Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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16/09/2018 (Nº 65) O ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL
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O ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

THE TEACHING OF NATURAL SCIENCES IN THE EARLY YEARS OF ELEMENTARY EDUCATION



Autoria:

CARDOSO, Jaqueline Aguiar – mestranda em Profissional em Ciência, Tecnologia e Educação

Email: jaqueline-cardoso@hotmail.com

NUNES, Marcus Antonius da Costa

Doutorado em Engenharia Mecânica,área Vibrações e Ruído, pela Universidade Federalde Santa Catarina.Docente e coordenador de mestrado em Ciência,

Tecnologia e Educação do IVC,São Mateus/ES.

Email:marcaonunes@hotmail.com



Resumo

Este artigo tem o objetivo de provocar o debate em torno do problema do ensino de ciências naturais nas séries iniciais do ensino fundamental. Em cada item é abordado um assunto mais específico, como a dificuldade enfrentada pelos professores, algumas possíveis indicações de práticas e a grande necessidade de uma melhor preparação dos professores para essas séries. Todo o trabalho tem um objetivo maior: dar mais visibilidade a essa questão e despertar a comunidade educacional para encontrar as soluções necessárias. Além da abordagem embasada com ampla bibliografia, também mencionamos a necessidade da leitura de um texto específico – livro – que traz bastantes exemplos práticos de que os docentes poderão de valer para facilitar a tarefa de levar os alunos a construírem um conhecimento científico com vontade e prazer.

Palavras-chave: ciências naturais, séries iniciais, docentes, preparação

Abstract

This article aims to provoke debate about the problem of teaching natural sciences in the initial grades of elementary school. Each item approaches a more specific subject, such as the difficulty faced by teachers, some possible indications of practices and the great need for better preparation of teachers for these series. All of this work has a greater purpose: to raise the visibility of this issue and to awaken the educational community to find the necessary solutions. Besides the approach based on a large bibliography, we also mentioned the need to read a specific text - book - which brings many practical examples that teachers can use to facilitate the task of getting students to build a scientific knowledge with will and pleasure .

Key words: natural sciences, initial series, teachers, preparation

INTRODUÇÃO

Conforme se pode perceber, quando em conversa entre docentes – geralmente, formados em Pedagogia – que lecionam nas séries iniciais das escolas, há preocupantes dúvidas dos mesmos sobre o que ensinar aos alunos dessas séries, no tocante às Ciências Naturais.

Em virtude desta preocupação que também nos assola, resolvemos escrever o presente artigo com vistas a enfatizar alguns dos aspectos que envolvem essa problemática.

Apresentamos, no item 1, um apanhado no que concerne sobre a preocupação no ensino de ciências naturais nas séries iniciais do ensino fundamental, em que trazemos um levantamento bibliográfico acerca da problemática.

Com o item 2, trazemos considerações acerca de formas de lecionar Ciências Naturais, o que é um assunto amplo e que não pode ser trabalhado em uma único artigo de uma dezena de páginas. Por isso, indicamos uma leitura muito interessante a respeito, com a devida indicação de acesso ao material.

Por último, no item 3, abordamos a questão da formação de docentes para estarem preparados a trabalhar com os conteúdos de Ciências naturais nas séries iniciais do ensino fundamental. Além de menções bibliográficas, trazemos observações próprias com relação aos problemas que complicam essa formação e a situação dos docentes, consequentemente, da educação brasileira como um todo.

1 O CERNE DA PREOCUPAÇÃO NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Conforme Santana Filho, et al, 2011,

A importância do ensino de Ciências é reconhecida por pesquisadores da área em todo o mundo, havendo uma concordância relativa à inclusão de temas relacionados à Ciência e à Tecnologia nas Séries Iniciais. Apesar da convergência de opiniões e de sua incorporação pelas propostas curriculares e planejamentos escolares, ainda hoje em dia a criança sai da escola com conhecimentos científicos insuficientes para compreender o mundo que a cerca.

Diante de tal fato, podem ser formuladas questões como: Qual é, afinal, a importância dos conhecimentos científicos para a vida dos educandos? Quais aspectos devem ser enfatizados ao se ensinar Ciências Naturais? Quais as demandas da sociedade em decorrência do desenvolvimento científico e tecnológico? Como as pessoas e as escolas deveriam agir perante o amplo desenvolvimento da ciência e da técnica? (SANTANA FILHO et al, 2011, p. 3)

Observa-se claramente que há perguntas preocupantes citadas pelos autores. Em cima disso, Juliatto, 2009, afirma:

A tarefa de educar contém enorme desafio espiritual. Educar é fazer desabrochar o que há de melhor dentro de cada um dos nossos alunos...

Educar é ajudar a descobrir as potencialidades dos alunos e fazê-las operativas. É fazê-los descobrir os próprios medos e aprender a superá-los. E isso é tarefa altamente espiritual. (JULIATTO, 2009, p. 49)

Levando em conta a afirmação mencionada, é possível dizer que perdura a ideia de certo idealismo no que tange lecionar. Como os alunos são seres em formação, para descobrir seus medos e superá-los, os alunos precisam conhecer como funciona seu corpo e o ambiente em que está vivendo.

É hora de refletir sobre como levar conhecimentos de ciências naturais até os pequenos alunos. Será que o uso de livros didáticos é suficiente? Pensamos ser insuficiente, ou até uma forma ultrapassada. O professor deve levar sua turma a conhecer, de forma mais direta com o ambiente para mostrar como funciona a vida de plantas, animais e de essa mesma vida necessita: ar, água, solo, luz solar. A criança, na hora de se alimentar pode e deve saber que o alimento é provido pela natureza – vegetais e animais e que tudo é fruto de um trabalho de alguém. Assim, o pequeno aluno já perceberá que o trabalho das pessoas adultas visa prover o sustento de todos e que o trabalho é uma função cidadã.

“Para o exercício pleno da cidadania, um mínimo de formação básica em ciências deve ser desenvolvido, de modo a fornecer instrumentos que possibilitem uma melhor compreensão da sociedade em que vivemos” (DELIZOICOV & ANGOTTI, 1990, p. 56).

Conforme Pretto, 1995,

O conhecimento científico é uma maneira de se interpretar os fenômenos naturais; a ciência é parte integrante da cultura; a ciência faz parte da história das diferentes formas de organização da sociedade; e o desenvolvimento científico e tecnológico é cada vez mais acentuado. (PRETTO, 1995, p. 19).

O que Pretto quer dizer é que aprender ciências naturais na infância constrói a base para o futuro cidadão adulto viver culturalmente em uma sociedade como um todo integrado. A pessoa humana não é um ser isolado dos demais humanos e nem dos demais seres e elementos da natureza.

Para as crianças, a matéria de ciências é muito interessante e atrativa aos olhos das crianças. Perguntamos: qual criança não se interessa pela natureza, por novas e belas descobertas, por experimentar? Por isso, o professor pode usar técnicas as mais variadas para conquistar o aluno. Ele pode e deve trabalhar, ao mesmo tempo, ciências naturais de forma integrada com outras disciplinas.

2 FORMAS DE TRABALHAR CIÊNCIAS NATURAIS NAS SÉRIES INICIAIS

Segundo Nascimento, 2012,

A Alfabetização Científica vem se tornando cada vez mais um dos principais objetivos dentro do ensino de Ciências. Apesar de o termo nos remeter à ideia de linguagem, tal alfabetização, segundo diversos autores, engloba todos os domínios e usos de um certo conhecimento, algo próximo às ideias de alfabetização concebidas por Paulo Freire, em que: “a alfabetização é mais que o simples domínio psicológico e mecânico de técnicas de escrever e de ler”. NASCIMENTO, 2012, p. 44).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1997) indicam os seguintes objetivos para a disciplina de Ciências:

- compreender a natureza como um todo dinâmico, sendo o ser humano parte integrante e agente de transformações do mundo em que vive;

- compreender a Ciência como um processo de produção de conhecimento e uma atividade humana, histórica, associada a aspectos de ordem social, econômica, política e cultural;

- identificar relações entre conhecimento científico, produção de tecnologia e condições de vida, no mundo de hoje e em sua evolução histórica;

- compreender a tecnologia como meio para suprir necessidades humanas, sabendo elaborar juízo sobre riscos e benefícios das práticas científico-tecnológicas;

- compreender a saúde pessoal, social e ambiental como bens individuais e coletivos que devem ser promovidos pela ação de diferentes agentes;

- formular questões, diagnosticar e propor soluções para problemas reais a partir de elementos das Ciências Naturais, colocando em prática conceitos, procedimentos e atitudes desenvolvidos no aprendizado escolar;

- saber utilizar conceitos científicos básicos, associados à energia, matéria, transformação, espaço, tempo, sistema, equilíbrio e vida;

- saber combinar leituras, observações, experimentações, registros, etc., para coleta, organização, comunicação e discussão de fatos e informações;

- valorizar o trabalho em grupo, sendo capaz de ação crítica e cooperativa para a construção coletiva do conhecimento. (BRASIL, 1997).

Evidentemente, é lógico que, para o ensino nas séries iniciais do Ensino Fundamental, é necessário adequar os conteúdos à faixa etária e série especifica de cada caso. Em função disso, os PCNs (BRASIL, 2007) indicam as seguintes propostas de objetivos para o ciclo inicial no ensino fundamental:

- comparação de diferentes ambientes naturais e construídos, investigando características comuns e diferentes. Assim, verificar que todos os ambientes apresentam seres vivos, água, luz, calor, solo e componentes e que, porém, possuam outros componentes e fatos e se apresentam de modo distinto em cada ambiente;

- organização e registro de informações por meio de desenhos, quadros, esquemas, listas e pequenos textos, sob orientação do professor;

- interpretação das informações por intermédio do estabelecimento de relações, de semelhanças e diferenças e de sequências de fatos;

- comunicação oral e escrita de suposições, dados e conclusões, respeitando diferentes opiniões. (BRASIL, 2007).

Para quem deseja e precisa de boas sugestões de atividades no ensino de Ciências Naturais nas séries iniciais do Ensino Fundamental, recomendamos a leitura da obra “Fundamentos e metodologia do ensino das ciências da natureza” de Viviane Briccia do Nascimento, indicado nas referências bibliográficas e disponível na internet em formato de PDF, principalmente a partir da página 67 em diante, onde aparecem diversas e interessantes sugestões de atividades com alunos, havendo, inclusive, fotografias acerca do assunto. São verdadeiras receitas para desenvolver bons trabalhos. Ressaltamos que a obra toda é um curso para docentes – em formato de EAD.

Para Viecheneski, 2013, “o desafio dos docentes está em propiciar um ensino que estimule os estudantes, que aguce e reforce a sua curiosidade, o gosto pela participação e o desejo de aprender”. Por isso, é imprescindível que os professores estejam adequadamente preparados para a terefa.

Para Rosa et al, 2007

Ao ensinar ciências às crianças, não devemos nos preocupar com a precisão e a sistematização do conhecimento em níveis da rigorosidade do mundo científico, já que essas crianças evoluirão de modo a reconstruir seus conceitos e significados sobre os fenômenos estudados. O fundamental no processo é a criança estar em contato com a ciência, não remetendo essa tarefa a níveis escolares mais adiantados. ROSA et al, 2007, p. 362).

Percebe-se, claramente, que não pode ser um ensino preocupado na fixação dos conteúdos, mas uma maneira em que a criança é levada a perceber, praticamente brincando, de que há muitas coisas interessantes no entorno natural que provoca os fenômenos naturais, como vento, chuva, dia e noite, espaço, astros no firmamento, plantas, animais, elementos inanimados, etc. Isso tudo, de alguma forma ela já percebeu desde antes de frequentar a escola, mas agora é hora de ela saber que isso é assunto para saber sempre mais à medida que vai crescendo e conhecendo o mundo em que vive e convive.

Para que o ensino de Ciências Naturais possa acontecer de uma forma mais adequada é mister pensar na formação de professores.

3 A FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA ENSINAR CIÊNCIAS NAS SÉRIES INICIAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Todos os problemas que percebemos nas dificuldades encontradas pelos professores para cumprir a tarefa de ensinar ciências para crianças advêm de uma precária formação dos professores. Conforme Augusto & Amaral, 2015,

A formação superficial ou deficiente para o ensino de Ciências ajudou a disseminar muitos mitos e equívocos entre as professoras das séries iniciais. Esses mitos e equívocos têm reflexo direto nas concepções e práticas pedagógicas dessas docentes.” (AUGUSTO & AMARAL, 2015, p. 4).

A constatação demonstra o quão necessário é a formação docente para dar conta de todas as tarefas educacionais.

Segundo Amaral, 1998,

na busca por um novo paradigma para o ensino de Ciências, há a necessidade de: [...] articular operacionalmente todos os princípios e diretrizes curriculares recentemente preconizados, buscando uma nova maneira de integração entre forma e conteúdo, tendo o ambiente terrestre como o grande tema gerador, organizador e unificador do processo de ensino-aprendizagem [...], aliar o pensamento teórico à prática docente e assim engajar o professor de forma efetiva no processo de produção da mudança, na decantada linha da ação-reflexão-ação.” (AMARAL, 1998, p. 221).

Com certeza, já quase no final da segunda década do Século XXI, muita ação na formação de docentes falta ser incrementada para que o jovem brasileiro se torne realmente um cidadão plenamente integrado no mundo em que vive e saiba o que e por que tudo existe e como ele precisa interagir com aquilo que compõe ambiente e sociedade.

Augusto & Amaral, 2015 citam Amaral (2005) quando colocam que

A proposição de centrar o currículo de Ciências nos fenômenos do Ambiente é fortemente preconizada pela disciplina em foco, que pretende revelar plenamente o ambiente, ou seja, não reduzir o estudo do ambiente apenas aos seus aspectos físicos e biológicos, mas considerar os fatores sociais, econômicos, políticos e culturais envolvidos, tornando a temática ambiental o eixo articulador do currículo (AMARAL, 2005, in AUGUSTO & AMARAL, p.5).

Carvalho, 2001, já enfatizava:

Atualmente, quando se fala em objetivos que envolvem a compreensão sobre a ‘natureza da ciência’, pressupõe-se uma análise que inclui um componente crítico em relação ao processo científico. Enfatiza-se, agora, a necessidade de que todos os cidadãos se apropriem desta compreensão e se situem frente a esta discussão [...]. (CARVALHO, 2001, p. 140)

O censo escolar de 2012 indica que 22% dos 2.101.408 professores brasileiros – 459 mil – não chegaram à universidade. Desse total, 8.339 terminaram apenas o ensino fundamental, 115.456 concluíram o ensino médio regular e 335.418, o magistério. Entre os 1,6 milhão diplomados, 223.777 não cursaram licenciatura, modalidade que prepara professores.

O gráfico seguinte dimensiona ainda melhor essa problemática:

Figura 1:

Fonte: construído pela autora

Já, no gráfico seguinte, pode-se ver a relação entre professores diplomados e aqueles que não cursaram licenciatura – preparação específica para docentes.

Figura 2:

Fonte: construído pela autora

Esses gráficos demonstram que boa parte dos professores estão sem qualquer preparo mais adequado para desempenhar suas funções, imagine-se, então para trabalhar os conteúdos relacionados com as ciências naturais. Percebe-se que sequer a lei que diz de que todos os docentes do ensino básico precisam ter curso superior está sendo cumprida em algumas partes do país. Certamente, são professores que já estão há muitos anos na atividade, mas isso não se justifica, em se tratando de formar jovens cidadãos com todos os requisitos exigidos pela vida moderna.

Levando em conta tudo o que a literatura sobre a formação de professores traz, percebe-se que essa formação é plenamente possível. Não se pode, porém, omitir alguns fatos da realidade na educação brasileira, como, por exemplo:

  1. Baixíssima valorização dos professores no âmbito comunitário;

  2. Salários muito aquém da importância do trabalho docente;

  3. Atribuição de culpa à escola pelas mazelas da sociedade;

  4. Estruturação geral deficiente dos estabelecimentos escolares públicos;

  5. Criminalidade no entorno das escolas na periferia de muitas das grandes cidades, gerando bastante insegurança, inclusive para a saída de professores e alunos até espaços fora dos prédios escolares;

  6. Demora para a tomada de decisões de parte das autoridades governamentais, no tocante à educação em termos de:

  1. Repasses de verbas;

  2. Construção de novas escolas ou aumento das existentes;

  3. Nomeação de professores;

  4. Demora em promoção por merecimento ou tempo de serviço nos sistemas em que isso é possível;

  5. Falta de pagamento do piso nacional do magistério em vários Estados brasileiros e muitos municípios pelo Brasil afora.

Pensamos que, corrigindo essas falhas todas, no poder público, e melhorando tudo em relação à segurança e valorização dos docentes, o preparo dos professores será resolvido de vez. Para isso, precisa haver determinação política e o envolvimento da comunidade e de cada cidadão.

CONCLUSÃO

O trabalho docente, em qualquer nível, está cheio de desafios. Imagine-se a grandeza desse desafio nas séries iniciais do ensino fundamental. Alfabetizar em termos de código falado e escrito já demanda tempo, paciência e muita capacidade. Aliar a isso a construção de conhecimento social e científico aumenta o peso e a necessidade de um bom preparo de cada professor.

No presente artigo, apresentamos uma análise sobre a problemática de ensinar ciências naturais nas séries iniciais do ensino fundamental. Nos três itens, foram destacados os aspectos da dificuldade desse trabalho, a forma como devem ser trabalhados esses conteúdos e a preparação dos professores para o alcance desse objetivo.

Consoante à importância do assunto e à extensão do problema maior – preparo docente – tornou-se impossível o alcance de conclusões amplas, mas que é necessário ampliar o aspecto em uma pesquisa de dissertação, ou seja, várias pesquisas para vários trabalhos dissertativos, de monografias e de teses. Isto quer dizer que sobra muito a abordar e a questionar para que esse aspecto da educação se torne bem mais visível.

Consideramos que os professores, no Brasil, são verdadeiros heróis, ao desempenhar suas tarefas, mas também sabemos, após todas as leituras feitas na hora de pesquisar para este trabalho, na bibliografia existente, que teoria há bastante, mas exemplos práticos, factíveis de serem adotados pelos docentes, são em pequeno número e desconhecidos pela absoluta maioria dos docentes, que, ou por trabalho demais para se sustentarem, ou por erros nas faculdades responsáveis pela formação deles.

Esperamos que mais estudiosos se preocupem com o tema e produzam importantes artigos ou escritos para que o problema seja visto por quem tem a obrigação maior de propor e realizar a solução.



Referências Bibliográficas:



AMARAL, Ivan Amoroso do. Currículo de ciências: das tendências clássicas aos movimentos atuais de renovação. In: BARRETO, E. S. (Org.). Os currículos do ensino fundamental para as escolas brasileiras. Campinas: Autores Associados, 1998.

AUGUSTO, Thaís Gimenez da Silva & AMARAL, Ivan Amorosino do. A formação de professoras para o ensino de ciências nas séries iniciais: análise dos efeitos de uma proposta inovadora. Ciênc. Educ., Bauru, v. 21, n. 2, p. 493-509, 2015. Disponível em < http://www.scielo.br/pdf/ciedu/v21n2/1516-7313-ciedu-21-02-0493.pdf> Acesso em 17/11/2017.

BRASIL. MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências – 1º e 2º ciclos. Brasília: MEC, 1997.

CARVALHO, Letícia Monteiro de. A natureza da ciência e o ensino das ciências naturais: tendências e perspectivas na formação de professores. Pro-Posições, Campinas, v. 12, n. 1, p. 139-150, 2001.

DELIZOICOV Demétrio; ANGOTTI, José André Peres. Metodologia do Ensino de Ciência. São Paulo: Cortez, 1990.

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PRETTO, Nelson de Luca. A ciência nos livros didáticos. 2ª ed. Campinas: Editora da Unicamp/ Salvador: Editora da UFBA, 1995.

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Ilustrações: Silvana Santos