É dentro do coração do homem que o espetáculo da natureza existe; para vê-lo, é preciso senti-lo. Jean-Jacques Rousseau
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 89 · Dezembro-Fevereiro 2024/2025
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PROJETO VOANDO COM AS ABELHAS LEVA ARTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA ESCOLAS DE ELDORADO DO SUL Financiada pela Lei Paulo Gustavo, iniciativa conta com Teatro Lambe-Lambe, contação de histórias, oficinas de poesia e hip-hop e ações de ensino sobre as abelhas sem ferrão Diário Gaúcho
Teatro em miniatura, oferecido pelo Coletivo Pandora, foi atração.Jonathan Heckler / Agencia RBS Promover experiências educativas que fujam ao clássico ensino de sala de aula. Esse é o objetivo do Voando com as Abelhas, projeto que une arte e conscientização ambiental e pousou em duas escolas de Ensino Médio em Eldorado do Sul no mês de outubro. Foram a E.E.E.M. Roseli Correia da Silva e a E.E.E.M Eldorado do Sul as instituições escolhidas para receber as atividades, que incluíam apresentações de teatro Lambe-Lambe do Coletivo Caixa de Pandora, contação de histórias com a Trupi Di Trapu e oficinas de poesia e hip hop. O projeto é financiado pela Lei Paulo Gustavo. — A arte é um forma de abordagem de conteúdo que ajuda na assimilação, a pessoa vai brincando e aprendendo. O objetivo é que a linguagem artística possa influenciar de maneira positiva os estudantes a se sensibilizarem com a questão ambiental — resume Leandro Nunes, idealizador do projeto. No centro da temática ambiental do projeto estão as abelhas. Leandro cria abelhas do gênero melipona, que não têm ferrão e são nativas do Brasil. Formado em Música e Ciências Biológicas, ele defende a conservação dos animais polinizadores como ferramenta para a preservação do meio ambiente: — A gente aprende na escola: esses animais carregam o pólen e cultivam a natureza, que é essencial para preservar a biodiversidade. As pessoas não sabem, mas muito da produção de alimento é feita pela polinização das abelhas. Então, no projeto, a abelha é símbolo de preservação. Por isso, as ações do projeto se estendem para além do dia de atividades artísticas. A segunda etapa, prevista para ocorrer entre novembro e dezembro, irá promover oficinas sobre a biologia das abelhas, e a ideia é que se crie um meliponário para cada escola. Além disso, o cacique Kuaray Papa, da aldeia Tekoa Pekuruty, irá abordar a relação simbólica da abelha jataí com a cultura indígena. “A escola tem que ser um porto seguro” O propósito de educação ambiental do Voando com as Abelhas ganha importância neste momento. Eldorado do Sul, cidade que sedia a iniciativa, foi a mais atingida pela enchente de maio na Região Metropolitana de Porto Alegre. O projeto encontra as escolas em um momento de reconstrução, principalmente, emocional: a escola Roseli, que fica no Assentamento Fazenda São Pedro, não foi atingida e serviu como abrigo; já a Eldorado, no bairro Residencial, teve o primeiro andar alagado por alguns centímetros de água, a estrutura vandalizada nos dias de abandono e o mobiliário das salas do andar de cima perdido pela chuva, que também causou estragos no telhado. – Esse tipo de ação é muito importante. Temos aproximadamente 700 alunos, mas agora estamos com cerca de 500, porque muitos ainda não conseguiram voltar depois da enchente. A escola agora tem que ser um porto seguro, acolher e dar estrutura para esses alunos – explica a vice-diretora da E.E.E.M. Eldorado do Sul, Agnesse Gonzalez.
Atividades promovem acolhimento aos alunos afetados pela enchente.Jonathan Heckler / Agencia RBS Esse sentimento é confirmado pelos estudantes. O jovem Gustavo Santos, 19 anos, que está no 3º ano, não esquece dos três dias que passou ilhado na empresa Datacom, com água e comida escassas, e reconhece a importância de ter um alívio na rotina escolar: — A gente fica encucado com as coisas de casa, pensando no que aconteceu, e precisa de uma distração. Trazer coisas diferentes pra escola ajuda a mudar a dinâmica do dia a dia. Produção: Caroline Fraga |