O
ENSINO DE BIOLOGIA E DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL: PERCEPÇÃO
DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO DO MUNICÍPIO DE PATOS,
PARAÍBA
Laianne
de Souza Guilherme1;
Pedro Silva dos Santos2;
Maria de Fátima de Souza Guilherme3;
José Lucas dos Santos Oliveira4,
Thayanna Maria Medeiros Santos5,
Edevaldo da Silva6
1Bióloga,
Universidade Federal de Campina Grande, laiannesouza.2014@gmail.com
2Especializando
em Ensino de Ciências Naturais e Matemática, Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio
Grande do Norte, pedrosantosjs88@gmail.com
3Especialista
em Ecologia e Educação Ambiental, Universidade Federal
de Campina Grande, fatima.souza.guilherme@gmail.com
4Mestrando
do Programa
de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio
Ambiente – PRODEMA,
Universidade
Federal da Paraíba, lucasoliveira.ufcg@gmail.com
5Mestranda
do Programa
de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio
Ambiente – PRODEMA,
Universidade
Federal da Paraíba, thayannamdrs@gmail.com
6Professor
do Programa de Pós-Graduação Desenvolvimento e
Meio Ambiente pela Universidade Federal da Paraíba (PRODEMA -
UFPB) e Professor Adjunto da Universidade Federal de Campina Grande.
UFCG, edevaldos@yahoo.com.br
Resumo:
A Educação Ambiental é importante para envolver
cidadãos no pensamento crítico e sustentável
para preservação do ambiente. O objetivo desta pesquisa
foi analisar a percepção dos alunos sobre o ensino na
área de Biologia e em Educação Ambiental.
A pesquisa é descritiva com abordagem quali e quantitativa,
desenvolvida com
alunos (n = 89) do ensino médio público do município
de Patos, Paraíba.
A
coleta de dados foi por meio de um questionário contendo
8 afirmativas segundo a escala de Likert, e
5 questões subjetivas. Os
resultados reportaram que 78,6% dos alunos percebem o ensino de
biologia, pelo seu professor, como de fácil compreensão
e acreditavam (79,8%) ser uma disciplina importante no currículo
escolar. Mas, 67,5% relataram que não há aulas práticas
em laboratório e/ou em campo na disciplina de biologia. A
maioria deles (58,4%)
relataram que o (a) professor (a) de biologia relaciona a Educação
Ambiental de forma adequada no contexto de suas aulas. Assim, os
alunos percebem a importância dessa disciplina e são
receptivos quanto a maneira que é abordada em sala, mas, não
há infraestrutura adequada para realização de
aulas práticas, sendo necessário que o professor e a
escola busquem condições para desenvolver novos métodos
de ensino que mantenham a motivação e envolvimento dos
alunos. Todos os alunos entrevistados percebem a Educação
Ambiental de uma forma ampla, relacionando, em seu conceito as
relacionando bem o homem e o ambiente. A Educação
Ambiental no contexto do ensino de biologia é fundamental,
pois amplia
a percepção dos alunos acerca da vida e das interações
dos seres vivos e o ambiente. A Educação Ambiental é
importante, pois é um processo que busca sensibilizar os
alunos sobre as questões ambientais, para proporcionar melhor
qualidade de vida, além disso, pode contribuir para que os
alunos não tenham uma percepção limitada sobre
as questões ambientais
Palavras-chave:
Meio ambiente, currículo, docente.
Abstract:
Environmental Education is important to engage citizens in critical
and sustainable thinking for environmental preservation. The
objective of this research was to analyze the students' perception
about teaching in the area of Biology and Environmental
Education. The research is descriptive with a qualitative and
quantitative approach, developed with students (n = 89) of public
high school in the municipality of Patos, Paraíba. Data were
collected through a questionnaire containing 8 affirmations according
to the Likert scale, and 5 subjective questions. The results reported
that 78.6% of the students perceive the teaching of biology, by their
teacher, as easy to understand and believed (79.8%) to be an
important discipline in the school curriculum. But, 67.5% reported
that there are no practical classes in the laboratory and / or field
in the discipline of biology. Most of them (58.4%) reported that the
biology teacher relates Environmental Education adequately in the
context of their classes. Thus, students perceive the importance of
the discipline and are receptive to the way it is approached in the
classroom, but, there is no adequate infrastructure for practical
classes, and it is necessary that the teacher and the school seek the
conditions to develop new teaching methods that motivation and
involvement of students. Environmental Education in the context of
biology teaching is fundamental, since it broadens the students'
perception about the life and interactions of living beings and the
environment. All students interviewed perceive Environmental
Education in a broad way, relating, in their concept, describing,
within the expectation, the reaction between the human being and the
environment. Environmental Education is important because it is a
process that seeks to sensitize students about environmental issues,
to provide a better quality of life,
in addition, it can contribute so that the students do not have a
limited perception on the environmental questions
Keywords:
Environment, curriculum, teacher.
Introdução
O
docente durante o seu processo de formação nas
universidades é inserido no ambiente escolar afim de colocar
em prática todo o seu conhecimento já adquirido, e
criar práticas pedagógicas individuais de trabalho,
favorecendo a compreensão dos alunos (BATALHA; JACAÚNA;
MARQUES, 2015).
A
forma mecânica de transmissão de conteúdos na
qual o professor é formado no ensino de Ciências, é
refletido para os alunos de forma dissociada, no entanto, vê-se
na ciência a fonte mais segura de saberes válidos para
toda a sociedade (BAPTISTA; NASCIMENTO, 2017).
Os
conteúdos envolvendo a temática ambiental é
restringido geralmente nas disciplinas de Ciências, Biologia e
Geografia, onde na maioria das vezes exclui o ser humano do ambiente
natural, e atribui responsabilidades a Educação
Ambiental sobre solucionar todos os problemas do ambiente (SANTOS;
SOUZA; DIAS, 2017).
A
escola caracteriza-se por ser um espaço importante para o
desenvolvimento do pensamento crítico acerca dos problemas
ambientais, dessa forma, a Educação Ambiental é
fundamental para formar cidadãos preocupados com a preservação
do ambiente com as gerações presentes e futuras
(MENEZES, 2017).
De
acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), os
conteúdos relacionados ao contexto do meio ambiente devem ser
incorporados nos currículos escolares de forma transversal, e
serem abordados em todas as áreas de forma geral para auxiliar
no processo de construção do conhecimento dos alunos
sobre o ambiente (BRASIL, 1997).
Nesse
contexto, as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação
Ambiental (DCNEA) reafirma-se:
A
Educação Ambiental é componente integrante,
essencial e permanente da Educação Nacional, devendo
estar presente, de forma articulada, nos níveis e modalidades
da Educação Básica e da Educação
Superior, para isso devendo as instituições de ensino
promovê-la integradamente nos seus projetos institucionais e
pedagógicos (BRASIL, 2012, p. 03).
Praticas
didáticas relacionadas a Educação Ambiental são
uma ferramenta importante para o desenvolvimento cognitivo do aluno
sobre os problemas ambientais, onde ele passa a associar de forma
mais clara a teoria à prática, adquirindo conhecimento
mais amplo sobre o conteúdo abordado (MENEZES, 2017).
É
de fundamental importância que os docentes busquem diversas
formas de melhorar as práticas de ensino, com novas
metodologias, com métodos interdisciplinares relacionadas a
Educação Ambiental, para estimular o desejo dos alunos
de aprenderem novos conteúdos, e que sejam capazes de
reconhecer o homem como parte do meio ambiente (BIASIBETTI et al.,
2015).
O
objetivo desta pesquisa foi de analisar a percepção dos
alunos sobre o ensino na área de Biologia/Educação
Ambiental.
Metodologia
A
pesquisa é descritiva com abordagem quali e quantitativa.
Foram
entrevistados 89 alunos de 1º ao 3º ano do ensino médio
da Escola pública Coriolano de Medeiros, município de
Patos, Paraíba.
O
tamanho amostral foi estabelecido segundo Rocha (1997), a partir do
número total de alunos matriculados na referida escola,
considerando o erro amostral de 10%. A amostragem estabelecida foi
realizada de forma aleatória simples.
A
coleta de dados foi por meio da aplicação de um
questionário contendo
8 afirmativas estruturadas segundo a escala de Likert, com cinco
níveis de respostas (nível
1 - concorda completamente ao nível 5 - discorda
completamente) e 5 questões subjetivas (Tabela 1). A análise
das respostas foi de forma quali e quantitativa por meio da
estatística descritiva, utilizando o software Microsoft Excel
2016.
Fonte:
Os autores.
Resultados
e discussão
Foram
entrevistados 89 alunos do ensino médio regular, eles tinham
idade entre 13 e 19 anos, onde 51,7% (n = 46) eram
do gênero feminino e, 48,3% (n = 43) do gênero masculino.
Os
resultados reportaram que 78,6% (n = 70) dos alunos entrevistados
reconheciam que o professor de biologia mediava o conteúdo
abordado em sala de aula de forma compreensível para o
entendimento da maioria dos alunos (Tabela 2), o que é
favorável ao ensino, pois faz com que os alunos aprendam de
maneira compreensível os conteúdos ofertados pela
disciplina.
Atualmente,
no ensino de biologia o docente atua, principalmente, como
facilitador no processo de ensino-aprendizagem dos alunos, a biologia
permite aproximar os alunos do meio científico, com pesquisas,
proporcionar melhor entendimento de todas as coisas que os rodeiam, e
aproximar as pessoas do meio ambiente (SILVA et al., 2017).
Fonte:
Os autores.
Os
alunos (82,0%, n = 73) afirmaram que a disciplina de Biologia é
um componente importante no currículo escolar.
O
ensino de biologia é importante para auxiliar na capacidade
dos alunos de entender os diversos processos biológicos, para
a compreensão e construção do saber científico
e tentar formar cidadãos com responsabilidades acerca do
ambiente (PETROVICH;
ARAÚJO, 2015).
Os
alunos (57,3%, n = 51) afirmaram que na escola onde estudam não
há laboratório de Biologia, isso deve-se a falta de
infraestrutura adequada para montagem do laboratório na
referida escola, visto que, todos os materiais necessários
estão encaixados e depositados em uma sala junto com os
equipamentos de química. Dessa forma, 67,4% (n = 60) dos
alunos relataram que não há aulas práticas em
laboratório e/ou em campo relacionadas a disciplina de
biologia.
Soares
et al., (2018) em sua pesquisa realizada com alunos do ensino médio
do município de Imperatriz,
Maranhão,
reportaram que 100%
dos alunos entrevistados afirmaram que nunca tiveram nenhuma aula
prática em laboratório.
A
inserção de aulas práticas nas aulas de Ciências
e Biologia é fundamental para desenvolver o interesse dos
alunos pelos conteúdos expostos, além de proporcionar
um momento didático no seu tempo de aula, no entanto, é
perceptível a falta de estímulo dos docentes na
realização de práticas em suas aulas, devido à
ausência de infraestrutura adequada, falta de conhecimento
amplo sobre determinado assunto e excesso de carga horaria (PERIOTTO;
FRANSCISCO, 2017).
Para
Biasibett
et al, (2015, p. 227) “A falta de atividades dinâmicas,
motivadoras e interdisciplinares, relacionadas aos conteúdos
curriculares, promove a insatisfação, ausência de
participação e interesse dos estudantes, o que
inviabiliza o processo de aprendizagem”. Nesta perspectiva, é
importante destacar que, mesmo a maioria dos alunos considerando a
disciplina de Biologia um componente importante e a transmissão
do conteúdo de fácil compreensão, a não
existência de laboratórios para momentos didáticos
diferentes, pode causar insatisfação e desinteresse dos
alunos.
Os
resultados reportaram que 69,7% (n = 62) dos alunos afirmaram que não
participavam de aula em campo relacionadas ao contexto da Educação
Ambiental devido os docentes não realizarem essa metodologia
em suas aulas, sendo desfavorável para o ensino, pois o aluno
fica fixado apenas à teoria e pode não conseguir
absorver todas as informações transmitidas pelo
professor.
De
acordo com a pesquisa de Rempel et al., (2016) realizada com alunos
do curso de
Ciências Biológicas do interior do Estado do Rio Grande
do Sul, eles identificaram que os alunos quando questionados sobre a
importância de aulas práticas, 77,8% deles consideraram
as aulas em campo a principal atividade que contribuiu para a
aprendizagem
e, 55,6% afirmaram que os jogos didáticos foram as atividades
que menos contribuíram.
Para
Periotto e Francisco (2017), é importante que o aluno depois
de alguma aula teórica sobre assuntos relacionados ao meio
ambiente, possa experimentar o contato direto com a natureza, onde
possa analisar todos os elementos expostos na sala de aula, e
comparar o abstrato com a realidade.
Nesse
contexto, as Orientações curriculares para o ensino
médio afirmam que:“Ao
organizar uma atividade prática, o professor deve valorizar o
processo, explorar os fenômenos e analisar os resultados sob
vários ângulos.”
(BRASIL,
2006, p. 31). Assim, o professor deve refletir sobre a importância
da aula prática no contexto dos benefícios e resultados
positivos na aprendizagem dos alunos, como interação,
envolvimento e a capacidade de questionamento dos alunos sobre a
relação do conteúdo teórico com a prática
realizada.
De
acordo com os resultados, 60,6% (n = 54) dos alunos afirmaram que a
quantidade de aulas de biologia durante a semana é suficiente
para o aprendizado dos conteúdos expostos em sala de aula
(Tabela 3), e 58,4% (n = 52) relataram que o professor de biologia
relaciona a Educação Ambiental de forma adequada no
contexto de suas aulas.
A
Educação Ambiental pode envolver diversas formas de
intervenções educacionais, como, a
interdisciplinaridade, transversalidade e uma iniciativa que pode ser
considerada de sucesso envolve a realização de esportes
ligados a natureza, ou também chamado de Educação
Ambiental ao ar livre (CAVASINI; BREYER, 2015).
Fonte:
Os autores.
Os
alunos se mostraram participativos nas aulas de biologia, onde 45,0%
(n = 40) afirmaram expor suas opiniões durante o
momento de aula, e 43,8% (n = 39) reportaram que é possível
haver a interação de conteúdos relacionados a
Educação Ambiental em outras disciplinas do currículo
escolar, destacando a Geografia (32,6%,
n = 29), Artes (18,0%, n = 16), Química (11,2%, n = 10) e
História (11,2%, n = 10). O envolvimento dos professores no
contexto da Educação Ambiental, em suas aulas, foi
citado por 48,3% dos alunos (n = 43).
Apesar
dos alunos estarem cientes dessa interação entre as
disciplinas é importante refletir sobre a maneira (didática
e metodológica) que está sendo essa abordagem pelo
professor. Para que ela não seja pontual e/ou superficial, é
necessário garantir a qualificação do professor
para o ensino da Educação Ambiental. De acordo com
Furtado e Martin (2016), a falta de qualificação
profissional dos docentes para trabalharem com temas ambientais,
ocasiona a diminuição da abordagem dessa temática
no cotidiano escolar, e restringem-se a apenas a algumas disciplinas.
West
et al., (2017) em sua pesquisa com alunos do município de
Amélia
Rodrigues, Bahia, reportaram que os entrevistados quando indagados se
algum professor já abordou temas ambientais em suas aulas,
80,0% deles responderam que discutem alguns temas, como: poluição,
ar e água, e apenas 20,0% relataram que não são
trabalhados os problemas ambientais.
A
inserção da Educação Ambiental no
currículo escolar é uma alternativa importante para
haver a interação entre as disciplinas, e promover a
sensibilização dos alunos sobre o ambiente, com isso, a
interdisciplinaridade busca a integração do
conhecimento para acabar com o paradigma de se pensar que a abordagem
de Educação Ambiental deve restringir-se a apenas
algumas áreas do conhecimento (SANTOS et al., 2017).
Para
Andrade et al, (2017), o ensino de biologia voltado para o meio
ambiente deve ter como um de seus objetivos o desenvolvimento do
pensamento crítico, sustentável e cognitivo dos alunos
frente aos diversos problemas ambientais.
Em
relação ao conceito de Educação
Ambiental, todos os alunos responderam de forma correta, e percebem a
Educação Ambiental ao contexto de preservação,
conservação, respeito, e educação com o
ambiente. Abaixo, segue algumas dessas respostas:
[Aluno
1]: É ensinar as pessoas a cuidarem do meio ambiente e
preservar tudo onde tem nele, e aproveitar tudo.
[Aluno
2]: É saber cuidar do lugar onde você vive, reciclar o
lixo, não deixar as coisas sujas, plantar, não sair
jogando lixo pelo chão.
[Aluno
3]: Ter educação de se responsabilizar pelo meio
ambiente, não danificá-lo.
[Aluno
4]: É a forma de educar uma pessoa, deve tratar o meio
ambiente e o respeito que devemos ter para com.
[Aluno
5]: É ter o cuidado com o ambiente, onde nós moramos,
por onde a gente anda, ter consciência de reciclar o que não
se usa mais, não desmatar as árvores.
A
Educação Ambiental é um processo em que envolve
um contexto de diversas possibilidades englobando principalmente a
interação entre o ser humano e a natureza, afim da
preservação dos recursos naturais (SANTOS; JÚNIOR;
LOPES, 2016).
De
acordo com a Política Nacional de Educação
Ambiental- PNEA:
Entendem-se
por educação ambiental os processos por meio dos quais
o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais,
conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas
para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum
do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade (BRASIL, 1999, p. 01).
Os
resultados reportaram que, 78,7% (n = 70) dos alunos afirmaram que a
biologia é importante para aprender sobre o meio ambiente,
pessoas e animais, 5,6% (n = 5) associaram sua importância por
ser uma matéria nova no ano letivo que estão
praticamente começando, 2,2% (n = 2) devido ser cobrada em
vestibulares, e 13,5% (n = 12) foram indiferentes e/ou não
responderam.
Para
Batalha, Jacaúna e Marques, (2015), não é
preciso ter uma visão reducionista da Educação
Ambiental, em relacioná-la apenas ao contexto ambiental de
preservação da fauna e flora, mas, ela deve ser vista
como importante aliada na educação política do
nosso país, buscando meios e soluções para
melhor qualidade de vida da sociedade.
Os
alunos (41,6%, n = 37) afirmaram não possuir dificuldade no
estudo da biologia, e 12,4% (n = 11) não responderam ao item.
Dentre os que relataram dificuldades, as principais delas estavam
relacionadas com: O estudo da citologia (9,0%, n = 8), falta de aulas
práticas (6,7%, n = 6), não conseguir compreender de
forma fácil o conteúdo (10,1%, n = 9), muito conteúdo
que a disciplina envolve (5,6%, n = 5), a forma de explicação
do conteúdo (4,5%, n = 4), não compreender as espécies
do reino Plantae (4,5%, n = 4), estudar sobre o ser humano (3,4%, n =
3), doenças provenientes do contato com a água (1,1%, n
= 1) e o estudo da genética (1,1%, n = 1).
Existem
conteúdos que tornam difícil o seu entendimento, devido
aos diferentes níveis de compreensão, tais como, a
análise de alguma estrutura que não pode ser
visualizada a olho nu, onde o aluno precise entender conceitos
abstratos e tentar visualiza-los na prática (ARAÚJO;
PEDROSA, 2014).
Nesse
contexto Geglio e Santos, (2011) retrata que:
Os
conteúdos são abordados de maneira a privilegiar a
teoria, o estudo de conceitos, sem a utilização de
recursos ou práticas de ensino que possibilitem o maior e
melhor aprendizado, por parte dos alunos. São abordados
conteúdos importantes para a vida do cidadão como
citologia, seres vivos, ecologia, genética, porém de
maneira descontextualizada, sem que o aluno perceba a necessidade
dessa aprendizagem para a sua vida comum (GEGLIO; SANTOS, 2011, p.
78).
Dos
participantes da
pesquisa, 28,1% (n = 25) relataram que o professor de biologia
relaciona a Educação Ambiental no contexto de sua
disciplina por meio da abordagem sobre o meio ambiente, (22,5%, n =
20) por meio da explicação do conteúdo diário,
10,1% (n = 9) dinâmicas em sala, 2,2% (n = 2) por meio de
outros assuntos, 9,0% (n = 8)
abordaram que o professor não relaciona de forma alguma, e,
28,1% (n = 25) é insuficiente e/ou não responderam.
Na
pesquisa de West et al., (2017), realizada com professores do
município de Amélia
Rodrigues, Bahia, em relação a quais temas sobre o meio
ambiente os professores devem trabalhar em suas aulas, foi visto que,
50,0% dos entrevistados afirmaram ser importante a abordagem sobre os
resíduos sólidos, 20,0% descarte
inadequado do lixo, 15,0% poluição das aguas, 10,0%
aquecimento global e 5,0% extinção.
Existem
diversos métodos para promover a prática docente de
forma inovadora, destacando-se a tecnologia como um dos mais
utilizados atualmente para auxiliar na busca por novos conhecimentos,
estratégias para promover melhor o ensino, e fazer com que os
alunos interajam de forma direta e que associem conteúdos ao
cotidiano dos alunos (SANTOS; JÚNIOR; LOPES, 2016).
Conclusão
Os
alunos entrevistados afirmam que o conteúdo de biologia é
transmitido de forma compreensível, e que essa disciplina é
importante no currículo escolar. No entanto, não há
laboratórios e nem aulas práticas em campo. Eles buscam
interagir nas aulas teóricas para expor suas opiniões e
dúvidas, já que os professores envolvem a Educação
Ambiental em suas aulas.
É
necessário que os professores busquem novas metodologias de
ensino onde mesmo com a ausência de espaço adequado
para aulas em laboratórios, seja possível realizar
aulas práticas na própria sala de aula e/ou em campo
para que os alunos se sintam estimulados a assistirem as aulas. Os
alunos percebem em sua totalidade o que é a Educação
Ambiental, conceituando essa educação como aquela
voltada ao melhor cuidado do ambiente pelo ser humano.
A
inserção da Educação Ambiental no ensino
de biologia é, importante para proporcionar aos alunos um
contato mais próximo com o ambiente e com a sua realidade, e
assim, estimular a prática de atitudes ambientais para melhor
qualidade de vida das gerações presentes e futuras. A
Educação Ambiental é importante, pois está
envolvida em um cenário de várias possibilidades que
promovem a interação do ser humano com o ambiente, e
possibilita a sensibilização dos alunos acerca dos
problemas ambientais.
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