Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Reflexão
30/05/2023 (Nº 83) SUSTENTABILIDADE DA VIDA
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SUSTENTABILIDADE DA VIDA

* Por Heverton Lacerda

O termo sustentabilidade, criado antes mesmo de esquentar o debate sobre a crise climática, tem sido subvertido para outras finalidades que não a ambiental. Na origem, na segunda metade do século passado, a ligação com a temática ecológica era tão evidente que deixou-se de pronunciar “sustentabilidade ambiental”, abreviando para “sustentabilidade”, porém, guardando o mesmo sentido. A definição clássica do termo, relacionada ao uso sustentável dos recursos naturais, apontava para a estratégia de “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a possibilidade das gerações futuras de suprir as suas”. Ou seja, a ligação com a proteção ambiental é umbilical, pois sem isso nada é sustentável de fato.

Empresas, com todo o direito, passaram a adotar o termo. No entanto, é preciso ter cuidado para que a sustentabilidade anunciada em discursos e publicidade mantenha a intenção original de preservar o meio ambiente e se importar com as questões sociais. Não basta apenas atrelar empresas ou produtos à imagem da sustentabilidade ambiental visando vender mais. Isso não é honesto. É lógico que empresas visam lucros, mas vale lembrar que, quando estamos falando de crise climática, o econômico não é o principal valor social. Assim, cresce a necessidade de usar a criatividade para empreender protegendo a fonte de todos os recursos: a Terra.

Empreendimentos que usam o marketing para camuflar processos de produção antiecológicos estão praticando “maquiagem verde”, um processo que ficou conhecido como “greenwashing”, em inglês. Além dos riscos ambientais, isso pode manchar a reputação da empresa. No âmbito empresarial, já com reflexos no mercado de capital, a adoção do ESG, sigla em inglês para questões ambientais, sociais e de governança, já faz parte do dia-a-dia de algumas empresas.

É preciso fazer valer e colocar esses conceitos em prática porque, ao final, o que importa é a sustentabilidade da vida de todas as espécies que convivem em um sistema global único e equilibrado.

* Heverton Lacerda é jornalista, especialista em Ciências Humanas e presidente da Agapan

Texto publicado na versão impressa do jornal Zero Hora em 26 de setembro de 2022.

Fonte: https://www.agapan.org.br/post/sustentabilidade-da-vida



Ilustrações: Silvana Santos