Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Educação e temas emergentes
14/03/2024 (Nº 86) O DESAFIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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O DESAFIO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

26 De Janeiro De 2024

Por: Oscar Buturi

O Dia Mundial da Educação Ambiental é comemorado em 26 de janeiro. O tema, aliás, normalmente apoiado pela maioria das pessoas, ao menos no campo das ideias, na prática, costuma deixar muito a desejar. Isso porque identificamos um abismo entre o discurso e a prática, seja na vida do indivíduo, seja na experiência coletiva. É difícil encontrar alguém por aí que seja contra a proteção do ambiente. Com certeza é mais simples encontrar pessoas que tenham posições divergentes e até mesmo antagônicas em relação a como essa proteção deve se dar.

O desafio do desenvolvimento econômico sustentável costuma gerar grandes polêmicas. Um fato, porém, é certo – todos concordam que é necessário e fundamental promover, incentivar e estimular a educação ambiental. Como generalista que sou, não tenho, aqui, a pretensão de discorrer profundamente sobre tema tão complexo. Quero apenas lançar breve reflexão que alcance uma parcela da população, na sua maioria leigos, com quem muitas vezes eu também me identifico. O problema é que a educação, de forma geral, sempre trata do futuro e estamos acostumados a lidar com as questões urgentes, com os imediatismos da vida. Somos movidos pelas urgências e não pelos planos e ações de longo prazo. É assim na vida pessoal; em casa, no trabalho, na escola, nos relacionamentos. Estamos sempre apagando incêndios. E tem sido assim também na vida coletiva. Enquanto nossas políticas (planos setoriais, leis estruturadoras, etc.) apontam para o futuro, nossos políticos agem no aqui e agora. Não há tempo hábil para tirar do papel projetos cujos prazos ultrapassem os mandatos eletivos, sob o risco de serem considerados ineficientes. E embora muitos culpem os políticos por essa realidade, a própria população é também culpada, pois ela própria não costuma demonstrar paciência quando resultados rápidos não são apresentados pelas autoridades eleitas.

Olhando por esse ângulo, nossos representantes políticos são, de certa forma, vítimas dessa cultura imediatista que prejudica projetos de longo prazo, que não são logo percebidos pela maioria dos eleitores. Essa dinâmica perversa se reflete também na educação ambiental. Na maioria das vezes, o discurso aponta para prejuízos futuros. “Se não fizermos isso ou aquilo, o planeta não vai suportar…” e por aí vai. E a gente fica esperando o sistema entrar em colapso para, então, tomarmos as providências. Quando e, se isso acontecer, o tema, agora urgente, entrará na pauta da humanidade. Há um grande risco nisso, afinal, as mudanças no planeta são nítidas, mas a maioria ainda não as relaciona com o desequilíbrio ambiental provocado pelo modelo de desenvolvimento econômico predominante. Eu, por exemplo, evito, há tempos, a máxima que trata da “preservação no presente para garantir um mundo melhor para as futuras gerações”. Para mim está claro que precisamos garantir um planeta melhor para as gerações que estão aqui agora! Tenho sérias dúvidas quanto ao planeta que encontrarão aqueles que ainda estão por vir, caso medidas mais contundentes não sejam tomadas agora. A boa notícia é que eu e você podemos começar agora. E não é necessário nenhum diploma ou certificado para ser um agente transformador de educação ambiental. Basta começar dando o exemplo.

Fonte: https://correiopaulista.com/o-desafio-da-educacao-ambiental/

Ilustrações: Silvana Santos