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Aquecimento
global, compreendendo as causas para evitar as conseqüências: debatendo com
alunos do Ensino de Ciências Adriana
Pessoa Gomes ¹; Josian Silva de Medeiros ² Bióloga
pela Universidade Católica de Pernambuco e pesquisadora do Projeto de Ciências
Naturais (MEC/SESU Edital 01/2006) desenvolvido na Universidade Federal de
Pernambuco ¹ Fonoaudiólogo
pela Universidade Católica de Pernambuco e Mestrando
em Neuropsiquiatria e Ciências do Comportamento pela Universidade Federal de
Pernambuco ² Endereço
para correspondência: Rua
Leandro Barreto Nº 355, Bloco 19 Apt. 101 Jardim São Paulo, CEP – 50790
-000. Recife-PE Fone: (81) 3252 4231/ 8768 8440 E-mail:
adriana_jpessoa@yahoo.com.br Resumo A
Educação Ambiental não deve ser vista apenas em disciplinas como Ciências e
Biologia, e sim como uma junção nas demais disciplinas escolares, ela deve
envolver todas as partes do programa escolar e extra-escolar, possibilitando a
construção de um processo contínuo, único e idêntico. Este trabalho
teve como objetivo avaliar o conhecimento dos alunos sobre a problemática atual
que afeta o meio ambiente, o Aquecimento Global, debatendo com alunos do ensino
de Ciências Naturais, em uma escola privada
do Recife – PE a Educação Ambiental é um processo participativo, no
qual o educando tem o papel central no processo de ensino e aprendizagem,
participando ativamente na busca de soluções, para o meio ambiente buscando
construir uma nova consciência para preservação do planeta, pensamos que a
Educação Ambiental é um instrumento que deve ser construído de forma
interdisciplinar, assim podemos criar ações nas escolas, desenvolvendo a
consciência e atenção nos cuidados com o meio ambiente. Palavra-chave: Educação
Ambiental, Aquecimento Global, Planeta terra. 1. Introdução
O ensino de ciências é uma das formas de ajudar na construção do
conhecimento, utilizando recursos e matérias didáticos que permitem aos alunos
exercitarem a capacidade de pensar, refletir e tomar decisões, iniciando assim
um processo de amadurecimento. O professor tem um papel de extrema importância,
pois ele deve guiar os alunos, fazendo com que os estudantes participem desta
construção, aprendendo a argumentar e exercitar a razão, ele deve questionar
e sugerir ao em vez de fornece-lhes respostas definidas ou impor-lhes seus próprios
pontos de vista (CARVALHO, 2004). No entanto, o que se observa, em relação ao ensino
de Ciências Naturais é que muitos professores ainda estão voltados para a
memorização de conceitos científicos, impedindo assim que os alunos iniciem a
construção do saber. Para Vygotsky (1987, apud
MORTIMER e SCOTT, 2004), o processo de conceitualização é equacionado com a
construção de significados, o que significa que o foco é no processo de
significação, que são criados na interação social e então internalizados
pelos indivíduos. Quando buscamos iniciar a construção de uma consciência
é necessário que façamos em busca de uma consciência crítica para a
transformação das relações matérias com os outros e com o mundo (FREIRE,
1996). Desta forma, podemos forma cidadãos atentos, com o que ocorre em nossa
volta capaz de lutar para transformar o mundo em que vivemos em um mundo melhor. No
âmbito escolar têm ocorrido mudanças no sentido de fazer da escola um espaço
em que se oferecem oportunidades para reflexão (ZABALA, 1998), e que busque a
materialização de ações que venham influenciar positivamente na qualidade de
vida da coletividade (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO DO DESPORTO, 1998). Segundo os
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) é opinando, resolvendo problemas e
conflitos, que professores e alunos podem pensar sobre as ações que devem ser
tomadas e qual a influência delas para a nossa vida (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
DO DESPORTO, 1998). Visando
conciliar uma melhor aprendizagem no ensino de Ciências Naturais em relação
ao meio ambiente, a presente pesquisa é um relato de experiência que buscou
investigar e analisar o conhecimento dos alunos da 7° série do ensino de Ciências,
de uma escola privada do grande Recife-PE, sobre a problemática atual que esta
afetando o meio ambiente, o Aquecimento Global. Sendo
a Educação Ambiental uma dimensão da educação, ela se mostra uma grande
aliada na busca por soluções. Como proposta para os gestores da instituição
foi elaborado um debate em sala de aula para os alunos, sobre esta problemática,
com objetivo de uma maior compreensão dos graves problemas ambientais pelos
quais está passando o planeta terra e incentivando a adoção de atitudes para
combatê-los. A
Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional para o Ensino de Ciências,
deixa claro no Art.3º, Parágrafo IV, que todas as escolas deverão garantir a
igualdade de acesso para os alunos a uma base nacional comum, que vise
estabelecer a relação entre a educação fundamental e a vida cidadã por meio
de articulações entre vários dos seus aspectos como: saúde, sexualidade,
vida familiar e social, meio ambiente, trabalho, ciência e tecnologia, cultura,
e as linguagens (BRASIL, 1996). Sabemos
que o universo da prática é difícil de ser trilhado, pois falar e informa,
sobre os problemas atuais, não é tão difícil quanto por em prática, mas ter
idéias e cria-las é um caminho que requer muito trabalho e principalmente
forma consciência (CASCINO, 2000). Contudo
a proposta foi aceita pelos gestores da instituição, iniciando as atividades
para a formação de uma nova consciência para a preservação do meio
ambiente. 2.
Desenvolvimento 2.1
A escola e a Educação Ambiental A
Educação Ambiental não deve ser vista apenas em disciplinas como Ciências e
Biologia, e sim como uma junção nas demais disciplinas escolares, ela deve
envolver todas as partes do programa escolar e extra-escolar, possibilitando a
construção de um processo contínuo, único e idêntico, tornando assim possível
a interdisciplinaridade das disciplinas e um ensino que nos ajude a resolver os
problemas do meio ambiente e fazer com que os alunos tenham a consciência da
importância de cuidar do planeta terra (MEC, 1998). As
diversas atividades de ensino de ciências nas escolas pressupõem a interação
dos alunos com os conteúdos científicos, recursos e procedimentos que
facilitem o aprendizado e estabeleçam a participação no processo de
ensino-aprendizagem (FRACALANZA; AMARAL;
GOUVEIA, 1986). Essas
atividades possibilitam criar estratégias para a construção do conhecimento,
uma dessas estratégias é desenvolver nos alunos uma nova visão sobre a importância
de cuidar do planeta e ajudar a combater o Aquecimento Global. Particularmente
aquelas que permitam o diálogo, a cooperação e troca de informações mútuas,
o confronto de pontos de vista divergentes e que implicam na divisão de tarefas
onde cada um tem sua responsabilidade que, somadas, resultarão no alcance de um
objetivo comum. Cabe, portanto, ao professor não somente permitir que elas
ocorram, como também promovê-las no cotidiano das salas de aula (REGO, 2000,
p. 110). Nesse contexto, os educadores em Educação
Ambiental podem contribuir com suas experiências para as relações sócias e
do meio ambiente (SELLTIZ, 1974), e ao mesmo tempo explicar os possíveis
transtornos causados no planeta, como por exemplo, o quecimento global, o
problema do Lixo, tratamento do esgota etc. (GEWANDSZNAJDER; LINHARES 1991) e
tentar conscientizar os alunos com uma forma dinâmica e participativa,
explicando o que poderá ocorre caso não exista uma conscientização dos cidadãos.
2.2
Entendendo o protocolo de Kioto Em 1997, representantes de diversos países se
reuniram na cidade de Kioto (Japão), numa conferência para discutir sobre os
problemas que algumas das atividades humanas podem causar na atmosfera, desta
conferência resultou o documento denominado Protocolo de Kioto, no qual os países
desenvolvidos firmaram nele o compromisso de reduzir, até o ano de 2012, suas
emissões de gases-estufa liberados no ambiente em 2000, em Haia (Holando), na
Conferência das Nações Unidas sobre mudança no clima da Terra, os países
desenvolvidos, principalmente os Estados Unidos, foram criticado por não
ratificar o Protocolo de Kioto, em março de 2001, o governo dos Estados Unidos
anunciou que, por razões econômicas, esse país não reafirmaria o Protocolo
de Kioto, o que gerou críticas em todo o mundo (PAULINO, BARROS 2004). Segundo
Al Gore (2006), “O mínimo que é cientificamente necessário para combater o
aquecimento global excede de muito o máximo que é politicamente viável”. 2.3
O Aquecimento Global, compreendendo as causas para evitar as conseqüências Nos
últimos anos vivenciamos problemas ecológicos diversos, um deles é o
Aquecimento Global e caso não seja combatido em tempo hábil levará a diversos
transtornos. À medida que o sol esquenta a terra, ocorre à liberação dos
gases da atmosfera que atuam como um vidro de uma estufa, absorvendo o calor
mantendo o planeta quente, para manter a vida na terra, o problema é que devido
às concentrações excessivas desses gases e aumentando gradativamente a cada
dia, ocorre uma massa de calor isolando a terra, evitando assim, que esse calor
escape, o que acarreta o aumento da temperatura do planeta assustadoramente,
levando ao aquecimento do planeta (LOMBARDO, 1997). O
aquecimento global é um fenômeno climático que estabelece o aumento da
temperatura média da superfície terrestre, nesse início de século a
temperatura do planeta subiu quase 2ºC, mais alta do que na década de 60
(IGNATIUS, 1999). As medidas a serem tomadas para conter o avanço do
aquecimento global têm sido discutidas constantemente. Dentre
essas preocupações, podemos levar a sala de aula uma consciência ecológica
do meio ambiente (MOLEN, 2002), para mudar esse quadro, discutindo soluções
para a problemática atual, tais como: plantar arvores, diminuir o uso de automóveis,
trocar as lâmpadas de suas residências por lâmpadas econômicas, reciclar o
lixo, entre outras, porém não há solução da noite para o dia, mas fazer a
nosso parte para o planeta, já é um bom começo. 3.
Material e Método Material:
vídeo e TV, utilizados para assistir o documentário “Uma
Verdade Inconveniente” de GORE, Al. (2006). Livros
de biologia: Ecologia de Yara Fleury Van der Molen (2002) e Biologia Programa Completo
de Sérgio de Vasconcellos Linhares e Fernando Gewandsznajder (1991).
Relacionados à problemática do aquecimento global. O
método utilizado neste estudo é o indutivo e qualitativo (LAKATOS, 1991), em
uma sala de aula foi
exibido aos estudantes o documentário “Uma
Verdade Inconveniente” e após a exibição do documentário
ocorreu a leitura dos livros, focando o tema em questão, em seguida formamos um
circulo com as carteiras, para debater sobre o assunto, discutimos e
questionamos os alunos as seguintes perguntas: O
que é Aquecimento Global? Quais as causas do Aquecimento Global? Quais as conseqüências do Aquecimento
Global para a vida no planeta? E quais formas de combater o aumento da
temperatura no planeta? Este debate ocorreu no dia sete de maio de 2007 das
7h às 10h, em uma escola da rede privada de ensino em Recife – PE. 4. Resultados e Discussões Como
resultados de nossa pesquisa em sala de aula, podemos verificar com o debate,
que os estudantes através de um diálogo igualitário chegaram a um consenso
que o planeta terra está em nossas mãos e que é de extrema importância
preservar o meio ambiente, para o futuro de nossa geração, os estudantes
puderam refletir sobre a problemática atual, e através da troca de informações
dialogamos como poderíamos ajudar na preservação do planeta de hoje por
diante. Salientando da importância de debates em sala de aula sobre o tema
proposto, não só em escolas privadas, mas principalmente em escolas públicas,
onde se encontra carência de informações sobre a preservação ambiental. No
entanto, para que esses projetos possam ser aplicados é necessário o
engajamento da população local e apoio governamental o qual beneficiará toda
a população. Por seu caráter humanista e interdisciplinar a Educação
Ambiental pode contribuir de modo significativo para renovar o processo
educacional, trazendo a permanente avaliação crítica, a adequação dos conteúdos
à realidade local e o envolvimento dos educadores em ações para a preservação
do meio ambiente e formação cidadã. 5.
Conclusões Desta forma
o presente relato de experiência, contribui para a conscientização dos jovens
alunos, possibilitando que iniciem em seu cotidiano maneiras de evitar o
aquecimento do planeta e que esses conhecimentos construídos em sala de aula,
através do debate, possam ser aplicados no seu dia a dia e transmitidos a
outras pessoas. Se cada
escola formar novas concepções e pensamentos, de como poderíamos ajudar o
meio ambiente, com certeza o quadro atual do nosso planeta, estaria em condições
melhores, ajudando a forma pessoas conscientes de que o planeta terra é a nossa
casa e devemos cuidar dele. 6.
Referências BARROS,
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9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
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Paulo: Pioneira Thomson learning, 2004. CASCINO,
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Mario. Ecologia a qualidade da vida. 2. ed. São Paulo: SESC, 1993. FRACALANZA, Hilário; AMARAL, Ivan Amorosino do; GOUVEIA,
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2. ed. São Paulo: Atual, 1986. FREIRE, P. Pedagogia
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Paulo, Paz e Terra, 1996. GEWANDSZNAJDER, Fernando; LINHARES, Sérgio
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D. Aquecimento global afeta plantas e animais. O Estado de São Paulo, 5
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10/03/2008 LAKATOS,
Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Metodologia científica. 2. ed. São
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Brasília, Secretaria de Ensino Fundamental, 1998. MOLEN,
Yara Fleury Van der. Ecologia. São Paulo: EPU, 2002. MORTIMER,
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Ferramenta Sociocultural para Analisar e Planejar o Ensino. Investigações
em Ensino de Ciências. vol.7, n.3. 2004. Disponível em http://www.if.ufrgs.br/public/ensino/vol7/n3/v7_n3_a7.htm REGO,
T. C. Vygostky: uma perspectiva histórico-cultural da Educação. 10ª edição.
Petrópolis: Vozes, 2000. SELLTIZ et all. Métodos de pesquisa nas
relações sociais. São Paulo: EPU, 1974. ZABALA A. A
prática educativa: como ensinar. Trad. Ernani F. da F. Rosa. Porto
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