Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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20/03/2020 (Nº 70) INSTITUTO TRATA BRASIL LANÇA MAIS UM RANKING DO SANEAMENTO BÁSICO
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INSTITUTO TRATA BRASIL LANÇA MAIS UM RANKING DO SANEAMENTO BÁSICO

POR  TRATA BRASIL

Na última terça-feira (10 de março), foi lançado o mais novo Ranking do Saneamento. Feito desde 2009, o Instituto Trata Brasil, em parceria com a GO Associados, divulgou o Ranking do Saneamento Básico – 100 Maiores Cidades do Brasil. Nesse ano, assim como nos demais, o estudo abordou os indicadores de água e esgotos nas maiores cidades do país com base nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) – ano base 2018, divulgado anualmente pelo Ministério das Cidades.

O Ranking do saneamento básico deste ano buscou mostrar o quão longe o país ainda está em cumprir os compromissos nacionais e internacionais em água tratada, coleta e tratamento de esgoto.

Atualmente no país, usando o SNIS ano base 2018, ainda 16,38% da população brasileira não tem acesso ao abastecimento de água, o que representa quase 35 milhões de pessoas – 3x a população de Portugal; 46,85% não dispõem da cobertura da coleta de esgoto, chegando a mais de 100 milhões de pessoas sem esses serviços básicos – mais de 2x a população da Argentina. Além de tudo isso, o volume de esgoto no Brasil ainda é abaixo do ideal, somente 46% do volume gerado de esgoto no país é tratado.

Dentre os principais destaques dessa edição, está a cidade de Santos (SP), que assumiu a liderança do Ranking, ultrapassando Franca (SP) que estava há mais de quatro anos seguidos como primeira colocada. Dentre os destaques negativos, estão quatro grandes capitais brasileiras entre as 10 piores do ranking, sendo todas da região Norte: Macapá; Porto Velho; Manaus e Belém.

No texto do blog de hoje discorreremos um pouco mais sobre os principais indicadores do Ranking 2020.

ACESSO À ÁGUA TRATADA

O acesso ao abastecimento de água tratada no Brasil é o que mais avançou historicamente, e mais ainda quando comparado ao esgotamento sanitário (coleta e tratamento de esgotos). O indicador médio nos 100 maiores municípios em 2018 foi de 93,31% da população; um atraso frente aos 94,60% de 2017. A média dos 100 maiores municípios foi maior que à média brasileira que foi de 83,6%. Dentre os piores municípios nesse quesito estão Ananindeua e Porto Velho com 32,63 e 35,26, respectivamente. Dentre os 100 municípios do estudo, 28 apresentam 100% de água tratada.

POPULAÇÃO COM COLETA DE ESGOTOS

Os problemas da falta de esgotamento sanitário ainda preocupam no Brasil, sobretudo a coleta e o tratamento dos esgotos. Em 2018, o Brasil despejou na natureza 5.715 piscinas olímpicas de esgoto sem tratamento por dia e 2 milhões por ano. O indicador médio de coleta de esgotos nos 100 maiores municípios foi 73,30%, havendo um pequeno avanço ao compararmos aos 72,77% em 2017. No geral, os 100 maiores municípios possuem coleta de esgoto bastante superior à média do Brasil, que foi de 53,2%. Dentre os piores municípios nesse quesito estão Santarém e Ananindeua com 2,05 e 4,19, respectivamente. Piracicaba foi o melhor município no quesito, com 100%.

TRATAMENTO DOS ESGOTOS

O indicador médio do tratamento de esgotos nos 100 maiores municípios em 2018 foi de 56,07%; avanço mínimo em relação aos 55,61% de 2017. Segundo o SNIS, a média nacional foi de 46,3%, ou seja, as maiores cidades tratam, na média, mais esgotos que o país. No entanto, em ambos os casos, o indicador está baixo mostrando ser um dos maiores desafios a serem enfrentados. Os municípios que enfrentam os maiores problemas neste indicador são Governador Valadares (MG) e São João do Meriti (RJ), ambos com 0,0% de tratamento. Assim como na coleta, Piracicaba também foi a melhor em tratamento, com 100% de esgoto tratado.

PERDAS DE ÁGUA POTÁVEL

As perdas de água, que ocorrem a partir de vazamentos, erros de leitura dos hidrômetros, furtos (famosos “gatos”), entre outros problemas, registrou indicador médio de perdas nas 100 maiores cidades de 34,40%, o que representa uma melhoria frente os 39,50% de 2017. Tal valor também é menor que a média nacional no SNIS 2018, que foi de 38,5%. Os municípios com maiores dificuldades nesse quesito são Porto Velho (RO) e Manaus (AM), ambos capitais, e apresentaram 77,68% e 74,95% de perdas, respectivamente. O melhor município no quesito é também o melhor município do Ranking, Santos (SP), com apenas 14,32% de perdas.



Ilustrações: Silvana Santos