Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Você sabia que...
A ÁGUA NÃO VAI ACABAR, MAS PRECISA SER MELHOR GERENCIADA
Samuel Giordano.
Com o passar dos milênios a temperatura diminuiu e os gases começaram a se condensar, formando os núcleos de condensação (também conhecidos como nuvens). Começou então um ciclo no qual a precipitação do vapor de água, na forma líquida, retornou à Terra atraída pela gravidade. A água em seu estado líquido começou a se acumular na superfície, originando os oceanos primitivos com altas concentrações de sais. Com a chuva houve o escorrimento, erosão das rochas, transporte de partículas e acúmulo nas depressões. A infiltração através da superfície formou as águas de subsolo. Com a emersão dos continentes formaram-se as lagoas, rios, pântanos e os primeiros organismos vivos. Com a evolução das plantas começou um processo de grande liberação de oxigênio e absorção de gás carbônico nos processos fotossintéticos. As rochas mais antigas de ambientes aquáticos datam de 3,8 bilhões de anos. Essa é a indicação do surgimento de água na forma líquida na Terra. O oxigênio livre, por sua vez, aparece com os processos de fotossíntese das plantas datando de 2,7 bilhões de anos. Assim, a água que temos hoje no planeta é a mesma, em mesma quantidade, do que antes? Sim. Isso nos remete à questão da falta de água no planeta. A quantidade de água na terra é estimada entre 1,4 a 1,5 bilhão de km³ e tem permanecido constante durante os últimos 500 milhões de anos. Apesar de termos a impressão de que ela está desaparecendo, que há falta de água, a quantidade de água na Terra é praticamente invariável há centenas de milhões de anos. Portanto, o que muda é o estado da água (sólida, líquida ou vapor) e a sua distribuição.
• Muitas vezes o uso irracional das águas, a apropriação indevida do recurso natural por poucas pessoas, a falta de gerenciamento adequado de bacias hidrográficas, causam a escassez para muitas populações, especialmente as menos favorecidas. • Tal qual a distribuição de renda no Brasil, a distribuição das águas é também pouco democrática e desigual causando toda a sorte de problemas, doenças e ausência de renda.
Gerenciar bem as águas e distribuí-las equanimemente, pode ser um caminho para gerar emprego, renda e dignidade no campo, principalmente nas regiões de escassez de água. O ataque a esses problemas pode ajudar o Brasil a sair da inércia e da desigualdade em que se encontra.
Fonte: Água On line http://www.aguaonline.com.br/materias.php?id=4206&cid=7&edicao=707
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