Não podemos pensar em desenvolvimento econômico, reduzir as desigualdades sociais e em qualidade de vida sem discutirmos meio ambiente. - Carlos Moraes Queiros
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 88 · Setembro-Novembro/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Podcast(1) Dicas e Curiosidades(5) Reflexão(6) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(11) Dúvidas(1) Entrevistas(2) Divulgação de Eventos(1) Sugestões bibliográficas(3) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(2) Soluções e Inovações(3) Educação e temas emergentes(6) Ações e projetos inspiradores(24) Cidadania Ambiental(1) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Relatos de Experiências(1) Notícias(26)   |  Números  
Ações e projetos inspiradores
13/09/2024 (Nº 88) CONHEÇA O PROJETO DE MULHERES QUE AJUDA A RECUPERAR A BIODIVERSIDADE DE SC
Link permanente: http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=4995 
  

CONHEÇA O PROJETO DE MULHERES QUE AJUDA A RECUPERAR A BIODIVERSIDADE DE SC

Silvestres SC, com sede em Florianópolis, faz parte do Instituto Fauna Brasil

Mariana Barcellos

mariana.barcellos@nsc.com.br

Recentemente, Silvestres SC concluiu a reintrodução de bugios-ruivos na Ilha após 260 anos de extinção (Foto: Lucas Amorelli, DC)

Formado majoritariamente por mulheres, o projeto Silvestres SC vem se dedicando à recuperação da biodiversidade de Santa Catarina. Recentemente, o grupo concluiu a reintrodução de bugios-ruivos na Ilha, após 260 anos de extinção. Também há projetos de soltura de papagaios de peito roxo no Parque Nacional das Araucárias e de pequenos felinos na Ilha.

A fundadora do Silvestres SC é Vanessa Kanaan, pós-doutora em Ecologia. Em 2010, ela começou um projeto de reintrodução do papagaio de peito roxo, quando era voluntária no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetas), no Rio Vermelho, em Florianópolis. O projeto cresceu e, atualmente, o Silvestres SC faz parte do Instituto Fauna Brasil, do qual Vanessa é diretora.

Na época, eu vi esses papagaios morrendo em cativeiro sem nenhum propósito. E aí eu fui perguntar por que não era feita a soltura dessas espécies, sendo que havia soltura de outros animais, e a resposta que os órgãos ambientais me deram foi que o papagaio era uma espécie ameaçada de extinção. Isso para mim não fez nenhum sentido. Se a gente tem animais ameaçados de extinção, por que a gente não tá fazendo algo para salvá-los? — recorda.

O Silvestres foi crescendo com o tempo e hoje inclui mais dois projetos de reintrodução: o dos bugios ruivos, que começou em 2019, e o dos pequenos felinos, que começou recentemente. No total, seis pessoas colaboram com o programa, sendo cinco mulheres. Todos são biólogos ou estudantes de Biologia.

É uma equipe pequena, mas que se dedica muito. Porque a gente faz de tudo: desde a parte financeira, até a parte de campo, até a parte de captação de recursos, educação ambiental, geração de renda… — conta Vanessa.



Projeto existe desde 2019 e atua na soltura de papagaios do peito roxo, bugios ruivos pequenos felinos (Foto: Lucas Amorelli, DC)



Equipe do Silvestres aprendeu a pilotar barco para fazer a soltura dos bugios no outro lado da Lagoa do Peri (Foto: Lucas Amorelli DC)

Equipe feminina

O grupo se mantém com patrocínios e doações. Por conta da limitação financeira, as integrantes precisam ser multitarefas — tiveram que aprender, por exemplo, a pilotar um barco para poder levar os bugios até o outro lado da Lagoa do Peri, e a usar um drone, para fazer o monitoramento das espécies após as solturas.

Continua depois da publicidade

Tudo isso exige resiliência psicológica e também física, já que as atividades de campo do programa podem oferecer alguns perigos, especialmente para mulheres. Por isso, ter uma equipe feminina faz toda a diferença.

Sendo mulher, a gente consegue entender quais são os riscos e se apoiar, no sentido de não deixar uma pessoa sozinha e fazer o trabalho da forma mais segura possível — explica a bióloga Raiane Guidi, integrante do Silvestres.

Há também um acolhimento. O programa passou por muitas dificuldades, desde o início, e foi muito bom ter essa rede de apoio de mulheres. A gente se apoia e se ajuda muito. Estamos sempre juntas — complementa Alessandra Lima, também bióloga do programa.

Fonte: https://www.nsctotal.com.br/noticias/conheca-o-projeto-de-mulheres-que-ajuda-a-recuperar-a-biodiversidade-de-sc

Ilustrações: Silvana Santos