Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
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CONTRIBUIÇÕES DA REVISTA EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM AÇÃO PARA DIFUSÃO DO AUDIOVISUAL, COMO INSTRUMENTO DE ENSINO E APRENDIZAGEM: EDIÇÕES DE NÚMERO 1 A 38
Márcia Francineli da Cunha Bezerra1, Suzana Carla da Silva Bittencourt2, Luiza Nakayama3
1Doutora em Ciência Animal.Integrante da Sala Verde Pororoca/ICB-CEABIO/UFPA. E-mail: m.francineli36@gmail.com. 2Doutora em Ciência Animal.Integrante da Sala Verde Pororoca/ICB-CEABIO/UFPA. E-mail: suzy_bitt@yahoo.com.br 3Doutora em Genética Bioquímica e Molecular, professora titular e coordenadora da Sala Verde Pororoca: espaço socioambiental Paulo Freire. Av. Augusto Correa, 01 – Campus Universitário do Guamá, CEABIO – Centro de Estudos Avançados da Biodiversidade. 66075-110. Belém-PA. E-mail: lunaka@ufpa.br
RESUMO: Utilizamos a Revista Educação Ambiental em Ação para verificarmos como foram trabalhadas as palavras-chave: “cinema”, “audiovisual”, “vídeos”, “filme”, “documentário” e “desenho animado” e, no contexto da revista. Palavras-chave: Filme. Documentário. Educação Ambiental. Cidadania.
ABSTRACT: We used the Revista Educação Ambiental em Ação to verify how the keywords: “movie theater”, “audio-visual”, “videos”, “movie”, “documentary” and “cartoon” are worked, in the context of this Journal. Keywords: Movie. Documentary. Environmental Education. Citizenship.
INTRODUÇÃO O Grupo Sala Verde Pororoca: espaço socioambiental Paulo Freire, convênio da Universidade Federal do Pará com o Ministério do Meio Ambiente (UFPA – MMA), vem desenvolvendo trabalhos lúdicos na esfera da Educação Ambiental (EA), desde 2006. Em 2009, foi lançada a Primeira Mostra Nacional de Produção Audiovisual Independente do Circuito Tela Verde do MMA, a qual veio contribuir, dentro do Programa Sala Verde Pororoca, no sentido de despertar o interesse das pessoas para as temáticas socioambientais. Assim, até o presente momento, apresentamos os vídeos do Circuito em ambientes formais e informais, em projetos ligados à Pró-Reitoria de Extensão (PROEX-UFPA). Em 2015, o Grupo Sala Verde Pororoca se reuniu e vislumbrou a possibilidade de se trabalhar com filmes/documentários, os quais tratam de pessoas com necessidades especiais e formas de inclusão social, pois acreditamos que o esclarecimento e a compreensão de problemas do “aluno diferente” se não evita, diminui o bullying em escolas. Percebemos, pelas nossas observações em um Centro de Referência à Assistência Social de Belém – PA (TRINDADE et al., 2010) e pelas sessões do Projeto EACINE em escolas, que só existe bullying porque existe plateia e, portanto, é nos alunos de ensino básico que devemos focar ações mais específicas. Tomamos como base teórica para nossa INTRODUÇÃO, o artigo de Viana; Damasceno (2011) o qual apresenta uma reflexão acerca da função dos meios de comunicação social e como esses meios, podem auxiliar na sensibilização ambiental. Os autores citam a Lei 9.795/99, sobre a EA, a qual indica a ação dos meios de comunicação como agentes educacionais, tornando-os fortes aliados no processo de aprendizado. Neste contexto, afirmam que temas complexos podem, e devem ser divulgados para ampliar as consciências sobre o ecossistema, divulgar produção econômica e recursos energéticos sustentáveis na promoção de justiça social e, por esta razão, as questões ambientais discutidas por diversos agentes comunicacionais devem formar consenso, sensibilizar e mudar atitudes. Viana; Damasceno (2011) também destacam que a mídia possibilita potencializar o alcance da prática de EA na escola, por meio de: recursos de vídeo, internet, teleconferências, revistas e jornais. Dentro da perspectiva que a educação aliada à relativização do tempo e espaço pelas mídias, além disso, pode potencializar os mecanismos sem fronteiras, que podem alcançar um público bem maior que alunos e professores, concluindo que as formas diversificadas de comunicação proporcionam valores e mostram iniciativas que melhoram a visão coletiva em prol da cidadania e da qualidade de vida das pessoas na sociedade. Neste contexto, a primeira providência foi verificarmos como a palavra-chave mais ampla “cinema” se inseria no contexto da Revista Educação Ambiental em Ação, imaginando o cinema como espaço físico e não como um instrumento de ensino e aprendizagem em EA, por esta razão achamos interessante colocá-lo no item INTRODUÇÃO e não no RESULTADOS E DISCUSSÃO, mas constatamos que vários autores tratavam “cinema” como sinônimos das palavras-chave: “filme” e “audiovisual”.
CAMINHOS METODOLÓGICOS Como na Sala Verde Pororoca, trabalhamos com filmes, documentários, vídeos e desenhos animados, percebemos que na Educação Ambiental em Ação havia muitos artigos tendo como foco, além das quatro palavras-chave, muito citadas em nossas publicações, duas outras: cinema e audiovisual, como instrumento pedagógico. Assim, iniciamos a “nossa garimpagem”. Realizamos buscas sistemáticas, para a revisão da literatura a partir das bases de dados on-line Educação Ambiental em Ação, desde a primeira edição (n. 1, em 2002) até a de 2020 (n. 70, Março a Maio de 2020), colocando na opção “Procurar” do site da revista as seis palavras-chave, para a busca de dados, em um ou mais dos campos da base de dados (como: título, abstract, palavras-chave ou no próprio corpo de texto). Encontramos, desde a edição n.1 até a n.70:238 produções com a palavra vídeo; 62 com cinema, 39 com audiovisual, 23 com filme, 22 com documentário e 12 com desenho animado. Em seguida tentamos agrupar, em ordem cronológica, os trabalhos obtidos nas buscas com palavras-chave e verificamos que vários, evidentemente, se sobrepuseram. Em seguida, fizemos uma filtragem retirando artigos sem conteúdo, nos quais citavam apenas que uma determinada atividade foi realizada em um Cinema X e/ou mesmo informando o leitor sobre “Eventos sobre Meio Ambiente e Educação Ambiental”, “Divulgação de Eventos” e “Notícias”. Também “Dicas para uma vida melhor”, “Dicas e Curiosidades” que incluíam ir a uma sessão de cinema. Descartamos artigos, nos quais foram citados apenas materiais para consumo, dentre eles CD/fitas para vídeos ou como instrumento de levantamento de dados, dentre outros: câmeras, gravador, software editor de áudio e software editor de vídeo ou a afirmação de entrevistados de que a escola possui sala de vídeo. Vale assinalar o artigo sensível e com um olhar pessoal de Sato (2005) no qual afirma que "A arte é sempre um consenso, tocando corações e mentes de várias áreas do conhecimento” e, dentre elas, cita o cinema. A pesquisadora faz uma analogia entre alguns filmes do circuito comercial de cinema e a EA, enfatizando o aspecto polissêmico de ambos e sintetiza: “Porque somos diversos, nossos sonhos são plurais. [...]. Buscamos atuar no mundo, agregando-nos aos semelhantes. Ressignificar a EA na cultura é também tentar ultrapassar a frieza dos textos frios”. E conclui: que a arte é “magia” “que possibilita que as expressões vazem de nossos sentidos, tornando-se palatáveis somente quando ressignificamos a EA na sensível diferença artística que move o mundo”. Fernandes (2009, s.p.) explica que o conceito de educomunicação é formado da fusão entre as palavras Educação e Comunicação, tendo como principal objetivo o empoderamento das pessoas e da comunidade: “Estimulando a criatividade, a construção de opiniões críticas em relação ao contexto social em que vivem e enraizando a cidadania [...] desenvolvida na maioria das vezes, dentro da sala de aula, contribui para que todos sejam capazes de criar comunicação e que sejam mais críticos à mídia, distinguindo o que é bom ou ruim [...]”. Neste contexto, comentou que no Encontro de Educação Ambiental - EA 2009, os educomunicadores (que envolveram profissionais das áreas de comunicação, biologia e educação ambiental) capacitaram alunos da Escola CAASO, os quais realizaram a cobertura do evento e produziram textos, entrevistas, programas de áudio e vídeo. A grande maioria dos artigos não selecionados foram aqueles, genéricos, nos quais os próprios autores do artigo ou professores entrevistados afirmavam que utilizam de alguma forma, as palavras-chave como recurso didático para aprendizagem significativa do aluno sobre meio ambiente e EA. Alguns autores até sugeriram a elaboração de vídeo/audiovisual/documentário didático, por exemplo, com elementos naturais da própria região, a fim de alcançar a sustentabilidade regional, após consultas de outras tecnologias da comunicação e informação, afirmando a importância de se utilizar este instrumento didático e/ou sugeriam que o público-alvo fizesse um audiovisual, como produto final de uma palestra/oficina ou de uma entrevista/questionário e artigos nos quais é realizada a diagnose sociocultural do alunado/professor. Neste contexto, concluímos que embora tenhamos convicção que os trabalhos são em EA, os autores não sugeriram o nome do filme/documentário/desenho animal/audiovisual/vídeo e nem indício de um conteúdo mais específico. Além disso, retiramos artigos, nos quais os autores afirmam utilizar além de caderno de campo, gravação em áudio, em vídeo e em audiovisual, como fontes de registros das falas dos entrevistados. Excluímos todos os trabalhos nos quais referendam autores da literatura que tratam diferentes formas de trabalhar a EA, por meio de manifestações artísticas, dentre elas o cinema, além de artigos nos quais a palavra-chave pode ser encontrada apenas nas referências bibliográficas. Em três artigos, por exemplo, é citado Edgar Morin: As artes levam-nos à dimensão estética da existência e – conforme o adágio que diz que a natureza imita a obra de arte – elas nos ensinam a ver o mundo esteticamente. Trata-se, enfim, de demonstrar que, em toda grande obra, de literatura, de cinema, de poesia, de música, de pintura, de escultura, há um pensamento profundo sobre a condição humana. Também excluímos artigos, nos quais os autores, como dica para viver melhor ou para aqueles que não apreciam determinada atividade (futebol, por exemplo), sugerem o planejamento do tempo, reservando um espaço para ir ao cinema ou ficar em casa assistindo audiovisuais e vídeos de cunho educativo. Há um artigo saudosista que, como lembranças de infância, cita a matinê no cinema do bairro, às 10:00h. Adams (2009/2010) sugere trocar momentos de lazer passados em frente ao computador ou vídeo game por uma caminhada. Neste contexto, Fujihara; Spazziani (2011) entrevistaram pessoas na faixa etária de 25 a 50 anos, de ambos os sexos, e nos relatos dos entrevistados revelam que todos tiveram uma infância com bastante liberdade, onde ‘brincar na rua’ era uma das brincadeiras prediletas, diferentemente dos modos de ser das crianças de hoje, que se atém e se entretém com eletrônicos, como televisão, computadores, internet, celular e vídeo games. Também não computamos na sessão “Divulgação de Eventos” chamada para participar de mostra de cinema ou enviar contribuição de: filmes, audiovisuais, vídeos e projetos. Em um evento é estimulada a participação de profissionais, líderes de ONGs e movimentos sociais não somente em oficinas e mostras de fotografias e de vídeo como também nas discussões, visando garantir um debate mais aprofundado para o intercâmbio de experiências. No item “Você sabia que...” é apresentada a REBIA - Rede Brasileira de Informação Ambiental, uma iniciativa do IBVA - Instituto Brasileiro de Voluntários Ambientais e do Jornal do Meio Ambiente em parceria com diversas organizações e veículos, atuando em todo o território nacional e que se desdobra em cinco versões regionais. A REBIA tem por objetivos contribuir para o fortalecimento da democratização da Informação Ambiental no Brasil; dentre as atividades a produção de materiais institucionais e de comunicação (folder, CD, vídeo). (http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=178). Também vale a pena ressaltar no item “Contribuições de Convidados/as” para o VI Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, sob a responsabilidade da Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA), coletivo que reúne redes de EA regionais, locais e temáticas e educadores ambientais do país, que, de acordo com Dib-Ferreira; Guerreiro (2009) houve exposição de dezenas de vídeos ambientais, produzidos pelos educadores ambientais e suas instituições e de vídeo de relatos de experiências vividas por pessoas com trajetórias significativas na área ambiental. No item “Reflexão”, o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, criado durante a ECO 92, sendo referência para educadores ambientais do mundo, foi discutido por diversos educadores, pesquisadores e coletividade em geral de forma a se tornar mais claro no que tange ao conteúdo, no V Fórum Brasileiro de Educação Ambiental, ocorrido em Goiânia/GO, em 2004. A REBEA entrevistou alguns educadores para saber tanto sobre o documento quanto como estão sendo, na prática, as aplicações do conteúdo do Tratado. A grande maioria respondeu ser o documento mais importante na orientação das discussões, visto abrir espaço para novos programas educacionais, entretanto, este precisa e deve ser reavaliado pela sociedade. Neste contexto, a entrevistada Monica Simons comenta que utiliza a projeção do vídeo 'Somos todos aprendizes' relacionando-o com o Tratado de EA, como um dos recursos didáticos pedagógicos (http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=386). No item “Entrevistas”, excluímos artigos, nos quais os entrevistados citam que entre as fontes de informação sobre meio ambiente e sobre EA está o cinema, o audiovisual e o vídeo. Mas Adams (2002) entrevistou Vera e Yuri Sanada (www.aventura.com.br - o primeiro portal de aventuras do Brasil), que vivem a bordo de um veleiro e viajam pelo mundo redescobrindo encantos da terra e do mar; e para registro, citaram um vídeo, em andamento, documentando as aventuras, sempre com um cunho em EA. Adams (2010/2011) entrevistou o engenheiro agrônomo Arno Leandro Kayser, de Novo Hamburgo/RS, em cuja vida as questões ambientais sempre estiveram presentes, participando de vários movimentos ambientais, destacando, além de centenas de publicações, vídeos registrando o trabalho de EA nas escolas do Vale dos Sinos. Adams (2011) entrevistou também a apresentadora, ambientalista e radialista Priscila Kirsner, que comanda o programa, Fiscais da Natureza (Link que apresenta vídeo das atividades de Priscila: http://migre.me/6f6vd). Dentre as experiências com as questões ambientais, Priscila citou a entrevista com o pessoal do Rancho dos Gnomos, um santuário que recebe animais maltratados de circos. Lembrou que estava entrevistando ao vivo e “passamos um vídeo de um leão que tinha passado sua vida toda em uma jaula e foi filmado sua libertação no Rancho. O primeiro contato que ele teve com a terra e o céu. Ele passou horas brincando com a terra e olhando para o céu. Eu não sabia a história do leão, fiquei sabendo no ar, fui pega de surpresa e cai em prantos, foi difícil voltar e manter a pose!” (vídeo dessa entrevista: http://www.youtube.com/watch?v=HTRZh7B9V6w). No item “Dicas e Curiosidades” três links com animações, os quais podem servir como suporte didático-pedagógico (http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=248): 1. http://www.bozzetto.com/Flash/Life.htm 2.http://www.thesustainablevillage.com/miniature_earth/miniature_earth_portugues.htm 3. http://www.cebds.com/videos/slbrazil-modem.asf Dica para assistir o documentário “Ilha das flores” (http://www.portacurtas.com.br):um ácido e divertido retrato da mecânica da sociedade de consumo, acompanhando a trajetória de um simples tomate, desde a plantação até ser jogado fora. Mostra também o processo de geração de riqueza e as desigualdades que surgem no meio do caminho (http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=292). O jornalista Ney Gastal selecionou filmes para trabalhar, com diferentes públicos-alvo: A hora final; Nanook do Norte; Anna dos 6 aos 18; Derzu Uzala; Mais forte que a vingança; Cosmos; Lições da escuridão; Síndrome da China; Parque dos dinossauros; O dia depois de amanhã; O testamento; Koyaanisqatsi e suas duas continuações, além de documentários exibidos na TV a cabo, principalmente da: "National Geographic", "Discovery" e "GNT". (http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=681). No mesmo item, dica para quem quer incrementar suas práticas de EA com vídeos educacionais que abordam diferentes temáticas. Basta acessar o site do Instituto de Pesquisas Espaciais de São Paulo – INPE, escolher o vídeo e baixar gratuitamente no seu computador (http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=842). Também indicamos Home, documentário lançado em 2009, produzido pelo jornalista, fotógrafo e ambientalista francês Yann Arthus-Bertrand, inteiramente composto de imagens aéreas de vários lugares da Terra, mostrando a diversidade da vida no planeta, com o intuito de sensibilizar a opinião pública mundial sobre a necessidade de alterar modos e hábitos de vida a fim de evitar uma catástrofe (http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=847). A outra dica neste item, que não podemos deixar de citar é o “Jogo da Carta da Terra” idealizado por Patrícia Abuhab, um material pedagógico e paradidático (http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1171). No entanto, foram aceitos trabalhos propondo o uso do tema cinema/audiovisual/vídeo/filme/documentário, o qual sugeriram também os conteúdos que poderiam ser desenvolvidos e a metodologia e, portanto, foram “salvos” e foram discriminados nos quadros 1 e 2, no item RESULTADOS E DISCUSSÃO. Em vista de tabelas 1 e 2 do estado da arte sobre teatro/peça teatral, na Revista Educação Ambiental em Ação, termos citados 65 artigos (BEZERRA et al., 2019) e alguns leitores terem considerado o tamanho de letras pequeno e difícil de ler (Times New Roman 8), resolvemos dividir o estado da arte relacionado ao tema cinema/audiovisual/vídeo/filme/documentário/desenho animado em dois artigos: o primeiro, desde a primeira edição (n. 1, em 2002) até a edição 38 (Dezembro/2011-Fevereiro/2012) e o segundo da edição 39 (Março a Maio de 2011) a última publicação da Revista,até o envio do artigo. Assim, podemos utilizar o tamanho de letra Times New Roman 10, nas tabelas 1 e 2 do presente artigo. Cabe destacar que encontramos doze artigos utilizando a palavra-chave “desenho animado”, mas verificamos que apenas um deles era sobre o uso desse instrumento para ensino e aprendizagem em EA, o qual será apresentado na segunda parte do estado da arte, por ser de 2019. À guisa de informação, alguns artigos utilizaram apenas a palavra animado ou desenho e um se encontra repetido em dois números da revista. Ressaltamos, no entanto, o artigo de Costa et al. (2013/2014), no qual foi utilizada a expressão “esquema animado”, para simular o processo de tratamento de água, desde a captação até a distribuição nas residências e indústrias, bem como as reações químicas existentes nesse processo. Strachman (2005/2006) sugere, entre outras atividades prazerosas, assistir desenho animado, a fim de libertar-se e ser o “seu melhor amigo!” Strachman (2007/2008), relembrando os bons momentos que passou em companhia da sua avó Rosa, falecida naquele ano, a descreveu como “fofa daquelas de desenho animado”. Castro; Alves (2014/2015) comentam que somos reféns de nossas visões ou conceitos e, por essa razão, somos como Mister Magoo, do desenho animado, que por ver o mundo através da pesada lente dos óculos, o vê de modo particular e, em consequência, comete sucessivos enganos. Nesse contexto, as autoras distribuem fotos do Rio de Janeiro de diferentes épocas e pinturas de René Magritte, a fim de que, em roda de conversa, o dinamizador frise conceitos importantes: espaço, tempo, paisagem e realidade, sendo um bom exercício para renovar nossa visão do mundo, trocando as lentes velhas por novas. Este artigo tem cunho quali-quantitativo. Para as análises quantitativas utilizamos o Programa EXCEL 2013 for Windows e para a qualitativa utilizamos a análise de conteúdo de Bardin (2011). Neste contexto, o objetivo do presente trabalho foi catalogar os artigos, presentes na Revista Educação Ambientais em Ação, que tratam de audiovisuais em geral, verificando os assuntos abordados, o público-alvo e a metodologia pedagógica empregada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO Assim, no item CAMINHOS METODOLÓGICOS tratamos como as seis palavras-chaves se inserem na Revista Educação Ambiental em Ação, mas sem conotação/informação de como são utilizadas, para e em atividades práticas em EA, portanto, excluídos neste item. Após a leitura de todos os trabalhos encontrados e com os diferentes processos de seleção, fechamos o presente artigo com 22 trabalhos (Quadro 1), desde o seu lançamento (2002) até a edição 38 (Dezembro/2011-Fevereiro/2012). Informo que a grande maioria dos artigos presentes nos quadros 1 e 2, da Revista Educação Ambiental em Ação, pertencem à categoria “Artigos”, “Trabalhos Enviados” e “Relatos de Experiências”. No entanto, vale pontuar na categoria “Folclore” a colaboração de Guimarães, na qual ela cita: “Até as danças serviram de pretexto à invenção de umas das lendas mais interessantes do Paraná. Floriu na marinha. Em Guaraquessaba”, narrando a lenda. E no final, anexa a informação: “SÉRIE DE VÍDEOS GLOBO ECOLOGIA Nº 20: “Professor Tangará (7min 18seg). Documentação do ritual de acasalamento dos tangarás, pássaros dançarinos, em viveiro [...], num bairro da zona sul de São Paulo. Adaptação “em câmera de vídeo para facilitar filmagens e registros do esquema da dança”. (http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=366). Fizemos questão de incluir este artigo (embora não conste nos quadros), porque vislumbramos a possibilidade de se trabalhar vários temas em EA, utilizando a lenda, tais como: o papel da dança no ritual de acasalamento, extinção de espécies, adaptações de aves em ambientes urbanos, dentre outras. Quadro 1. Artigos publicados na revista Educação Ambiental em Ação, obtidos, usando as cinco palavras-chave: cinema, audiovisual, vídeo, filme e documentário.
A partir do Quadro 1, criamos a categoria “Assunto” para resumir o conteúdo dos trabalhos (Quadro 2), procurando embasar no resumo proposto no próprio artigo, sendo que o N de ambos os quadros corresponde ao mesmo artigo. No entanto, por não ter resumos (principalmente nas primeiras edições), ou por após lê-lo não citar as palavras-chave, analisamos o corpo do artigo e em que contexto elas se inseriam e, assim, demos a nossa visão, portanto, este item é de livre interpretação dos autores deste artigo. Cabe destacar que percebemos que com o passar das edições, gradativamente, os autores foram melhorando a qualidade, em se tratando de melhor descrição/narração dos conteúdos apresentados nos artigos. Neste contexto, outros artigos descrevem tão bem o conteúdo dos vídeos e a metodologia de trabalho, que tivemos dificuldade de fazer o resumo no Quadro 2 no item “assunto”. Consideramos, no entanto, importante este esforço, para expor o conteúdo em um espaço pequeno (Times New Roman, tamanho 10, espaçamento 1) porque esperamos que este artigo seja utilizado como estado da arte sobre o uso do cinema, audiovisual, vídeo, documentário e filme, como ensino e aprendizagem em EA, dentro da conceituada Revista Educação Ambiente em Ação. Pensamos em fazer um levantamento dos assuntos tratados nos artigos com as palavras-chave, mas consideramos inviável, pois muitos se entrelaçam e embricam, mas é interessante citar que vão de problemas ambientais, sendo que a maioria trata de lixo/coleta seletiva/compostagem/redução e reciclagem/preservação do meio ambiente/consumismo/poluição, seguido de outros temas: cidadania e sustentabilidade, uso consciente da água e de energia elétrica, interculturalidade e identidade, plantas medicinais, ecossistema manguezal, cadeia produtiva, aquecimento global, marketing, questões éticas com seres vivos não humanos, dentre outros. É gratificante perceber, por meio dos assuntos e metodologias abordados nos artigos, que a maioria dos autores tem uma visão holística de EA, a qual relaciona o homem, a natureza e o universo, de acordo com diversos autores (SORRENTINO, 1998; PRIMAVESI, 2000; GOMES et al., 2016, 2017), em um contexto mais amplo da EA para cidadania. Neste contexto, o público-alvo poderia ser classificado como “comunidade”, mesmo em atividades consideradas simples, direcionadas ao ensino fundamental menor. A palavra “comunidade” significa que a atividade foi ou pode ser apresentada em: ONG, praças, assentamentos, pacientes em hospitais, Unidades de Conservação, associação de bairros, Programas PET, eventos, feiras, etc. No entanto, preferimos estipular o público-alvo como estipulado pelos autores do artigo. As expressões “Ensino Fundamental” e “Ensino Médio” abrangem: alunos e ou professores de rede pública e particular de ensino básico em espaço formal, atuando como protagonistas e ou como plateia da atividade audiovisual. Aqui também incluem alunos e professores de graduação e de pós-graduação, que organizaram as atividades para serem apresentadas em escolas, principalmente, direcionadas a crianças e a adolescentes. Quadro 2. Conteúdo e público-alvo dos artigos publicados na revista Educação Ambiental em Ação, obtidos, usando as cinco palavras-chave: cinema, audiovisual, vídeo, filme e documentário.
Baseado nos 22 artigos presentes nos dois quadros, sumarizamos como foram direcionados os artigos para os quatro públicos-alvo, desde o primeiro ano da revista Educação Ambiental em Ação (n.1), até o período de 2011-2012 (n.38) (Figura 1). Figura 1. Distribuição de artigos usando as palavras-chave: cinema, audiovisual, vídeos, filme e documentário, desde a primeira edição (n.1) até a de n. 38, na revista Educação Ambiental em Ação, relacionada ao público-alvo.
Na Lei Nº 9.795, de 27 de abril de 1999, no Art. 3o incumbindo no IV - aos meios de comunicação de massa, colaborar de maneira ativa e permanente na disseminação de informações e práticas educativas sobre meio ambiente e incorporar a dimensão ambiental em sua programação (BRASIL, 1999). No entanto, evidenciamos o papel da mídia, enfatizando a prática educativa em EA no ensino básico, na Revista Educação Ambiental em Ação, a partir de 2008. Cabe destacar que: 2004/2005; 2009/2010; 2010/2011 e 2011/2012 representam publicações referentes apenas ao período de Dezembro a Fevereiro (respectivamente, n.11; n. 30; n. 34 e n. 38), enquanto os anos 2004, 2005, 2008, 2009 e 2010 representam trabalhos referentes aos meses de: Março a Maio; Junho a Agosto e Setembro a Novembro, portanto, é evidente que nestes anos encontraremos mais publicações e esta tendência se acentua, na parte II do estado da arte (conforme levantamento prévio), inclusive com uma maior inclusão da comunidade nesse processo, mostrando cada vez mais o uso da TICs (Tecnologia da Informação e Comunicação) no contexto globalizado em que vivemos.
CONCLUSÃO Após a leitura de todos os trabalhos da Revista Educação Ambiental em Ação, os quais continham como palavras-chave, cinema, audiovisual, vídeo, filme, documentário e desenho animado, constatamos que, de modo geral, os trabalhos podem representar a realidade cotidiana, vivida e ou imaginada, servindo para conhecer e ou para avaliar as possibilidades para resolução de problema ambientais. Vale lembrar que embora muitos artigos, não tenham entrado nos quadros 1 e 2, propiciaram boas dicas de filmes, de documentários e de audiovisual, disponíveis nas mídias. Sabemos que o ser humano está em contínua construção do conhecimento, portanto, cinema, audiovisual, vídeo, filme, documentário e desenhos animados podem ser instrumentos para o aprendizado constante, envolvendo diferentes públicos. Como verificamos que o público-alvo mais citado são os alunos do fundamental e médio, sugerimos a confecção de roteiros para documentário/vídeo/filme/desenho animado, para e pelos próprios alunos, como forma de expressão e de criatividade, propiciando o fortalecimento e a elevação da autoestima, a socialização dos nossos discentes, para a construção de seres humanos, capazes de pensar e agir no mundo de forma responsável e significativa. Nesse contexto, o professor precisa repensar suas práticas pedagógicas, conhecer novos métodos e integrar várias tecnologias. Pelos 22 trabalhos selecionados, consideramos que as cinco palavras-chave (cinema/audiovisual/vídeo/documentário/filme) representam instrumentos de ensino e aprendizagem que possibilita a promoção de uma sensibilização ambiental positiva dentro da perspectiva pedagógica, educativa e ambiental, principalmente para o ensino básico, em ambiente formal, informal e não formal.
Informamos que inicialmente pensamos em anexar todos os 22 artigos referendados nos quadros 1 e 2, os quais poderiam facilmente ser encontrado na Revista Educação Ambiental em Ação, pelo título ou pelos autores ou pelo assunto. No entanto, devido ao problema de espaço, resolvemos nos deter apenas nas referências que se encontravam no corpo do texto, sejam elas da própria revista objeto deste estudo ou de outras fontes. ADAMS, B. G. Entrevista com Arno Leandro Kayser, para a 34ª Edição da Educação Ambiental em Ação. Educação Ambiental em Ação, n. 34, ano IX. Dezembro/2010-Fevereiro/2011. Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=904. ADAMS, B. G. Entrevista com Priscila Kirsner para a 38ª Edição da Educação Ambiental em Ação. Educação Ambiental em Ação, n. 38, ano X.Dezembro/2011-Fevereiro/2012. ADAMS, B. G. Crise ambiental, educação ambiental e sustentabilidade. Educação Ambiental em Ação, n. 30, ano VIII. Dez/2009-Fev/2010. Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=780. Acesso em: ADAMS, B. G. Quando o quintal é o mar a vida só pode ser uma aventura. Educação Ambiental em Ação, n. 2, ano I. Setembro-Novembro/2002. Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=54. BAÍA, M. C. F.; SANTOS, V. R.; SANTANA, A. R.; RAWIETSCH, A. K.; NAKAYAMA, L. Ludicidade: aprendendo a conservar o Parque Ambiental de Belém para não acabar. Educação Ambiental em Ação, n. 30, ano VIII. Dez/2009-Fev/2010. Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=795. Acesso em: 12 abr. 2019. BARDIN, L. Análise de conteúdo. São Paulo: Edições 70, 2011. BRASIL. LEI Nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Política Nacional de Educação Ambiental. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm. CASTRO, S. M.; ALVES, D. Senso percepção e educação ambiental: uma proposta de trabalho com grupos de yoga. Educação Ambiental em Ação,n. 46, ano XII. Dezembro/2013-Fevereiro/2014. Disponível em:http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1723. COSTA, V. C.; SANTOS, A. S.; RAMOS, L. C. O uso da temática água na formação ambiental de alunos da educação básica. Educação Ambiental em Ação,n. 50, ano XIII. Dezembro/2014-Fevereiro/2015. Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1923. DECLEV REYNIER DIB-FERREIRA, D. R.; GUERREIRO, J. Construindo um Encontro Nacional de Educação Ambiental: criando espaços colaborativos como meta. Educação Ambiental em Ação, n. 15, ano VIII. Dezembro/2009-Fevereiro/2010. Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=785. Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1118 FERNANDES, A. Educomunicação: educando pela comunicação. Educação Ambiental em Ação, n. 28, ano VIII. Junho-Agosto/2009. Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=702. FUJIHARA, J. R. P.; SPAZZIANI, M. L. Coletivo educador: um perfil do sujeito socioambiental. Educação Ambiental em Ação, n. 37, ano X. 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Conscientizar e sensibilizar: colóquios entre mídia e Educação Ambiental. Educação Ambiental em Ação, n. 37, ano X. Setembro-Novembro/2011. Disponível em: http://www.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1082. |