Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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11/09/2016 (Nº 57) LIXO: O QUE FAZER?
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LIXO: O QUE FAZER?

 

Darlene Souza Moraes Viana¹

E-mail: darlenemoraes2014@bol.com.br

Elian de Sousa Morais Barros²

E-mail: elian-morais@bol.com.br

Zilmar Timoteo Soares³

zilmarsoares@bol.com.br

 

 

RESUMO

O presente artigo faz uma abordagem sobre a importância da educação ambiental de que forma ela contribui na vida cotidiana dos indivíduos, o objetivo principal deste trabalho é fazer uma reflexão sobre uma grave situação que vem ocorrendo no meio ambiente, à questão do lixo, o que fazer, de que forma as escolas podem desenvolver atividades voltada a conscientização ambiental. Nesse sentido a educação ambiental é vista como parceira no processo educativo possibilita ações educativas através da interdisciplinaridade,onde o educador e o educando realizam trabalhos voltados à preservação ambiental. Ressalta-se ainda que a desenvoltura deste esta pautada em estudos bibliográficos e qualitativos sobre a educação ambiental.

PALAVARAS CHAVES: Educação ambiental, lixo, conscientização.

 

1,2 Acadêmicos do Mestrado em Ciências da Educação da WORLDEINSTEIN UNIVERSITY

3-Professor Pós Doutor do Programa de Mestrado em Ciências da Educação da WORLDEINSTEIN UNIVERSITY

 

INTRODUÇÃO

O lixo é inerente às atividades realizadas pelo ser humano no tempo e no espaço das mais diversas formas. É resultado da ação dos seres humanos ao interagirem no meio ambiente movido por uma questão de sobrevivência; desse modo, onde existem pessoas, há também o lixo; pois nossa sociedade é alicerçada no uso crescente de descartáveis e no desperdício de recursos naturais, gerando assim um grave problema social e ambiental que tem se tornado ameaçador à preservação das espécies flora e fauna e ao próprio ser humano, autor e coautor de toda essa problemática.

LIXO: O QUE SIGNIFICA?

Cotidianamente, o termo lixo ganha vários significados; depende inteiramente da forma como gerimos, da atenção que o governo dispende a este assunto, e de como a sociedade se comporta perante o lixo. O que anteriormente chamávamos de lixo e era descartado de qualquer forma no meio ambiente, hoje por grande parte das pessoas é visto como matéria-prima e usado como um recurso para a produção de diversos novos recursos. Nesta nova visão, o conceito muda e o lixo passa a ser visto como resultado de uma matéria-prima mal aproveitada, implicando em custos adicionais como tratamento e disposição final, perda e baixa eficiência no aproveitamento dos recursos naturais; e a quantidade de lixo está estreitamente ligada aos nossos padrões de consumo e produção. Essa excessiva quantidade de lixo gerada nos domicílios, indústrias, comércio e serviços, é consequência do modelo atual de desenvolvimento econômico, pelo crescimento acelerado da população e sua concentração em cidades, bem como pela mudança de padrão de consumo na sociedade globalizada. A busca pelo crescimento econômico tem levado as pessoas a produzi-los em grandes escalas, visto que a praticidade do mundo atual está voltada para utilização de objetos de uso único que gera consequência direta na quantidade de resíduos produzidos. Sabe-se que, a falta de planejamento e políticas públicas adequadas, voltadas para o meio ambiente, contribui diretamente para as alterações climáticas, poluição atmosférica, bem como, afeta gravemente os ecossistemas marinhos e costeiros; de uma forma ou de outra, afetam a saúde e o bem-estar dos indivíduos.

Na maioria dos municípios no Brasil, o sistema de gestão dos resíduos sólidos apresenta características semelhantes, da geração à disposição final,onde as pessoas adotam apenas as medidas de coleta regular, via transporte e destino final. Frequentemente, o lixo é despejado a céu aberto em lixões que causam a poluição do solo e da água seguido da proliferação de insetos e germes responsáveis pela disseminação de doenças. São raras as situações em que as pessoas realizam procedimentos diferenciados em relação ao lixo, como a coleta seletiva, processo de compostagem e tratamento térmico e, mesmo quando isso acontece, são de forma mal planejadas e torna o procedimento inviável dentro de pouco tempo. Sendo assim, torna o ar poluído e o solo também, colocando os indivíduos e as espécies animais em séria situação de risco.

A ESCOLA NO PROCESSO DE CONSCIENTIZAÇÃO AMBIENTAL

Neste contexto, a educação torna-se um espaço social e um indispensável veículo propiciador do desenvolvimento do pensamento dos indivíduos, promovendo desafios para que pensem, formulem teorias sobre fenômenos físicos e naturais e fatos socioculturais, criando novas relações com os temas propostos. Dessa forma, é necessário que os indivíduos tenham contato com diferentes elementos, fenômenos e acontecimentos do mundo, que sejam incentivadas por meio de questões significativas para observá-los e explicá-los; lembrando que é de fundamental importância que elas tenham acesso a modos diferentes de compreendê-los e representá-los. O educador deve mediar o acesso do individuo a fontes de informação, sobre os fatos da natureza e da sociedade, o que a levará a refletir e a elaborar hipóteses sobre eles e o meio ambiente, construindo seus conceitos sobre a natureza e a importância desta para a sobrevivência dos seres e preservação das espécies que compõem a flora e fauna.

A escola enquanto responsável pela formação de cidadãs e cidadãos ambientalmente comprometidos, deve também priorizar a relação teoria e prática, para que os educandos possam realmente intervir no meio ambiente dentro dos princípios da sustentabilidade. Intermediar a gestão do lixo na escola é garantir a inserção da dimensão ambiental no currículo escolar,entende-se como uma contribuição indispensável à formação de escolas sustentáveis e indivíduos comprometidos com a preservação do meio ambiente.

Sobre a concepção de que a escola contribui de forma significativa com a formação do individuo e principalmente no fator consciência, a educação ambiental ganhou um espaço nos currículos, onde se trabalha a interdicisplinaridade, professores em diferentes áreas de conhecimento que realizam atividades interdisciplinares,ações centradas em uma integração entre educador e educando com um único propósito, educar os indivíduos para atuarem na sociedade de forma consciente respeitando e valorizando o meio ambiente.

É nesta perspectiva que o autor GUIMARÃES (2005) afirma:

“A educação ambiental vem sendo considerada interdisciplinar, orientado para resolução de problemas locais. É participativa, comunitária, criativa e valoriza a ação. É transformadora de valores e atitudes através da construção de novos hábitos e conhecimentos, conscientização para as relações integradas ser humano, sociedade, natureza objetivando o equilíbrio local e global, melhorando a qualidade de todos os níveis de vida”.

Considerando a interdisciplinaridade como um ponto de partida na realização de uma educação consciente, que visa à transformação social,fazem-se necessárias atividades específicas à educação ambiental, estas devem estar inseridas nos planejamentos escolares,promovendo ações pedagógicas que enriquecerá o desenvolvimento da mesma, criando possibilidades na resolução de problemas relacionados ao meio ambiente,dentre eles destaca-se a questão do lixo, uma situação grave, que precisa urgentemente ser sanada, existem muitas discussões a respeito de como resolver, porém, até o presente momento as ações são mínimas diante do desequilíbrio e da degradação ambiental provocada pelos indivíduos.

Neste contexto a educação ambiental é vista como uma ferramenta que contribuirá significativamente no processo de conscientização, esta tem sido componente importante para refletir as teorias e práticas educativas, e para amparar as ações desenvolvidas pelas escolas, foi criada a Lei da Educação Ambiental – Lei Nº 9.795 em 27 de Abril de 1999, esta institui uma Política Nacional de Educação Ambiental.

 Art. 9º, a EA deve estar presente e ser desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino público e privada, englobando.

I – educação básica:

a.         Educação infantil;

b.         Ensino Fundamental

c.         Ensino Médio

II – educação superior  

III – educação especial;

IV – educação profissional

V – educação para jovens e adultos.

Ainda neste sentido destaca-se o Art. 2º, “A educação ambiental é um componente, essencial e permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”.

Mediante estes,podemos observar que a educação ambiental já se faz presente em todos os níveis da educação formal, proporcionando uma integração na prática educativa de forma continua e permanente através de atividades que despertem nos educandos uma conscientização sobre a importância de preservar o ambiente natural.Segundo DIAS (2004): “A educação ambiental é um processo permanente no qual os indivíduos e a comunidade tomam consciência do seu meio ambiente e adquirem novos conhecimentos, valores, habilidades, experiências e determinação que os tornam aptos a agir e resolver problemas ambientais, presentes e futuros”.

Para isso a escola tem a responsabilidade de dar suporte para o desenvolvimento de uma educação ambiental de qualidade, estabelecendo o meio ambiente como patrimônio que deve ser valorizado e respeitos por todos. Pensando assim, as atividades educativas deverão partir de uma analise reflexiva, onde é possível examinar qual o nosso contato direto com meio ambiente, se estamos contribuindo para o bem-estar ou para o mal-estar do nosso meio ambiente. O que é o lixo para nós? Esta pergunta pode ser o inicio de um trabalho de conscientização a ser desenvolvido em um ambiente escolar com mediação de professores. Segundo CURRIE (2000): “O professor tem como objetivo maior enfatizar a importância da escola para a comunidade em que ela está inserida. A escola oferece um local ideal para o desenvolvimento de ações em conjunto e deverá funcionar como berço de trabalhos comunitários”.

Desta forma a escola se constitui em um espaço que possibilita aos indivíduos uma compreensão maior do ambiente que a cerca, criando uma integração social com a comunidade, de forma que esta sinta-se parte do processo de educativo voltado as questões ambientais. Assim sendo, a escola poderá discutir varias situações que esta colaborando com a degradação do meio ambiente, entre elas o lixo uma situação que vem se agravando cada vez mais, esta é um assunto que a ser discutido junto a comunidade, classificar as coisas que podem ser consideras lixo e verificar quais desses podem ser reaproveitados ou reciclados e para onde devem ir o lixo, ou seja, procurar alternativa corretas para o destino do lixo.

Para MARODIN E MORAIS (2004): “Através da reciclagem, o lixo passa a ser visto de outra maneira, não como um final, mais como o inicio de um ciclo em que podemos preservar o meio ambiente, a participação consciente e a transformação de hábitos”.

 

E ainda sobre este assunto destaca-se a seguinte afirmação: BRITO (2000): ““...a escola é o ambiente mais propicio para a abordagem de temas relativos à ecologia, saúde, higiene, preservação do meio ambiente e cidadania.

Assim sendo, compreende-se que a escola é responsável por formar indivíduos conscientes, que sejam capazes de reconhecer os problemas ambientas e encontrar soluções. Mas, para isso é necessário que a educação ambiental não fique apenas na teoria, mais que seja desenvolvida através de uma prática inovadora com dinâmicas que levem os indivíduos a refletirem sobre as questões ambientais, e que venha também atrair a comunidade para participarem da realização dos projetos e atividades de conscientização, desta forma a mesma sentira-se parte integrante do processo em que visa reduzir os problemas ambientais.

 

 

REFERENCIAS

 

BRASIL. Política Nacional de Educação Ambiental. Lei 9795/99. Brasília, 1999.

BRITTO, C. Educação e Gestão Ambiental. Salvador: Ministério do Meio Ambiente, 2000.

CURRIE, K. Meio Ambiente: Interdisciplinaridade na prática. Campinas-SP, Papirus, 2000.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9ª ed. São Paulo. Gaia, 2004.

GUIMARÃES, M. A dimensão Ambiental na educação. Campinas-SP: Papirus, 2005.

MARODIN, V. S, MORAIS, G. A. Educação Ambiental com os temas geradores lixo e água e a confecção de papelreciclável artesanal. Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária. Belo Horizonte. UEMS.

www.ufmg.br/congrext/educa/.Acesso em 27 de fevereiro de 2006.

Ilustrações: Silvana Santos