Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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Relatos de Experiências
O ENSINO DE CIÊNCIAS A PARTIR DE AULAS PRÁTICAS: UMA CONVERSA COM DISCENTES DE CIÊNCIAS DA NATUREZA. Anderson Luis Salazart Jardim1, Andriélli Vilanova de Carvalho2, Márcio Tavares Costa3, Luis Roberval Bortoluzzi Castro2, Edward Frederico Castro Pessano2 1Discente no Curso de Ciências da Natureza, UNIPAMPA Campus Uruguaiana e-mail: andersnort@gmail.com; 2Professora de Ciências no Município de Uruguaiana/RS - carvalho.andrielli@gmail.com; 3Técnico no Laboratório de Biologia e Diversidade Animal da UNIPAMPA Campus Uruguaiana - mtcostabio@gmail.com; 4Coorientador, doutorando no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde da UNIPAMPA Campus Uruguaiana - edwpessano@gmail.com; 5Orientador, Professor no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde da UNIPAMPA Campus Uruguaiana – lbortoluzzi@gmail.com;
Resumo: O presente estudo teve como objetivo analisar a importância das práticas no Ensino de Ciências e Biologia para a construção do conhecimento segundo a visão de discentes do curso de licenciatura em Ciências da Natureza. A pesquisa caracteriza-se como uma investigação do tipo descritiva com abordagem qualitativa. Fizeram parte da pesquisa 32 discentes (n= 32). A coleta de dados foi por meio da aplicação de questionários semiestruturados, que versavam sobre as experiências de aulas práticas, a importância das práticas para o aprendizado, além de uma roda de conversas sobre a temática. De acordo com os resultados, 100% dos pesquisados afirmaram não terem tido aulas práticas no durante o ensino fundamental e 50% indicaram não terem tido aulas práticas no ensino médio. Ainda, 91% dos discentes apontaram as aulas práticas em laboratório como: indispensável (41%), muito importante (50%) e pouco importante (9%). Os discentes consideraram que o tema célula e bactérias são necessários em aulas práticas, assim como os temas ligados as áreas da zoologia, botânica, limnologia e ecologia. Neste contexto, os dados apontam que as atividades práticas são importantes para a construção do conhecimento dos alunos, porém, os mesmos relatam que as atividades práticas estão cada vez mais reduzidas e ainda frisam que os laboratórios de ciências não estão sendo utilizados. Por fim, percebe-se na Base Nacional Comum Curricular um distanciamento das atividades práticas, assim como os laboratórios de ciências e biologia. Diante dos parâmetros apresentados há, de certa forma, um abandono desta temática no documento. THE TEACHING OF SCIENCES FROM PRACTICAL LESSONS: A CONVERSATION WITH DISCIPLES OF SCIENCE OF NATURE. Abstract: The present study had as objective to analyze the importance of the practices in the Teaching of Sciences and Biology for the construction of the knowledge according to the vision of students of the licenciatura course in Sciences of the Nature. The research is characterized as a research of the descriptive type with a qualitative approach. Thirty-two students (n = 32) participated in the study. The data collection was through the application of semistructured questionnaires, which dealt with the experiences of practical classes, the importance of practices for learning, as well as a round of conversations about the theme. According to the results, 100% of the respondents stated that they had not had practical classes during the elementary school and 50% indicated that they did not have practical classes in high school. Still, 91% of the students indicated practical classes in the laboratory as: indispensable (41%), very important (50%) and not very important (9%). The students considered that the topic cell and bacteria are needed in practical classes, as well as the subjects related to the areas of zoology, botany, limnology and ecology. In this context, the data indicate that the practical activities are important for the construction of the students' knowledge, however, they report that the practical activities are increasingly reduced and still stress that the science labs are not being used. Finally, it is perceived in the National Curricular Common Base a distancing of the practical activities, as well as the laboratories of sciences and biology. In view of the parameters presented, there is, to a certain extent, an abandonment of this theme in the document Introdução Ao analisar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) (BRASIL 2018) é possível verificar que a área de Ciências da Natureza deve assegurar aos alunos do ensino fundamental: “o acesso à diversidade de conhecimentos científicos produzidos ao longo da história, bem como a aproximação gradativa aos principais processos, práticas e procedimentos da investigação científica”. A BNCC considera a necessidade de que os alunos devem ter “(um novo olhar sobre o mundo que os cercam, como também façam escolhas e intervenções conscientes e pautadas nos princípios da sustentabilidade e do bem comum”, porem, a base é carente em indicações de atividades em laboratório. De acordo com Zimmermann (2005) e Bombonato (2011) de modo geral as pessoas têm uma dificuldade em compreender a ciência. E neste sentido as autoras questionam sobre a origem dessa antipatia pela ciência e consideram que isso está relacionado a falta de conhecimento devido à ausência de informação sobre os acontecimentos do mundo que nos cerca. Somado a isso, estamos em um momento de desgaste onde o processo de ensinar dito como tradicional está ultrapassado, pois a forma de ensinar não é a mesma forma com que os alunos aprendem, e assim o ensino vai se tornando desinteressante aos estudantes (Chassot 2011). Neste sentido, Krasilchik (2000) corrobora frisando para os currículos tradicionais que ainda prevalecem no Brasil, e que dificultam consideravelmente a melhoria do desenvolvimento da ciência na educação básica. Para Pessano et al. (2015) necessita-se envolver o estudante com assuntos de importância local, buscando trazer o aluno para sua própria realidade e assim contextualizar aquilo que realmente está aos olhos dos estudantes e envolvê-los com os conteúdos ditos tradicionais. Estas aulas diferenciadas com a utilização de recursos pedagógicos apropriados para a realidade dos alunos auxiliam na melhoria deste processo. Nas ciências as aulas práticas já são consideradas como recursos metodológicos bastantes eficazes, que além de complementar a aula teórica é consideravelmente importante para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos (SILVA et al., 2014). Assim, sabe-se hoje que as diversas formas de Aulas práticas como experimentação (forma de obter informação e explorar o mundo microscópico), aulas de campo (observação de estruturas e fenômenos), aulas demonstrativas (maquetes, modelos, etc) e recursos audiovisuais (slides, vídeos, etc) são estratégias que podem ajudar no processo ensino aprendizagem como facilitadoras do entendimento de conceitos que envolvem o ensino das mais diversas áreas das ciências biológicas (BOMBONATO, 2011). Embora na educação básica a utilização de ambientes didáticos como os laboratórios possuem outras finalidades, estes espaços estão sendo exterminados das escolas. Dentre os motivos estão, a falta de interesse dos professores da área, falta de apoio das escolas, ausência de um técnico para manutenção do espaço (Castro et al., 2018). Um panorama publicado pelo Censo Escolar do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), indica que 95% das escolas de ensino médio tinham acesso à internet, enquanto apenas 44% possuíam laboratório de ciências. E ainda, este importante espaço de aprendizagem está presente em 38,8% das escolas de ensino médio da rede pública, e em 57,2% na rede privada (BRASIL 2019). Ao analisar os objetivos educacionais frente as diretrizes é possível verificar que existe a necessidade de um despertar ao conhecimento científico, Carvalho et al. (1998) apontam que alunos precisam resolver problemas e questões que lhes são colocados, agindo sobre os objetos oferecidos e estabelecendo relações entre o que fazem e como o objeto reage à sua ação. As atividades devem servir como uma possível abertura para novos conhecimentos, para melhorar as percepções de mundo e assim provocar mudanças na visão dos estudantes. As atividades experimentais em laboratórios, têm sido consideradas como essenciais para a aprendizagem científica. De acordo com Zimmermann (2005), é durante a atividade prática que o aluno consegue interagir muito mais com seu professor. É utilizando esse tipo de atividade que o aluno pode elaborar hipóteses, discutir com os colegas e testar para comprovar ou não a ideia que teve. Isso tudo, sem dúvida, resulta numa melhor compreensão das Ciências. Neste contexto, o presente estudo buscou investigar a percepção de discentes do curso de ciências da Natureza, a respeito das atividades experimentais em laboratório e realizar uma breve discussão sobre o tema aulas práticas e laboratórios de ciências relacionando-os com a BNCC. Metodologia O cenário da presente pesquisa foram 32 (n=32) discentes do curso de Ciências da Natureza da Universidade Federal do Pampa, campus Uruguaiana. O estudo caracteriza-se como uma investigação do tipo descritivo, com abordagem qualitativa. A coleta de dados foi por meio da aplicação de um questionário semiestruturado, que versavam sobre a vivência dos discentes quanto alunos do ensino básico e a atuação do professor em aulas práticas e a importância das práticas para o aprendizado. Também, em formato de roda de conversas a temática foi discutida sobre as demandas da BNCC. Após coletados e analisados, os dados foram organizados por meio de gráficos e tabelas. Os resultados foram expressos em frequências absolutas e relativas. Ainda se utilizou a técnica de nuvem de palavras para corroborar com a análise dos dados. Foi mantido o anonimato dos sujeitos da pesquisa, de acordo com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde – CNS, nº 466/2012, de 12 de dezembro de 2012, e suas Diretrizes e Normas que regulamentam a pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil (BRASIL, 2013), adotando os quatro princípios básicos da bioética: autonomia, beneficência, não maleficência e justiça. Resultados e discussão Todos dos pesquisados concluíram o ensino básico em escola pública nos últimos sete anos. Indicando que os mesmos trazem experiências compartilhadas em uma escala de tempo muito próxima. O quadro 1 traz aspectos da importância atribuída pelos discentes sobre as aulas práticas em Ciências e Biologia com base nas suas experiências. Quadro 1 – Questionamentos realizados aos discentes.
FA (Frequencia Absoluta) - FR (Frequencia relativa) Foi questionado com os alunos se tiveram aulas práticas em laboratório no ensino fundamental (EF) e médio (EM), e 100% afirmaram que não tiveram aulas em laboratório no EF e 50% não tiveram no EM. Indicando que as atividades em laboratório foram ausentes para o EF com um aumento considerável para o EM. Dados que são corroborados por Castro et al. (2018) quando frisam que as aulas práticas em laboratórios estão cada vez mais reduzidas no ensino básico, indo de encontro com as informações do INEP (Brasil, 2019)) sobre a ausência de laboratórios de ciências nas escolas do país. Conforme Ronqui, Sousa e Freitas (2009), embora as atividades práticas sejam apontadas como um elemento fundamental do ensino de ciências, elas estão quase ausentes da sala de aula. De acordo com Andrade e Massabni (2011), atividade práticas como as desenvolvidas em laboratórios no ensino básico são ações possíveis para chamar atenção dos alunos e provocar a interação de aluno/professor e conteúdo, consideradas atividades fundamentais para o ensino de Ciências. Desde 1930, quando o ensino científico foi incorporado ao currículo escolar brasileiro, até os dias de hoje, os conceitos e modelos de aula sofreram inúmeras modificações e atualizações (KRASILCHIK, 2000) até que na década de 1960 foram feitas a tradução de projetos norte-americanos e a criação de centros de ensino de Ciências (SANTOS, 2007), e foi incorporado um modelo de ensino similar ao que possuímos hoje em dia. Os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEMs), o novo ensino médio deve atender não mais a uma formação específica do indivíduo, que se caracteriza pela mera capacidade de memorização do estudante, mas deve priorizar a sua formação geral, trabalhando no desenvolvimento da sua habilidade de explorar, de investigar, analisar e eleger informações (BRASIL, 1999). Dos alunos que disseram não ter tido aulas práticas no EF, 60% responderam que o laboratório existia, porém, era ocupado como depósito, 20% responderam que os professores não os levavam no laboratório e 20% responderam que não havia laboratório na escola. Para Krasilchik (2004) é difícil pensar em um despertar científico no ensino fundamental sem aulas práticas de ciências, pois são atividades que permitem aos alunos terem contato direto com os fenômenos, manipulando os materiais e equipamentos e observando organismos, em geral envolvendo a experimentação. Muitos modelos de ensino baseiam-se na teoria do desenvolvimento cognitivo onde o aluno deve ser acompanhado de demonstrações oportunizando o desenvolvimento dos alunos, por isso a importância da prática (MOREIRA, 1999). Neste caminho Freire (1997) frisa que para a compreensão ser completa e necessário a experimentação da teoria. A experimentação no ensino de ciências representa o caminho para um letramento científico, como cita a BNCC, pois é por meio desta ação que o professor poderá estabelecer uma dinâmica indissociável entre teoria e prática BAZIN (1987). Entretanto, 78% dos entrevistados consideraram que a falta de aulas práticas prejudica a aprendizagem e 81% dos estudantes afirmaram que a utilização das aulas práticas ajudou consideravelmente na compreensão do assunto estudado. Neste sentido é possível observar que as aulas práticas devem ser um contraponto às aulas teóricas, o que de acordo com Capeletto (1992) auxilia no processo de aquisição de novos conhecimentos, pois o sentido do sujeito é aguçado quando este consegue perceber aquilo que foi discutido e/ou teorizado, e ainda o autor descarta a ideia de que as atividades experimentais devem servir somente para a ilustração da teoria, devendo funcionar como uma estrutura teórico-prática.
O Quadro 2 indica a importância atribuídas pelos pesquisados sobre as aulas práticas (atividades experimentais) no ensino de ciências e Biologia. Pode-se perceber que 50% dos discentes afirmam ser indispensável. Quando examinadas as respostas ao quesito referente à importância da utilização de atividades experimentais no ensino de Ciências e Biologia, 41% dos entrevistados responderam ser muito importante e 9% consideraram ser pouco importante. Quadro 2 – Importância atribuída pelos discentes para as atividades experimentais.
FA (Frequencia Absoluta) - FR (Frequencia relativa) A relevância das atividades experimentais no ensino de Ciências (Física, Química e Biologia) é quase que indiscutível, o grande desafio está relacionado ao atingir os objetivos onde as atividades precisam estar enquadradas em uma perspectiva construtivista para obtenção de um aprendizado significativo (MOREIRA, 2003). Por este motivo Krasilchik (2004) defende as atividades práticas desde o princípio da educação básica, pois acredita que estímulo aos estudantes conseguir-se-á atingir o conhecimento científico, desejado a décadas. Cachapuz (2000), ao considerar que os alunos não gostam mais das aulas tradicionais, apontam que a educação é um constante movimento e assim, precisa se moldar, pois não é necessário apenas “transmitir” ciência, é preciso compreender a Ciências, assim como a tecnologia e o ambiente, o ensino necessita relacionar essas temáticas e aplicar ao cotidiano. Ainda, em formato de roda de conversas, os pesquisados foram convidados a dialogar a respeito da temática. Tendo em vista as suas trajetórias no ensino básico e atualmente no ensino superior e foram questionados sobre os conteúdos mais importantes que consideravam de serem abordados de maneira prática no ensino básico. Os dados foram registrados e resultaram na construção de uma nuvem de palavras (figura 01), onde o tema células foi mais evidente seguido de bactérias e das temáticas Zoologia, Botânica, Ecossistemas, Astronomia e Química. Figura 1 -- Representação em nuvem de palavras das respostas para a pergunta: Quais os temas que você considera que devem fazer parte de atividades práticas?
Frente aos dados levantados, os pesquisados consideraram que as temáticas apontadas, além de necessitarem de atividades práticas, devem ser trabalhadas em laboratório. Pois de acordo com o estudante E13: “como um aluno da periferia vai mudar o seu olhar se ele vê a mesma coisa sempre? Eu por exemplo, entrei na universidade porque tive uma professora que levou a minha turma para conhecer a universidade” Já o estudante E24 considera que: “o grande desafio do professor está em converter as aulas práticas para a realidade do aluno, acho que assim poderemos atrair os alunos para o contexto educacional” Neste sentido, Pessano (2015) corrobora para a necessidade de aulas contextualizadoras que permitam os professores resgatar os alunos que segundo Cachapuz (2000) estão desinteressados em aula maçantes. Para Pessano, a contextualização pode ser um dos caminhos de atrair os alunos para os conteúdos educacionais, os posicionando como protagonistas do seu próprio conhecimento. Os entrevistados foram convidados a discutir sobre a BNCC e assim analisar a temática “aulas em laboratório”. E para espanto dos discentes, a palavra laboratório aparece apenas cinco vezes no documento e apenas uma relacionada as Ciências Naturais. Quando da necessidade dos alunos de terem um novo olhar do mundo que os cercam “como também façam escolhas e intervenções conscientes e pautadas nos princípios da sustentabilidade e do bem comum” (BRASIL p321). E assim a BNCC considera que os alunos para atingirem tais objetivos precisam ser estimulados no planejamento e na realização de ações investigativas de maneira cooperada, porem a BNCC destaca que “Isso não significa realizar atividades seguindo, necessariamente, um conjunto de etapas predefinidas, tampouco se restringir à mera manipulação de objetos ou realização de experimentos em laboratório”. Portanto, é notório o desmerecimento do documento sobre as atividades experimentais. Assim como as práticas em laboratório, não mencionar a real importância de tais atividades ocorre um visível desprezo. Os discentes quando se depararam com os dados levantados, consideraram que: E02: “Será impossível atingir os objetivos e habilidades dos estudantes brasileiros, sem dar merecimento as atividades práticas”. E14: “Como mudar o mundo de um aluno sem mostrar como a ciência é feita” E23: “ Como vimos nesse roda de conversa nos parece que pelo menos essa parte da BNCC não foi elaborada por profissionais da educação, não podemos considerar uma atividade experimental como uma mera atividade, pois por mais que um professor tenha realizado essa ação um milhão de vezes, devemos considerar que o espectador no caso o aluno sempre será outro” Frente a isso os discentes analisaram a BNCC para o 2ª ciclo do EF, quanto aos conteúdos, a unidade, objetivos e habilidades e assim relacionaram com a necessidade de aula práticas, considerando que foram elencados apenas alguns aspectos importantes que na visão dos discentes poderiam ser abordados em aulas práticas e assim foi possível perceber que as atividades práticas são intrínsecas da área da ciências da Natureza. Embora o documento não apresente a mesma importância que inúmeros pesquisadores da educação apontam, os discente questionam frisando que o cumprimento dos objetivos da BNCC passam diretamente pela necessidade de aulas mais atrativas que possam envolver os alunos com os conteúdos, aulas mais significativas frente as diversos contextos do Brasil, ou simplesmente aulas contextualizadoras como defendem Pessano et al. (2015). Conclusão Os dados apontam que as aulas práticas principalmente em laboratórios escolares estão cada vez mais reduzidas. As vivências dos discente indicam algumas possibilidades e dentre elas está a dificuldade dos professores de tornar as aulas um produto atrativo aos alunos. É possível inferir que as aulas práticas estão indissociáveis dos conteúdos da área das ciências da Natureza. Segundo os dados aqui relatados pela maioria dos pesquisados “a prática é fundamental para estimular os estudantes” o que torna a prática uma importante ferramenta para disseminação da ciência. Neste contexto, percebe-se que a BNCC embora aponte a necessidade de um letramento científico, não indica caminhos. É notório que a educação brasileira está a décadas em busca de desenvolver o conhecimento científico, porém, é possível perceber que cada vez mais as escolas públicas perdem seu espaço, seus laboratórios são sucateados e assim cada vez mais ficamos longe de chegar aos objetivos dos documentos norteadores da educação. Bibliografia ANDRADE, M.L.F.; MASSABNI, V.G. O desenvolvimento de atividades práticas na escola: um desafio para os professores de ciências. Ciência & Educação, v. 17, n. 4, p. 835-854, 2011. BARBOZA, D.A.P. Relato de experiência: o uso da internet como ferramenta pedagógica para o ensino e aprendizagem de Ciências. Ágora, n 21. p. 116-121. 2015. BAZIN, M. Three years of living science in Rio de Janeiro: learning from experience. Scientfc Literacy Papers, 67-74, 1987. BOMBONATO, L.G.G. A importância do uso do laboratório nas aulas de ciências. Monografia (Especialização) Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Especialização em Ensino de Ciências. Medianeira. Paraná. 2011. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília, 1999. 394p. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018. 600p. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. DADOS DO CENSO ESCOLAR – Noventa e cinco por cento das escolas de ensino médio têm acesso à internet, mas apenas 44% têm laboratório de ciências. 2019. CACHAPUZ, A.F. Perspectivas de Ensino. Porto: Eduardo & Nogueira, 2000. 79p CARVALHO, A. et al. 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