiente humano. Segundo o autor (2004, p. 100): “A Educação Ambiental é um processo por meio do qual as pessoas apreendam como funciona o meio ambiente, como dependemos dele, como o afetamos e como promovemos a sua sustentabilidade”.

    1. Marcos história da Educação Ambiental

A sociedade percebendo que a degradação do meio ambiente poderia ameaçar a vida no planeta motivou muitos estudiosos a investigar a emergência da Educação Ambiental a nível global.

Em relação à evolução da sociedade em relação à Educação Ambiental pontua-se que (MORAES, 1998, p.38-56)

1822-1827- A preocupação com o meio ambiente no Brasil data de 1822, quando José Bonifácio de Andrada e Silva realizou as primeiras manifestações, de cunho ecológico. Em 1827, a carta Lei de outubro, do império delega poderes aos juízes de paz das províncias para a fiscalização das florestas.

1880-1940 – O sistema econômico predominante de subsistência onde se produzia o máximo na propriedade e com isso menor dependência externa. Sistema social com a ocorrência de mutirões pela população envolvendo a auto-ajuda em termos de plantio, saúde, etc. Em relação ao meio ambiente ocorria a degradação em termos de caça e desmatamento.

1940-1980 – Durante este período ocorre início e consolidação da revolução verde com o incremento da monocultura de fumo e a utilização cada vez maior de adubos solúveis e agrotóxicos. O sistema social perde força, diminuindo a auto-ajuda e começando aumentar paulatinamente o individualismo (são instaurados processos competitivos e não cooperativos). O meio ambiente é atingido por meio da presença de agroquímicos das lavouras de fumo, diminuição da fertilidade do solo entre outras conseqüências.

1980-2001 – Consolida-se o processo econômico, o individualismo é a conduta social, o meio ambiente continua sofrendo agressões, apesar de medidas restritivas como a proibição da caça e do corte de mato, abandono de áreas agrícolas e surgimento de capoeirões (êxodo rural) e começa o surgimento da consciência ecológica. Consta-se que este período é a consolidação dos processos econômicos, sociais e ambientais surgidos no período anterior.

No próximo tópico será abordado a Conferência de Estolcomo e a Conferência de Belgrado que são considerados por pesquisadores como um dos principais eventos sobre a questão ambiental seria melhor que educação ambiental Educação Ambiental no mundo.

    1. A Conferência de Estocolmo e a Conferência de Belgrado

A Conferência de Estocolmo e Belgrado trazem as primeiras referências da Educação Ambiental no mundo.

Dias (2004) relata que o marco inicial de interesse para a Educação Ambiental - EA foi a Conferência da Organização das nações Unidas sobre o Ambiente Humano – a Conferência de Estocolmo, em 1972. Pela primeira vez, a EA foi reconhecida como essencial para solucionar a crise ambiental internacional, enfatizando a priorização em reordenar suas necessidades básicas de sobrevivência na terra. O Plano de Ação recomendava a capacitação de professores e o desenvolvimento de novos métodos e recursos instrucionais para a EA.

Seguindo a recomendação 96 da Conferência de Estocolmo, que atribuiu grande importância estratégica a EA, dentro dos esforços de busca da melhoria da qualidade ambiental, foram realizados diversos encontros nacionais, regionais, internacionais, dentre os quais se destaca a Conferência de Belgrado que se realizou em Belgrado, 1975, promovido pela UNESCO. Nesta Conferência foram formulados os princípios e as orientações para o programa Internacional da Educação Ambiental. Ao final do encontro foi elaborada a Carta de Belgrado, que iria se constituir num dos documentos mais lúcidos sobre a questão ambiental na época.

A Carta reconhece a inadequação do sistema educacional vigente que impede o fomento de uma visão holística sobre o problema ambiental, não permitindo, em conseqüência, que a humanidade compreenda o impacto que uma sociedade gera sobre as demais e sobre o ambiente global. No próximo tópico será abordada a primeira Conferência Internacional sobre Educação Ambiental, ocorrida em Tbilisi (1977) que é referência para o desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental.

2.4 A Primeira Conferência Internacional sobre Educação Ambiental

A Primeira Conferência Internacional sobre Educação Ambiental, a Conferência de Tbilisi (1977), como ficou mais conhecida, foi um marco histórico de destaque na evolução ambiental, de onde houve as seguintes recomendações:

a) A educação ambiental é o resultado de uma orientação e articulação de diversas disciplinas e experiências educativas que facilitam a percepção integrada do meio ambiente, tornando possível uma ação mais racional e capaz de responder às necessidades sociais;

b) Um objetivo fundamental da educação ambiental é lograr que os indivíduos e a coletividade compreendam a natureza complexa do meio ambiente natural e do meio ambiente criado pelo homem, resultante da integração de seus aspectos biológicos, físicos, sociais, econômicos e culturais, e adquiram os conhecimentos, os valores, os comportamentos e a habilidades práticas para participar responsável e eficazmente da prevenção e solução dos problemas ambientais, e da gestão da questão da qualidade do meio ambiente;

c) O propósito fundamental da educação ambiental é também mostrar, com toda clareza, as interdependências econômicas, políticas e ecológicas do mundo moderno, no qual as decisões e comportamentos dos diversos países podem ter conseqüências de alcance internacional. Neste sentido, a educação ambiental deveria contribuir para o desenvolvimento de um espírito de responsabilidade e de solidariedade entre os países e as regiões, como fundamento de uma nova ordem internacional que garanta a conservação e a melhoria do meio ambiente;

    1. Para a realização de tais funções, a educação ambiental deveria suscitar uma vinculação mais estreita entre os processos educativos e a realidade, estruturando suas atividades em torno dos problemas concretos que se impõem à comunidade; enfocar a análise de tais problemas, através de uma perspectiva interdisciplinar e globalizadora, que permita uma compreensão adequada dos problemas ambientais;

    2. O desenvolvimento eficaz da educação ambiental exige o pleno aproveitamento de todos os meios públicos e privados que a sociedade dispõe para a educação da população: sistema de educação formal, diferentes modalidades de educação extra-escolar e os meios de comunicação de massa.

c. Para Muller (2008), a educação ambiental num contexto de sociedade pode permitir a compreensão das características complexas do meio ambiente e interpretar a interdependência entre os diversos elementos que conformam os seres vivos, com vistas a utilizar racionalmente os recursos naturais na satisfação material e espiritual da sociedade no presente e no futuro. Assim, a mesma deve capacitar ao pleno exercício da cidadania, através da formação de uma base conceitual abrangente, técnica e culturalmente capaz de permitir a superação dos obstáculos à utilização sustentada do meio. O desafio da educação é o de criar as bases para a compreensão da realidade.

    1. Os Princípios básicos da Educação Ambiental

Segundo a Conferência de Tbilisi (1977) são princípios básicos da Educação Ambiental (DIAS, 2004, p.85):

      1. Considerar o meio ambiente em sua totalidade, isto é, em seus aspectos naturais e criados pelo homem (político, social, econômico, cientifico, tecnológico, histórico-cultural, moral e estético).

      2. Construir um processo contínuo e permanente, através de todas as fases doe ensino formal e não formal.

      3. Aplicar um enfoque interdisciplinar, aproveitando o conteúdo específico de cada disciplina, de modo que se adquira uma perspectiva global e equilibrada.

      4. Examinar as principais questões ambientais, do ponto de vista local, regional, nacional e internacional, de modo que os educandos se identifiquem com as condições ambientais d outras regiões geográficas.

      5. Concentrar-se nas condições ambientais atuais, tendo e m conta também à perspectiva histórica;

      6. Insistir no valor e na necessidade da cooperação local, nacional e internacional, para prevenir e resolver os problemas ambientais;

      7. Considerar de maneira explicita, os aspectos ambientais nos planos de desenvolvimento e crescimento.

Assim, compreende-se que os mencionados princípios buscam nortear e compatibilizar as necessidades do presente, sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades.

2.6 A Educação Ambiental na sala de aula

Se o meio ambiente pode ser trabalhado em sala, de aula como algo do dia-a-dia de cada um, a vida escolar ensina tanto quanto as disciplinas. A interdisciplinaridade transfere procedimentos de algumas disciplinas para outras, identificando novos objetos de estudo. É uma postura frente à totalidade do conhecimento, que substitui a concepção fragmentária pela unitária do ser humano. Proporciona a inserção do aluno em sua própria realidade, possibilitando uma compreensão melhor do espaço e do tempo em que vive. Não cabe mais à proposta de conhecimento compartimentalizado uma vez que, no cotidiano, exigem-se articulações que levam em conta vários pontos de vista, tanto científicos quanto metafísicos. Nesse sentido, a interdisciplinaridade propõe superar a fragmentação do saber em prol do conhecimento da totalidade do universo (ZUCCHI, 2002).

Então, como devemos aplicar os preceitos da Educação Ambiental em sala de aula?

Acredita-se que o primeiro passo é fazer os alunos entenderem que A Educação ambiental, na verdade, está presente em todas as disciplinas, na tentativa de enfocar a compreensão e resolução de todos os problemas ambientais do mundo.

3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Compreendeu-se no corpus da pesquisa a Educação Ambiental passou a ser obrigatório com a da Política Nacional da Educação Ambiental, porém juntamente com estas leis mencionamos que varias iniciativas propiciaram a propagação do desenvolvimento da educação ambiental no Brasil.

Acreditamos que muitas mudanças no incentivo de educação ambiental ainda estão por acontecer, mas em um breve espaço de tempo, citamos como resultado da citada lei anteriormente a criação do Programa Nacional de Educação Ambiental, criado em 1999, de cooperação técnica entre o Ministério do Meio Ambiente e a UNESCO.

A Educação Ambiental ajuda o aluno a compreender o seu local e a importância da conservação ambiental do ambiente em que vive. Assim, o estudo da Educação Ambiental ajuda na compreensão das diferenças que possam ser atribuídas a diferenças de conduta humana sob diferentes culturas, e procura desvios de condições "naturais" esperadas, causados pelo homem, bem como na compreensão das complexas relações entre o homem e a natureza, buscando através dela uma compreensão global da natureza.

REFERÊNCIAS

ADAMS, Berenice. O que é Educação Ambiental? Disponível em: www.apoema.com.br Acedido em maio de 2017.=

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais : meio ambiente, saúde / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília : 1998. 128p.

DIAS, Genebaldo Freires, Educação Ambiental: princípios e práticas. São Paulo: Gaia, 2004, 9ed. 551p.

MORAES, Edmundo Carlos. Construção do conhecimento diante do desafio ambiental: uma estratégia educacional. In NOAL, E. º, REIGOTA, M., BARCELOS, V. H. (ORG) Tendências da educação ambiental brasileira. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 1998, p. 38 a 56.

MULLER, Jackson. Educação ambiental: diretrizes para a prática pedagógica. Edição Famurs. Porto Alegre, sd.

UNESCO,Education for Sustainability – from Rio to Johannesburg::Lessons L arnt from a D cade of Commitm nt, 2002.

ZUCCHI, Odir José. Educação Ambiental. Florianópolis, 2002. 139f. Dissertação(Mestrado em Engenharia de Produção) – Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção, UFSC, 2002.





Ilustrações: Silvana Santos