Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Relatos de Experiências
27/09/2019 (Nº 69) RELATO DE EXPERIÊNCIA ACERCA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O REFLORESTAMENTO EM ÁREAS DEGRADADAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO TARUMÃ-AÇU EM MANAUS-AM, BRASIL
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RELATO DE EXPERIÊNCIA ACERCA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA O REFLORESTAMENTO EM ÁREAS DEGRADADAS NA BACIA HIDROGRÁFICA DO TARUMÃ-AÇU EM MANAUS-AM, BRASIL

REPORT OF EXPERIENCE ON ENVIRONMENTAL EDUCATION FOR REFORESTATION IN DEGRADED AREAS IN THE TARUMÃ-AÇU HYDROGRAPHIC BASIN IN MANAUS-AM, BRAZIL

Eliana da Conceição Rodrigues Veras¹

1 Discente do Mestrado em Engenharia de Processos da Universidade Federal do Pará- Belém-Pará, elianaveras8@gmail.com

Resumo: A educação ambiental deve ser entendida como educação política e enfatiza antes a questão “por que fazer” do que “como fazer”. Orienta-se para a comunidade, incentivando o indivíduo a participar ativamente da resolução dos problemas no seu contexto de realidade específicas. A educação ambiental é relevante pelo fato da Bacia Hidrográfica do Tarumã-Açu ter um alto grau de importância para a cidade de Manaus. Tem uma biodiversidade - flora, fauna e recursos minerais ainda bastante preservada mas que ao longo dos anos tem sido fortemente agredida e pressionada pela ação antrópica. Sofrendo degradação devido a sua expansão urbana. O relato de experiência visa apresentar as práticas de educação ambiental desenvolvidas nas comunidades do entorno do tarumã-açu e alunos de escolas públicas ribeirinhas, estaduais e municipais. As ações englobaram atividades de teatro, vídeos, cartazes feitos pelas crianças, fantoches, garis da alegria, discussão em grupo, mutirão de ideias, trabalho em grupo, debate, reflexão, imitação, exploração do ambiente local e criação de uma cartilha ambiental, sempre com a participação ativa e expositiva das atividades, finalizando as oficinas com o plantio de árvores arbóreas e frutíferas na área degradada. Proporcionando a sustentabilidade e o desenvolvimento sustentável do planeta. Minimizando a emissão dos gases efeito estufa.

Palavras-chaves: Educação Ambiental, Área degradada, Desenvolvimento sustentável.

Abstract: Environmental education should be understood as political education and rather emphasizes the “why” rather than “how” issue, it is community oriented, encouraging the individual to actively participate in problem solving in their specific context of reality. Environmental education is relevant because the Tarumã-Açu Watershed has a high degree of importance for the city of Manaus. It has a biodiversity - flora, fauna and mineral resources still quite preserved more than over the years has been heavily attacked and pressured by anthropic action. Suffering degradation due to its urban expansion. The experience report aims to present the environmental education practices developed in the surrounding communities of tarumã-açu and students from riverside, state and municipal public schools. The actions included activities such as theater, videos, posters made by the children, puppets, joy sweepers, group discussion, brainstorming, group work, debating, reflection, imitation, exploration of the local environment and creation of an environmental booklet, always with the active participation and activities, concluding the workshops with the planting of tree and fruit trees in the degraded area. Providing sustainability and sustainable development of the planet. Minimizing greenhouse gas emissions.



Keywords: Environmental Education, Degraded area, Sustainable development.

Introdução

Um programa permanente de educação ambiental ocorre de modo a prevenir as degradações e contaminações provocadas pelo homem ao meio ambiente. A “certeza” de que os recursos naturais são inesgotáveis, faz com que o homem não tenha preocupação de que os mesmos são finitos, e se não houver medidas para preservar e conservar,em um futuro não muito distante não haverá um meio ambiente correto para as futuras gerações.

Ao implantarmos o projeto de reflorestamento da área degradada no tarumã-açu, iniciamos o programa de educação ambiental, pois entendemos que como disse Paulo Freire “ A Educação por si só não transforma, mas nada se transforma se não for pela educação”, assim sendo, não se pode mudar as pessoas, mas pelo exemplo podemos sensibilizá-las para as questões ambientais, para a responsablidade com o todo e não e tão somente com as partes.

Durante o processo fizemos palestras com a comunidade, com escolas municipais e estaduais do entorno e volutários envolvidos. Foram distribuídas cartilhas sobre o descarte correto dos resíduos sólidos, a preservação dos rios, da fauna e da flora, através da apresentação de videos, além de fazermos reflorestamento na área degradada. É preciso mostrar o porquê fazer e depois o como fazer.

A educação ambiental sensibiliza os envolvidos para a responsabilidade com o meio ambiente e, o envolvimento comunitário, nos dá a garantia de que estamos compartilhando o conhecimento e despertando o compromisso com a qualidade de vida para as pessoas e para o planeta.

Além de demonstrar a importância de preservação da Bacia do Tarumã-Açu, tendo em vista a sua importância em biodiversidade para a Amazônia.

Metodologia

Trata-se de um relato de experiência, com ações voltadas para estudantes do ensino fundamental e médio de escolas públicas estaduais e municipais do entorno da bacia do tarumã-açu. A aprendizagem é mais efetiva quando as atividades estão adaptadas às situações da vida real da cidade, ou do meio em que vivem alunos e comunitários. Dessa forma, destacamos os métodos utlizados no desenvolvimento das atividades de eduação ambiental.

Discussão e trabalho em grupo – esse método ajuda a compreender as questões ambientais, desenvolve a autoconfiança e expressão oral, estimula o desenvolvimento de relações positivas entre os atores e permite que se responsabilizem por uma tarefa por longos períodos exercitando a capacidade de organização.

Na figura 1, apresentamos alunos e professores na discussão e trabalhos em grupo, onde colocam a sua visão sobre o meio ambiente, através de desenhos que são apresentados aos participantes, demonstrando a sua preocupação com a degradação das áreas da Bacia Hidrográfica do Tarumã-Açu.

Figura 1 alunos, professores e voluntários na discussão e trabalho em grupo



O Mutirão de idéias –Atividade desenvovida para estimular à criatividade e a liberdade de expressão, evitando os julgamentos prematuros sobre Educação Ambiental. Alunos e professores discutem sobre a biodiversidade da Bacia do Tarumã-Açu e a sua importância para a preservação dos recursos naturais na Amazônia. São despertados para a responsabilidade social e ambiental, incentivando-os a serem protagonistas das ações.

A figura 2 demonstra os alunos e professores em sala de aula destinada ao conhecimento da fauna e flora existente na área, afim de perceberem a necessidade de preservar os recursos naturais.

Figura 2 alunos aprendendo e conhecendo a biodiversidade da Bacia

Debate- Após o conhecimento da biodiversidade existente na área degradada no Tarumã-Açu, os alunos são levados ao debate, pois permite o desenvolvimento das habilidades de falar em público e ordenar a apresentação de fatos e ideias. É necessário muito tempo de preparação,portanto é um processo contínuo de aprendizagem.

Na figura 3 alunos, professores e comunitários, assistem as palestras, vídeos e debatem sobre as questões ambientais e a necessidade de reflorestar a área degradada, uma vez que através da ação, estamos contribuindo para minimizar a emissão dos gases efeito estufa e preservar a fauna e flora.

Figura 3- Alunos e comunidade no debate sobre a preservação do meio ambiente.

A Reflexão – que serve para encorajar o desenvolvimento das ideias em resposta a um problema. Nesse sentido, é necessário o envolvimento e protagonismo de todos. É o momento para deixar de ser coadjuvante e ser protagonista de sua própria história. Alunos das escolas adjacentes a Bacia, professores e comunidade, devem ter em mente que podem ser a mudança que desejam ver no mundo. E se cada um fizer a sua parte, faremos desse um planeta melhor.

Conforme LINDNER (2004)A Educação Ambiental, por meio de suas diretrizes e estratégias, deve fazer parte da cultura das massas. O “Intelectual coletivo”, idealizado por Gramsci, pode ser aquele que parta de uma nova cultura de produção e consumo e perpasse por todos os segmentos da sociedade, fazendo-a refletir sobre a continuidade de seus hábitos atuais, onde o consumo dos recursos naturais cresce mais rapidamente que a capacidade da natureza em repô-los, e que a capacidade de assimilar os resíduos indesejáveis dessa forma de agir”.

Imitação - Aqui, alunos, comunidade e professores produzem sua própria versão dos jornais, dos programas de rádio e TV, dos problemas sociais e ambientais, apresentando-os em forma de teatro, apresentação de fantoches e paródias. É a sensibilização para a preservação e conservação do meio ambiente. Uma forma efetiva de aprendizagem e ação social. Parceiros da Secretaria Municipal de Limpeza Pública, possuem o grupo teatral chamado de Garis da Alegria, por ser formada pelos garis que doam parte de seu tempo as práticas sustentáveis, através do teatro.

Na figura 4 o grupo de teatro da Secretaria Municipal de Limpeza Pública, parceira das atividades ambientais na bacia do tarumã-açu, apresenta a peça sugismundo com os atores denominados garis da alegria.

Figura 4 garis da alegria. Grupo de teatro com a peça sugismundo

Exploração do ambiente local- prevê a utilização e exploração dos recursos naturais, como fauna e flora dos locais próximos para estudos e observações. Compreensão do metabolismo local, é a interação complexa dos processos ambientais a sua volta. Envolve grande participação de pessoas. DIAS (1994)

A figura 5 mostra os alunos explorando o ambiente, conhecendo as trilhas, orquidário, bromeliário, entre outros. Conhecer para poder preservar. A exploração do ambiente ocorre com o acompanhamento de um guia e dos voluntários.

Figura 5- Eploração guiada para conhecimento do ambiente

Segundo Rodrigues (2004) O desafio está em repensar a educação em sua totalidade, enfrentando a fragmentação do conhecimento. Educar ambientalmente pressupõe investigar e refletir sobre as complexas relações socioambientais existentes e possíveis, à luz da realidade concreta e presente. Pressupõe, portanto, uma intervenção integradora exigindo dos próprios educadores uma postura dialógica, tanto entre seus pares, no exercício da interdisciplinaridade, como com os educandos e comunidade, no diálogo entre os diversos saberes.



DESENVOLVIMENTO DAS AÇÕES

A principio para que alunos, professores e comunidade pudessem participar, foi desenvolvido uma logística fluvial, onde rabetas (pequenas canoas) ou pequenos barcos, levassem os participantes ao local das palestras e atividades na Bacia do Tarumã-Açu. O transporte foi liberado aos alunos pelas Secretarias de Educação e aos comunitários pelos parceiros permissionários da bacia.

Na figura 6 apresentamos a locomoção dos alunos, vindos das comunidade nova esperança, santo andré, inhã-bê e aldeia rouxinol, essas duas são comunidades indígenas.

Figura 6- transporte escolar e comunitário

Segundo LEFF(2002) A interdisciplinaridade surge como uma necessidade prática de articulação do conhecimento, mas constitui um dos efeitos ideológicos mais importantes sobre o atual desenvolvimento das ciências, justamente por apresentar-se como o fundamento de uma articulação teórica. Fundada num princípio positivista do conhecimento.

Utilizando todos os métodos descritos, buscamos despertar a responsabilidade social e ambiental, através da criatividade do aluno, quanto as questões vivenciadas em sua exploração da área a ser reflorestada.

Na figura 7, apresentamos alguns desenhos dos alunos, oriundos das discussões e dos trabalhos em grupo. É a demonstração daquilo que veem e o que deve ser feito para preservar.

Figura 7 Desenhos feitos pelas crianças conforme observação do ambiente.

O conhecimento da Fauna e da Flora, fazem com que os envolvidos sintam-se responsáveis pela preservação. Percebam que a vida animal e florestal devem ser conservadas para as gerações futuras.

A figura 8 Mostra a fauna e flora da bacia do tarumã-açu. Uma grande biodiversidade. O local possui uma floresta de macacos, plantas árboreas e futíferas nativas.

Figura 8- Fauna e Flora da Bacia do Tarumã-Açu

Em parceria com a Fundação Floresta Viva, foi criado um espaço na área de reflorestamento, com livros, mapas e todo material necessário para as práticas de educação ambiental e sustentabilidade. As palestras versam sobre a biodiversidade, sua influência no contexto natural do rio negro e consequentemente do rio Amazonas, uma vez que a degradação da área pode ocasionar em um futuro não tão distante a contaminação dos rios.

A dissiminação da educação ambiental com os comunitários e permissionários da bacia, possibilita que tenham compromisso com o meio ambiente. As palestras e atividades desenvolvidas, demonstram a real importância de plantar e reflorestar as áreas degradas, além de contribuir para o meio ambiente mais agradável, ajuda a minimizar a contaminação da camada de ozônio.

Espera-se que outros pesquisadores tenham contato com os problemas ambientais causados pela degradação e emissão dos gases efeito estufa, que desenvolvam pesquisas e ações capazes de influenciar na realidade das comunidades, discutindo nas escolas suas problemáticas e possiveis soluções, tornando-os verdadeiros multiplicadores da conscientização ambiental e da valorização da vida no planeta, contribuindo de forma direta para a melhoria da qualidade de vida das pessoas.

Diante de tudo que foi exposto e apresentado pode-se concluir que a área a ser recuperada será beneficiada por meio das propostas de minimização dos impactos ambientais ocasionados. A devolução da cobertura vegetal, recompõe parcialmente a mata ciliar e recupera solos degradados com a implantação dos Programas de Educação Ambiental.

A figura 9 apresenta a capa e contra capa da cartilha como cuidar do meio ambiente, desenvolvida pelos voluntários acadêmicos de Cursos de Administração e Gestão Ambiental, protagonistas do projeto de educação ambiental para o reflorestamento em áreas degradadas, em parceria com a Fundação Floresta Viva As cartilhas são distribuídas nas atividades e palestras nas escolas municipais e estaduais. As imagens são baseadas na fauna e cultura do local. Possui linguagem fácil e adequada as questões ambientais.

Figura 9 Cartilha como cuidar do meio ambiente

A criação da cartilha contou ainda com a parceria do Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza- IBDN, sendo uma ferramenta muito utilizada na disseminação da educação ambiental. Por último e não menos importante, levamos alunos, professores e comunidade a fazerem o plantio nas áreas degradas do tarumã-açu.

A figura 10 mostra o compromisso assumido por parte dos comunitários, voluntários e alunos, e tem contribuído com a recuperação da floresta, diminuindo a contaminação da camada de ozônio e redução dos gases efeito estufas. É um momento de muita satisfação e sensação de dever cumprido.

Figura 10 plantio das mudas com alunos e comunidade da Bacia do tarumã-açu.

O reflorestamento é contínuo e ocorre duas vezes durante o ano, no primeiro e segundo semestre, entre o período de cheia e de seca, ocorrendo a continuidade do processo quanto a sobrevivência e mortalidade, além de substituição das mortas.

Na figura 11 apresentamos os comunitários e parceiros reflorestando a área degradadada da bacia. O compromisso é contínuo e cada um sente-se responsável pela muda ali plantada, pelo seu desenvolvimento. Ainda há tempo para mudarmos nossos conceitos, e acreditarmos que podemos fazer a diferença. As crianças são os principais atores dessa transformação e podem fazer um mundo melhor.

Figura 11 plantio com a comunidade e parceiros

Conclusão

Para que possamos elaborar estratégias de conservação e preservação do meio ambiente, faz-se necessário conhecer esse meio a partir do modo de ver das populações que fazem parte dele.

Querer reflorestar as áreas degradas sem dar as condições necessárias para a sua continuidade, é o mesmo que não fazer nada, pois a área pode voltar a ser um “deserto” se não houver o compromisso e a responsabilidade das pessoas. Para que se tenha sucesso, deve-se iniciar com as crianças e as pessoas que podem promover a mudança, através da disseminação da educação ambiental. Não se deve “fazer” sem discutir sobre o “porquê”, “para quê” e como fazer.

A chave para abordar os problemas ambientais ocasionados pelas degradações é envolver as pessoas e torná-las protagonistas do processo de recuperação do meio ambiente. O fato de que o desmatamento influencia diretamente nas mudanças climáticas deve ser apresentado de forma clara a todos os envolvidos, por isso a necessidade da educação ambiental, como forma de esclarecer.

Quando se trabalha o Meio Ambiente como parte integrante de cada um de nós, pode-se perceber que ao degradarmos o ambiente e aos destruirmos os recursos naturais, destruímos também toda e qualquer forma de vida do planeta. Se toda e qualquer forma de vida está sendo destruída é certo que o homem também desaparecerá.

Referências:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa. 16ª ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

IBAMA, Amazônia: uma proposta interdisciplinar de Educação Ambiental. Brasília, 1994.

LEFF, Enrique, Saber Ambiental. Sustentabilidade, Racionalidade, Complexidade, Poder. 3.ª ed. Petrópolis: 2004. Ed. Vozes.

LINDNER, Edson, Ecofilosofando Sobre o Ambiente. Educação Ambiental, vários olhares e várias práticas. Porto Alegre. Ed. Mediação, 2004

RODRIGUES, Karem Adami, Educação Ambiental, vários olhares e várias práticas. Porto Alegre. Ed. Mediação, 2004

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Educação Ambiental: Curso Básico à Distância – Questões Ambientais, Conceitos, História, Problemas e Alternativas. 5v., 2ª edição. Brasília, 2001.

Ilustrações: Silvana Santos