Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Relatos de Experiências
05/07/2021 (Nº 74) RELATO DO DESENVOLVIMENTO DE UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL AO AR LIVRE PARA O PRÓ-MATA
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RELATO DO DESENVOLVIMENTO DE UMA PROPOSTA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL AO AR LIVRE PARA O PRÓ-MATA



Rodrigo Cavasini

Graduação em Educação Física; Especialização em Metodologias do Ensino

de Educação Ambiental e em Educação Ambiental; Mestrado e Doutorado em

Ciências do Movimento Humano; Professor da PUCRS. Email: rodrigo.cavasini@pucrs.br



Rafael Falcão Breyer

Graduação em Educação Física; Mestrado em Ciências do Movimento Humano. Email: rfbreyer@gmail.com



Alice Pisani Annes

Graduação em Ciências Biológicas. Email: alice.annes@acad.pucrs.br



Jaqueline de Lima Kssesinski

Graduação em Ciências Biológicas. Pós-Graduanda em Gestão de Resíduos Sólidos pela Universidade Cândido Mendes. Email: jaqueline.kssesinski@acad.pucrs.br



Valentina Müller Piffero

Graduanda em Ciências Biológicas PUCRS. Email: valentina.piffero@acad.pucrs.br



Resumo

A Educação Ambiental ao ar livre é promovida em diversos espaços. O Pró-Mata é uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, que pertence à Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e possui características diferenciadas para a realização de atividades de Educação Ambiental ao ar livre. Este trabalho relata o desenvolvimento de uma proposta de Educação Ambiental ao ar livre para o Pró-Mata. A proposta educacional foi desenvolvida de 2019 a 2020 e, com a declaração da pandemia de COVID-19, foi organizada em três modelos: presencial, em que professor e estudantes realizam as atividades, compartilhando os espaços ao ar livre; híbrida, em que somente professor ou professor e parte dos estudantes realizam as atividades nos mesmos espaços ao ar livre, enquanto a outra parte acompanha de forma remota; e online, em que professor e alunos realizam as atividades de modo remoto. Enfim, uma proposta que demanda planejamento, apresenta diversas particularidades e que pode contribuir para o desenvolvimento de demais iniciativas de Educação Ambiental.

Palavras-chave: Unidade de Conservação, Esportes de Aventura, Gestão de Riscos, Educação Experiencial, Sustentabilidade.



Abstract

Outdoor Environmental Education is promoted in several spaces. Pró-Mata is a Private Reserve of Natural Heritage, which belongs to the Pontifical Catholic University of Rio Grande do Sul and has different characteristics for carrying out activities of Outdoor Environmental Education. This work reports the development of a proposal of Outdoor Environmental Education for Pró-Mata. The educational proposal was developed from 2019 to 2020 and, with the declaration of COVID-19 pandemic, it was organized into three models: face-to-face, in which professor and students carry out activities, sharing outdoor spaces; hybrid, in which only professor or professor and part of the students carry out activities in the same outdoor spaces, while the other part accompanies them remotely; and online, where professor and students perform activities remotely. Finally, a proposal that requires planning, has several particularities and can contribute to the development of other Environmental Education initiatives.

Keywords: Conservation Unit, Adventure Sports, Risk Management, Experiential Education, Sustainability.



Introdução

A Educação Ambiental é marcada por um amplo número de definições, as quais convergem no ser humano, nas sociedades e nas relações com o meio ambiente. Nas últimas décadas, ações de Educação Ambiental desenvolvidas tanto do setor público quanto do privado têm recebido crescente atenção por parte de diversos setores da sociedade. Além disto, a Educação Ambiental é caracterizada pela transversalidade, interdisciplinaridade e por ser desenvolvida de muitas formas e em diversos contextos (CAVASINI, 2016).

Entre as formas de promoção da Educação Ambiental, estão as realizadas em conjunto com atividades ao ar livre, como hiking, slackline, escalada, ciclismo, surfe, skate, canoagem, jogos e atividades de sensibilização. A Educação Ambiental realizada em conjunto com atividades ao ar livre ou, simplesmente, Educação Ambiental ao ar livre, é desenvolvida em diversos contextos, entre os quais podem ser citados: projetos focados na promoção da inclusão social de jovens em situação de risco (CAVASINI; TEIXEIRA; PETERSEN, 2018; CAVASINI, 2008), cursos de capacitação realizados à distância (LNT, 2020; CAVASINI et al., 2017), e atividades realizadas no contexto universitário, como ocorre na PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (CAVASINI; CASSAL; TEIXEIRA, 2018; CAVASINI; BREYER, 2018; CAVASINI; BREYER, 2017).

O contínuo estímulo à Educação Ambiental é um dos princípios norteadores para a busca da sustentabilidade ambiental na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). Dessa forma, o Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata (Pró-Mata) é um dos espaços da PUCRS utilizados para o desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental ao ar livre que se destaca por suas características e potencialidades. De fato, essas atividades educacionais são realizadas desde a inauguração do Pró-Mata em 1996 e com a obtenção de status de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) em 2019, foram ampliadas as possibilidades para a promoção de atividades de Educação Ambiental e ao ar livre (PUCRS, 2020).

Em face do exposto, este trabalho objetiva relatar o desenvolvimento de uma proposta de Educação Ambiental ao ar livre para o Pró-Mata. A seguir, serão abordados aspectos relacionados à Educação Ambiental ao ar livre e o Pró-Mata, passando para o desenvolvimento da proposta educacional, seguindo às considerações e perspectivas do estudo.



A Educação Ambiental ao Ar Livre e o Pró-Mata

A Educação Ambiental ao ar livre compreende propostas educacionais que podem ser estruturadas em dois grupos: o primeiro foca em práticas de mínimo impacto ambiental em atividades ao ar livre; e o segundo grupo foca em intervenções pedagógicas realizadas no contexto de atividades ao ar livre (CAVASINI; CASSAL; TEIXEIRA, 2018; CAVASINI; TEIXEIRA; PETERSEN, 2018).

Dessa forma, a realização de atividades ao ar livre pode gerar impactos ambientais no solo, vegetação, recursos hídricos, animais silvestres e recursos culturais, em especial, quando desconsiderados aspectos éticos (CAVASINI; BREYER, 2017a; 2017b; MONZ; PICKERING; HADWEN, 2013). Sendo assim, a redução desses resultados negativos são o foco das propostas de Educação Ambiental que abordam as competências de mínimo impacto ambiental (VAGIAS, 2009; LEUNG; MARION, 2000). O desenvolvimento de competências de mínimo impacto ambiental, de acordo com as diferentes características dos indivíduos, locais e atividades ao ar livre, permite o aprimoramento do planejamento e das práticas, de modo a evitar ou reduzir tais impactos (LNT, 2020; MARION, 2014; TILTON, 2003; MCGIVNEY, 2003).

Por sua vez, as intervenções pedagógicas realizadas no contexto de atividades ao ar livre buscam o desenvolvimento de competências pró-ambientais e se relacionam com atividades educacionais organizadas em três grupos. O primeiro é formado pelas atividades de educação ‘Sobre’ o meio ambiente, as quais propiciam informações relacionadas aos fenômenos ambientais. O segundo grupo é composto pelas atividades de educação ‘No’ meio ambiente, as quais empregam atividades ao ar livre para o desenvolvimento de habilidades e aprendizados. O terceiro grupo é formado pelas atividades de educação ‘Para’ o meio ambiente, as quais são direcionadas ao enfrentamento de problemáticas ambientais (CAVASINI; TEIXEIRA; PETERSEN, 2018; CAVASINI, 2016).

Independente da proposta de Educação Ambiental ao ar livre, essas atividades educacionais são caracterizadas pelo interesse dos participantes, benefícios e demanda por competências (CAVASINI, 2016). O interesse pelas atividades ao ar livre, que integram as atividades de Educação Ambiental ao ar livre, se relaciona com vários aspectos motivacionais, como é listado por Manning (2011): ampliação da possibilidade de novos aprendizados; presença de desafios, conquistas e estímulos; possibilidade de desfrutar de ambientes com expressiva beleza cênica e natural; oportunidade para ensinar e partilhar conhecimentos, habilidades e experiências; oportunidade para atuar de forma autônoma, buscar soluções e manter o controle em situações inesperadas; oportunidade para gerir os riscos presentes nas atividades.

Em relação aos benefícios, estudos têm destacado que os mesmos podem ser obtidos durante o desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental ao ar livre (BALLANTYNE; PARKER, 2006). Nesse sentido, podem ser citados: desenvolvimento de relacionamentos positivos entre os seres humanos e o meio ambiente (LOUV, 2013; 2015; SOBEL, 2005; 2011; COBB, 2005); reforço de atitudes (HEBERLEIN, 2012) e comportamentos pró-ambientais (DUERDEN; WITT 2010); melhoria em funções cognitivas, autodisciplina e contribuição ao desenvolvimento de caráter (BECKER et al., 2017); redução dos níveis de estresse e de hipertensão arterial (SHANAHAN, et al., 2016); redução da percepção de solidão e ampliação do condicionamento físico (POWEL; MONZ, 2018).

Em paralelo a aprendizados, diversões e aventuras, durante a realização de propostas de Educação Ambiental ao ar livre, existe a demanda constante pelo desenvolvimento e aprimoramento de competências necessárias à prática de atividades ao ar livre. O Quadro 1 apresenta algumas competências específicas à prática de atividades ao ar livre organizadas em atividades físicas, liderança e gestão de riscos.



Quadro 1: Competências específicas à prática de atividades ao ar livre

Competências

Aspectos principais

Atividades Físicas

conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias à realização de atividades físicas; escolha e manutenção de equipamentos; navegação terrestre e náutica; planejamento, desenvolvimento e avaliação das práticas.

Liderança

comunicação eficiente; tomada de decisões e julgamento; tolerância às adversidades e incertezas; autoconhecimento; tomada de decisão.

Gestão de Riscos

contextualização, identificação, análise, avaliação e tratamento de riscos; manutenção da saúde e conforto de todos envolvidos; prevenção e tratamento de ferimentos e danos; procedimentos de primeiros socorros.

Fonte: Elaborado pelos autores com base em NOLS (2020).

A Educação Ambiental é caracterizada pela interdisciplinaridade, pois o enfrentamento de problemas ambientais se relacionam com interações ecológicas, políticas, sociais econômicas, culturais, éticas e tecnológicas e não deve ser realizada por uma única área do conhecimento (DIAS, 2003). No caso da Educação Ambiental ao ar livre, as atividades são promovidas por profissionais de várias áreas que, não necessariamente, tiveram oportunidades para o desenvolvimento de competências relacionadas às atividades físicas empregadas, liderança e gestão de riscos. Uma situação que destaca a importância de tais competências e de iniciativas de capacitação para o êxito das atividades educacionais (CAVASINI, 2016).

Por sua vez, o Centro de Pesquisas e Conservação da Natureza Pró-Mata é uma reserva privada da PUCRS, possui aproximadamente três mil hectares e está localizada no Município de São Francisco de Paula, no Rio Grande do Sul. O Pró-Mata faz parte de um conjunto de áreas protegidas constituída pelo Parque Nacional dos Aparados da Serra, Floresta Nacional de São Francisco de Paula, Reserva Biológica de Serra Geral, Estação Ecológica de Aratinga, Reserva Biológica da Mata Paludosa e Área de Proteção Ambiental Rota do Sol (PUCRS, 2020).

O Pró-Mata e seu entorno possuem considerável parte das florestas nativas do Rio Grande do Sul (INPE, 2006 apud PUCRS, 2011), compondo a Reserva de Biosfera da Mata Atlântica (MARCUZZO et al., 1998 apud PUCRS 2011), reconhecida internacionalmente como um dos 25 locais mais relevantes de biodiversidade mundial (MYERS et al., 2000 apud PUCRS 2011). A área possui remanescentes de ecossistemas substanciais primários e em regeneração na borda do planalto, onde é encontrada a Mata de Araucária (Floresta Ombrófila Mista), e nos topos de montanha e encostas da Serra Geral, onde se encontra a Mata Atlântica -sensu stricto-, que possui riqueza de elementos tropicais da flora e fauna, devido ao ambiente conservado (PUCRS, 2011).

O grupo de animais mais diverso desse ecossistema é o dos insetos, como besouros, borboletas e mariposas. Entre os vertebrados destaca-se a presença de animais ameaçados de extinção, em que podem ser citados: leão-baio (Puma concolor), bugio-ruivo (Alouatta guariba clamitans), gato-maracajá (Leopardus wiedii), charão (Amazona pretrei) e rã das pedras (Thoropa saxatilis). E as espécies predominantes dos tipos de vegetação da reserva são a araucária (Araucaria angustifolia), a bracatinga (Mimosa scabrella), a aroeira-braba (Lithraea brasiliensis), o camboim (Myrciaria tenella) e a erva-mate (Ilex paraguariensis) (PUCRS, 2011).

Os campos nativos do Planalto presentes no Pró-Mata possuem, como singularidade, a ausência de impactos do gado e de fogo desde 1994. Apesar disso, a Mata Atlântica possui grau elevado de ameaça de extinção de espécies, além de degradação e descaracterização dos seus habitats, sendo estas, principais ameaças à manutenção da biodiversidade do Rio Grande do Sul e à fauna gaúcha (FONTANA et al., 2003 apud PUCRS, 2011). Por esse motivo, a importância e necessidade da conservação, sendo este, o comprometimento específico da unidade de conservação, junto à geração de renda e na melhoria da qualidade de vida humana, tendo como diretriz o respeito à biodiversidade, incluindo a sócio-diversidade, a difusão do conhecimento, o direito fundamental do uso da biodiversidade e a repartição democrática dos seus benefícios (PUCRS, 2011).

Entre as principais características do Pró-Mata que possuem relevância para o desenvolvimento de propostas de Educação Ambiental ao ar livre, destacam-se:

  • Objetivos que buscam incentivar as atividades de pesquisas, o desenvolvimento regional e o uso sustentável dos recursos naturais. Além desses, podem ser citados objetivos relacionados à proteção de espécies ameaçadas de extinção, à preservação e restauração da diversidade de ecossistemas naturais e ao favorecimento de condições à Educação Ambiental e às atividades ao ar livre;

  • Zoneamento que determina 574 ha para a Zona de Uso Extensivo e 338,2 ha para a Zona de Uso Intensivo, nas quais podem ser realizadas atividades ao ar livre e educacionais com diferentes níveis de desafios e orientação;

  • Sede com espaços específicos para o desenvolvimento de atividades educacionais, como salas de aula com recursos audiovisuais, salas equipadas com materiais de laboratório. Além de rede de internet sem fio, estrutura de hospedagem para até 40 pessoas, sala de convívio, cozinha e banheiros;

  • Sistema de trilhas e espaços ao ar livre apropriados para o desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental ao ar livre, inclusive, com locais de expressiva beleza cênica e natural. Entre as principais trilhas destacam-se as trilhas do Lago, do Vale das Bananeiras, do Anel Viário, da Serraria e da Cachoeira;

  • Existência de acordo de cooperação entre o Poder Público e a PUCRS, que facilita obtenção de crédito junto ao Fundo Nacional do Meio Ambiente para o desenvolvimento de atividades de baixo impacto, como o ecoturismo;

  • Possibilidade de ganhos financeiros, por meio do desenvolvimento de atividades de ecoturismo e educação ambiental, podendo o status do RPPN funcionar como um bom instrumento de marketing;

  • Atendimento de acadêmicos relacionados às áreas ambientais, como Ciências Biológicas, Agronomia e Geografia, além de outros cursos, como Engenharia e Turismo. Condições para o desenvolvimento de atividades de ensino e pesquisa em outras áreas do conhecimento, como Educação Física, Farmácia, Química, Hotelaria e muitas outras. Também possibilita receber visitantes não acadêmicos interessados no turismo de natureza;

  • Realização de cursos, palestras e treinamento para os funcionários do Pró-Mata, destacando temas na área de educação ambiental, monitoramento e fiscalização, controle de espécies invasoras, manutenção dos acessos e trilhas, prevenção e controle de incêndios (PUCRS, 2011).

A Figura 1 é uma vista aérea do Pró-Mata, a qual destaca a sede, seus arredores, bem como a expressiva beleza cênica do local.



Figura 1: Vista aérea do Pró-Mata

Fonte: http://www.pucrs.br/ima/pro-mata/



O Pró-Mata é uma Unidade de Conservação com características diferenciadas e potencialidades expressivas para o desenvolvimento de propostas de Educação Ambiental ao ar livre. Com o reconhecimento realizado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que tornou o Pró-Mata uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, foi ampliada a possibilidade para visitação de públicos externos a instituições de ensino, inclusive, com fins recreativos, turísticos e educacionais (PUCRS, 2020). Sendo assim, enfatizando a necessidade de abordar e desenvolver propostas educacionais para serem promovidas na unidade de conservação em questão, como pode ser conferido no relato exposto a seguir.



Desenvolvimento da Proposta Educacional

A proposta de Educação Ambiental ao ar livre para o Pró-Mata foi construída de abril de 2019 a dezembro de 2020. Os participantes foram o professor da Disciplina Esportes e Atividades ao Ar Livre do Curso de Educação Física, alunos matriculados e colaboradores voluntários. O docente da disciplina possui graduação, mestrado e doutorado em Educação Física, além de especializações em Educação Ambiental. Os alunos eram oriundos de diversos cursos de graduação e pós-graduação da universidade, tais como: Educação Física, Biologia, Letras, Pedagogia, Psicologia, Nutrição, Geografia, Enfermagem, Administração de Empresas, Engenharia Mecânica, Engenharia Civil e Medicina. Em sua maioria, os alunos tinham reduzidas experiências com os conteúdos desenvolvidos pela disciplina. Somaram-se ao grupo uma colaboradora com graduação em Biologia e um colaborador com graduação e mestrado em Educação Física.

Para o desenvolvimento da proposta de Educação Ambiental ao ar livre foram realizadas as atividades descritas a seguir:

  • Reuniões presenciais quinzenais que ocorreram de março de 2019 até fevereiro de 2020, e de modo online, de março a dezembro de 2020. As reuniões presenciais foram realizadas em espaços no Campus da PUCRS e em parques, praças e unidades de conservação. Entre as plataformas de comunicação mais utilizadas para as reuniões online, podem ser citadas Hangouts, Messenger, Whatsapp e Zoom;

  • Pesquisas em websites de instituições de referência para a área da Educação Ambiental ao ar livre e em bases de dados de trabalhos acadêmicos, as quais ocorreram entre abril de 2019 a dezembro de 2020. Entre as instituições de referência podem ser citadas a Leave no Trace Center for Outdoor Ethics, National Outdoor Leadership School, Outward Bound, North American Association of Environmental Education e Association of Experiential Education. Os temas mais buscados nas bases de dados foram relacionados às atividades ao ar livre, educação ambiental, unidades de conservação, gestão de riscos, turismo na natureza e ensino superior;

  • Visita técnica ao Pró-Mata que ocorreu em maio de 2019. Essa visita foi realizada durante um final de semana, quando foram avaliados espaços para atividades teóricas e experienciais, como salas de aula, trilhas e locais de relevante beleza natural. Cabe destacar que os espaços ao ar livre foram listados, descritos e categorizados de acordo com suas potencialidades para a realização de atividades de sensibilização ambiental, além da exposição dos participantes a riscos, exigência de equipamentos específicos e nível técnico necessário às práticas;

  • Design da proposta educacional, que foi realizado entre setembro de 2019 à março de 2020. Inicialmente foram estruturadas duas etapas para a experimentação da proposta de Educação Ambiental ao ar livre, junto à Disciplina Esportes na Natureza e à Disciplina Esportes e Atividades ao Ar. A primeira etapa em espaços no município de Porto Alegre e a etapa seguinte no Pró-Mata;

  • Atividades educacionais desenvolvidas no município de Porto Alegre, que ocorreram de agosto de 2019 a dezembro de 2020. Elas foram realizadas em parques, praças, espaços na orla do Lago Guaíba localizados no Bairro Belém Novo, bem como no Morro da Tapera e nas unidades de conservação Parque Natural Morro do Osso e Refúgio de Vida Silvestre São Pedro.

A identificação da COVID-19 em dezembro de 2019 e a declaração da pandemia em março de 2020, realizadas pela Organização Mundial da Saúde, exigiram alterações no design inicial de desenvolvimento da proposta educacional. As atividades da primeira etapa ocorreram de modo presencial até março de 2020, quando passaram a ser desenvolvidas exclusivamente de modo online e híbrido. Ao passo que, até dezembro de 2020, a realização da segunda etapa estava impossibilitada.

De fato, um momento desafiador, cheio de incertezas e que tem afetado diferentes setores da sociedade. Em relação ao desenvolvimento de propostas de Educação Ambiental ao ar livre, Collins et al., (2020) destacam a necessidade pela busca de soluções que levem em consideração, ainda mais, questões individuais, sociais, ambientais e econômicas.

Em face dessas questões, a proposta de atividades de Educação Ambiental ao ar livre para o Pró-Mata foi organizada em três possíveis modelos: presencial, híbrido e online. O Quadro 2 aborda aspectos descritivos e considerações sobre os três modelos.



Quadro 2: Aspectos descritivos e considerações sobre os modelos presencial, híbrido e online

Modelos

Aspectos descritivos e considerações

Presencial

  • Professores e todos os estudantes realizam em conjunto as atividades educacionais, nos mesmos espaços ao ar livre em turma única;

  • Experiências expressivas e com orientação direta dos professores;

  • Condições excelentes para o desenvolvimento de competências;

  • Grande envolvimento e interação com ambientes naturais;

  • Elevada exposição a riscos;

  • Demanda expressiva de pesquisa, planejamento e gestão de riscos detalhadas;

  • Complexidade de logística;

  • Elevados custos econômicos com transporte, hospedagem e alimentação;

  • Exemplos de atividades: hiking, canoagem, desafios com cordas, atividades de sensibilização ambiental, escalada, debates e levantamento de dados.

Híbrido

  • Somente professores ou professores e parte dos estudantes realizam as atividades educacionais nos mesmos espaços ao ar livre;

  • Parte dos estudantes participam das atividades ao ar livre de modo virtual;

  • Experiências podem ser expressivas, especialmente, para os alunos que participam de modo presencial;

  • Orientação pode ocorrer de modo presencial ou a distância;

  • Reduzidas experiências e envolvimento com ambientes naturais;

  • Exposição a riscos pode ser elevada, principalmente aos participantes das atividades presenciais;

  • Demandas expressivas de gestão de riscos;

  • Ampliação da possibilidade para abordar aspectos locais;

  • Logística pode ser complexa;

  • Os custos econômicos com transporte, hospedagem e alimentação precisam ser considerados;

  • Demanda expressiva por equipamentos e conectividade de internet;

  • Exemplos de atividades: hiking, atividades de sensibilização ambiental, debates e levantamento de dados, filmagens, fotografia, pesquisas, troca de informações através da internet, utilização de aplicativos.

Online

  • Todos realizam as atividades de modo virtual;

  • Experiências podem não ter expressividade para os alunos;

  • Nenhuma ou reduzidas experiências e envolvimento com ambientes naturais;

  • Orientação ocorre a distância;

  • Exposição a riscos reduzida;

  • Demandas simplificada de gestão de riscos;

  • Não há demandas logísticas

  • Condições excelentes para abordar aspectos locais;

  • Demanda expressiva por equipamentos e conectividade de internet;

  • Exemplos de atividades: hiking, ciclismo, debates e levantamento de dados, filmagens, fotografia, pesquisas, troca de informações através da internet, utilização de aplicativos.

Fonte: Elaborado pelos autores.



O modelo presencial é recorrente no desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental ao ar livre, permitindo que todos participem de atividades experienciais, com componentes de aventura e com a orientação in loco dos professores. Contudo, a pandemia de COVID-19 gerou novos e expressivos desafios, em especial, à gestão de riscos. Cavasini, Annes, Kssesinski e Breyer (2020) salientam que a realização de qualquer atividade ao ar livre deve estar em sintonia com orientações e possíveis restrições estabelecidas pelos órgãos de saúde. Além disso, é necessário considerar que os riscos existentes em atividades ao ar livre realizadas durante a pandemia, se relacionam ao contágio pela COVID-19, bem como às adaptações e aos riscos inerentes às práticas. Desse modo, um processo de gestão de riscos robusto e adequado se faz premente para a realização de atividades ao ar livre em período de pandemia.

Em relação à gestão de riscos é importante destacar que, em caso incidentes graves ou acidentes, que demandem atendimento médico de urgência, precisará ser realizado o deslocamento até o município de São Francisco de Paula ou outra cidade mais distante. De acordo com NPS (2020) e LNT (2020), durante a pandemia deve ser objetivada a realização de atividades com reduzida exposição a riscos. Uma vez que, demandas de resgate e salvamento necessitam de recursos físicos e humanos que podem ser escassos durante a pandemia, ao mesmo tempo em que é ampliada a probabilidade de contágio pela COVID-19 de todos os envolvidos em ocorrências.

O modelo híbrido também demanda atenção em relação à gestão de riscos e logística, contudo, o menor número de participantes nas atividades presenciais reduz suas complexidades. Esse modelo torna possível atender a diferentes anseios e possibilidades, permitindo que os alunos de grupos de riscos à COVID-19, que estariam impossibilitados de participar de atividades presenciais com os demais, possam ter um maior envolvimento, mesmo estando distantes dos locais ao ar livre utilizados nas aulas.

Entre os maiores desafios de modelos não presenciais, estão a demanda por equipamentos, como computadores e smartphones, assim como, o acesso à internet nos lares dos alunos e em ambientes distantes dos centros urbanos (BASILAIA; KVAVADZE, 2020). Esse desafio precisa ser levado em consideração, especialmente, para propostas desenvolvidas no contexto brasileiro, em que muitos indivíduos não possuem tais equipamentos ou acesso à internet (JUNIOR; MONTEIRO, 2020).

Já o modelo online possui expressivo caráter inclusivo e flexibilidade, além de menores níveis de exposição a riscos e custos. Contudo, além dos desafios de disponibilidade de equipamentos e acesso à internet, pode contribuir de modo reduzido em relação à aproximação dos indivíduos ao mundo natural, especialmente, se as atividades educacionais não tiverem foco na educação experiencial. Um problema que precisa ser enfrentado, pois como afirma Louv (2013) os indivíduos estão cada vez mais inseridos no meio urbano e em espaços construídos, ao mesmo tempo em que estão deixando de valorizar os espaços naturais, em grande parte, pela falta de experiências expressivas na natureza.

A realização de atividades teóricas de modo online, em conjunto com tarefas individualizadas e práticas nas residências ou em locais próximos, como jardins, parques e praças, pode ser uma alternativa para ampliar o contato dos alunos com os ambientes naturais. Para Sobel (2005), a valorização de características locais e regionais, nos quais os indivíduos estão inseridos, se relaciona com o êxito das propostas de Educação Ambiental. O foco em ambientes próximos favorece o desenvolvimento de conexões entre os indivíduos e a valorização do mundo natural, pois a participação ativa torna possível a melhoria das condições de vida nas comunidades e da qualidade ambiental.

Para a avaliação da proposta educacional, foram utilizados relatórios e seminários produzidos pelos alunos, além de um diário de campo do professor. Os dados desses materiais foram sistematizados, comparados e analisados com base na análise de conteúdo, tornando possível a geração de duas categorias: aspectos relacionados aos estudantes; aspectos relacionados à proposta de Educação Ambiental ao ar livre. Para Gomez, Flores e Jimenez (1996), a categorização das informações busca extrair significados relevantes dos dados produzidos, por meio de transformações, operações, reflexões e comprovações.

Em relação aos estudantes, os seguintes aspectos podem ser citados: ampliação da percepção de relevância pelas áreas das atividades ao ar livre, Educação Ambiental ao ar livre, gestão de riscos e ética em atividades ao ar livre; construção de conhecimentos; valorização das áreas naturais, em especial, as unidades de conservação. Quanto à proposta de Educação Ambiental ao ar livre, destacam-se: percepção positiva da proposta desenvolvida por parte de professor, estudantes e colaboradores; potencial da proposta para ser utilizada em diversos contextos, inclusive, durante a pandemia; possíveis contribuições às demais propostas de Educação Ambiental que estejam em desenvolvimento.



Considerações e perspectivas

A Educação Ambiental ao ar livre é desenvolvida em diversos contextos, como atividades de ensino, pesquisa e extensão realizadas em instituições de ensino superior. Na PUCRS, o Pró-Mata destaca-se por ser um espaço com características diferenciadas e potencialidades expressivas para o desenvolvimento de atividades educacionais. Esse trabalho objetivou relatar o desenvolvimento de uma proposta de Educação Ambiental ao ar livre para o Pró-Mata. Devido à pandemia de COVID-19, a proposta educacional foi estruturada nos modelos presencial, híbrido e online.

Três considerações precisam ser realizadas, em especial, devido à pandemia. A primeira consideração está relacionada à tendência de ampliação do interesse da população pela prática de atividades ao ar livre durante a pandemia; e ao reconhecimento do Pró-Mata como uma Reserva Particular do Patrimônio Natural, que ampliou as condições para o desenvolvimento de atividades turísticas, de lazer e educacionais. Interesse e potencialidades que enfatizam a necessidade do desenvolvimento de propostas de Educação Ambiental ao ar livre, as quais tenham aplicabilidade no Pró-Mata, bem como para demais espaços, instituições e população em geral.

A segunda consideração é voltada à gestão de riscos de atividades educacionais presenciais ou híbridas, as quais ocorram em lugares sem rede de cobertura de celular. Essa situação é encontrada em espaços do Pró-Mata, bem como em demais locais, inclusive, próximos a centros urbanos, devido à presença de zonas de sombra da rede de cobertura de celular. Cabe destacar a necessidade de planejamento detalhado para a realização de quaisquer atividades de Educação Ambiental ao ar livre, em conjunto com o uso proficiente de sistemas de comunicação adequados às diferentes demandas, que podem ser exemplificados por: telefones celulares e smartphones; rádio comunicadores VHF/UHF; telefones e localizadores satelitais.

A terceira consideração é a necessidade do aprimoramento da proposta de Educação Ambiental relatada. A proposta educacional continuará sendo experimentada nos semestres seguintes na disciplina Esportes e Atividades ao ar Livre do Curso de Educação Física da PUCRS. Em face da pandemia, também continuarão sendo acompanhadas as possíveis atualizações de protocolos e orientações de órgãos de saúde e de instituições de referência no desenvolvimento de atividades de Educação Ambiental ao ar livre, bem como novos estudos sobre o tema.

Por fim, é necessário destacar a necessidade do desenvolvimento de estudos complementares sobre a Educação Ambiental ao ar livre. Nesse sentido, pesquisas focadas em demais espaços, instituições, contextos, atividades ao ar livre e públicos seriam passos relevantes e complementares à experiência relatada.



Referências

BASILAIA, G.; KVAVADZE, D. Transition to Online Education in Schools during a SARS-CoV-2 Coronavirus (COVID-19) Pandemic in Georgia. Pedagogical Research, vol.5, 2020.

BECKER, C.; LAUTERBACH, G.; SPENGLER, S.; DETTWEILER, U.; MESS, F. Effects of regular classes in outdoor education settings: A systematic review on students’ learning, social and health dimensions. International Journal of Environmental Research and Public Health, vol.14, n.5, 2017.

CAVASINI, R.; ANNES, A. P.; KSSESINSKI, J. L.; BREYER, R. F. Gestão de Riscos de Atividades ao Ar Livre durante a Pandemia de Covid-19: Um Relato de Experiência. Revista Thema, vol. 18, 2020.

CAVASINI, R; TEIXEIRA, A. P.; PETERSEN, R. D. S. Percepções de Professores sobre a Educação Ambiental ao Ar Livre. Revista Brasileira de Educação Ambiental, vol.13, n.1, 2018.

CAVASINI, R. Intervenções Pedagógicas de Educação Ambiental no Programa Segundo Tempo. Tese (Doutorado). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Programa de Pós-Graduação em Ciências do Movimento Humano. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Dança, 2016.

CAVASINI, R; BREYER, R. F. Educação Ambiental ao ar livre: experiências com a construção de aplicativos para dispositivos móveis (apps). Educação Ambiental em Ação, n.65, 2018.

CAVASINI, R.; BREYER, R. F. Workshop de Conscientização Não Deixe Rastro: Educação Ambiental em Atividades ao Ar Livre. Educação Ambiental em Ação, n.59, 2017a.

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Ilustrações: Silvana Santos