É dentro do coração do homem que o espetáculo da natureza existe; para vê-lo, é preciso senti-lo. Jean-Jacques Rousseau
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 89 · Dezembro-Fevereiro 2024/2025
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PROJETOS E DESAFIOS PARA UMA NOVA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL Nova PNEA reflete urgência em abordar questões ambientais e integrar a Educação Ambiental em todos os níveis de ensino Com
uma população de mais de 700 mil habitantes, Ribeirão
Preto enfrenta grandes desafios ambientais decorrentes da falta de
planejamento urbano. Entre eles, estão a melhor gestão
do recurso hídrico e dos resíduos sólidos,
solucionar a poluição do ar e o déficit arbóreo.
Um contexto — somado aos eventos climáticos verificados
por todo o globo — em que a Educação Ambiental,
especialmente nas escolas, torna-se fundamental, não apenas
para conscientização sobre o papel de cada um na
preservação do meio ambiente e no desenvolvimento
sustentável da cidade, como também na ação
dessa nova consciência. Principalmente
depois das inundações no Rio Grande do Sul, a
preocupação com a temática ambiental cresceu.
Tanto que o Senado aprovou a atualização de uma nova
diretriz para a Política Nacional de Educação
Ambiental (PNEA), sancionada em 17 de julho de 2024, alteando a lei
original de 1999, e integrando temas cruciais, como mudanças
climáticas, proteção da biodiversidade e riscos
de desastres socioambientais aos currículos escolares. Com
isso, as escolas brasileiras deverão incorporar essas questões
a partir de 2025, buscando preparar as futuras gerações
para lidar com a crise ambiental global. A
ideia é que os educadores não apenas abordem com mais
profundidade a importância do cuidado com a natureza e com o
meio ambiente dentro da sala de aula, mas também promovam
atividades práticas de prevenção e mitigação
de mudanças climáticas, incentivando o engajamento de
alunos em ações sustentáveis. Na
rede pública em Ribeirão Preto, segundo a Secretaria
Municipal da Educação (SME), que contempla 140 escolas,
medidas já estão sendo tomadas em quatro eixos
centrais: Estruturação da Educação
Ambiental, com implantação de projetos, formações,
hortas, composteiras, coleta de água da chuva, etc., em 40
escolas, desde 2021; Projeto Verdejamento, que tem como meta o
plantio de 10 mil árvores em escolas até 2025; Projeto
Sem Abelha Sem Alimento (No Bee No Food), voltado a alunos dos
ensinos Fundamental I e II, com atividade de campo (meliponário),
em 23 unidades da rede, três delas com extensão do
projeto em inglês; e estímulo à autonomia do
professor para desenvolver outras ações, com
investimento em formação. O projeto Verdejamento, que começou em 40 escolas, foi ampliado para 113 unidades (escolas próprias, excetuando-se as conveniadas). Em média, são 16 novas árvores jovens por escola e há mudas sendo plantadas continuamente, segundo a SME.
Ação para mudança Escolas
da rede particular de ensino também já se mobilizam com
ações de educação ambiental em seu
currículo. No Colégio Auxiliadora, por exemplo, a pauta
ambiental ganha destaque em duas eletivas: “Consultoria
Ambiental - Meu papel no desenvolvimento sustentável”,
integrada ao currículo do Novo Ensino Médio, e “Viveiro
de Mudas Nativas e Medicinais”, ação realizada
pela turma da 2ª série do Ensino Médio, onde os
estudantes passam por etapas como de seleção de
sementes, quebra de dormência, plantio, compostagem, adubação
e manutenção das mudas, entre outros cuidados
essenciais, ampliando o horizonte para seleção de
cursos superiores, como Biologia, Ecologia, Engenharia Florestal e
Engenharia Ambiental. “A
produção e o plantio de mudas é uma experiência
educativa valiosa, que combina aprendizado prático com
consciência ambiental. Nosso objetivo é proporcionar aos
alunos uma formação que vá além da
teoria, conectando-os diretamente com a prática e com as
demandas reais do nosso planeta. Nossas aulas também são
voltadas para o estudo dos biomas brasileiros, tipos de vegetação,
e a análise da biodiversidade, sempre com foco na importância
da conservação e no papel de cada um de nós na
preservação do meio ambiente. Dessa forma, conseguimos
evitar as intervenções humanas que possam afetar os
ecossistemas”, explica o especialista ambiental Gustavo
Bonagamba Sandrini, também professor de Ciências e
Biologia. No
Colégio FAAP, a educação ambiental foi inserida
em todo o currículo acadêmico por meio de práticas
de laboratório e atividades de campo, não apenas como
uma disciplina isolada. “Abordar a educação
ambiental nas diferentes disciplinas permite ao aluno perceber que a
vida é compartilhada e que nossas atitudes individuais e
coletivas determinam como será o planeta para as futuras
gerações”, ressalta o professor de Biologia Argos
Willian. “Biomas Brasileiros e Conservação
Ambiental“, “Ecossistemas Aquáticos” e
“Química Ambiental” são alguns exemplos. As
aulas de campo são uma extensão desse aprendizado. Os
alunos visitam Ubatuba para explorar a Mata Atlântica e os
ecossistemas marinhos, realizam estudos sobre o Cerrado na Serra da
Canastra e observam as características da Caatinga na Serra da
Capivara. Essas vivências permitem uma aproximação
do conteúdo teórico com a realidade dos ambientes
explorados, onde os adolescentes observam, analisam e refletem sobre
os desafios ambientais, promovendo uma conscientização
que vai além da sala de aula e criando um sentimento de
pertencimento e responsabilidade sobre a natureza. De
acordo com o professor Thiago Luz, a disciplina de Química
Ambiental conecta Tecnologia e Sustentabilidade, sendo essencial para
que os alunos compreendam como a industrialização, a
urbanização e o consumo excessivo impactam o meio
ambiente e, consequentemente, a qualidade de vida. “Esse
entendimento leva os estudantes a questionarem a relação
entre progresso e preservação e de que modo as
tecnologias podem fazer com que caminhem juntos”, afirma. Através da participação ativa, na obtenção e análise de dados estatísticos oficiais, os estudantes debatem e se aprofundam em temas associados à questão ambiental, tais como desenvolvimento sustentável, o uso de produtos químicos na agricultura, os impactos ambientais das atividades humanas, o tratamento da água, a chuva ácida, entre outros. Ao integrar o conhecimento químico com uma reflexão crítica, os estudantes são estimulados a buscar soluções que promovam a sustentabilidade. “A educação, portanto, não é apenas um meio de adquirir conhecimento, mas um espaço para formar cidadãos que possam atuar de maneira responsável e inovadora na preservação do planeta, equilibrando o necessário avanço tecnológico e o vital respeito ao meio ambiente”, conclui Luz. Fonte: https://www.revide.com.br/edicoes/impressa/view/1242/ |