Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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27/09/2019 (Nº 69) A PSICOLOGIA TRANSPESSOAL COMO BASE TEÓRICA EM PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL TRANSPESSOAL (EAT)
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A PSICOLOGIA TRANSPESSOAL COMO BASE TEÓRICA EM PROJETOS SOCIOAMBIENTAIS: UM ESTUDO DE CASO SOBRE A EDUCAÇÃO AMBIENTAL TRANSPESSOAL (EAT)

Luciana A. Farias1, Juliana Rodrigues2



1Departamento de Ciências Ambientais, Universidade Federal de São Paulo (lufarias2@yahoo.com.br)

2 Departamento de Ciências Exatas e da Terra, Universidade Federal de São Paulo (julianerodriguesniz@gmail.com)



Resumo: Denominada por alguns como a quarta força da psicologia, no Brasil a Psicologia Transpessoal é considerada uma abordagem ainda em processo de consolidação e que para seu desenvolvimento futuro deverá contar com a contribuição de estudiosos que queiram investir em pesquisas com esta temática. Dentro dessa perspectiva, o objetivo do presente trabalho é apresentar os resultados obtidos em um estudo de caso a respeito da utilização da Educação Ambiental Transpessoal (EAT), cuja pretensão é se constituir como uma trajetória possível de autoconhecimento, educação socioemocional e a reconexão com o meio ambiente. Este estudo teve um caráter qualitativo exploratório na forma de um estudo de caso. O referencial metodológico adotado foi a Psicologia Transpessoal, a Fenomenologia e a Transdisciplinaridade (levando em consideração seus três pilares: complexidade, níveis de realidade e a lógica do terceiro incluído). Já os métodos adotados foram oficinas corporais e a pintura livre, adaptado do método de Susan Bello. Como resultado, pode-se constatar que as oficinas ofereceram o espaço propício para o acesso ao universo simbólico dos indivíduos de forma a oferecer uma oportunidade de se trabalhar a reconexão com o meio ambiente a partir da reconexão consigo próprio, constituindo também um caminho de autoconhecimento e reeducação socioemocional.

Palavras-chave: Psicologia Transpessoal; Educação Ambiental Transpessoal; Pintura Livre.



Abstract: Known by some as the fourth force of psychology, Transpersonal Psychology in Brazil is considered an approach still in the process of consolidation and that for its future development should count on the contribution of scholars who want to invest in research on this subject. In this perspective, the objective of this paper is to present the results obtained in a case study about the use of Transpersonal Environmental Education (TEE), which aim is to constitute a possible trajectory of self-knowledge, social-emotional education and reconnection with environment. This study had an exploratory qualitative character in the form of a case study. The methodological framework adopted was Transpersonal Psychology, Phenomenology and Transdisciplinarity (taking into account its three pillars: complexity, levels of reality and the logic of the included middle). The methods adopted were body workshops and free painting, adapted of the Susan Bello method´s. As a result, it can be seen that the workshops offered the right space for access to the symbolic universe of individuals in order to offer an opportunity to work reconnection with the environment from the reconnection with itself, also constituting a path of self-knowledge and social-emotional reeducation.

Key words: Transpersonal Psychology; Transpersonal Environmental Education; Free Painting.



Introdução

O que é ser humano? O que nos diferencia dos demais mamíferos ou animais? Antonio Damásio em seu livro A Estranha Ordem das Coisas, diz que nós seres humanos nos diferenciamos de outras espécies porque temos a capacidade de criar uma diversidade de objetos, práticas e ideias conhecida coletivamente como cultura (Damásio, 2018). Todavia, estudos conduzidos com o macaco-prego da espécie Sapajus libidinosus, têm constatado o uso de ferramentas por esses animais, o que implicaria em conhecimento, aprendizado e transmissão de práticas culturais (Falótico, 2017). Portanto, não seriam os seres humanos os únicos seres vivos a terem cultura e a transmitirem a seus descendentes. Então, talvez, outros dirão que é pelo fato de termos “consciência”, ou seja, diferentemente dos animais podemos nos olharmos no espelho e termos ciência que a imagem que aparece é apenas um reflexo da nossa individualidade. Nos aproximaríamos do que Osho (2003) em seu livro Consciência diz: é sermos comandante do navio, no sentido de estarmos presentes, salientando que o “que somos” tem de ser constante em nossa consciência (pág. 3). Mas a verdade é que essas questões não são de simples resposta e há muito são pesquisadas na psicologia com o objetivo de refletir a respeito do que é ser humano, nossos comportamentos, quem somos, de onde viemos e o que viria a ser consciência (Simão, 2010).

Dentro dessa perspectiva, a psicologia, em sua trajetória de evolução e consolidação como uma nova ciência, após se libertar da filosofia, pode ser dividida em quatro grandes correntes denominadas forças, conforme reflete Simão (2010): 1ª Força: o Behaviorismo ou Psicologia Comportamental; 2ª Força: a Psicanálise; 3ª Força: a Psicologia Humanista e a 4ª Força: a Psicologia Transpessoal. Sendo esta última, a base teórica do presente trabalho.

Segundo Davis (2003), a Psicologia Transpessoal seria um campo da psicologia que integraria diferentes conceitos psicológicos, teorias e métodos, bem como o polêmico assunto espiritualidade e as práticas espirituais. Utilizando tanto métodos quantitativos quanto qualitativos, também traria em seus conceitos centrais a não-dualidade, a autotranscendência, o desenvolvimento humano ideal e a saúde mental, o que necessariamente passaria por reflexões a respeito do que seria consciência.

A palavra consciência também é muito recorrente na temática socioambiental. E é dentro desse contexto que se introduz a Educação Ambiental Transpessoal (EAT) (Farias, 2016), inspirada na perspectiva da Psicologia Transpessoal, na Ecologia Profunda de Naess (1989), na Ecologia Integral (Wilber, 2008) e na corrente Epistemologias Ecológicas (Carvalho, 2014), as quais buscam demarcar uma virada ontológica na direção de uma compreensão do ambiente como alteridade e existência livre da sua redução ao campo das representações humanas, na tentativa de superar as dualidades modernas - tais como natureza e cultura, sujeito e sociedade, corpo e mente, artifício e natureza, sujeito e objeto (Carvalho, 2014). A EAT foca e aprofunda suas ações nas questões subjetivas e afetivas, onde as palavras consciência e autotranscendência ganham novas dimensões e se relacionam com a Psicologia Transpessoal, buscando a reconexão com o meio ambiente, a partir da reconexão consigo próprio. Todavia, apesar da proposta ser atraente e fundamental, esta suscitaria uma reflexão importante: como concretizar isso em uma sociedade aprisionada na racionalidade instrumental, cuja formação desde o início é ancorada na fragmentação e memorização de conteúdos, desconectada de tudo e de todos? Quebrar esse paradigma hegemônico em nossa sociedade não é uma tarefa fácil e pressupõe que haja indivíduos no mínimo sensibilizados, principalmente se pensarmos que o nosso cérebro tem necessidade de automatismos, de hábitos que tranquilizem e mesmo de ritos, conforme reflete Trocmé-Fabre (2004, pág. 5). É que precisamos de indivíduos predispostos ao que esta autora denomina de evitar com “vigilância os múltiplos riscos de fechamento no que existe, no determinado, no já visto, no pronto-para-pensar, pronto-para-dizer, no pronto-para-fazer e mesmo no pronto para crer”.

Nesse sentido, fica evidente que existe a necessidade de se ampliar e avaliar novas pos­sibilidades teóricas e metodológicas para práticas e pesquisas em educação ambiental que visem superar estes obstáculos, bem como também compreender o fenômeno da experiência ecoestética / multissensorial / intercorporal em uma perspectiva de que somos todos corpos engajados no/com/como mundo, conforme reflete Iared & Oliveira (2017).

Por fim, estudos já vêm evidenciando que a autopercepção e o autoconhecimento são também aspectos importantes na promoção da saúde mental (Jenaabadi, 2015; Behjati e col., 2011). Sendo que ambos também podem se constituir em um incentivo à reflexão em torno do tratamento e relacionamento que o ser humano estabelece com a natureza, enxergando, a partir do processo de autopercepção e autoquestionamento, uma oportunidade possível para a transformação não somente de si mesmo, mas também das próprias representações e ações frente ao meio ambiente.

Dentro dessa perspectiva, o objetivo do presente trabalho é apresentar os resultados obtidos em um estudo de caso a respeito da utilização da Psicologia Transpessoal, da fenomenologia e da transdisciplinaridade como bases teóricas em projetos socioambientais, por meio da Educação Ambiental Transpessoal (EAT), cuja pretensão é se constituir como uma trajetória possível de autoconhecimento, educação socioemocional e a reconexão com o meio ambiente.



Percurso Metodológico

Este estudo teve um caráter qualitativo exploratório na forma de um estudo de caso, buscando levantar informações sobre um determinado objeto, de forma a mapear as condições de manifestação desse objeto (Severino, 2007). Sendo que o referencial teórico adotado foi a Psicologia Transpessoal, mais especificamente as reflexões Junguianas, a Fenomenologia e a Transdisciplinaridade levando em consideração seus três pilares: complexidade, níveis de realidade e a lógica do terceiro incluído.

A Fenomenologia parte do pressuposto que a análise da experiência será feita tal como se manifesta, ou seja, o sentido do que está sendo observado também tem um caráter subjetivo, ainda que grupos sociais possam dar sentidos parecidos para um determinado fenômeno ou objeto (Bello, 2006). Isso dialoga com Jung, que em seu livro O homem e seus símbolos (2008), traz importantes reflexões a respeito do inconsciente individual e coletivo, dos arquétipos e símbolos, os quais vão ser fundamentais para as discussões a respeito do material produzido nas oficinas de pintura livre. Por sua vez, a transdisciplinaridade levando em consideração os seus pilares, particularmente a lógica do terceiro incluído, nos ajuda a superar a lógica binária e fragmentadora do pensamento cartesiano, na qual o conhecimento se separa do sujeito e adquire a conotação de uma neutralidade irreal, permitindo integrar as várias dimensões do ser humano e do conhecimento, o que nas palavras de Nicolescu (1999, pág. 46) significa:

A transdisciplinaridade, como o prefixo “trans” indica, diz respeito àquilo que está ao mesmo tempo “entre” as disciplinas, “através” das diferentes disciplinas e “além” de qualquer disciplina. Seu objetivo é a compreensão do mundo presente, para o qual um dos imperativos é a unidade do conhecimento.

As vivências foram realizadas no mês de maio de 2018, com a duração de quatro horas cada uma, a partir de experiências de sensopercepção corporal e pintura livre por meio de uma adaptação do método Inteligências Autênticas Múltiplas Inatas (I.am.I): criativa, emocional, intuitiva, imaginativa, simbólica, espiritual, visual e cinestésica, de Susan Bello (2014). Os símbolos trazidos à tona por meio da pintura, caracterizam-se como um potencial latente da consciência que começa a tomar forma material e, que ao longo de uma série de pinturas, vão montando uma narrativa, a história do indivíduo, constituindo-se em sua Jornada Simbólica.

Levando também em consideração a integração do corpo e mente conforme propõe o movimento “virada corporal”, que rejeita as tradicionais teorias cog­nitivas de que aprendemos somente pela transmissão de representações (Iared & Oliveira, 2017), foram realizados quatro encontros, nos quais as participantes foram alertadas para não faltarem à oficina seguinte, pois a cada edição outros níveis do inconsciente iam sendo acessados. De um total de dez vagas, participaram ao todo, sete mulheres, com a idade média de 42 anos, sendo que somente três participaram de todas as oficinas (duas estudantes e uma pessoa da comunidade externa à universidade), e todas assinaram Termo de Livre Consentimento para participar da pesquisa, bem como Termo de Autorização do Uso de Imagem. O espaço, bem como o material adotado nos trabalhos, foram previamente preparados, conforme exemplificados na Figura 1.

Após uma rápida apresentação da proposta, foi realizada a aplicação do questionário inicial, o qual continha as seguintes questões: 1) evocação livre de cinco palavras a partir do termo indutor “Meio Ambiente” com a solicitação para que escrevessem uma frase com as palavras evocadas; 2) por que decidiu participar da oficina; 3) qual era a expectativa com relação às oficinas.

Figura 1 --(A) organização dos materiais a serem utilizados nas oficinas; (B) preparação prévia do espaço; (C) atividade relaxante realizada após atividade corporal; (D) realização da pintura livre.

A seguir, um resumo de como foram conduzidas as oficinas:

  • OFICINA I – AUTOPERCEPÇÃO E RECONHECIMENTO DA PRÓPRIA RELAÇÃO COM O MEIO AMBIENTE - foi criada uma atmosfera apropriada primeiramente por meio de algumas reflexões a respeito da questão socioambiental e questionamentos às participantes: 1) Já parei para refletir em como represento e me relaciono com o meio ambiente? 2) Como, no curso da minha trajetória pessoal, se processou o interesse pelo ambiental? 3) Quais as vias pelas quais se deu esse interesse, racional ou emocional? 4) Quais as consequências desse interesse sobre a minha experiência passada e/ou atual?

Em seguida foi realizada a primeira experiência de sensopercepção corporal por meio do reconhecimento do próprio corpo e posterior dinâmica Quem Sou Eu (Que buscava direcionar o olhar das participantes para o próprio interior). A partir dessa dinâmica, as participantes foram convidadas ao recolhimento por meio de relaxamento focado na respiração como forma de preparo para a primeira sessão de pintura livre. Às participantes foi proposto que expressassem por meio da pintura o que entendiam por Meio Ambiente. Esse momento foi onde as participantes também narraram a própria história, localizando e relacionando as raízes mais remotas da própria vinculação ou não com a questão socioambiental, se existia ou não uma sensibilidade para com a natureza, presente na própria experiência de vida. Era preciso trazer à consciência a forma como se relacionavam com o Meio Ambiente de modo a desconstruir uma forma de representação para se construir uma ressignificação do sentido.

  • OFICINA II – AUTOPERCEPÇÃO E CONSUMO: CONHECENDO AS BASES EMOCIONAIS DOS PRÓPRIOS IMPULSOS - foi realizada a segunda experiência sensopercepção corporal por meio do reconhecimento do próprio corpo Refletindo Sobre o Automatismo, na qual as participantes tinham que caminhar percebendo suas tendências de posicionamento corporal. Durante nossa vida vamos aprendendo a interagir com o mundo e formarmos hábitos que carregamos ao longo de nossa vida. É possível, com esforço, mudar um hábito e o primeiro passo para a mudança é tomar consciência desse hábito. Em seguida as participantes foram convidadas a tomar uma decisão a partir de uma dinâmica baseada na Teoria Perspectivas (Serpa & Avila, 2004), na qual os ganhos ou perdas em relação a uma determinada questão eram avaliados não pelo seu valor objetivo, mas por um valor subjetivo e pessoal. A partir dessa dinâmica, as participantes foram convidadas ao recolhimento por meio de relaxamento focado na respiração como forma de preparo para a segunda sessão de pintura livre, sendo proposto que expressassem por meio da pintura qual a emoção básica que as incentivava ao consumo.

  • OFICINA III – AUTOPERCEPÇÃO E EMPATIA: O INÍCIO DA PERCEPÇÃO DO OUTRO E DO NÃO HUMANO – uma outra questão surge se refletirmos a respeito do ponto colocado a partir das novas epistemologias ambientais: como promover uma transformação socioambiental, na qual a visão utilitarista em relação ao meio ambiente seja ressignificada e o sentido da alteridade seja estimulado, sem que essa experiência fique reduzida ao campo das representações humanas? Talvez a empatia seja a chave para acessar esse processo de ressignificação e transformação, pois ao nos questionarmos a respeito dos valores que atribuímos ao outro que não é humano, por meio do exercício da empatia, poderemos dar início ao desenvolvimento do respeito pela outridade desse outro, seja ele quem for. Dentro dessa perspectiva, foi realizada a terceira experiência sensopercepção corporal por meio do diálogo com o outro. A partir dessa experiência, as participantes foram convidadas a realizar a Dinâmica da Empatia, na qual tocavam delicadamente a ponta dos dedos da parceira, olhando nos olhos. Em seguida, ocorreu recolhimento por meio de relaxamento e meditação dos Cinco Elementos (que foca na energia da terra, fogo, água, ar e o espaço) como forma de preparo para a primeira sessão de pintura livre. Às participantes foi proposto que expressassem por meio da pintura o que entendem por “Alteridade” ou Interdependência.

  • OFICINA IV – AUTOPERCEPÇÃO E FECHAMENTO DE CICLOS - foi criada novamente uma atmosfera apropriada por meio, primeiramente, de uma rápida troca de impressões das participantes em relação às oficinas anteriores. As reflexões iniciais realizadas na primeira oficina a respeito da questão socioambiental e questionamentos às participantes foram colocadas novamente, estabelecendo uma roda de conversa. Em seguida foi realizada a quarta experiência de sensopercepção corporal por meio do reconhecimento do próprio corpo e posterior dinâmica Quem Sou Eu. Sendo que se repetiu a mesma dinâmica da primeira oficina com o objetivo de se observar possíveis mudanças na autopercepção das participantes. A partir dessa dinâmica, as participantes foram convidadas ao recolhimento por meio de relaxamento focado na respiração como forma de preparo para a última sessão de pintura livre. Às participantes foi novamente proposto que expressassem por meio da pintura o que entendiam por Meio Ambiente.

Foi realizada uma rodada final de conversa com a reaplicação do questionário contendo algumas adaptações: 1) evocação livre de cinco palavras a partir do termo indutor “Meio Ambiente” com a solicitação para que escrevessem uma frase com as palavras evocadas; 2) o que a oficina representou para você. Por fim, as rodas de conversas e reflexões a respeito das pinturas foram gravadas e posteriormente analisadas, bem como também foi utilizada para a análise dos dados qualitativos a análise de conteúdo, a qual, de acordo com Bardin (1994, p.38), é:

Um conjunto de técnicas de análise de comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens, indicadores (quantitativos ou não) que permitam a inferência de conhecimentos relativos às condições de produção/recepção (variáveis inferidas) dessas mensagens.



Resultados e Discussão

Resultados

A questão socioambiental, com toda a sua complexidade, tornou-se um dos temas mais discutidos no cenário global. Todavia, as pesquisas apontam ainda para um predomínio de pensamento conservacionista e naturalista (Farias, 2017). A Educação Ambiental no Brasil se concentrou por muitos anos em relacionar o meio ambiente somente aos aspectos biológicos, sem considerar as outras dimensões. Dentro dessa perspectiva, a primeira questão do questionário buscou levantar as representações iniciais das participantes com relação ao Meio Ambiente e a partir dessas percepções, estabelecer uma reflexão com as questões propostas na primeira oficina. De uma forma geral, o predomínio das respostas foi uma visão ingênua e fragmentada, embora essa representação mais geral e naturalista já fosse esperada. A seguir, dois exemplos representativos das respostas dadas:

O meio ambiente, entro no meu jardim, onde o meu cuidado me dá o aconchego necessário para que a minha respiração conserve a minha paz interior (T.A.P.B.).”

O meio ambiente está em constante mudança, buscando sempre o equilíbrio, vivemos em interação constante uns com os outros, cuidando para manter o todo (J.R.).”

Por outro lado, a segunda questão buscou saber o motivo das participantes terem decidido participar da oficina e de uma forma geral, as respostas direcionaram-se no sentido de que o nome da proposta chamou a atenção: Educação Ambiental Transpessoal. Afirmaram sentir curiosidade pelo fato da palavra “Transpessoal” estar associada à Educação Ambiental, pois não entendiam exatamente o que aquilo significava, bem como pela proposta utilizar a pintura livre como forma de trabalhar a questão socioambiental. Esse retorno foi importante, pois algumas reflexões conduzidas a partir de trabalhos anteriores na Educação Ambiental levaram à decisão em se adjetivar uma proposta de Educação Ambiental com a expressão “Transpessoal”, por dois motivos principais: 1) pelo fato de que no Brasil há uma representação social com relação à Educação Ambiental fortemente associada com reciclagem e ao ensino de ecologia, conforme apontado em estudo realizado pelo Ministério da Educação (Brasil, 2007). Esperava-se que a adjetivação da expressão com o termo “Transpessoal” provocasse um estranhamento que favorecesse a ressignificação dessa representação; 2) introduzir e fortalecer a reflexão a respeito da Psicologia Transpessoal na temática socioambiental como um caminho possível de reconexão com o meio ambiente, a partir da reconexão consigo próprio.

Já a Terceira questão buscou levantar as expectativas com relação ao trabalho que iria ser desenvolvido. De um modo geral, a busca pelo autoconhecimento esteve presente nas respostas, conforme exemplo a seguir:

Expandir meu autoconhecimento e entender melhor meu relacionamento com o meio ambiente (J.R.).”

Importante destacar que, ao longo das oficinas, as participantes traziam símbolos em suas pinturas que remetiam à temática ambiental e a partir destes, iam refletindo a respeito da própria história por meio do acesso ao inconsciente, estabelecendo uma relação entre a representação de Meio Ambiente que traziam e a expressão da própria estrutura psíquica e emocional (Figura 2). Isso ia surgindo quando da reflexão e compartilhamentos a respeito da pintura.

Figura 2. Pinturas livres realizadas pelas participantes ao longo das quatros oficinas: (A) e (B) – primeira oficina; (C) e (D) – segunda oficina; (E) e (F) – terceira oficina; (G) e (H) – quarta oficina.

Após a realização da última oficina, foi realizada uma nova roda de conversa com objetivo de fazer uma reflexão final a respeito do processo de cada uma das participantes, bem como a aplicação do segundo questionário, conforme destacado no percurso metodológico. Foi possível perceber entre as participantes, de uma forma geral, uma reflexão mais elaborada com relação à representação de meio ambiente. No exemplo a seguir, foi possível constatar ainda a integração entre indivíduo e meio ambiente.

Frase elaborada na primeira oficina por R.G – A natureza é a minha casa, onde é pura vida e acolhimento.”

Frase elaborada na última oficina por R.G – “Meio Ambiente é a possibilidade de também me reconectar com meu Self.”

Também foi perguntado às participantes, o que significou para elas participar das oficinas. Ficou evidente pelas respostas dadas que o trabalho realizado ofereceu uma oportunidade de se trabalhar uma Educação Ambiental que superou dicotomias como indivíduo – sociedade; intimidade – esfera pública; interioridade – exterioridade; bem como levou em consideração a formação humana integrada a um contexto histórico e sociocultural, considerando as inter-relações físicas, emocionais, intelectuais, culturais, conforme preconizam as Diretrizes Curriculares (Brasil, 2012), bem como a alteridade, ou seja, de que somos todos corpos engajados no/com/como mundo e que somos seres interdependentes. Exemplo de uma reflexão final de uma das participantes:

Esse trabalho representou uma oportunidade não somente de aprender mais a respeito da questão ambiental, como também descobrir os meus medos, repressões, paixões, que estão ocultos, reprimidos (…) (V.O.D).”



Discussão

Cada um se sente honesto e rigoroso. Acha que seus ilícitos não são graves. O politicamente correto deve regular a vida dos outros, não a minha (...). Gilles Lipovetsky (filósofo francês - Em entrevista dada à Revista Prosa Verso e Arte).

A citação acima do filósofo do consumo, Lipovetsky, nos convida a uma reflexão profunda a respeito da nossa sociedade contemporânea e das consequências dessa cultura na relação que estabelecemos com o meio ambiente, fruto de um desenvolvimento sócio-histórico relacionado à nossa trajetória nesse planeta.

Na verdade, os seres humanos sempre impactaram o meio em que viveram. Tanto impactaram, que o filósofo científico Christopher Potter (2014) nos traz uma importante reflexão em seu livro How To Make a Human Being ao defender a ideia de que os seres humanos, na verdade, nunca fizeram parte da natureza, mas pelo contrário, sempre fizeram parte da tecnologia. Todavia, se pararmos para estudar a história da relação entre os seres humanos e a natureza, particularmente no período denominado pré-história, veremos que o imaginário predominante era a ideia de uma mãe-natureza, que a todos acolhia e cuidava, ainda que a mesma se manifestasse de forma irritada em alguns momentos, por meio de tempestades, tremores de terra, entre outros eventos naturais. Existia, portanto, uma conexão mais afetiva entre nossos ancestrais e a natureza e, por não existirem concentrações humanas significativas, os impactos produzidos eram totalmente absorvidos pelo sistema.

Contudo, com o desenrolar da nossa trajetória humana no planeta, essa relação vai mudando gradualmente. Começamos a querer entender o que é a physis, a natureza para os filósofos gregos antigos, para passar a dominá-la, o que começa a acontecer no pragmático período da soberania da Roma Antiga, com o seu urbanismo, com suas redes de esgoto, aquedutos e estradas. Nessa época, surgem os primeiros relatos do aumento do impacto ambiental devido nossa ação sobre o meio: há escassez de árvores na Grécia e poluição atmosférica em Roma (Mendonça, 2005). Na Idade Média, passamos a adotar a concepção de que éramos autorizados por “Deus” a explorar indefinidamente a natureza, a partir de uma apropriação cultural de passagens bíblicas, como por exemplo, em Gênesis:

Deus os abençoou: ‘Frutificai e multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a. Dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu e sobre todos os animais que se arrastam sobre a terra…eis que vos dou toda a erva que dá semente sobre a terra, e todas as árvores frutíferas que contêm em si mesmas a sua semente, para que vos sirvam de alimento (Bíblia, 1969, Gênesis, 1: 28-30).

É o ser humano superior à natureza. Mas foi na Idade Moderna, principalmente a partir da Revolução Industrial iniciada na Inglaterra (século XVIII) que passamos a produzir não somente para sobreviver, mas para lucrar (Landes, 2005), transformando definitivamente a nossa percepção da natureza e a forma com que nos relacionamos com ela. No final do século XIX e início do século XX, com o taylorismo e o fordismo essa transformação se fortalece e dissemina, uma vez que ambas as concepções permitiram aumentar consideravelmente a produtividade, reduzindo os custos de produção e baixando os preços das mercadorias, com aumento significativo dos lucros, que era a partir desse momento o objetivo principal a ser perseguido (Ramalho, 2010). Propaga-se de forma mais acentuada e acelerada a visão utilitarista com relação à natureza.

Em decorrência dessa transformação cultural e social, a sociedade que avança o século XXI vem enfrentando muitos problemas socioambientais em uma crise civilizatória de grande proporção, conforme reflete Leff (2010), fato que torna a Educação Ambiental uma prática urgente, de forma que esta proporcione acima de tudo respeito pela vida, justiça ambiental, equidade, diversidade, sustentabilidade, beleza e reconexão.

Por outro lado, que tipo de Educação Ambiental deve embasar nossa prática para que tenhamos sucesso nesses objetivos anteriormente descritos? Haja vista que a ciência e a tecnologia nos deram uma nova forma de percepção e de relação do e com o mundo e que atualmente, mais do que nunca, está presente na nossa trajetória de desenvolvimento humano, e devemos lembrar que nessa trajetória vamos, pouco a pouco, construindo nosso sistema afetivo e cognitivo de representações e sentidos, seja da “realidade”, do meio ambiente, das pessoas, da cultura, do clima, dos hábitos e dos fatos da civilização, entre outros, conforme reflete Trocmé-Fabre (2004).

Na Ecologia Profunda de Naess (1989) ou na Ecologia Integral de Wilber (2008) temos, entre outras dimensões, o autoconhecimento contemplado como uma dimensão a qual deveria ser trabalhada em projetos de Educação Ambiental, com o objetivo de se alcançar a tão desejada educação integral. O que implicaria, necessariamente, no equilíbrio das emoções. Todavia, ao estudarmos a trajetória epistemológica dessa área no Brasil, constatamos uma forte representação social disseminada, principalmente nas escolas brasileiras, associando a palavra Ecologia como campo da Biologia e Ensino de Ciências, favorecendo ainda uma predominante visão naturalista e ingênua a respeito de Meio Ambiente e Educação Ambiental no país (Farias, 2017). Portanto, se entendermos a palavra como sendo estruturante do pensamento e que este por sua vez antecede a ação, podemos entender o porquê, na prática, dessa representação favorecer, de uma forma geral, uma Educação Ambiental mais naturalista e comportamentalista, ainda que utilize como referencial teórico a Ecologia Profunda ou a Ecologia Integral, o que nos leva à necessidade de refletir a respeito do uso da palavra Ecologia frente à experiência brasileira.

Por outro lado, uma nova corrente de pesquisa em Educação Ambiental, denominada Epistemologias Ecológicas, busca também demarcar uma virada ontológica na direção de uma compreensão do ambiente como alteridade e existência livre da sua redução ao campo das representações humanas, na tentativa de superar as dualidades modernas - tais como natureza e cultura, sujeito e sociedade, corpo e mente, artifício e natureza, sujeito e objeto (Carvalho, 2014).

Pensando nessa problemática e objetivando dar um foco maior no indivíduo e na sua autopercepção, surge a EAT, a qual propõe a autopercepção e o autoconhecimento como pontos de partida para a ressignificação do nosso olhar em relação à natureza e a construção do sujeito ecológico por meio do desenvolvimento de um maior equilíbrio das emoções e educação socioemocional (Farias, 2016). Dentro dessa perspectiva, ao propor práticas e reflexões que estimulam o indivíduo a se aprofundar na investigação de si mesmo e das próprias motivações, favorece-se o equilíbrio entre a razão e a emoção, entre o objetivo e o subjetivo, aspectos de fundamental importância na promoção do autoconhecimento como impulsionador no processo de despertar para a autopercepção, uma reconexão com o aqui e o agora, com o meio ambiente no qual a consciência da alteridade esteja presente. Propondo, por meio da investigação de si próprio, a compreensão de que não somente ocupamos um lugar ou espaço “cheio de coisas”, mas entendermos, conforme reflete Ingold (2011) que tudo é relativo ao tentarmos demarcar fronteiras de onde começa e termina a vida de tudo e de todos.

Dentro desse contexto e ao juntarmos a essas reflexões aqui colocadas, os pressupostos teóricos da Psicologia Transpessoal, nos seus mais diversos representantes e da Transdisciplinaridade pela ótica do terceiro incluído, teremos uma Educação Ambiental integradora, a qual, superando a fragmentação do conhecimento e de representação de mundo a que estamos sujeitos, facilitaria a reconexão com o meio ambiente a partir da nossa autorealização como indivíduos e o nosso pleno desenvolvimento como seres humanos, como diria Maslow. Neste sentido, dos atributos da psique humana explorados por Maslow, é importante destacarmos aquele que ele denominou de criatividade primária, aquela que surge do inconsciente, pois este seria a fonte de novas descobertas, mas também a herança que traríamos de nossos antepassados. Já a criatividade secundária é toda classe de produtividade, a realidade na qual se concretizam as ideias. Nas palavras de Maslow: “[…] as escolas devem ajudar as crianças a olharem dentro de si mesmas, e deste autoconhecimento se deriva uma série de valores” (Maslow, 1990 p.181).

E como acessar esse inconsciente e liberar esse potencial criativo?

Considerando que metodologias participativas se constituem como possibilidades de diálogo, espaços para troca de ideias e experiências, bem como para a construção coletiva do conhecimento, adotou-se na EAT a Pintura Livre, adaptada do método I.am.I de Susan Bello (2014), como ferramenta principal para se trabalhar a reconexão com o meio ambiente, a partir da conexão consigo próprio.

Segundo a autora Susan Bello, a pintura possibilita ao ego, bem como ao Eu (Individualidade pessoal, ego ) mais profundo, a oportunidade de uma livre expressão, por meio de uma Jornada Simbólica, que ao ser percorrida, ajuda no desenvolvimento das nossas Inteligências Autênticas Múltiplas Inatas (I.am.I): emocional, criativo, imaginativo, intuitivo, visual, cinestésico, espiritual e simbólico (Bello, 2014). Portanto, é um método fenomenológico, pois todo o processo é conduzido a partir do processo de cada participante e também transdisciplinar, pois o desenvolvimento integral de um ser humano não pode ser limitado a caixinhas disciplinares e perspectivas unilaterais.

Dentro desta perspectiva, a proposta trazida pela EAT permitiu trabalhar a ilusão da separatividade entre o ser humano e o meio ambiente, ficando evidente que esta ilusão é uma percepção/representação socialmente construída e atualmente globalizada, e que para superá-la não poderemos prescindir da busca do próprio indivíduo por meio da autopercepção e do autoconhecimento.

Ampliando essa questão, é importante ainda refletir que em tempos de transdisciplinaridade em evidência, assuntos aparentemente desconexos, entre os quais as interfaces não sejam tão evidentes, podem apresentar, na verdade, intrincadas conexões, esmaecendo fronteiras antes tão demarcadas. Este é o caso da Educação Ambiental e a Saúde Mental, entre as quais a EAT pode incorporar o papel de uma “sinapse”, cujo conceito provém de um vocábulo grego que significa união ou vínculo.

Vejamos, a Educação Ambiental deveria abranger não somente o conhecimento do mundo físico e natural, mas também o profundo entendimento do ser humano e do meio em que vive, de modo a favorecer o cuidado com a comunidade de vida, a integridade dos ecossistemas, a justiça econômica, a equidade social, étnica, racial e de gênero e o diálogo para a convivência e a paz, segundo as Diretrizes Curriculares (Brasil, 2012). E que a Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS/OMS), destacou no Dia Mundial da Saúde Mental, que o conceito de saúde vai além da mera ausência de doenças e que só é possível ter saúde quando há completo bem-estar físico, mental e social. E para que isto seja possível é fundamental a existência de um ambiente que respeite e proteja os direitos básicos civis, ambientais, políticos, socioeconômicos e culturais (ONUBR, 2016). A Educação Ambiental pode e deve colaborar na promoção da saúde mental, mas para que isso aconteça, não pode perder o foco promovendo ações que visem somente a gestão ambiental ou a mudanças de comportamento a partir de reflexões superficiais. Nem tão pouco seja associada somente aos aspectos naturais ou ecológicos do meio ambiente. Por isso a importância de uma Educação Ambiental cujo foco seja o indivíduo, como é o caso da EAT, que por meio da sua proposta, favorece o questionamento ou a capacidade de abrir um espaço interior de investigação, de se autoperceber, de se autoquestionar, de se autoposicionar e de se autoavaliar, conforme propõe Trocmé-Fabre (2004), em seu livro A Árvore do Saber-Aprender: rumo a um referencial cognitivo. Por fim, estudos já vêm evidenciando que a autorpercepção e o autoconhecimento são aspectos importantes na promoção da saúde mental (Jenaabadi, 2015; Behjati e col., 2011), sendo que este também pode se constituir num incentivo à reflexão em torno do tratamento e relacionamento que o ser humano estabelece com a natureza, enxergando, a partir do processo de autopercepção e autoquestionamento, uma oportunidade possível para a transformação não somente de si mesmo, mas também das próprias representações e ações frente ao meio ambiente.

Considerações Finais

Como resultado, pode-se constatar que as oficinas ofereceram o espaço propício para o acesso ao universo simbólico dos indivíduos de forma a oferecer uma oportunidade de se trabalhar a reconexão com o meio ambiente a partir da reconexão consigo próprio, constituindo também um caminho de autoconhecimento e reeducação socioemocional. Evidenciando que a Psicologia Transpessoal pode fornecer arcabouço teórico e metodológico efetivo para se trabalhar com as questões socioambientais.

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Ilustrações: Silvana Santos