Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Relatos de Experiências
08/06/2020 (Nº 71) RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL AO AR LIVRE DESENVOLVIDA EM DUAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE
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RELATO DE EXPERIÊNCIA DE UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL AO AR LIVRE DESENVOLVIDA EM DUAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE





Rodrigo Cavasini

Graduação em Educação Física; Especialização em Metodologias do Ensino

de Educação Ambiental e em Educação Ambiental; Mestrado e doutorado em

Ciências do Movimento Humano/UFRGS; Professor da PUCRS. Email: rodrigo.cavasini@pucrs.br



Rafael Falcão Breyer

Graduação em Educação Física; Mestre em Ciências do Movimento Humano/UFRGS. Email: rfbreyer@gmail.com



Alice Pisani Annes

Graduanda de Biologia PUCRS. Email: alice.annes@acad.pucrs.br



Jaqueline de Lima Kssesinski

Graduação em Biologia. Pós-Graduanda em Gestão de Resíduos Sólidos pela Universidade Cândido Mendes. Email: jaqueline.kssesinski@acad.pucrs.br



Mariana de Brito Prates

Graduanda em Educação Física PUCRS. Email: marianapratesb@gmail.com



Resumo

Este trabalho relata a experiência realizada na disciplina Esportes na Natureza do Curso de Educação Física da Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. As atividades de Educação Ambiental ao ar livre ocorreram em 2019, e tiveram caráter teórico e experiencial. Foram utilizados espaços no Parque Natural Morro do Osso e na Reserva de Vida Silvestre São Pedro, ambos localizados em Porto Alegre, RS. Os participantes foram professores, estudantes e colaboradores. Os resultados apontaram para a ampliação da percepção de relevância das atividades ao ar livre, de espaços naturais, além da construção de conhecimentos e o desenvolvimento de competências pró-ambientais.

Palavras-chave: Conservação, Esportes de Aventura, Gestão de Riscos, Educação Experiencial, Sustentabilidade.



Abstract

This paper reports the experience carried out in the Course Nature Sports of the Physical Education Course at the School of Health and Life Sciences at PUCRS - Pontifical Catholic University of Rio Grande do Sul. The Outdoor Environmental Education activities took place in 2019, and had a theoretical and experiential approach. The spaces visited are Morro do Osso Natural Park and São Pedro Wildlife Reserve, both located in Porto Alegre, RS. The participants were teachers, students and collaborators. The results pointed to the expansion of the perception of relevance of outdoor activities, natural spaces, in addition to the construction of knowledge and the development of pro-environmental skills.

Keywords: Conservation, Adventure Sports, Risk Management, Experiential Education, Sustainability.







Introdução

Nas últimas décadas, diversos temas relacionados ao meio ambiente têm ocupado um espaço expressivo entre os mais debatidos na sociedade. Inúmeros esforços vêm sendo promovidos para o enfrentamento do aquecimento global, produção de resíduos, poluição de recursos hídricos, entre outros problemas. Contudo a complexidade da situação atual gera demanda por ações efetivas, que produzam um maior impacto na realidade mundial. Nesse sentido a Educação Ambiental desponta como alternativa relevante e cada vez mais presente (CAVASINI, 2016).

A Educação Ambiental possui conceituações que variam de acordo com os diferentes autores e instituições (MEREDITH et al., 2000), mas se aproximam em relação ao fato da Educação Ambiental ser um processo focado no ser humano e suas relações com demais indivíduos e meio ambiente (NATIONAL ENVIRONMENTAL EDUCATION ADVISORY COUNCIL, 1996). Além disso a Educação Ambiental é caracterizada pela transversalidade, interdisciplinaridade e por ser desenvolvida de inúmeras formas e em diversos espaços (CAVASINI, 2016).

Entre as formas de desenvolvimento da Educação Ambiental estão as realizadas em conjunto com atividades ao ar livre. Neste trabalho o termo atividades ao ar livre se refere às atividades físicas, esportivas, recreativas e educacionais realizadas em contato com a natureza, como: hiking; backpacking; canoagem; skate; surf; slackline; escalada; stand up paddle; observação de aves; acampamento; observação de estrelas; atividades; e jogos de sensibilização.

A Educação Ambiental realizada em conjunto com atividades ao ar livre ou, simplesmente, Educação Ambiental ao ar livre oportuniza o contato dos seres humanos com o meio ambiente. Para Louv (2015, 2013), Sobel (2011, 2005) e Cobb (2004) esse contato é um aspecto essencial para o desenvolvimento de relacionamentos positivos entre as pessoas e dessas com o meio ambiente.

A Educação Ambiental ao ar livre compreende propostas educacionais de dois tipos: o primeiro é focado em práticas de mínimo impacto ambiental em atividades ao ar livre; e o segundo é focado em intervenções pedagógicas realizadas no contexto de atividades ao ar livre (CAVASINI, 2016; CAVASINI et al., 2015). A realização de atividades ao ar livre pode gerar impactos ambientais, em especial, quando aspectos éticos são desconsiderados pelos praticantes (TEIXEIRA; BREYER, CAVASINI, 2018; CAVASINI, 2016). Nesse sentido os impactos ambientais das atividades ao ar livre podem ser exemplificados pela ampliação do processo erosivo em trilhas previamente estabelecidas e a presença de resíduos em locais inapropriados, como é encontrado em locais de prática de caminhada na natureza, ciclismo e motociclismo off road (CAVASINI; BREYER, 2017a). Somam-se a esses impactos, os causados aos recursos hídricos, vida silvestre, seres humanos (LEUNG; MARION, 2000), qualidade do ar (MOORE; DRIVER, 2005), e objetos e locais de valor histórico e cultural (THE LEAVE NO TRACE CENTER FOR OUTDOOR ETHICS, 2019).

Diversas estratégias são utilizadas com o intuito de impedir a geração de impactos ambientais durante a prática de atividades ao ar livre, em que podem ser citadas as propostas regulatórias e as propostas educacionais. Contudo desde a década de 1970 ampliou-se a percepção de que as propostas educacionais focadas em práticas de mínimo impacto, como os Princípios de Não Deixe Rastro, estão entre as estratégias mais efetivas para evitar ou minimizar esses impactos (MARION, 2014; VAGIAS, 2009 HENDEE; DAWSON, 2008).

Os Princípios de Não Deixe Rastro buscam orientar as escolhas dos praticantes para que os impactos sejam evitados ou minimizados. Eles possuem fundamentação científica e consideram questões relacionadas aos ambientes de prática, das atividades ao ar livre e de diferentes populações (THE LEAVE NO TRACE CENTER FOR OUTDOOR ETHICS, 2019). O Quadro 1 sumariza os Princípios de Não Deixe Rastro destinados a locais de grande presença e circulação de indivíduos, como parques e praças localizados em áreas próximas ou dentro de cidades.



Quadro 1: Descrição dos Princípios de Não Deixe Rastro para áreas de grande visitação (Leave no Trace Principles - Frontcountry Approach)

Princípios

Descrição

Conhecer antes de ir

Planejar a realização das atividade ao ar livre; Levantar informações sobre os espaços, atividades e participantes.

Permanecer nas trilhas e acampar em locais permitidos

Utilizar apenas os locais adequados ou determinados para a realização de atividades ao ar livre.

Dar um fim apropriado aos resíduos produzidos

Usar os sanitários existentes; Encaminhar de modo apropriado tudo que for levado à natureza.

Deixar os locais como foram encontrados

Não alterar os ambientes naturais, prevenindo danos e permitindo o senso de descoberta dos demais indivíduos.

Ser cuidadoso com as fogueiras

Realizar fogueiras apenas em áreas permitidas, usando espaços específicos e técnicas de mínimo impacto.

Permitir que os animais silvestres mantenham-se silvestres

Não alimentar e manter distância de animais silvestres, contribuindo para a gestão de riscos das atividades.

Compartilhar as trilhas e cuidar dos animais de estimação

Considerar e respeitar as outras pessoas; Usar guia de passeio e manter os animais de estimação sob controle.

Fonte: Elaborado pelos autores com base em Leave no Trace (2019), Marion (2014), Tilton (2003) e McGivney (2003).

Por sua vez, as intervenções pedagógicas realizadas no contexto de atividades ao ar livre buscam o desenvolvimento de competências pró-ambientais, através de atividades educacionais Para, No e Sobre o meio ambiente. A educação Para o meio ambiente objetiva promover a participação ativa do indivíduo e de grupos sociais na busca por resoluções de problemáticas ambientais (CAVASINI, 2016). A educação No meio ambiente utiliza os espaços naturais como uma fonte de materiais e de recursos para a realização de atividades educacionais, bem como um fator de descobrimento que amplia o processo de aprendizagem. Já a educação Sobre o meio ambiente centra-se em iniciativas teóricas com o intuito de desenvolver conhecimento sobre as interações entre os seres humanos e desses com o meio ambiente (LAYRARGUES, 2002; CASTRO, 1999).

As intervenções pedagógicas realizadas no contexto de atividades ao ar livre podem integrar diversas propostas educacionais. O Quadro 2 descreve as intervenções pedagógicas que foram realizadas em uma iniciativa voltada à promoção da inclusão social de jovens em situação de risco, por meio da participação em aulas de canoagem, vela, remo e slackline.

Quadro 2: Descrição de intervenções pedagógicas realizadas em aulas de canoagem.

Momentos

Descrição

Anteriormente à prática de atividades ao ar livre

Em conjunto com as discussões sobre equipamentos, locais, condições meteorológicas, gestão de riscos e objetivos propostos, as atividades educacionais Sobre o meio ambiente tratavam de questões ambientalmente relevantes, relacionadas ao cotidiano dos alunos e facilmente perceptíveis nos locais de prática, como as seguintes: ocupações irregulares nas margens de ilhas que integram o Parque Estadual Delta do Jacuí; descarte inadequado de resíduos; poluição de recursos hídricos.

Durante a prática de atividades ao ar livre

Em terra e em água, as atividades educacionais No e Sobre o meio ambiente eram realizadas através do estímulo à observação, análise e discussão do encontrado em praias, ilhas, rios, lagos e demais espaços utilizados nas práticas. Desse modo, buscando construir relações e questionamentos sobre os temas já abordados e a realidade encontrada durante a realização das atividades ao ar livre.

Após a prática de atividades ao ar livre

Em conjunto com as discussões relacionadas à prática, as atividades educacionais Para e Sobre o meio ambiente eram realizadas através de discussões, partilha de experiências e a busca de soluções dos problemas encontrados. Essa etapa era realizada tanto na iniciativa voltada à inclusão social, como nas escolas e comunidades dos alunos. Assim, buscando a construção de respostas e novos questionamentos, além de estimular o desenvolvimento de competências pró-ambientais, que são relevantes para a realização de atividades ao ar livre e o cotidiano dos alunos.

Elaborado pelos autores com base em Cavasini e Breyer (2017b; 2015) e Cavasini et al. (2015).

Independente da proposta de Educação Ambiental ao ar livre, cabe salientar que essas atividades educacionais despertam o interesse dos indivíduos, possuem potencialidades e podem expor os alunos a riscos.

O interesse pelas atividades ao ar livre se relaciona com vários aspectos motivacionais, como lista Manning (2011): ampliação da possibilidade de novos aprendizados em diversas áreas do conhecimento; constante presença de desafios, conquistas e estímulos; possibilidade de desfrutar de ambientes com expressiva beleza cênica e natural; convívio com outros indivíduos que partilham valores e interesses; oportunidade para ensinar e partilhar conhecimentos, habilidades e experiências; oportunidade para atuar de forma autônoma, buscar soluções e manter o controle em situações inesperadas; oportunidade para gerir os riscos presentes nas atividades.

As potencialidades ou possíveis benefícios das atividades ao ar livre podem ser organizadas em quatro categorias: ambiental; pessoal; sociocultural; e econômica. O Quadro 3 apresenta as principais potencialidades organizadas nessas quatro categorias.

Quadro 3: Potencialidades das atividades ao ar livre

Categorias

Potencialidades

Ambiental

Melhoria das relações entre os seres humanos e com a natureza; ampliação da compreensão da relevância do meio ambiente e da proteção ambiental; ampliação do envolvimento público em questões ambientais; desenvolvimento de ética ambiental; utilização de princípios de mínimo impacto ambiental.

Pessoal

Ampliação da percepção de qualidade de vida; melhoria do sistema imunológico; ganhos de autoimagem, autoestima e autoconfiança; melhoria de indicadores de saúde; desenvolvimento de competências pessoais; prevenção e redução da depressão e ansiedade; melhoria do desempenho acadêmico.

Sociocultural

Ampliação da apreciação de aspectos históricos e culturais dos locais visitados durante as práticas; ampliação da cooperação e coesão social; ampliação do envolvimento das comunidades na tomada de decisões; manutenção e melhoria da qualidade de áreas de valor histórico e cultural.

Econômica

Redução de gastos públicos com a saúde; desenvolvimento econômico nos âmbitos local, regional e nacional; ampliação de oportunidades para a qualificação profissional; desenvolvimento de oportunidades de emprego.

Elaborado pelos autores com base Manning (2011).

Durante a realização de propostas de Educação Ambiental ao ar livre e em paralelo à diversão, aventuras e aprendizados, podem ocorrer eventos indesejados como: incidentes, acidentes e quase perdas. Incidentes são eventos negativos de reduzida gravidade, como queimaduras leves por exposição ao sol e pequenos arranhões. Acidentes são eventos negativos de expressiva gravidade, como torções, fraturas e anafilaxia. Quase perdas são eventos com potencial para se tornarem negativos, que são exemplificados pelas situações em que os participantes poderiam ter se machucado, inclusive, de forma grave (CAVASINI; TEIXEIRA; PETERSEN, 2018; CAVASINI; BREYER; PETERSEN, 2016).

A possibilidade de ocorrência de eventos negativos não deve ser desconsiderada ou compreendida como algo impeditivo à realização das atividades educacionais (CAVASINI; TEIXEIRA; PETERSEN, 2018; CAVASINI, 2016). A presença de riscos é uma característica indissociável das atividades ao ar livre (ATTARIAN, 2012), que integram a Educação Ambiental ao ar livre (CAVASINI; BREYER; PETERSEN, 2016). Além disso os riscos podem contribuir para a ampliação de aspectos motivacionais (KNIGHT, 2011), o desenvolvimento pessoal (KNIGHT, 2011; GILL, 2007) e, inclusive, a melhoria de indicadores de saúde (GILL, 2007). De fato, a exposição a riscos gera a demanda por abordagens estruturadas de gestão, que superem a simples intencionalidade de realizar atividades educacionais consideradas seguras (CAVASINI; BREYER; PETERSEN, 2016).

As propostas de Educação Ambiental ao ar livre são desenvolvidas em diversos espaços, como: propriedades particulares destinadas especificamente ou não à realização de atividades ao ar livre; praças e parques municipais que possuam áreas verdes; cursos e corpos de água, além de praias e outras áreas próximas; e Unidades de Conservação (UCs).

Entre os locais utilizados para o desenvolvimento da Educação Ambiental ao ar livre as UCs se destacam das demais. Nesses espaços é possível promover a aproximação eticamente orientada do ser humano a áreas naturais diferenciadas e de expressiva relevância.

De fato, as UCs são áreas de inestimável valor, estão presentes nas diversas regiões brasileiras, englobam várias categorias e podem ser descritas como: “espaços territoriais e seus recursos ambientais, incluindo as águas jurisdicionais, com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com objetivos de conservação [...]” (BRASIL, 2000).

Os refúgios de vida silvestre e os parques nacionais, estaduais e naturais diferenciam-se das demais categorias de UCs por também possuírem objetivos relacionados à promoção da Educação Ambiental e de atividades ao ar livre. Assim tornando possível o consequente desenvolvimento de experiências estruturadas e aprendizados duradouros, os quais são importantes aos indivíduos, sociedade e meio ambiente.

Nacionalmente são recorrentes as iniciativas de Educação Ambiental sendo desenvolvidas em UCs, entretanto, são menos expressivos os relatos de propostas estruturadas de Educação Ambiental ao ar livre realizadas nesses espaços, em especial de experiências realizadas com estudantes do ensino superior. Uma situação que enfatiza a relevância de uma maior aproximação do meio acadêmico, de modo a contribuir para a construção do conhecimento e o aprimoramento de atividades educacionais em execução.

Este trabalho relata a experiência do desenvolvimento de uma proposta de Educação Ambiental ao ar livre realizada no Curso de Educação Física da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), que ocorreu no Parque Natural Morro do Osso e na Refúgio de Vida Silvestre São Pedro em 2019. A seguir serão apresentados aspectos da experiência construída, além de considerações e perspectivas.



A Experiência Construída

A proposta de Educação Ambiental ao ar livre foi desenvolvida nos dois semestres de 2019 e envolveu cinco turmas da disciplina Esportes na Natureza do Curso de Educação Física, a qual integra a Escola de Ciências da Saúde e da Vida da PUCRS. A disciplina possui carga horária de 30 horas e aborda os seguintes temas: Atividades ao ar livre; Educação ambiental ao ar livre; Gestão de riscos; Educação ao ar livre; Liderança em atividades ao ar livre. Ademais ela busca oportunizar experiências previamente planejadas e direcionadas de modo a aproximar os alunos dos desafios corriqueiros que são encontrados no planejamento, realização e avaliação de atividades ao ar livre.

Cada turma participou de atividades educacionais de caráter teórico e experiencial que foram realizadas nos turnos da manhã e da tarde de sábados, com a duração de 10 horas. Nesse sentido As propostas educacionais de caráter experiencial se relacionam com atividades de aprendizagem e educação experienciais. A aprendizagem experiencial compreende: “processos de aprendizagem oriundos diretamente das experiências dos alunos” (ITIN, 1999). A educação experiencial pode ser conceituada como uma metodologia em que educadores levam os alunos a experiências diretas e a reflexões com o intuito de desenvolver conhecimento, habilidades, valores e capacidades relevantes para a atuação e contribuição em suas comunidades (ASSOCIATION FOR EXPERIENTIAL EDUCATION, 2019; 1994).

Os alunos estiveram no turno da manhã no Parque Natural Morro do Osso e no turno da tarde no Refúgio de Vida Silvestre São Pedro. As atividades teóricas foram: apresentação expositiva dialogada sobre os temas abordados; leitura e análise de textos sobre a Educação Ambiental ao ar livre e os Princípios de Não Deixe Rastro; debates sobre as situações encontradas, a aplicabilidade e o ensino dos Princípios de Não Deixe Rastro; análise dos riscos presentes nos espaços de prática; avaliação da proposta de Educação Ambiental ao ar livre. As atividades experienciais envolveram os alunos nas seguintes situações: hiking em duas trilhas sinalizadas que totalizaram 9,6 km de distância; jogos de sensibilização em diversos espaços, utilizando vendas; e piquenique integrativo.

Atividades educacionais utilizando vendas integram propostas de Educação Ambiental ao ar livre há décadas (CORNELL, 2015; 2008). Essas atividades privam momentaneamente os alunos da visão, estimulando assim os demais sentidos sobre as diferenças de temperatura, tipos de piso, cheiros, texturas, etc. Além disso permitem o desenvolvimento de questões relacionadas à liderança, trabalho em equipe e confiança nos demais colegas, os quais conduzem a trilha.

A Figura 1 apresenta imagens das atividades de Educação Ambiental ao ar livre realizadas nas UCs. No Parque Natural Morro do Osso há um grupo praticando hiking na Trilha do Eixo Central, enquanto eram realizadas observações de impactos ambientais e comparações entre as formas de deslocamento eticamente orientadas naquele espaço. No Refúgio de Vida Silvestre São Pedro os alunos e professores estão em um espaço de aula ao ar livre, debatendo a utilização dos Princípios de Não Deixe Rastro e também buscando explicitar as relações do conteúdo com o cotidiano e as demais saídas de campo da disciplina.

Figura 1: Imagens de atividades de Educação Ambiental ao ar livre realizadas nas UCs

Elaborada pelos autores com base em fotos pessoais

Os participantes foram professores, alunos da disciplina e colaboradores externos. O professor responsável pela disciplina é graduado em Educação Física e possui mestrado e doutorado em Ciências do Movimento Humano. O professor convidado é graduado em Educação Física e possui mestrado em Ciências do Movimento Humano. Ambos possuem expertise nas áreas de atividades ao ar livre, Educação Ambiental ao ar livre, gestão de riscos e liderança em atividades ao ar livre. No que se refere aos alunos, foi constatado que eram oriundos de diversos cursos de graduação e pós-graduação, tais como: Educação Física, Biologia, Letras, Pedagogia, Administração de Empresas, Engenharia Mecânica, Engenharia Civil, Medicina e Psicologia. Dessa forma, totalizando 108 alunos que em sua maioria tinham reduzidas experiências com os conteúdos desenvolvidos pela disciplina, assim como desconheciam as UCs visitadas. Os colaboradores externos foram integrantes das equipes de trabalho e gestão das UCs.

Em relação aos espaços utilizados para a realização da proposta de Educação Ambiental ao ar livre, o Parque Natural Morro do Osso e o Refúgio de Vida Silvestre São Pedro estão localizados no município de Porto Alegre, RS. O Parque Natural Morro do Osso ocupa uma área de 127 ha no Morro do Osso que fica entre os bairros Camaquã, Cavalhada, Ipanema e Tristeza, próximo às margens do Lago Guaíba. A UC foi criada em 1994 e entre seus objetivos podem ser citados a conservação da biodiversidade, a proteção de locais com grande beleza cênica e a promoção da Educação Ambiental e de atividades ao ar livre. As atividades educacionais e ao ar livre podem ser desenvolvidos em espaços na trilha do Eixo Central, nas regiões do Pé de Deus, do topo do morro ou Platô, entre outros (PORTO ALEGRE, 2006).

O Refúgio da Vida Silvestre São Pedro se estende por 146,09 ha e fica localizado no complexo de Morros São Pedro e Quirinas, na Região Extremo Sul do município. A UC foi criada em 2014 e entre seus objetivos constam a Educação Ambiental, recreação e turismo ecológico, os quais podem ser desenvolvidos na trilha de acesso ao Morro e em espaços próximos à sede administrativa. Além disso busca proteger integralmente o ecossistema e recuperar nascentes de cursos d'água ali localizados (PORTO ALEGRE, 2017).

O Parque Natural Morro do Osso e o Refúgio da Vida Silvestre São Pedro possuem formação geológica constituída principalmente por granito e áreas remanescentes de Mata Atlântica. Também possuem espécies de flora e fauna ameaçadas de extinção e endêmicas no bioma e região (PORTO ALEGRE, 2017; 2006). De fato, são importantes áreas naturais, que abrigam diversas espécies, mantém ecossistemas valiosos, possuem paisagens privilegiadas, ao mesmo tempo em que atividades ao ar livre vêm sendo praticadas há décadas nos morros em que se encontram as UCs.

Ambas as UCs possuem características que facilitam o desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental focadas em práticas de mínimo impacto, bem como de intervenções pedagógicas realizadas no contexto de atividades ao ar livre. Nesse sentido corroboram a presença de espaços propícios à prática de atividades ao ar livre; diversidade de locais com grande beleza cênica e natural; facilidade para encontrar locais impactados pela prática não ética de atividades ao ar livre; presença de praticantes de atividades ao ar livre.

A Figura 2 apresenta imagens de lugares utilizados para o desenvolvimento das atividades de Educação Ambiental ao ar livre. As pichações em rochas e a multiplicação de trilhas em paralelo exemplificam os impactos ambientais produzidos por praticantes de atividades ao ar livre e enriquecem as discussões sobre os Princípios de Não Deixe Rastro. Os locais de expressiva beleza cênica e natural contribuem para o desenvolvimento de competências pró-ambientais através de atividades educacionais No, Para e Sobre o meio ambiente. O termo multiplicação de trilhas em paralelo é utilizado por pesquisadores da área da Ecologia da Recreação para descrever a geração de novas trilhas devido ao deslocamento de praticantes de atividades ao ar livre fora dos espaços determinados. Uma situação que pode ser completamente evitada através da adoção de práticas de mínimo impacto, como os Princípios de Não Deixe Rastro. No caso específico da imagem na Figura 2, a prática de motociclismo offroad é tida como uma das principais responsáveis por esse e demais possíveis impactos ambientais naquele local, como: ampliação de processos erosivos; danos a vegetação; poluição sonora; atropelamento de animais silvestres.

Figura 2: Localizações e imagens do Parque Natural Morro do Osso e do Refúgio da Vida Silvestre São Pedro.

Elaborada pelos autores com base em fotografias pessoais e imagem obtida no website google.com.br/maps



A proposta de Educação Ambiental ao ar livre contou com uma abordagem de gestão de riscos estruturada em passos e em níveis. Conforme Cavasini, Teixeira e Petersen (2018) e Cavasini, Breyer e Petersen (2016) os passos da gestão de riscos se relacionam com a contextualização da proposta, identificação, análise, avaliação e tratamento dos riscos. De acordo com Barton (2007) os níveis da gestão de riscos podem ser organizados em genérico, local, diário e dinâmico.

Inicialmente foi realizada a contextualização que levantou informações sobre: as atividades físicas e educacionais planejadas e realizadas; os materiais e equipamentos disponíveis; os professores, estudantes e convidados; os locais visitados; os meses, dias e horários de realização da proposta educacional; e os métodos de ensino utilizados.

Em seguida os riscos foram identificados, analisados, avaliados, para então, serem tratados. Os riscos identificados que receberam maior atenção na análise, avaliação e tratamento foram: crises alérgicas e choques anafiláticos; queimaduras por exposição ao sol; entorses, fraturas, contusões e luxações; perder-se nas trilhas; furtos, assaltos e agressões; contato com animais peçonhentos; atropelamento por bicicletas e motocicletas.

Em relação aos níveis da gestão de riscos, o nível genérico considerou os riscos esperados às atividades planejadas, como entorses, fraturas, contusões e luxações. O nível local focou em riscos específicos dos locais visitados nas UCs, como as condições e exigências técnicas das trilhas usadas para a prática hiking. O nível diário voltou-se aos riscos existentes no dia das atividades educacionais, podendo ser exemplificado pelas condições meteorológicas previstas. E o nível dinâmico focou nos riscos durante a realização das atividades, como os recorrentes encontros com praticantes de motociclismo off road nas mesmas trilhas utilizadas para as práticas de hiking e o consequente risco de atropelamento.

Cabe destacar que os riscos relacionados ao atropelamento superaram o esperado, devido a numerosa presença de praticantes de motociclismo off road em trilhas no Refúgio de Vida Silvestre São Pedro, as quais são proibitivas à essas práticas. Essa situação expos os participantes das atividades educacionais e os animais silvestres presentes no local a riscos desnecessários, pois como afirma Cole (1989) os problemas resultantes da realização de atividades ao ar livre sem orientação ética se relacionam com impactos negativos às experiências dos demais praticantes e aos ambientes naturais.

Portanto a abordagem de gestão de riscos e o desenvolvimento das atividades de Educação Ambiental ao ar livre foram adequadas à realidade encontrada. O Quadro 4 descreve o desenvolvimento das atividades educacionais em quatro momentos que foram utilizados em face dos riscos relacionados à presença dos motociclistas em trilhas na UC.

Quadro 4: Desenvolvimento das atividades de Educação Ambiental ao ar livre

Momentos

Descrição das atividades realizadas

Anteriormente às atividades educacionais


No Briefing, ou troca de informações objetivas sobre as atividades a serem realizadas, os grupos foram organizados em círculo para abordar as situações que poderiam ser encontradas e a necessidade de alteração de estilos de liderança e do comportamento do grupo.

Durante as atividades educacionais - locais com menor probabilidade de encontros com motociclistas

Foram realizadas todas as paradas necessárias para o desenvolvimento de apresentações e discussões durante a prática de hiking. O estilo de liderança dos professores se manteve liberal e democrático, estimulando o debate sobre a tomada de decisões, bem como a auto-organização do grupo.

Durante as atividades educacionais - locais com maior probabilidade de encontros com motociclistas

Os locais considerados críticos foram evitados e nos demais foram realizadas somente paradas essenciais enquanto a prática de hiking. O estilo de liderança dos professores se tornou diretivo e autoritário, permitindo a tomada de decisões e respostas em menor tempo. Os grupos foram organizados de modo que todos estivessem próximos em um grande bloco. Assim facilitando a visualização por parte dos motociclistas e, se necessário, permitindo o rápido deslocamento de todos para fora da trilha.

Posteriormente às atividades educacionais


No Debriefing, ou relato estruturado das atividades desenvolvidas, os grupos foram novamente organizados em círculo e as situações experienciadas pautaram as discussões, de modo a sanar quaisquer dúvidas, além de contribuir para o desenvolvimento de competências de gestão de riscos e de liderança para a realização de atividades ao ar livre.

Elaborado pelos autores.



O processo de avaliação da experiência educacional utilizou os seguintes materiais: relatórios produzidos individualmente pelos alunos; seminários produzidos em grupo pelos alunos; diários de campo dos professores; relatos de outros profissionais colaboradores. Os dados desses materiais foram sistematizados, comparados e analisados com base na análise de conteúdo, tornando possível a geração de duas categorias: aspectos relacionados aos estudantes; aspectos relacionados à proposta de Educação Ambiental ao ar livre. Para Gomez, Flores e Jimenez (1996) a categorização das informações busca extrair significados relevantes dos dados produzidos, por meio de transformações, operações, reflexões e comprovações.

Em relação aos estudantes, podem ser destacados os seguintes aspectos: ampliação da percepção de relevância pelas áreas das atividades ao ar livre, Educação Ambiental ao ar livre, gestão de riscos e ética em atividades ao ar livre; construção de conhecimentos; ampliação do interesse pela prática de atividades ao ar livre, em especial, dos alunos que possuíam reduzidas experiências anteriores; desenvolvimento de aspectos relacionados à ética em atividades ao ar livre; interesse pelo desenvolvimento de estudos relacionados à Educação Ambiental ao ar livre; valorização dos espaços ao ar livre em UCs e demais áreas públicas e privadas.

Quanto à proposta de Educação Ambiental ao ar livre os seguintes aspectos foram apontados pelo processo avaliativo: aprovação de professores e estudantes tanto em relação ao desenvolvimento da proposta educacional e objetivos estabelecidos, como em relação ao foco em UCs dentro do município de Porto Alegre; demanda pela continuidade da proposta nos próximos semestres; interesse pela maior integração da Educação Ambiental ao ar livre às diversas áreas do conhecimento; possíveis contribuições às demais propostas de Educação Ambiental, em especial, as realizadas nas UCs visitadas.



Considerações e Perspectivas

A Educação Ambiental ao ar livre compreende atividades educacionais que podem ser organizadas em torno de práticas de mínimo impacto ambiental e intervenções pedagógicas. Essas atividades educacionais possuem diversas potencialidades, despertam expressivo interesse da população e expõem os participantes a riscos que precisam ser gerenciados. Além disso, são realizadas em diversos espaços, como reservas de vida silvestre e parques nacionais, estaduais e municipais

Durante os dois semestres em que as atividades educacionais foram desenvolvidas, as avaliações indicaram o desenvolvimento de conhecimento e atitudes relevantes para a melhoria e manutenção da qualidade do meio ambiente, bem como a ampliação da percepção da relevância dessas atividades educacionais e dos espaços naturais empregados nas saídas de campo, especialmente, das UCs visitadas.

Em relação a perspectivas, quatro aspectos podem ser abordados. O primeiro é a inclusão de novos locais para a realização das atividades educacionais nos próximos semestres, com o intuito de aprimoramento da proposta. Estão em análise diversos espaços no município de Porto Alegre, como os seguintes: porções norte e oeste do Morro São Pedro, as quais não fazem parte da UC visitada; trilhas no Morro da Tapera que são frequentemente utilizadas por praticantes de hiking e mountain bike; e espaços no Morro da Cuíca que são adequados à prática de hiking, mountain bike, desafios com cordas, entre outras atividades ao ar livre.

O segundo aspecto se relaciona com os desafios encontrados no desenvolvimento da proposta, em que se destacam os riscos relacionados à presença de motociclistas em trilhas no Refúgio de Vida Silvestre São Pedro. Essa questão enfatizou a relevância das competências básicas à prática de atividades ao ar livre, que se relacionam à gestão de riscos, liderança, além de habilidades, conhecimentos e atitudes das práticas físicas. De fato, o desenvolvimento dessas competências é primordial para o êxito de propostas de Educação Ambiental ao ar livre, também indicando a importância de iniciativas estruturadas para a formação de recursos humanos.

O terceiro aspecto é a importância do desenvolvimento de estudos sobre os impactos ambientais causados pela prática de atividades ao ar livre sem orientação ética. Desde meados do século passado um número expressivo de pesquisas produzidas pela área da Ecologia da Recreação tem abordado especificamente esses impactos, principalmente, em países da América do Norte e da Europa. Uma situação que difere da encontrada no contexto nacional e sugere a necessidade do desenvolvimento de novas pesquisas, as quais considerem as características ambientais, culturais, sociais, econômicas e legais brasileiras, inclusive, de maneira integrada entre profissionais de diversas áreas de conhecimento.

O quarto aspecto são as contribuições a demais iniciativas de Educação Ambiental ao ar livre. Independente de objetivos estabelecidos, públicos, locais e atividades utilizadas, quaisquer propostas educacionais realizadas em conjunto com atividades ao ar livre geram demandas aos professores e demais responsáveis. Acredita-se que a divulgação da experiência possa contribuir para a construção de novas perspectivas sobre a Educação Ambiental, além de incentivar e auxiliar o desenvolvimento de demais propostas educacionais.



Referências

ASSOCIATION FOR EXPERIENTIAL EDUCATION. Disponível em:

https://www.aee.org/what-is-ee, acesso em: 2 setembro de 2019.

ASSOCIATION FOR EXPERIENTIAL EDUCATION. AEE Definition of Experiential Education. Boulder, USA: Association for Experiential Education, 1994.



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Ilustrações: Silvana Santos