Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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13/03/2019 (Nº 67) REFORMA DO ESTÁDIO DO MARACANÃ E O COMPROMISSO COM A AGENDA AMBIENTAL
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REFORMA DO ESTÁDIO DO MARACANÃ E O COMPROMISSO COM A AGENDA AMBIENTAL



Ana Beatriz Correia de Oliveira Tavares1, Bruno Matos de Farias2, Rosana da Silva Berg2, Sebastião Josué Votre2

1Departamento de Educação Física, Instituto Federal do Rio de Janeiro, E-mail: ana.tavares@ifrj.edu.br

2Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento Local, Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM-RJ, E-mail: bmfarias@gmail.com

3Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento Local, Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM-RJ, E-mail: rosanaberg14@gmail.com

4Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Desenvolvimento Local, Centro Universitário Augusto Motta – UNISUAM-RJ, E-mail: svotre@gmail.com

Resumo: Os projetos de construção e reforma de arenas esportivas são instados a incorporar os avanços mais relevantes da tecnologia para se adequar às exigências ecológicas da FIFA e de outras organizações internacionais envolvidas com o meio ambiente natural e humano. No presente trabalho analisamos a reforma do Estádio do Maracanã de 2010 e verificamos em que aspectos a mesma se coaduna com os princípios da ecologia social contemporânea. Com suporte na abordagem do discurso do sujeito coletivo, organizamos os dados a partir de entrevistas semiestruturadas com 10 funcionários responsáveis pela obra. O referencial técnico provém do Caderno de Encargos da FIFA, onde constam as diretrizes a serem seguidas nos novos estádios de futebol. Constatamos que os discursos dos responsáveis pela reforma do estádio atenderam ao princípio da sustentabilidade estipulado nas determinações da FIFA, mas não deram cumprimento satisfatório aos quesitos sobre ecologia humana e social, que era referencial ético dominante no momento da reforma. Portanto, concluímos, o novo estádio do Maracanã, embora tenha dado um passo significativo em prol de uma sociedade esportiva sustentável, atende apenas em parte aos princípios norteadores da ecologia social.

Palavras-chave: Ecologia social, Futebol, Estádio, Maracanã.

Abstract: The construction and reform projects of sports arenas are urged to incorporate the most relevant advances in technology to suit the ecological requirements of FIFA and other international organizations involved with the natural and human environment. In the present work we analyze the reform of the Maracanã Stadium of 2010 and verify in what aspects it is consistent with the principles of contemporary social ecology. With support in the discourse approach of the collective subject, we organize the data from semi-structured interviews with 10 employees responsible for the work. The technical reference comes from the FIFA specifications, where the guidelines are to be followed in the new football stadiums. We found that the speeches of the responsible for the reform of the stadium met the principle of sustainability stipulated in FIFA's determinations, but did not give satisfactory fulfillment to the questions about human and social ecology, which was ethical referential Dominant at the time of retirement. Therefore, we conclude, the new Maracanã stadium, although it has taken a significant step towards a sustainable sports society, only answers in part to the guiding principles of social ecology.

Keywords: Social ecology, soccer, stadium, Maracanã.

Introdução

Nas ciências do esporte há consenso em que os esportes em geral e, em especial o futebol, acompanham e refletem as tendências presentes nas configurações sociais estabelecidas por cada momento histórico. Compondo este cenário interativo, as ciências do esporte e do exercício estão atentas às questões suscitadas por diferentes segmentos da sociedade contemporânea, relacionados com esportes coletivos ou individuais, e com os espaços em que se desenrolam as ações físico-desportivas e as competições.

A discussão sobre a crise ambiental relacionada ao campo físico-desportivo contempla várias categorias analíticas, dentre as quais sobressaem a exploração dos espaços aéreo, terrestre e dos corpos hídricos, a da ecologia social, vinculada às providências para preservar e recuperar qualidade da vida nos três espaços. É recorrente também a discussão sobre o desenvolvimento econômico vinculado aos eventos esportivos.

As análises disponíveis na literatura apontam para o crescimento exponencial das atividades físico-desportivas e para os problemas acarretados ao planeta Terra, pelo foco no desenvolvimento econômico e desportivo, e por um modo de vida que se pauta no paradigma do desenvolvimento ilimitado, em que cada sociedade precisa estar crescendo a cada ano que passa, acumulando cada vez mais riqueza material e ostentação física e esportiva, e estimulando um consumo desenfreado. As consequências desta orientação, orquestrada pelos movimentos de natureza neoliberal, levam à extenuação das possibilidades naturais de recuperação e manutenção dos ecossistemas. A sociedade tecnológica se preocupou com a eficiência em que “tanto maior será o desenvolvimento quanto mais minimizarmos os investimentos e maximizarmos os benefícios” (BOFF, 2008, p. 36).

Ao acompanharmos essa dinâmica mundial preocupada com a economia do consumo e do lucro, prejudicamos os ecossistemas e a biodiversidade, para adquirirmos o que desejamos. Exploramos mão de obra, marginalizamos comunidades humanas e de outras espécies e degradamos florestas, cursos d’água e o espaço aéreo.

Produtos não renováveis e espécies do ecossistema vão desaparecendo, enquanto milhões de pessoas não têm acesso aos bens básicos para sobreviver em função dessa lógica despreocupada com as formas de uso da natureza. Segundo Boff (2015), a terra é tratada sem respeito, como um depósito de bens para que o homem utilize, sem propósitos e de maneira irregular.

A degradação ecológica, durante décadas, indicia falta de uso ético e responsável dos recursos e das potencialidades do planeta Terra, nossa casa comum. Modelos econômicos, tecnológicos e culturais, utilizados de forma inadequada e por vezes predatória, contribuíram na geraração de uma irracionalidade produtiva (LEFF, 2009), em que as práticas ecológicas inexistiam, ou eram tímidas, ocasionais e, o que é pior, ineficientes, acarretando malefícios à natureza e à sociedade.

Além dos exemplos citados e analisados por Leff, elegemos aqui os modelos físico-desportivos, responsáveis por intervenções em amplos espaços periurbanos e intraurbanos, bem como nos corpos hídricos, e com impacto na atmosfera.

Arenas naturais e arenas construídas

As arenas naturais se estabelecem ao ar livre, em ambientes de montanha, precipício, cânion, cachoeira, rios, lagos e mares fechados ou abertos. Em sua busca por melhor qualidade de vida, as pessoas têm encontrado na prática de atividades físicas ao ar livre uma alternativa economicamente viável de lazer e esporte em seu tempo livre. O fácil acesso aos parques naturais e as informações amplamente divulgadas por sites e mídias sociais têm viabilizado um aumento considerável de praticantes de esportes como caminhadas em trilhas, montain bike, motocross, escalada, rapel, 4x4, entre outros.

Se por um lado esse movimento de busca pela aventura e contato com a natureza proporciona um interessante movimento de integração social e desperta nos praticantes um desejo de aperfeiçoar suas técnicas e desempenho com adoção de hábitos alimentares mais saudáveis e treino mais constante, por outro tem causado considerável impacto nos ambientes visitados e explorados.

Em função da falta de políticas públicas claras e ineficiência dos órgãos fiscalizadores, muitos ecossistemas, palcos de atrativos naturais extremamente sensíveis, têm recebido um afluxo de visitantes e praticantes desportivos, sem que os devidos estudos de capacidade de carga, possam avaliar criticamente qual o volume de impacto podem aguentar sem que uma rápida degradação do meio ambiente seja observada. Efeitos como erosão provocada por pneus de carros, motos e bicicletas que abrem verdadeiras ravinas em terrenos íngremes, motores ruidosos que afugentam a fauna, colocação de exceção de grampos fixos em vias de escaladas e rapel, e abertura de atalhos por praticantes de caminhada são apenas alguns exemplos de degradação que podem ser facilmente observados nos principais parques naturais da cidade do Rio de Janeiro.

Algumas ações em prol da recuperação de áreas degradadas vêm sendo realizadas, como os mutirões voluntários que visam limpar e restaurar trilhas, fechar atalhos, e recuperar a flora através do replantio de espécies nativas. Além disso, percebe-se uma tímida, mas contínua melhora na sinalização referente às normas de conduta em parques naturais.

Na perspectiva da ecologia social e humana, ao abordar espaços físicos, selvagens ou domesticados, naturais ou equipados, nós nos deparamos com nova temática da ecologia desportiva social, que começa a suscitar discussões em diversas áreas do saber e em várias partes do mundo.

As arenas construídas são espaços híbridos, ao mesmo tempo fechados e abertos, ao ar livre, que exercem fascínio aos frequentadores. Nesta temática é que se trata a vulnerabilidade dos equipamentos esportivos e a necessidade de sua reatualização, de acordo com as tendências mais recentes de produzir a própria energia limpa e captar a própria água através da implantação de novas tecnologias. As sucessivas reformas dos equipamentos atendem a demandas de segurança, sociais, estéticas e ecológicas, e atuam na reeducação dos participantes, na economia com os custos de iluminação e do consumo de água, contribuindo para amenizar a crise ambiental nos cenários esportivos rurais e urbanos. Tal movimento implica conjugação de inovações tecnológicas, de saberes interdisciplinares, na busca de soluções para os impasses que o uso dos espaços e dos equipamentos cria e recria, com atenção para o risco de contaminação, deterioração e envenenamento de cursos d’água e do solo. A análise da trajetória dos megaespaços esportivos, com seus incidentes, acidentes, êxitos e fracassos, favorece uma visão mais ampla das perspectivas de novas práticas e atitudes esportivas.

Segundo esta abordagem, de natureza crítico-superadora, faz-se necessário reorientar as políticas, as ações e as mentalidades dos indivíduos no intuito de recuperar o potencial socioambiental. Os saberes devem estar entrelaçados, criando novas práticas alternativas e administrando projetos de desenvolvimento, marcados por compromisso estrito com a sustentabilidade. Segundo Leff (2009), esta categoria é marcada pela busca da racionalidade ambiental, que se preocupa com o ecodesenvolvimento e também com o bem-estar dos indivíduos de hoje e das futuras gerações.

A disputa por alternativas de solução para a degradação ambiental reúne contingentes desiguais em força, poder e retórica argumentativa e não será foco deste trabalho. Comungamos as ideias de um movimento, relativamente recente, que questiona a lógica capitalista do desenvolvimento, bem como os esforços no antropoceno, com o homem no centro do processo econômico e a Terra como um instrumento de uso.

Entendemos que o antropocentrismo avassalador precisa ser questionado, em termos éticos, em função das crises ambientais que se agravam a cada dia. Concordamos com Boff (2015), em que é preciso deixar o antropoceno e entrar na era ecozoica, que postula a ecologia como centro. A concepção de ecologia aqui acolhida incorpora os conceitos da inter-relação e interdependência de todos os seres, vivos e não vivos, do planeta Terra. Portanto, superamos a visão de uma ecologia dos ecossistemas naturais, associada apenas ao cuidado da natureza; associamo-nos ao rol das ciências pautadas na ecologia social, que coloca lado a lado todos os seres (vivos e não vivos), sem hierarquias, negando o direito dos mais fortes, igualando os seres, em termos de prioridade, desinstalando o humano como ponto de referência. Nos termos de Boff

A questão ecológica [...] não é uma preocupação apenas dos grupos ambientalistas ou dos Verdes, com seus respectivos partidos. A questão ecológica remete a um novo nível da consciência mundial: a importância da Terra como um todo, o bem comum como bem das pessoas, das sociedades e do conjunto dos seres da natureza” [...] (BOFF, 2008, p. 22).

A consciência de sofrimento, decorrente de invasão, exploração sem critérios, e opção preferencial pelos oprimidos, marginalizados e desvalidos, domina as atenções dos mentores da racionalidade ecológica:

A Terra sangra, especialmente em seu ser mais singular, o oprimido, o marginalizado e o excluído, pois todos esses compõem as grandes maiorias do planeta. A partir deles devemos pensar o equilíbrio universal e a nova ordem ecológica mundial” (BOFF, 2008, p. 22).

Neste contexto, a ecologia sociodesportiva oportuniza e apoia um olhar de interdependência entre todos os seres, vivos e não vivos, uns com os outros e destes com o meio ambiente. Favorece a reanálise do enfraquecimento do pólo humano, no sentido de que com o crescimento da atenção para os demais seres, vivos e não vivos, não podemos nos restringir a preservar a natureza, focalizados apenas com espécies em extinção, com desmatamentos, poluições e degradações ambientais, sem articular o cuidado da natureza com o cuidado dos seres humanos, principalmente os marginalizados e empobrecidos. Precisamos atingir uma conscientização em escala mundial, uma vez que as questões ecológicas atingem todos os países do planeta; assim como tivemos práticas destruidoras por séculos, teremos que agora propor soluções de manutenção e recuperação. Temos que formar uma cultura ecológica de comportamentos e nova visão de mundo.

Em síntese, nessa nova empreitada, as práticas humanas são redimensionadas, para contemplarmos a ecologia de modo global e ético, de tal forma que não apenas a sustentabilidade ambiental esteja sendo garantida, mas que também se incentivem e se desenvolvam ações em que as pessoas marginalizadas e empobrecidas sejam atendidas nos seus direitos enquanto cidadãos.

Para harmonizar a prática ecodesportiva nos ambientes naturais, promover a convivência social e minimizar o impacto sobre esses ambientes, faz-se indispensável a adoção de medidas que limitem e controlem a quantidade de visitantes em áreas sensíveis, e de projetos de educação ambiental que visem prover os participantes de conhecimentos e experiências através de vivências de estudo do meio. Essas práticas lúdicas de campo têm o potencial de promover o intercâmbio cultural e dar às gerações futuras ferramentas e meios para que possam atuar como agentes formadores de opinião proativos a favor de uma filosofia de mínimo impacto ambiental, que valorize a preservação e restauração dos ambientes visitados.

Na perspectiva ecológica do campo esportivo nos ambientes construídos, especificamente do futebol profissional, a Federação Internacional de Futebol Amador (FIFA), através de seu Caderno de Encargos, determinou que fossem cumpridos vários requisitos por aqueles que viessem a construir/reformar estádios aptos a receber jogos internacionais. O Brasil, em função da Copa do Mundo de 2014, adequou-se às diretrizes estipuladas pela federação.

A reforma do Maracanã, iniciada em 2010, para atender aos requisitos, enquadrou-se nos ditames da Ecologia Verde. Os gestores da FIFA ofereceram incentivos para que as empresas responsáveis pela obra atingissem metas ecológicas, associadas à reciclagem, reutilização, uso consciente de energia e água, dentre outras práticas que, hoje, configuram preocupação com o desenvolvimento sustentável.

Neste estudo, nosso objetivo foi verificar em que termos a reforma do estádio do Maracanã se pautou pelos princípios do desenvolvimento sustentável estipulados pela FIFA, e em que aspectos foi além do desiderato dessa Federação, atendendo aos preceitos da Ecologia social.

Metodologia

Utilizamos uma versão modificada da proposta de Análise do discurso do sujeito coletivo (LEFÈVRE; LEFÈVRE, 2003) como metodologia de trabalho. Tal metodologia propõe redigir um discurso síntese, a partir de fragmentos individuais das falas dos informantes, especificamente os segmentos textuais relacionados com o tópico selecionado e que apresentem significados similares e, portanto, sejam passíveis de síntese numa versão compacta, que literalmente represente o discurso coletivo, um compartilhamento de ideias que revela como as pessoas, enquanto membros de determinada coorte, pensam, agem e atribuem valores e significados a respeito de determinado tópico. Segundo Lefèvre e Lefèvre (2006, p.519):

Um sujeito coletivo (...) vem se constituindo numa tentativa de reconstituir um sujeito coletivo que, enquanto pessoa coletiva, esteja, ao mesmo tempo, falando como se fosse indivíduo, isto é, como um sujeito de discurso “natural”, mas veiculando uma representação com conteúdo ampliado.

A abordagem contempla sobretudo o enfoque qualitativo, uma vez que a seleção dos excertos que são examinados e resumidos tem como critério a presença de consenso ideativo; por outro lado, também o lado quantitativo é levado em conta, uma vez que trabalha com atenção para a frequência de ocorrência dos descritores de cada tópico compartilhado.

Para a análise se faz necessário, em um primeiro momento, estabelecer, a partir dos significados circulantes nos discursos, as expressões-chave correspondentes a esses significados. Após essa etapa, o pesquisador agrupa as ideias consensuais e as retextualiza em expressões linguísticas que expressem cada grupo homogêneo de significados, identificando e mencionando então as ideias centrais da análise. Posteriormente, com a interpretação dos discursos-síntese, desenvolve–se o metadiscurso ou análise do discurso do sujeito coletivo, propriamente dito.

Os dados discursivos foram coletados a partir de entrevistas semiestruturadas com 10 funcionários (engenheiros e técnicos) responsáveis pela reforma do Estádio. Esses funcionários são informantes representativos do momento de reforma (2010 a 2013) pelo qual o estádio do Maracanã passava. Eles constituem a fala coletiva que circulava no cenário da obra, onde diretrizes iam sendo cumpridas, discutidas e reelaboradas a cada momento. As entrevistas foram realizadas no próprio estádio, que tinha sido fechado para a reestruturação, no ano de 2012. O ponto de referência técnico para a análise desses discursos provém do Caderno de Encargos da FIFA (2011), em que constam as diretrizes a serem seguidas na construção e reforma de estádios de futebol.

Discussão

Em sua quinta edição, o Caderno de Encargos da FIFA explicita a preocupação da Federação com o desenvolvimento sustentável dos estádios de futebol, através do programa ‘Gol Verde’. A iniciativa visa estabelecer garantias e prêmios para que o impacto ambiental da construção de um estádio de futebol seja amenizado, além de trazer benefícios, não só para o local do equipamento, como também para a população do seu entorno.

Dentre as principais metas relacionadas à preservação e manutenção dos recursos, estão as de reduzir o consumo de água potável, utilizando-a de forma mais consciente, com uso de fontes alternativas; evitar e/ou reduzir a emissão de resíduos sólidos, uma vez que esses problemas trazem um alto custo para a manutenção dos estádios; logo, deve-se reutilizar e reciclar recipientes e implantar coleta seletiva; e por fim criar sistemas de abastecimento de energia limpa e renovável mais eficientes, e otimizar e aumentar o uso do transporte público nos eventos da Federação (FIFA, 2011, p.34).

Além dessas metas propostas pela FIFA, conta também, de forma substancial, a certificação sobre liderança ambiental e energética, Leadership in Energy and Environmental Design (LEED, a sigla em inglês), que elenca outras ações sustentáveis, gerando uma pontuação suplementar para a construção. Embora aumentem o custo da obra, tais medidas possibilitam uma economia apreciável na manutenção do estádio ao longo do tempo. Para obter tal certificação altamente almejada, cada projeto deve ser inovador no modo de alcançar os índices colimados.

Além de incluir ações eficientes e ambientalmente responsáveis, referentes à água, energia, resíduos e transporte, deve levar em conta a seleção do local e o potencial de integração ao ambiente natural e social e à rede de transporte. Deve priorizar a utilização de material de construção sustentável. Por fim, deve procurar estratégias garantidas para que se crie um ambiente interno limpo e arejado, que utilize ventilação natural e o melhor aproveitamento da luz solar.

A expectativa da FIFA é que a construção seja sustentável, e para isso, desde o início, deve haver preocupação constante com a variável ambiental, desde a fase do projeto, passando pela obra em propriamente dita, até chegar na manutenção posterior do estádio, reduzindo ou até eliminando os impactos negativos sobre o meio ambiente. Cumprindo essas ações, segundo a orientação da FIFA, o equipamento construído deve gerar benefícios com retorno positivo nas dimensões econômica, ambiental e social.

Os benefícios ambientais previstos se coadunam com a proposta da ecologia natural, preocupada com a melhoria e a proteção dos ecossistemas, da qualidade do ar e da água; com redução da geração de resíduos e da emissão de gases tóxicos, em suma, com a conservação dos recursos naturais. Já os benefícios econômicos aparecem na esfera empresarial. As ações são projetadas para permitir o menor gasto possível, sem dano à qualidade do equipamento, e consequentemente aumentando o lucro do empreendimento.

Conforme se prevê no caderno de encargos, há uma expectativa de “otimização do desempenho econômico durante o ciclo de vida” (FIFA, 2011, p. 39). Além da variável ambiental, o caderno também discrimina os benefícios à saúde e às comunidades, que incluem melhoria do ar que circula no estádio, das condições térmicas, da acústica e da melhoria do conforto, itens que, reunidos, contribuiriam para a qualidade de vida em geral. À primeira vista, os benefícios previstos poderiam voltar-se muito mais para os frequentadores do estádio, do que para a comunidade em geral. Entretanto, dadas as proporções do equipamento, e do número de frequentadores que suporta, trata-se de contribuição relevante para melhoria da qualidade de vida esportiva de toda a Cidade do Rio de Janeiro.

Além do equipamento em si, com o que nele se contém e o que o constitui, o caderno também aponta benefícios locais, mostrando uma preocupação com a comunidade do entorno, pois as construções “devem aumentar a qualidade de vida dos habitantes da área, assegurando que o estádio permaneça integrado ao cotidiano da comunidade e proporcione ao seu bairro maior estabilidade financeira.” (p. 41). Dentre os benefícios previstos, contam-se o acesso a outros esportes e a outros tipos de congregação de pessoas e de entretenimento com qualidade; a empregos na construção e na operação do estádio; a novos visitantes, que aumentariam a arrecadação financeira com lojas, hotéis e restaurantes; a todo um complexo de instalações a ser utilizado pela comunidade, como ginásios, creches, salas de reuniões e centros culturais; a promoção de eventos, melhorando a exposição e o perfil da comunidade. Por fim, segundo o prevê a FIFA, cada estádio edificado e em pleno funcionamento aumentaria a auto-estima da comunidade local.

Com base na observação sistemática a que procedemos, antes, durante e após a conclusão das obras, e como participantes dos eventos de futebol no estádio, percebemos que na reestruturação do Maracanã, as orientações e as considerações do Caderno de Encargos da FIFA foram atendidas na sua maioria, uma vez que a obra tinha como primeira função tornar o estádio adequado para receber a Copa do Mundo de 2014. Vieram os benefícios ambientais, alinhados com as discussões da ecologia Natural, trazendo a problemática central do cuidado com a Terra; assim, os insumos e os produtos utilizados na obra tinham selo sustentável, houve utilização de tecnologias inovadoras, para trazer benefícios a curto e longo prazo, em relação à economia de energia e água. Em síntese, foram cumpridas as metas que se mostravam em consonância com a preservação ambiental.

Os benefícios econômicos também estavam alinhados com esse novo paradigma do cuidado com a Terra. Houve cuidado consciente para projetar o lucro empresarial, mas não a qualquer custo, de modo a fugir ao modelo do desenvolvimento ilimitado, que vem acarretando inúmeros malefícios aos ecossistemas. O projeto procurou configurar uma proposta de equilíbrio entre o lucro, o desenvolvimento econômico e a sustentabilidade.

Cabe observar que, em relação aos benefícios às comunidades circunjacentes, com base no referencial da ecologia social de Leonardo Boff, esses permanecem restritos aos frequentadores e/ou aos habitantes locais. Considerado um símbolo nacional, o estádio, embora situado no bairro do Maracanã, ultrapassa os limites locais do seu entorno. Pode-se argumentar que, quando a área de lazer do entorno é remodelada, trazendo mais conforto, beleza, organização e melhoria do fluxo viário e limpeza, isso atinge diretamente a população do bairro e os usuários dessa área.

Porém, cabe ponderar, estendendo a postulação de Leonardo Boff da ecologia social para a desportivo-social, que o cuidado com a Terra, além da preservação ambiental deve estar atento também às questões de justiça social. Nesse sentido cabe perguntar o que se fez ou como se pensou em relação à tese segundo a qual, grupos economicamente oprimidos, e socialmente marginalizados devem ser colocados em primeiro plano, em cada projeto de intervenção no tecido urbano, pois além de serem a maioria no nosso município, são esses grupos que sempre figuraram em segundo plano.

Para verificarmos em que termos a obra do estádio do Maracanã se coaduna com os princípios da ecologia social, além do caderno de encargos, nós nos valemos das entrevistas com funcionários que trabalharam na reestruturação, como informantes que constituíam e compartilhavam os discursos daquele momento. A análise formulada a seguir mostra as ideias centrais e o discurso síntese, construído a partir das falas individuais dos informantes. Cada citação, conforme delineamos na metodologia, sintetiza consensos do grupo dos dez informantes.

Verificamos que as normatizações impostas pela FIFA eram observadas e cumpridas.

Foi passada uma série de intervenções, ou seja, recomendações da FIFA; ele tem uma questão ambiental dentro, a FIFA implica, coloca isso no caderno de encargos.

Conforme mencionamos anteriormente, para a construção de estádios que venham a receber jogos internacionais, as normas devem ser seguidas a risca. Desse modo se estabeleceu um padrão para as construções, que pode ser notado nos estádios construídos ultimamente, como requisito para receber jogos da Federação. Dentre as recomendações da FIFA, a questão ambiental descrita no caderno aparece forte no discurso dos funcionários, e a preocupação em atender aos requisitos está atrelada a um compromisso da obra que é o de obter a certificação LEED.

Aqui é um estádio que vai ser certificado; a meta do LEED é reaproveitar ou reciclar 75% do produzido na obra; temos todo um sistema de controle e monitoramento para termos a certificação ambiental.

A obtenção do certificado demonstra que todo o projeto foi pensado tendo a questão ecológica como referência. Seria um estádio moderno, alinhado às discussões e decisões que circulam nas sociedades ecológicas, sobre a preservação e o cuidado com a Terra. A certificação mostra que um projeto inovador, embora seja mais oneroso na sua execução, traz mais economia na manutenção do estádio. Esse ponto nos intima a levar em conta que, ao lado e além da preocupação ambiental, sobrepaira o interesse econômico do empreendimento. São valores que não eram observados décadas atrás, mas que hoje são imprescindíveis. O ganho para a causa ecológica consiste em que, segundo BOFF (2008), temos argumentos ecológicos sendo incorporados ao desenvolvimento. Existe um movimento da nova consciência ambiental que pressiona para que se atinja “um equilíbrio entre as vantagens do progresso e os custos ecológicos” (p.38).

O discurso dos informantes sobre a reestruturação do Maracanã nos mostra uma nova dimensão nesse cenário ecodesportivo, constituído pela junção da preocupação ambiental e da econômica. Com efeito, a lista de itens relevantes reúne reciclagem, reutilização dos materiais, proteção e preservação do ecossistema, ao lado de custos mais baixos na manutenção, sustentabilidade econômica do estádio e retorno financeiro para os empreendedores.

Que não agrida nem a atmosfera, nem o trabalhador; todo o material, toda a parte de obra, ela foi e está sendo reciclada; todos os cuidados em relação à poeira, a caminhões no entorno, a barulho, e a questão também dos materiais recicláveis; a demolição, todo o material foi aproveitado aqui na obra, aproveitamos a ferragem, reciclando; o gramado foi reaproveitado para áreas da prefeitura.

A preocupação ambiental se desmembra nas questões da água, da energia, dos resíduos, da localização do estádio e dos sistemas de transporte. Sobre a localização do Maracanã, é interessante observar que essa discussão também esteve presente na época da construção, em 1950. Embora a preocupação ambiental não estivesse presente naquele momento, muito se discutiu sobre a centralidade geográfica da obra. Era importante que o estádio fosse construído em um bairro servido de sistema de transporte e com fácil acesso para a população (TAVARES; VOTRE, 2015).

Na reestruturação, este ponto reaparece no caderno de encargos, como tópico a ser pontuado, para se obter o certificado LEED. Enfatizou-se a diminuição na utilização de carros particulares e o incentivo ao transporte público, com trem, ônibus e metrô, no sentido de atender ao maior número de torcedores, para a diminuição de emissões de gases poluentes.

Nosso foco não é o carro, mas as estações do metrô e do trem; duas estações recuperadas, tanto a estação do Maracanã quanto à estação de São Cristóvão, integrando metrô e trem, no sentido de você ter acesso mais fácil; as passarelas vão chegar bem próximas, bem ao lado, passarelas de entrada e saída ligadas ao metrô, incentivando a pessoa a vir de trem e de metrô.

Sobre o uso racional da água e da energia, podemos observar também que se pretendeu atingir o equilíbrio já mencionado, entre consciência ecológica e sustentabilidade econômica.

O fosso, a intenção não é isolar, é armazenar água, coletar toda a água de chuva; essa cobertura vai propiciar captar a água de chuva para lavagem de uma forma geral, dos banheiros, e para irrigação; essa água de irrigação vai ser reciclada também.

Vamos gerar energia solar em cima do painel de compreensão; vai gerar energia solar, que vai cair na rede da Light, em parceria entre o Estado e a Light.

As ações sustentáveis que trazem economia para a manutenção do estádio estão relacionadas diretamente aos benefícios econômicos da construção. Ao lado desses fatores, verificamos no discurso dos informantes a preocupação com a viabilidade econômica do Maracanã. Entretanto não percebemos um equilíbrio entre a necessidade de gerar lucro, para que o estádio se mantenha, e a possibilidade de acesso dos torcedores aos jogos de futebol.

O Maracanã, como foi feito, não era auto-sustentável, economicamente, aquele modelo era um modelo ultrapassado; é privilegiar o ticket mais caro – é ele que banca o estádio; os outros, são importantes para o espetáculo, mas não o sustentam; a previsão de ter mais camarote do que tinha antigamente, mais assentos especiais, que tenha alguma amenidade para o espectador, vai privilegiar esses acentos, para criar renda para o estádio; a orientação da FIFA prevê áreas separadas, então a gente tem os assentos mais próximos ao campo, os assentos vips, os camarotes, e daí a arquibancada comum.

Segundo Santos (2012), a ecologia tem um significado que ultrapassa a perspectiva ambientalista. Existem dimensões diferenciadas, para identificar as práticas ecológicas. A mais limitada é a ecotecnologia, restrita a pensar técnicas para um desenvolvimento sustentável, embora não leve em consideração a mudança necessária do modelo responsável pela exploração e destruição da natureza. Outra dimensão é a eco-política, em que se manifesta a preocupação com o desenvolvimento sustentável, embora não se questione o paradigma do desenvolvimento ilimitado. Dois problemas aparecem com essa dimensão, o primeiro é quando entram em conflito o desenvolvimento e a ecologia, pois, geralmente a ecologia é posta em segundo plano. E o segundo é que a questão social não é considerada.

A ecologia social vem então suprir essa lacuna, pautando-se em uma visão holística da ecologia, em que a justiça social deve ser enfatizada, para que se encontre uma relação equilibrada entre os seres humanos. A dimensão ecológica que se mostra preocupada apenas em estabelecer técnicas eficientes, ou a dimensão que trata da questão ambiental propondo ações sustentáveis, mas que não está atenta à questão social, não se coaduna com nossa análise sobre a reestruturação do Maracanã. Verificamos que tanto os cadernos de encargos da FIFA, quanto as entrevistas realizadas com os funcionários demonstram que o discurso técnico de ações sustentáveis, preocupado com a ecologia, foi compartilhado.

Entretanto, para nós, pautados no referencial da ecologia social de Leonardo Boff, a questão da justiça social não estava e não está presente no discurso circulante. Apenas um informante falou sobre a questão da previsão de assentos para deficientes e outro, de modo indireto, mostrou que a obra, como um todo, não traria o mesmo benefício social para a população oprimida e marginalizada, comparando o estádio com outras construções em que ele participou.

O estádio vai ter 175 assentos para portadores de deficiências; quando você faz um hospital, uma escola, sei lá, eu vejo assim mais carente, uma área da população mais carente, população pobre, utilizando o hospital, a questão do teleférico, muitas pessoas não saíam de casa porque eram doentes, não conseguiam sair lá do morro, do Complexo do Alemão, isso me emociona mas, porém, aqui é a questão que você tá gerando emoção.

Segundo Leonardo Boff (2015), para sairmos da crise ecológica, é necessário despertarmos nos indivíduos um sentimento de pertença, de irmandade e de cuidado com todos os seres, uma nova centralidade social, pautada na cooperação. A justiça social e a ecológica estão interligadas, não sendo possível pensar ações apenas em um dos dois campos.

Considerações Finais

Constatamos que a reestruturação do estádio do Maracanã levou em consideração aspectos de uma obra/construção auto-sustentável, para que o estádio se tornasse um modelo de equipamento sustentável, alinhado com as questões ambientais. Entretanto, o estádio que, em 1950, foi construído com o compromisso de ser um espaço de lazer para todos os indivíduos, que deveriam ter acesso aos jogos/atividades que ali acontecessem, deixou de lado essa dimensão social.

Ao se preocupar com a viabilidade financeira do empreendimento, com o que, além de autossuntentável economicamente, teria que gerar lucro para as empresas, a FIFA colocou em segundo plano o atendimento à população com menor poder aquisitivo.

O estádio do Maracanã, quando, em função do valor do ingresso, exclui uma parcela da população daquele espaço de lazer e sociabilidade cria um espaço excludente, despreocupado com o bem-estar de todos os indivíduos, beneficiando apenas uma parte da população. O acesso ao Maracanã é o acesso ao lazer, ao lúdico, ao simbólico e à emoção que, ao lado do trabalho e da produtividade, também são importantes para o indivíduo. Nos termos em que foi concebido e reconstruído o projeto excluiu a maioria da população do Rio de Janeiro da possibilidade de frequentá-lo. Com isso, não se cumpre uma dimensão-chave da ecologia sociodesportiva, que resgata a proposta do bem viver. Nos termos de Boff, que nos orientou nesta análise,

O ‘bem viver’ é a busca permanente do equilíbrio, mediante a participação de todos, equilíbrio entre homens e mulheres, entre ser humano e natureza, equilíbrio entre a produção e o consumo, na perspectiva de uma economia do suficiente e do decente e não da acumulação (BOFF, 2015, p.39).

A ecologia sociodesportiva nos faz refletir sobre o modelo de sociedade que desejamos, e não apenas no modelo de desenvolvimento a seguir. Cada vez mais precisamos de uma educação ambiental que ensine a necessidade de vivermos e convivermos, no trabalhão e no lazer, em harmonia com a natureza, dividindo entre todos os seres, “os recursos da cultura e do desenvolvimento sustentável” (BOFF, 2015, p. 43)

O estádio oferece uma percentagem de gratuidades para portadores de necessidades especiais, idosos e crianças até doze anos, garantidas por lei estadual. Essa questão não foi apontada no discurso dos informantes no momento da reestruturação e também não indica uma ação associada à justiça social, e sim ao cumprimento de uma legislação que beneficia determinados grupos sociais.

A degradação do meio ambiente e a injustiça social são problemas a serem tratados conjuntamente. Não podemos nos comprometer apenas com ações sustentáveis de preservação e cuidado do meio ambiente, e ignorarmos que a tecnologia deve ser usada em favor de todos os indivíduos. A reestruturação de um estádio alinhado com o que há de mais avançado em termos tecnológicos, oferecendo entretenimento com conforto e segurança, deve prever contextos e momentos em que o equipamento seja compartilhado com a população, independentemente da classe social. Os avanços científicos e tecnológicos devem produzir um espaço de lazer para todos e não apenas para uma minoria.

Nossa conclusão, que retoma as ideias básicas deste trabalho, é que no contexto da cultura esportiva que domina o planeta, se faz necessária uma nova postura sócio-ecológica, com suporte na justiça social na busca pela melhoria da qualidade de vida de todas as pessoas.



Bibliografia

BOFF, L. Ecologia, mundialização e espiritualidade. Rio de Janeiro: Record, 2008.

BOFF, L. Ecologia, ciência e espiritualidade: a transição do velho para o novo. Rio de Janeiro: Mar de Ideias, 2015.

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LEFÈVRE, F.; LEFEVRE, A. M. O discurso do sujeito coletivo. Um novo enfoque em pesquisa qualitativa (Desdobramentos). Caxias do Sul, RS: Edusc, 2003.

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LEFF, E. Ecologia, capital e cultura: a territorialização da racionalidade. Petrópolis: Ed. Vozes, 2009.

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TAVARES, A.B.C.O.; VOTRE, S.J. Estádio do Maracanã: dos alicerces ao Colosso do Derby. Revista Brasileira de Ciências do Esporte. v. 37(3), p. 258-264, ago./out. 2015.



Ilustrações: Silvana Santos