É dentro do coração do homem que o espetáculo da natureza existe; para vê-lo, é preciso senti-lo. Jean-Jacques Rousseau
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 89 · Dezembro-Fevereiro 2024/2025
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Reportagem
VEJA A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA RECONSTRUÇÃO DO RIO GRANDE DO SUL As enchentes afetaram quase 400 mil alunos no estado. Hoje, mais de 20 mil ainda não retomaram as aulas presenciais e estão em ensino remoto. Por Jornal Nacional Preservação ambiental é também uma questão de educação Preservação ambiental exige legislação, exige fiscalização e, fundamentalmente, é também uma questão de educação. É o que mostra a quinta reportagem da série especial produzida pela RBS TV sobre a reconstrução do Rio Grande do Sul. A escola pública de educação infantil fica na cidade de Novo Hamburgo, no bairro Santo Afonso, pertinho do Rio dos Sinos. O rio, que em maio, transbordou, e deixou boa parte da cidade embaixo d'água. Mas o que essa escola faz pode ajudar a comunidade a encarar as mudanças do clima. O segredo? Conhecimento e respeito à natureza. Cada turminha tem um trabalho específico de observação da natureza. Uma, com alunos de 3 anos, está olhando para ver como as bananas estão amadurecendo. E o mais legal é que o cacho foi colhido por eles. O programa que cria pátios atrativos em escolas públicas da cidade é uma tentativa de aumentar o contato das crianças com o meio ambiente, já que muitas moram em prédios ou condomínios populares, sem acesso a áreas verdes. "A gente acredita muito no desemparedamento das crianças. Então, propor para eles pátios potentes, pátios em que eles vão ter essa vivência com a natureza, que eles vão descobrir um inseto, um lago com peixes, e deixar eles com essa apropriação da natureza, a gente acredita muito que faz toda diferença nessa primeira infância deles”, afirma Maiara Queiroz de Souza, coordenadora pedagógica da escola. Cada aluno tem sua bota de borracha. E o tempo ao ar livre é cheio de descobertas. Repórter: No futuro, essa geração vai cuidar mais das nossas cidades? "A gente acredita que sim, porque eles vivendo assim junto com a natureza, eles conseguem valorizar a natureza e cuidar da natureza. Porque a gente só cuida daquilo que a gente valoriza e que a gente entende o processo”, diz Isabel Lopes, diretora da escola. As enchentes afetaram quase 400 mil alunos. Hoje, mais de 20 mil ainda não retomaram as aulas presenciais e estão em ensino remoto. Para enfrentar as mudanças do clima, respeitar mais o meio ambiente é fundamental. Investir em ciência também. Um radar meteorológico novo está sendo instalado em Montenegro e vai ajudar na emissão de alertas mais precisos. "Nós estamos instalando um comitê científico com mais de 30 membros - que tem desde meteorologistas, geólogos, climatologistas, hidrólogos, geólogos, profissionais capacitados - para poder acompanhar as ações do governo, orientar, sugerir, criticar, ajudar a gente a transformar esse plano robusto de sistema de proteção das cidades, de novos planos diretores para os municípios se desenvolverem em áreas seguras, de desassoreamento dos rios e também de sistemas de monitoramento e alertas, que vão seno implantados para que a gente tenha o mais robusto sistema de resiliência, de defesa, de proteção do estado, que deve ser uma referência para o Brasil”, diz Eduardo Leite, governador do Rio Grande Sul. Os próximos meses também serão de debates para decidir estratégias de proteção contra enchentes. Diques, comportas, sistemas que funcionem. E também mudanças no comportamento de toda a sociedade. "É preciso um olhar profundo sobre a ciência, a busca do conhecimento. O nosso comportamento não tem garantido muito sucesso nessa relação com o planeta”, afirma o ambientalista Lauro Barcellos. Para entender ainda mais sobre preservação ambiental, a equipe do Jornal Nacional foi até o sul do estado, onde fica o bioma Pampa. Toda a biodiversidade do Pampa, pertinho do mar e na beira do estuário da Lagoa dos Patos. A cidade de Rio Grande é um lugar onde há mais de 50 anos a educação ambiental transforma a vida da comunidade. Por lá, a Universidade Federal do Rio Grande tem um papel fundamental. O Centro de Recuperação de Animais Marinhos é um exemplo disso. O pinguim está em tratamento, e uma ave resgatada pela equipe de voluntários provavelmente comeu algo contaminado. "O problema do resíduo sólido, da poluição do ambiente marinho e costeiro, se agrava em função dessa grande vazão de água de todo o estado que está ocorrendo na região onde nós estamos atuando. Tanto pela ingestão de resíduos sólidos como pelo emaranhamento, ficando com o corpo preso. Isso causa um dano a esses indivíduos", explica Paula Canabarro, coordenadora do Centro de Recuperação de Animais Marinhos. Com mais lixo chegando ao oceano, os especialistas estão de plantão. Um ponto bem perto do Porto de Rio Grande é onde se consegue ver a diferença na coloração da água. Tem essa faixa mais barrenta justamente da água que vem descendo do Guaíba. Do alto dá para ver ainda melhor a mancha marrom que chega ao mar. Estuário da Lagoa dos Patos: as inundações e a cheia da lagoa deixaram o lugar menos atrativo para os pássaros. Muita água doce significa menos peixe para se alimentar. O estudantes e professores estão lá para observar o retorno de algumas espécies importantes. Os carcarás, os pica-paus, os maguaris é uma alegria. São sentinelas do recomeço. "Ver os animais voltando, a gente poder ver aqueles animais que faziam parte do nosso cotidiano é muito bom. Nos dá esperança e faz com que a gente se anime vendo a fauna, principalmente as aves que são muito bonitas, voltando ao seu habitat natural”, comemora Felipe Faturi, estudante de biologia da FURG. A vida segue seu curso, em um caminho, por vezes, difícil. Mas o que seria da vida se não houvesse esperança?
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