Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
Início
Cadastre-se!
Procurar
Área de autores
Contato
Apresentação(4)
Normas de Publicação(1)
Podcast(1)
Dicas e Curiosidades(5)
Reflexão(6)
Para Sensibilizar(1)
Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(11)
Dúvidas(1)
Entrevistas(2)
Divulgação de Eventos(1)
Sugestões bibliográficas(3)
Educação(1)
Você sabia que...(2)
Reportagem(2)
Soluções e Inovações(3)
Educação e temas emergentes(6)
Ações e projetos inspiradores(24)
Cidadania Ambiental(1)
O Eco das Vozes(1)
Do Linear ao Complexo(1)
A Natureza Inspira(1)
Relatos de Experiências(1)
Notícias(26)
| Números
|
Reflexão
O SENA E AS OLIMPÍADAS Arno Kayser* Durante as Olimpíadas de 2024 muito se falou da qualidade das águas do rio Sena em função da realização de várias provas de natação em seu curso. A maioria das matérias jornalísticas enfatizou muito as queixa de que elas não estavam limpas o suficiente para realização dessas provas e destacando muito as queixas dos nadadores de entrar no rio. Mas poucas delas tocaram num ponto importante. A grande notícia é que o rio Sena está sendo recuperado da poluição. Até pode ser que ele, em alguns momentos, não tem se revelado apto para uso como local de esporte de contato, como a natação especialmente. Isso porque o padrão de qualidade das águas para esse tipo de uso é um dos mais difíceis de atingir num rio que cruza grandes cidades e sofre com todo tipo de carga poluidora que pode advir de um grande centro urbano. O padrão de qualidade para esportes de contato só perde para o necessário para consumo direto. É um feito extraordinário da gestão das águas francesas terem conseguindo alcançar um padrão tão alto de recuperação, mesmo que nem toda hora seja possível nadar nele. Ao ignorar esse fato a imprensa esportiva acabou passando uma mensagem equivocada para o grande público que assistiu aos jogos. A de que o programa de despoluição do Sena havia fracassado quando de fato ele é um sucesso. É claro, que o governo francês fez uma aposta alta, para ter ganho político, colocando a meta de fazer as provas no rio. Mas esse é um erro político que não significa que está errado o que está sendo feito tecnicamente em termos de recuperação do rio. Muitas matérias chegaram a usar a palavra nojenta para classificar o rio. Um exagero que não ajudam nada a esclarecer o grande público que não tem obrigação de saber sobre o trabalho de despoluição. Infelizmente essas matérias foram escritas por jornalistas da esfera esportiva que também não sabem do tema e não buscaram se informar com técnicos de saneamento. Ao fazer isso acabam por minar as expectativas da população, não só da França, mas de todo mundo de que é possível ter sucesso na despoluição dos rios mundo afora. Esse descrédito pode impedir que sejam feitos esforços nesse sentido que são umas das grandes tarefas para termos um mundo limpo e saudável para todos. O sistema de gestão das águas da França é um dos mais evoluídos do mundo. Ele é o modelo para legislação brasileira. E vem conseguindo feitos incríveis. Levar um rio que passa dentro de uma cidade enorme como Paris ao ponto de que praticamente ser possível nadar nele ainda que apenas nalguns dias é um feito e tanto que merece ser comemorado e não desqualificado por matérias escritas sem um cuidado jornalístico mais aprofundado. Infelizmente esse é mais um exemplo de muitas notícias que circulam mundo afora que confundem a opinião pública e não contribuem para encaminhar dias melhores na nossa existência. *Agrônomo, Ecoligista e Escritor Fonte: https://arnokayser.wordpress.com/2024/08/20/o-sena-e-as-olimpiadas/
|