Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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18/08/2021 (Nº 76) A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA ÁGUA COMO SUBSÍDIO PARA A EFETIVAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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A REPRESENTAÇÃO SOCIAL DA ÁGUA COMO SUBSÍDIO PARA A EFETIVAÇÃO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Leandro Costa Fávaro1, Letícia Rodrigues da Fonseca2, Luís Fernando Minasi3,

1 Doutorando em Educação Ambiental, Universidade Federal do Rio Grande, E-mail: leandro.favaro@unis.edu.br / Pesquisador vínculado ao Departamento de Pesquisa UNIS.

2 Doutora em Administração, Universidade Presbiteriana Mackenzie, E-mail: leticia.rodrigues.vga@gmail.com.

3 Doutor em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, E-mail: lfminasi@gmail.com.



Resumo

É notória a importância atribuída por estudiosos e pesquisadores ao debate sobre preservação e utilização sustentável dos recursos hídricos em nosso planeta com o intuito de garantir às gerações futuras o acesso a este recurso imprescindível para a subsistência. Diante deste contexto, o presente estudo objetiva desvelar a representação social que estudantes do Ensino Médio da Educação Básica possuem acerca da água, permitindo identificar e categorizar termos e explicações, a partir da análise de conteúdo dos relatos que refletem o entendimento adquirido ao longo da vida acadêmica, associado às inúmeras experiências cotidianas vivenciadas. Para isso, realizou-se um estudo qualitativo em uma escola de educação básica privada, situada no Sul de Minas Gerais. Participaram desta investigação 35 estudantes. Ao final, identificou-se um número expressivo de alunos que relacionam a conservação e a preservação da água com a manutenção da vida no planeta, além de associar a dificuldade de preservação da água ao modo de produção capitalista. Espera-se que este conhecimento prévio identificado possa subsidiar a efetivação da Educação Ambiental no âmbito escolar, especificamente por meio de uma abordagem que considere as experiências vivenciadas e a realidade social do aluno.

Palavras-chaves: Representação social da água. Educação ambiental. Educação básica.



Abstract

The importance attributed by scholars and researchers to debating about the preservation and sustainable use of water resources on our planet is notorious, with the intentio of guaranteeing future generations access to this essential resource for subsistence. Considering this context, this study aims to unveil the social representation that high school students of Basic Education have about water, allowing the identification and categorization of terms and explanations, based on the content analysis of the reports that reflect the understanding acquired throughout life academic, associated with countless everyday experiences. For this, a qualitative study was carried out in a private basic education school, located in the south of Minas Gerais. Thirty-five students participated in this investigation. At the end, was identified a significant number of students who relate water conservation and preservation with the maintenance of life on the planet, in addition to associating the difficulty of preserving water with the capitalist mode of production. Expected that this prior knowledge identified can support the implementation of Environmental Education in the school, specifically through an approach that considers the student's experiences and social reality.

Keywords: Social Representation of Water. Environmental Education. Basic Education.



Introdução

É notória a importância atribuída por estudiosos e pesquisadores ao debate sobre preservação e utilização sustentável dos recursos hídricos em nosso planeta, obviamente, em virtude da garantia da manutenção da vida humana. Bruni (1993) afirma que essa discussão traz, subjetivamente em seu cerne, o caráter de acusação, denunciando o fato de que a poluição de rios, lagos e praias destrói diretamente a vida dos seres que vivem nessas águas, e indiretamente, compromete as condições da vida biológica do planeta.

Sabe-se que, por volta da década de 60, a alta industrialização decorrente do sistema de produção capitalista impulsionou um acentuado processo de degradação do mundo, evidenciando e destacando a materialização de uma relação não harmoniosa entre o homem e a natureza. Desde de então, observa-se que este processo de degradação vem agindo de forma desenfreada, demonstrando concretamente seus efeitos por meio dos contextos mais adversos, seja pela consolidação de fenômenos como erosão, alagamentos, aquecimento global, ou até mesmo, acentuando as mazelas sociais, como a fome e a miséria.

No que se diz respeito à água, têm-se uma perspectiva preocupante e desanimadora uma vez que Cirilo (2015), de forma pontual, alerta para alguns fatos relevantes como o aumentou em seis vezes do consumo de água nos últimos 100 anos, a existência de mais de 1 bilhão de pessoas que não possuem acesso à água potável, os baixos investimentos dos governantes mundiais em ações de preservação, o crescimento das áreas urbanas que ocasiona a impermeabilidade do solo e, consequentemente, dificulta a drenagem das águas para suas respectivas bacias hidrográficas, a desertificação de regiões semiáridas de forma rápida e as perdas significativas de água nos sistemas de abastecimentos das cidades.

Evidentemente, essas ponderações sinalizam um contexto muito complexo que envolve inúmeras variáveis, permitindo, de forma segura, que pesquisadores afirmem, conforme Detoni e Dandoni (2008), que estamos enfrentando uma crise hídrica planetária, que tende a se tornar ainda pior, manifestando-se como um verdadeiro caos para a humanidade. É importante salientar que está crise encontra-se dentro de outra crise maior, que engloba todas as demais, no caso, a crise do capital.

Entretanto, mesmo conscientes desse cenário, o meio científico acadêmico ainda vê possibilidades de amenizar os impactos ambientais e apresenta defesas, indicando que para a efetivação de um novo paradigma este movimento deve ser alterado, mas salienta que só será possível se for intimamente alinhado ao processo de formação humana, ou seja, via educação. Por isso, a Educação Ambiental torna-se relevante e indispensável uma vez que está sendo considerada por muitos educadores como a única proposta concreta de reversão deste processo, pois promove a formação de sujeitos críticos e reflexivos, capazes de adentrar na essência dos problemas sociais, visando a consolidação de alterações estruturais no modelo de produção vigente.

Dessa forma, entende-se a Educação Ambiental como um processo amplo que visa por meio da compreensão da totalidade e por meio do desenvolvimento dos sentidos humanos, atingir a emancipação humana. Loureiro (2004, p.89) corrobora com essa perspectiva afirmando que:

(...) a Educação Ambiental transformadora é aquela que possui um conteúdo emancipatório (...) vinculada ao fazer educativo, implicando em mudanças individuais e coletivas, locais e globais, estruturais e conjunturais, econômicas e culturais (...) dimensão política da educação (...) não cabe mais esperar o milagre da mudança de circunstâncias a partir de uma elite intelectual ou econômica (...).

Portanto, trabalhar em busca da consolidação de metodologias e práticas que atendam à esses princípios emancipadores torna-se a única forma possível de nos mantermos vivos mediante a existência desta crise planetária instaurada. Sendo assim, um aspecto que deve ser considerado como determinante para a execução dessas práticas é o conhecimento prévio acerca da representação social dos sujeitos em relação às temáticas ambientais, neste caso em específico sobre a água, para que seja possível abordar os conteúdos conforme a realidade cultural e regional do aluno, levando-o ao aprendizado significativo. Acrescenta-se que a busca por esta representação também possibilitará identificar as contradições dialógicas existentes no modo de efetivar a leitura de mundo e de agir sobre ele.

Diante deste contexto, justifica-se o presente estudo que possui como objetivo principal desvelar a representação social que estudantes do Ensino Médio da Educação Básica possuem acerca da água. Acredita-se que por meio destes dados seja possível consolidar modelos educativos ambientais emancipatórios. A escolha de estudantes pertencentes ao Ensino Médio se justifica por já terem vivenciando, necessariamente, conforme diretrizes legais, um período de educação formal no qual foram submetidos à discussões e debates ambientais.



Água recurso primordial para manutenção da vida

Em virtude da importância que este recurso natural representa para a manutenção da vida na Terra, comumente nos deparamos com debates e discussões relacionados às temáticas que envolvem, direta ou indiretamente, a utilização da água. Porém, indicadores sociais como por exemplo, o Índice de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) e o Diagnóstico de Água e Esgoto Nacional desenvolvido pelo Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), demonstram que sua utilização está ocorrendo de maneira indesejável, evidenciando-se o fenômeno denominado Crise Hídrica (CIRILO, 2015).

Diante deste cenário, Neto (2006) reforça a ideia de que a água é um recurso natural fundamental à vida, ao desenvolvimento econômico e ao bem estar social, possuindo uma infinidade de usos, dos mais simples aos mais complexos, mas que vem se tornando, pouco a pouco, um recurso escasso que precisa ser cuidado com muito discernimento. Tudisi (2008) ressalta que alguns especialistas associam essa crise com o mau gerenciamento do recurso natural, enquanto outros, afirmam ser decorrente de um conjunto de problemas ambientais agravados por diversos fatores relacionados à economia e ao desenvolvimento social.

Porém, é unanimidade estudiosos e pesquisadores referirem-se à necessidade de tornar o debate público e difundido em todos os setores sociais. Bacci e Pataca (2008) chamam a atenção para a importância de se estabelecer um diálogo consciente e coerente sobre a água e afirmam que ao debater ou discutir sobre a relevância dos conhecimentos relativos a este recurso natural, em suas diversas dimensões, reforça-se o pensamento sobre a sua importância para a sobrevivência das diversas espécies de seres vivos.



Definição para água

A ideia do que seja ‘água’ advém de concepções intuitivas presentes na construção do nosso conhecimento social, dificultando a formalização de um conceito com o devido distanciamento do senso comum, ou seja, desde o nascimento cada ser humano ouve o termo água sendo habitualmente utilizado nas mais diversas situações.

Esta situação deve-se ao fato do termo ser apresentado, comumente, sem uma abordagem científica e quando é utilizado, tráz consigo ideias pré-concebidas. Dessa forma, pode-se dizer que parte significativa da compreensão que existe sobre a água refere-se a um processo de construção de conhecimento histórico e social feito pelo repasse de informações por outras gerações, tornando-se mais fácil o reconhecimento do que seja a “água” do que a construção de uma definição propriamente dita.

Costa (2013) afirma que ao longo dos anos o significado dos termos equivalentes à palavra ‘água’ nas diferentes línguas sofreu gradativas alterações sob a forma de acréscimos. Mediante isso, percebe-se que o conceito de água é mutável, flexível e reflete diretamente aspectos socioculturais.

Mortimier (1996) acrescenta que nenhuma definição conseguirá descrever com exatidão o real significado da água pois o entendimento relaciona-se com as experiências vivenciadas ao fazer uso deste recurso, seja para saciar a sede ou banhar-se em águas límpidas. Neste sentido, é de sua importância compreender a representação social atribuída à este recurso natural pelos indivíduos com o intuito de averiguar se contribui para a adoção de comportamentos sustentáveis ou se é necessário promover reflexões com o intuito de reconstruí-la para se atender aos princípios da sustentabilidade, sem desconsiderar a realidade cultural e regional do indivíduo.



Educação Ambiental

Ao analisar o cenário e as perspectivas traçadas por estudiosos e pesquisadores à respeito da água no mundo, torna-se inevitável assumir uma responsabilidade cidadã de pensar com maior cuidado e zelo acerca das relações vivenciadas entre o homem e os recursos naturais, em especial os hídricos.

Gadotti (2005) descreve em seus estudos que, pela primeira vez na história da humanidade, percebe-se claramente como os sistemas de produção comprometem a vida no planeta Terra. O autor afirma ainda que a sociedade vem passando do modo de ‘produção em massa’ para uma perspectiva de destruição, sendo assim, os próximos 50 anos deverão ser dedicados ao processo de reconstrução do planeta a partir da implantação de um novo paradigma, que evidencie a Terra como primordial. Discursos como este, vem ecoando e gerando inúmeros adeptos nos mais diferentes setores da sociedade, principalmente naqueles que apresentam os processos relacionados à formação humana como sendo a razão sine qua non para a sua existência, como é o caso da área de Educação.

Prova disso, é o crescente debate a partir de meados da década de 70 que extrapolaram os meios acadêmicos, à respeito da existência de políticas e métodos adequados capazes de conduzirem o ensino por uma vertente holística que tenha como intuito promover a formação, conforme denominado por Boff (1999), de um cidadão planetário. Percebe-se, desde então, a sociedade organizando-se e mobilizando-se, a ponto de propor e concretizar eventos em que trouxesse a temática ambiental para o debate e discussões governamentais a nível mundial, como por exemplo, as Conferências Internacionais do Meio Ambiente.

É óbvio que mudanças significativas foram realizadas com o intuito de atender as reflexões iniciais que à princípio visavam a promoção do desenvolvimento econômico, observando a integridade ambiental e o bem estar social presente e futuro, remetendo à ideia de desenvolvimento sustentável para a manutenção da vida na Terra. Neste âmbito, destaca-se a ‘Educação Ambiental’ que vem materializando-se ao longo dos anos, assumindo diferentes significados em virtude das discussões e debates promovidos, sendo os principais: sensibilização, conscientização e mobilização (SANCHES, 2007).

Apresentar uma definição para Educação Ambiental corresponde a uma iniciativa que exige uma análise cautelosa, estabelecendo relação principalmente entre o momento temporal e o cenário global, ou seja, não se trata de uma percepção exclusivamente cartesiana, é um processo holístico que requer percepção apurada e visão de mundo.

De acordo com Resende e Lício (2016), os diferentes períodos da história da humanidade foram marcados por processos diversificados de exploração dos recursos naturais que referem-se às maneiras diferentes da sociedade entender, interpretar e interagir com o mundo. Para Sato (2004), a Educação Ambiental surge como uma resposta aos problemas ambientais vivenciados principalmente ao longo das décadas de 50 e 60, tendo sofrido inúmeras modificações para atender as demandas contemporâneas.

Entretanto, mesmo com estas modificações, o conceito de Educação Ambiental se mantém firme à um propósito que segundo Silva (2004), é possibilitar por meio da aprendizagem, a adequada interação entre o homem e a natureza. Logo, há uma coluna de sustentação do conceito que vem apresentando-se de forma fixa ao longo deste processo evolutivo.

Portanto, pode se afirmar que:

Educação Ambiental é um vocábulo composto por um substantivo e um adjetivo, que envolvem, respectivamente, o campo da Educação e o campo Ambiental. Enquanto o substantivo Educação confere a essência do vocábulo “Educação Ambiental”, definindo os próprios fazeres pedagógicos necessários a esta prática educativa, o adjetivo Ambiental anuncia o contexto desta prática educativa, ou seja, o enquadramento motivador da ação pedagógica (LAYRARGUES,2004, p. 07)

Dessa forma, infere-se que Educação Ambiental é o termo que tornou-se usual para designar todos os processos educativos que visam a formação dos seres humanos em relação a forma de interação com o meio ambiente. Ressalta-se que essa perspectiva não se limita aos contextos formais de educação, mas agrega todas as possibilidades educacionais existentes na sociedade. De acordo com Magozo (2005), este processo busca concretizar o real sentido do termo latino educare que refere-se à extração do que os indivíduos têm de melhor em si. Outro aspecto relevante, refere-se a explicitação da interação entre duas áreas de conhecimento, tornando evidente que a Educação Ambiental perpassa pela concepção multi e transdisciplinar.

Para Ferreira (2016) é preciso compreender interdisciplinaridade como o processo de colaboração existente entre áreas distintas ou setores heterogêneos da mesma ciência. Portanto, no cerne da questão que tange o conceito de Educação Ambiental, encontra-se estabelecida a existência de uma relação entre processos educacionais, respeitando as singularidades da área, com todos os debates e discussões relativas às questões ambientais.

Dessa forma, Suavé (2005) enfatiza que a Educação Ambiental não é apenas uma “ferramenta” da educação cujo objeto de estudo é o meio ambiente, trata-se de um novo paradigma em que educação e meio ambiente encontram-se inseparáveis. É importante ressaltar que Silva (2004) apresenta a percepção de que a Educação Ambiental está presente na vida de todos os seres desde o início de sua existência na Terra, mesmo que de forma subjetiva, uma vez que para garantir a sobrevivência torna-se fundamental para o homem saber relacionar-se com o meio ambiente.

A Educação Ambiental foi incluída no currículo escolar desde os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) de 1999, subsidiada pelo Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA) e pela Política Nacional de Educação Ambiental – na forma da Lei 9.795/99 (SANTOS et al., 2020). Em 2012, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a EA (DCNEA) foram aprovadas e homologadas, materializando um documento que contempla exigências constitucionais, principalmente em seus artigos 22 e 210 que estabelecem bases para orientações, articulações e desenvolvimento da educação básica nacional, vindo regular o ensino (OLIVEIRA; NEIMAN, 2020). Deste então, a Educação Ambiental é um componente educacional que deve constar em todos os níveis e modalidades de ensino (SANTOS et al., 2020).

No âmbito escolar, a Educação Ambiental possui como principal objetivo de aprendizagem sensibilizar os alunos acerca dos problemas de cunho ambiental e da importância de se adotar um comportamento sustentável, com o intuito de formar cidadãos conscientes que estejam aptos à implementarem mudanças na realidade socioambiental. Ressalta-se que para isso, a Educação Ambiental deverá considerar as características regionais e culturais para se promover de fato uma aprendizagem significativa (MEDEIROS et al., 2011).

Logo, as prática pedagógicas utilizadas para efetivá-la na educação básica deverão fazer com que os alunos se posicionem de forma crítica durante a abordagem dos conteúdos e no momento da execução de atividades. O educador, por meio destas práticas, deverá possibilitar aos alunos relacionar os conteúdos adquiridos com sua realidade para que seja possível torná-los agentes transformadores (MORIN, 2001).

Portanto, durante a efetivação da Educação Ambiental em qualquer nível de ensino é preciso que o docente considere o conhecimento prévio do aluno e a sua realidade cultural e regional para que ocorra um aprendizado significativo e, consequentemente, a conscientização que se espera para que a sociedade possa desenvolver-se de maneira sustentável. Sendo assim, investigações com o mesmo propósito do presente estudo poderão oferecer importantes subsídios para a identificação ou estabelecimento de práticas pedagógicas que cumpram este objetivo (KINDEL, 2012).



Metodologia

Considerando o objetivo deste trabalho, optou-se por realizar um estudo qualitativo básico que buscou compreender os significados atribuídos pelos sujeitos ao fenômeno investigado e que estão inseridos em um determinado contexto social (MERRIAM, 1998).

Para Berg (2001), a pesquisa qualitativa responde perguntas pela investigação de ambientes sociais, possibilitando ao pesquisador compartilhar das compreensões e percepções dos indivíduos que habitam estes ambientes, como interpretar o comportamento das pessoas e os significados que elas atribuem às situações vivenciadas.

O estudo desenvolveu-se no mês de março de 2021, em uma Escola de Educação Básica Privada com aproximadamente 400 estudantes, situada na cidade de Alfenas, região Sul de Minas Gerais. Participaram desta investigação 35 alunos matriculados no ensino médio (1º, 2º e 3º ano).

Os relatos foram obtidos por meio de entrevistas e analisados através da técnica de codificação, que de acordo com Gibis (2009) trata-se de uma forma de indexar ou categorizar o texto para estabelecer uma estrutura de ideias temáticas em relação à ele.

Este estudo apresenta resumidamente em sua historicidade as seguintes etapas: 1) efetivação de pesquisas bibliográficas visando a ampliação do conhecimento do fenômeno investigado; 2) planejamento, contendo como elementos básicos a configuração da parceria com a instituição de ensino e a elaboração da entrevista; 3) divulgação e aplicação da entrevista no grupo de estudantes; e 4) análise e categorização dos dados.

A aplicação da entrevista ocorreu de forma digital. Em virtude do momento pandêmico (COVID-19) instaurado, fez-se uso dos recursos tecnológicos associados aos aplicativos “Google Meet”. O roteiro da entrevista é constituído pelas seguintes perguntas: 1) Quais relações você estabelece com a palavra água?; 2) Explique o significado da água para você; 3) Você considera que estamos vivenciando um período histórico de crise hídrica?; e 4) Apresente propostas de soluções para que a relação entre o homem e a água ocorra de uma forma harmoniosa.



Resultados e Discussões

Compreende-se, de acordo com Santos (1994), que a representação social refere-se ao conhecimento e a interpretação do real, de um grupo específico, de um sujeito ou fenômeno presente na estrutura da sociedade de tal forma, que reflete o meio sócio-histórico em que os indivíduos encontram-se inseridos, sendo de fundamental importância para possibilitar o processo, situá-los no mundo, superando os habituais muros escolares. Este contexto nos remete à Freire (1996) que discorre sobre a necessidade da educação ultrapassar o limite bancário associado à memorização de conteúdos para uma perspectiva de problematização, em que a compreensão das práticas sociais apresentam-se como sendo o direcionamento para a organização do fazer pedagógico.

Moscovici (1976) destaca a necessidade de considerarmos três dimensões como parte intrínseca desse processo. A primeira, denominada de representação, que refere-se ao carácter vasto associado ao fenômeno em questão, destacando os elementos que demostram as propriedades qualitativas e imageantes atribuídas pelos sujeitos. A segunda, remetendo à quantidade e qualidade do conhecimento possuído à respeito do fenômeno em análise, chamado de informação. A última, nomeada de atitude, trata-se da forma com que o sujeito interage ou compreende a interação com o fenômeno a partir das relações em práticas sociais. Dessa forma, infere-se que o entendimento da representação social perpassa por essas três vertentes: 1) representação; 2) informação; e 3) atitude.



  • REPRESENTAÇÃO

Quanto ao primeiro tópico, identificou-se a partir dos relatos obtidos por meio das entrevista possíveis associações com a palavra água. A tabela 01 apresenta a síntese das ideias apresentadas.

É evidente a diversidade de associações estabelecidas, demonstrando que ao abordarmos a temática água, têm-se inúmeras possibilidades para a concretização de reflexões e discussões. Porém, os termos “vida”, “escassez” e “conservação” aparecem em destaque, aparentemente configurando uma adversidade entre a importância atribuída ao tema e a não configuração dos cuidados necessários com a água. Nota-se complementariedade ao identificar que o direcionamento dado ao entendimento de “escassez” e “conservação” reforçam a necessidade de atentar-se para as interações com o planeta para garantir a sobrevivência da humanidade (OLIVEIRA; NEIMAN, 2020), conforme alguns relatos apresentados abaixo.

Conforme é sabido os recursos hídricos são fontes esgotáveis, ou seja, para que se mantenham em condições de garantir a vida da população do planeta é necessário que as pessoas se conscientizem da responsabilidade de cada um, isso somando-se às ações governamentais que são imprescindíveis para a proteção, manutenção e continuidade desse líquido vital. (Aluno)

A conservação da água doce é um assunto que deveria ser discutido mais vezes, afinal, ela é de extrema importância para todos os seres vivos. Estamos fazendo uso inadequado da água. (Aluno)

Ao final, constatou-se que aproximadamente 65,76% dos entrevistados reconhecem a água como necessária para a vida no planeta. Entretanto, os demais entrevistados – 34,24%, apresentam discussões significativas, mas que, indiretamente, ainda remetem à uma concepção de natureza “utilitarista”, ou seja, compreendida como recurso, por isso atribuem destaque à características como expressividade da dimensão territorial e forma com que se apresenta distribuída no planeta.



  • INFORMAÇÃO

Quanto ao segundo tópico, pôde-se organizar os relatos em 3 categorias, levando em consideração a qualidade, a quantidade e a abordagem das informações apresentadas sobre a água.

A primeira categoria, destaca os aspectos materiais da água, evidenciando suas características e propriedades, remetendo à uma concepção tradicional de ensino que fragmenta os fenômenos estudados e possibilita um entendimento do real de forma limitada (COSTA, 2013), o que é preocupante por não representar a ideia em sua totalidade. Seguem alguns relatos:

A água , formada por átomos de hidrogênio e oxigênio, é um recurso natural não renovável que garante a vida na Terra. É insipida, incolor e inodora e precisa ser cuidada por nós. Apresenta-se distribuída no planeta de forma heterogênea o que dificulta o acesso de todos. (Aluno)

O Brasil é o país que tem a maior reserva de água doce no planeta, essa reserva é conhecida como Aquífero Guarani que possui um volume de água de aproximadamente 55.000km³ e uma profundidade máxima que pode chegar a 1.800m. Tendo uma capacidade de recarga de até 166km³ ao ano e com a grande reserva de água subterrânea, é capaz de fornecer água potável ao mundo por duzentos anos. (Aluno)

A segunde categoria, traz considerações significativas que permitem o entendimento da água dentro de um contexto social, ou seja, é descrita para além de suas características físico-químicas, assumindo papel relevante nas relações planetárias. Destaca-se por apresentar uma visão problematizadora em que tem-se a manutenção da vida no planeta como aspecto central no debate. Reflete ainda, uma concepção de ensino mais crítica e de aproximação entre a escola e a comunidade, porém, ainda difundindo uma ideia simplista de culpabilidade pelos problemas relativos à água e às ações individuais (PINHEIRO; OLIVEIRA NETO; MACIEL, 2021). Seguem alguns relatos:

O problema da água vem de coisas pequenas, associadas às nossas ações no dia-a-dia, exemplo: o gasto excessivo no banho, escovando os dentes, lavando a garagem e o quintal. Ao invés de consumir água dessa forma, deveríamos pensar em maneiras alternativas, como o aproveitamento de água da chuva. As pessoas não foram educadas para cuidar do planeta. Se cada um fizer sua parte resolveremos o problema. (Aluno)

Conforme é sabido, os recursos hídricos são fonte esgotáveis, ou seja, para que se mantenham em condições de atender a população do planeta é necessário que as pessoas se conscientizem da responsabilidade de cada um, com a população demorando menos no banho, escovando os dentes com a torneira desligada, etc., conseguindo assim, diminuir muito o desperdício de água. (Aluno)

A terceira e última categoria, enfatiza a associação da utilização da água com o sistema de produção capitalista. Trata-se de uma abordagem também problematizadora, mas que tem na política e na economia a propulsão para o debate. Tratam-se de relatos que perpassam por uma concepção holística de mundo e demonstram uma superação da aparência para a chegada na essência dos problemas. Remetem ao início de um ensaio, de uma concepção pedagógica emancipatória (POLLI; SIGNORINI, 2012). Seguem alguns relatos:

Os problemas relacionados à água, estão ligados, muitas vezes, à questões políticas, à desigualdade social, onde milhares de pessoas não tem acesso à água por uma demanda do próprio sistema. Essas pessoas que não tem acesso, são pessoas que moram em regiões pobres ou em áreas de difícil acesso. A região nordestina é o lugar onde mais é afetada por escassez de recursos hídricos no Brasil, mesmo tendo cerca de 12% da água doce do mundo, é algo que ainda é muito comum dê se encontrar. (Aluno)



Sabemos que a sociedade atual baseia-se no capitalismo, que preza muito por valores lucrativos e não dá tanta importância, por exemplo, para meios ambientais. Seguindo essa lógica as empresas, principalmente as que trabalham no meio industrial geram muito lixo e depositam nos rios, fazendo com que aquela água não seja adequada para o consumo humano. O problema da água é complexo. (Aluno)

Outro aspecto significativo evidenciado quanto à este tópico, foi o número expressivo de estudantes que compreendem a crise hídrica enquanto fenômeno material concreto e atual, declarando, em sua maior parte, o conhecimento de populações vivendo sob o denominado “estresse hídrico” (POLLI; SIGNORINI, 2012).



  • ATITUDE

Quanto ao terceiro tópico, identificou-se unanimemente relações estabelecidas com os recursos hídricos que não refletem a vivência de problemas substanciais equiparados à falta ou a dificuldade de acesso à água potável para sobreviver. Constatou-se, enquanto realidade a ser superada, situações globais que referem-se aos efeitos de uma inadequada exploração por parte do ser humano. Logo, a relação estabelecida entre os entrevistados com a água permite a consolidação da ideia de que a Crise Hídrica, quando reconhecida, trata-se de um fenômeno distante do seu contexto real, pois os efeitos vivenciados são, na maior parte das vezes, apresentados de forma dissociada do sentimento da impossibilidade de acesso à água (SILVEIRA; RUAS; ELIAS, 2021). Seguem alguns relatos:

Eu sei da existência da crise hídrica porque vejo nos noticiários informações sobre as mudanças climáticas, e também, relatos da existência de populações em dificuldade para ter acesso à água potável. Entendo que muitos fatores são resultados de causas naturais, porém, a interferência humana tem um grande peso, já que pode acelerar processos naturais e até mesmo gerar novos. (Aluno)

Reconheço que não tenho problema em ter acesso à água potável, a não ser quando o abastecimento de minha casa é interrompido para manutenção. Mas, nada comparado às informações que vemos na TV sobre pessoas que andam quilômetros para conseguirem uma água barrenta. (Aluno).

Outra informação significativa é que praticamente a totalidade dos entrevistados, incluindo aqueles que não compartilham da ideia de que existe e estamos vivenciando uma crise hídrica, compreendem a importância de ações concretas por parte da sociedade civil e das esferas governamentais para que se tenha consolidado um padrão mais harmônico de interação entre os homens e os recursos hídricos (SOUZA, 2020). Seguem alguns relatos:

É de grande importância a conscientização da população por meio das mídias e outros recursos, para que o consumismo diminua. Também é necessário que o governo tome medidas em relação à interferência humana no ambiente, para assim controlar a questão do aquecimento global. (Aluno)

Existem várias formas de preservarmos a água, com maneiras mais simples e maneiras mais complexas. De maneira simples, devemos sempre manter torneiras fechadas, evitar banhos demorados, etc. Mas essas são formas que devemos praticar ao longo do nosso dia a dia.. Agora de maneira mais complexa, devemos também depender de ações governamentais. Educar e conscientizar as novas gerações sobre a importância de se preservar os recursos hídricos são ações fundamentais para se garantir a sobrevivência dos nossos rios e de todas as formas de vida na terra. (Aluno)



Considerações Finais

Ao final desta investigação, constatou-se que o objetivo principal que consistiu em desvelar a representação social que estudantes do Ensino Médio da Educação Básica possuem acerca da água foi atendido. O grupo de estudantes investigado apresentou diferentes associações em relação à “água”, evidenciando que trata-se de uma temática já consolidada em debates e reflexões, independente do grau e da complexidade assumida. Muitos estudantes reconhecem a importância da água associada à sobrevivência humana, ultrapassando o período denominado por muitos estudiosos na área de Educação Ambiental como sensibilização, demonstrando-se situados em um outro movimento, o de mobilização, associado à ideia do “agir sobre o mundo em busca da superação dos problemas”.

Entretanto, ao analisarmos as informações apresentadas sobre a água, evidencia-se um grupo de estudantes que apresenta uma concepção fragmentada, priorizando informações relativas à sua materialidade (físico-química), o que dificulta o entendimento do fenômeno como um todo. Constatou-se também estudantes que reconhecem a água enquanto interação social, situando-a no contexto cotidiano da vida. Porém, outros demonstram domínio de informações e conhecimentos que ultrapassam o limite da aparência, adentrando verdadeiramente na essência do fenômeno, atribuindo o grau de complexidade necessária para a busca de resolução dos problemas, associando-os às questões políticas e econômicas. Esse grupo compreende que a escassez de água está intimamente relacionada à ideologia dominante burguesa, imposta pelo sistema de produção capitalista.

Quanto às vivências no âmbito da crise hídrica, unanimemente os alunos demonstram-se distantes deste problema por terem fácil acesso à água potável, chegando a reconhecer-se em muitos momentos como privilegiados. No entanto, compreendem os efeitos globais que interferem na sua forma de viver e consideram que a responsabilidade pela manutenção da água deve ser compartilhada por toda a sociedade em nível micro e macro, perpassando pelas esferas sociais locais até as governamentais.

Ao final, acredita-se que a representação social que o grupo de estudantes investigado possui acerca da água, poderá subsidiar o desenvolvimento de práticas pedagógicas emancipatórias que considerem a realidade cultural e regional dos alunos, para favorecer a efetivação de mudanças sociais emergências em prol do desenvolvimento sustentável .



Bibliografia

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Ilustrações: Silvana Santos