Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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27/11/2016 (Nº 58) O SABER SENSÍVEL PARA A CONSTRUÇÃO DE VALORES ÉTICOS PLANETÁRIOS ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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O SABER SENSÍVEL PARA A CONSTRUÇÃO DE VALORES ÉTICOS PLANETÁRIOS ATRAVÉS DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Berenice Gehlen Adams – Pedagoga especialista em Educação Ambiental

 

 

ADAMS, Berenice Gehlen. O saber sensível para a construção de valores éticos planetários através da educação ambiental. Texto apresentado na mesa redonda Educação ambiental e sustentabilidade: princípios éticos e valores humanos, realizada no XV Simpósio do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Engenharia Ambiental, Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo. São Carlos – SP,  05/ OUT /2016.

 

Resumo: A abordagem trata sobre a urgência em analisarmos a nossa relação com o meio ambiente, observando que princípios éticos ambientais, com raras exceções, sempre estiveram (e ainda estão) ausentes do cenário do mundo capitalista. Enfoca que a interferência humana sobre o meio ambiente extrapola as necessidades básicas, promovendo inúmeros problemas para o meio ambiente, principalmente pela ausência de uma ética ambiental que norteia as interferências humanas no ambiente, surgindo assim, a necessidade de se educar o ser humano para - e no ambiente - e para uma nova ética. Trata da importância do desenvolvimento do Saber Sensível para um aprendizado com mais significado, enfatizando a importância de atividades de sensibilização trazendo olhares de diferentes autores sobre estas questões.

 


 

“O homem

não pode suportar uma vida

sem significado”.

(Carl Jung)

 

Atualmente, o que se percebe é que os conceitos como respeito, cuidado, tolerância, valores, e muitos outros que estão relacionados à ética foram se perdendo. As pessoas passaram a agir da forma que melhor lhes beneficie, não importando se suas ações  trarão prejuízos para o outro, para si mesmo ou para o meio ambiente.

Assim, as condições ambientais atuais revelam uma urgência em analisarmos a nossa relação com o meio ambiente, observando que princípios éticos ambientais, com raras exceções, sempre estiveram (e ainda estão) ausentes do cenário do mundo capitalista.

Desta forma, os maiores problemas que vivenciamos, principalmente os relacionados às questões ambientais, estão diretamente ligados à falta de ética, uma vez que o termo ética, apesar de envolver inúmeros conceitos e fatores que impedem uma definição precisa e fechada, basicamente comporta a ideia de “boa ação” ou “ação correta”.

Isto pode ser comprovado ao investigarmos as atuais condições ambientais do planeta, quando vêm à tona inúmeros problemas relacionados a água, poluição, pobreza, desperdício, desertificação, agrotóxicos, etc, e pouco de bom este cenário ambiental pode revelar.

Vejamos os principais problemas ambientais elencados por uma pesquisa  realizada pela UNEP (United Nations Environment Programme – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) 

1. Crescimento demográfico rápido

2. Urbanização acelerada

3. Desmatamento

4. Poluição marinha

5. Poluição do ar e do solo

6. Poluição e eutrofização de águas interiores – rios, lagos e represas:

7. Perda da diversidade genética

8. Efeitos de grandes obras civis

9. Alteração global do clima

10. Aumento progressivo das necessidades energéticas e suas consequências ambientais

11. Produção de alimentos e agricultura

12. Falta de saneamento básico

A pesquisa aponta, ainda, que entre os problemas ambientais que afetam o Brasil, especificamente, estão:

1. Desmatamento, que acarreta em perda de Biodiverdidade

2. Erosão devido a desmatamento e manejo inadequado do solo na agricultura e pecuária

3.  Poluição das águas e solos devido a falta de saneamento básico nas áreas urbanas e rurais

4. Falta de políticas de gerenciamento de resíduos sólidos nas áreas urbanas, gerando “lixões”

5. Poluição industrial

Todos estes problemas elencados podem ser associados às más condutas humanas, promovidas pelo capitalismo que se mantém a custa dos modos de produção e consumo desenfreados, tendo como principal objetivo: o lucro.

Nelson Batista Tembra, especialista em Direito ambiental afirma que a questão mais imediata do meio ambiente é a falta de ética, referindo-se as corporações que promovem grandes obras sem levar em conta os prejuízos ambientais, mentem em relatórios de Impacto Ambiental, burlam leis, e ainda alegam que suas obras são realizadas respeitando a legislação.

Há alguns anos uma colega professora veio conversar comigo e me comentou que seu irmão estava entrando em uma depressão profunda, e perguntei se havia um motivo especícifo. Ela me comentou solicitando confidencialidade que ele, como técnico ambiental de uma grande empresa, era pressionado a assinar documentos com os quais ele não concordava, porem, perderia o emprego caso não os assinasse. Recentemente soube de outro caso bem semelhante, desta vez um funcionário público que descobriu um problema, levou a conhecimento das autoridades responsáveis e estes lhes disseram para ignorar o caso, pois eles o resolveriam e que ele não se preocupasse mais com o ocorrido. Desconfiado, ele ficou acompanhando o caso e até hoje nada foi feito, e o funcionário acabou recorrendo a tratamentos psíquicos para lidar com a situação.

Estas situações isoladas e este retrato de meio ambiente desgastado, esquecido, vilipendiado, ignorado em nome do capital, refletem uma sociedade ambientalmente ignorante, que precisa, com urgência, ser re-educada.

Então, quando alguns poucos perceberam a necessidade de incluir o meio ambiente no seio educacional, em todas as instâncias, a Educação Ambiental nasceu.  Ela nasceu justamente pela falta de ética no trato com o meio ambiente, que sempre foi - e ainda é - tratado como um gigantesco armazém de mercadorias, de onde se pode extrair, ao bel prazer e sem a menor preocupação, tudo o que ele engloba: árvores, pedras, alimentos, metais, animais, e assim por diante. Essa exploração começou timidamente, e com o passar do tempo, começaram a extrapolar as necessidades básicas para a sobrevivência.  Muitos inventos começaram a trazer inúmeros problemas para o meio ambiente, pela ausência de uma ética ambiental que norteasse estas ações, surgindo assim, a necessidade de se educar o ser humano para - e no ambiente - e para uma nova ética. É com este intuito que nasce a Educação Ambiental. Desde o seu nascimento até os dias de hoje há uma infinidade de iniciativas e ações que se revelam como boas e positivas para o esforço de revertermos a atual situação ambiental. Assim sendo, por si só a Educação Ambiental se revela como um princípio ético educacional. Mas será que ela está atingindo os seus objetivos? A resposta é não, infelizmente. E por que não? Entre tantos outros motivos que estão enraizados no mesmo canteiro que a educação, como um todo, enfrenta, destaco a falta de atividades de sensibilização para o desenvolvimento de uma percepção mais apurada sobre o que é o meio ambiente. Creio que aí nos deparamos com outro desafio: Como sensibilizar uma sociedade que não aprende a sentir e sentir-se meio ambiente?

Há praticamente 150 anos surgiu um dos primeiros alertas quanto à forma de vida da nossa civilização. Foi em 1864 que George P. March (George Perkins Marsh - 15 de março de 1801 - 23 de julho de 1882 -, americano diplomata e filólogo, considerado como o primeiro ambientalista da América) escreveu o livro O Homem e a natureza, e nele o autor chama a atenção para as causas do declínio de antigas civilizações acentuando que as civilizações modernas estavam seguindo pelo mesmo caminho.

Depois disto, inúmeros alertas foram surgindo, alguns mais impactantes que outros, porém, estes não ecoaram a ponto de alcançar a maioria das pessoas, e o processo de degradação continua a pintar um quadro ambiental lastimável que compromete a vida na Terra.

Ah, se tivéssemos escutado estes primeiros alertas sobre os problemas que estávamos trazendo para o Planeta e para nós mesmos, pelas nossas primeiras intervenções negativas no meio ambiente, é bem provável que não estaríamos nesta situação tão dramática, que envolve todas as instâncias de atuação da vida humana.

Faz-se necessário, portanto, a “superação da ética e uma reestruturação dos paradigmas cognitivos, comportamentais e afetivos com vistas a um alargamento e mutação da sensibilidade humana” (JUNGES 2004, p. 21). 

É evidente que a EA avançou pouco, uma vez que as situações de degradação ambiental persistem, e que o mais simples de tudo, que é colocar o lixo no lugar certo, ou separar os nossos resíduos, ainda não é realizado pela maioria da população. Estamos distantes daquilo que, como educadores ambientais, almejamos para a transformação da nossa sociedade em comunidades sustentáveis, gerenciadas por uma ética ambiental.

Uma das hipóteses que foi levantada no livro Pela trilha da sensibilidade em relação às dificuldades de a Educação Ambiental alcançar os seus objetivos e colocar em prática seus princípios norteadores é a de que faltam atividades de sensibilização nas atividades educacionais, pois é justamente através dos sentidos que nós percebemos o ambiente, porém, diante de tantos estímulos, afazeres e regras estabelecidas pela nossa sociedade, que tem por base o modelo consumista, de produção e de uso exagerado dos elementos naturais, estes sentidos, segundo Duarte Junior (2000) estão adormecidos, ou anestesiados. Para ele, faz-se necessário desenvolver o Saber Sensível.

E o que é o Saber Sensível e por que ele é tão importante para a Educação Ambiental?

Conforme Duarte Júnior (op. cit) existe dois tipos de saber:

- Saber Cognitivo, ou inteligível, e o

- Saber Sensível  

O primeiro nós sabemos muito bem como se processa: através de estudos, pesquisas, leituras, exercícios, e porque é o tipo de saber que o nosso sistema educacional privilegia.

Já o saber sensível está relacionado a tudo o que aprendemos através dos órgãos dos sentidos, é o saber que promove a nossa percepção e que também pode e deve ser aprendido e ensinado.

Por ser um tipo de saber que não é incluído de forma direta e explícita nas atividades educacionais, ele ocorre apenas de forma espontânea - dependendo da sensibilidade de cada um. Porém, como vivemos em estado de “anestesia”, é preciso que este saber sensível seja estimulado, ensinado, proporcionado dentro de todos os sistemas educacionais, e não somente com crianças, mas com adultos também.

Basicamente o saber sensível é o saber do corpo.

Para Duarte Júnior (2000) a percepção ambiental é o resultado das experiências com o mundo estabelecendo diferentes relacionamentos e interpretações do meio, e está relacionada, portanto, às diferentes experiências vividas no dia a dia que determinam a atitude do indivíduo em relação ao ambiente percebido, ocorrendo, assim, diferentes vertentes de percepção.

Ainda segundo Duarte Jr. (2000), vivemos num universo que pulsa no ritmo industrial, onde o tempo e o espaço estão cada vez mais comprimidos e fragmentados, que não aceita os ritmos naturais básicos como o da respiração ou o batimento cardíaco, nem o contato com os ritmos gerais da natureza: do Sol, da Lua, das marés, das estações. E menos ainda, com os ritmos sociais marcados pelos rituais de passagem dos estágios da vida coletiva e a relação cultura-natureza. Vivemos uma educação atrelada aos ditames e a demanda do mercado, esse todo poderoso deus contemporâneo.

Por isto, é fundamental inserir em todos os programas de educação o Saber Sensível. O nosso cotidiano carrega hoje um enorme poder anestésico.

Segundo Jahara-Pradipto (1986), em nossa tentativa de não vivenciarmos a dor das emoções desagradáveis, nos encarceramos atrás de um muro de insensibilidade, e acabamos também fechados para os sentimentos de amor, prazer e afeto. Só na ausência de defesas podemos sentir e expressar nossa afetividade.

Frei Betto apresenta um questionamento que pode muito bem ilustrar a necessidade de se desenvolver este saber sensível:

"Se somos peritos na leitura de sinais artificiais como letras ou restos deixados por civilizações anteriores, as demais espécies animais são superiores a nós na leitura dos sinais naturais: os pássaros sabem exatamente como e quando migrar; as formigas prevêem as enchentes dos rios; os roedores captam prenúncios de um terremoto. Não seria o caso de nos preocuparmos também com a leitura dos sinais naturais o que tem a nos dizer as amendoeiras, os eucaliptos, as rochas, os picos, as nuvens, os desertos, não é daí que emerge a vida que tanto usufruímos? (FREI BETO. In: DUARTE Jr., 2000)

Para Matarezi (2006), desde muito cedo o ser humano perde o contato com a natureza por nossa vivência ser essencialmente urbana.

 Dalai Lama (2000) afirma que os problemas ambientais se acentuaram justamente por causa da urbanização. Ele diz que nunca tantas pessoas viveram tão juntas e ao mesmo tempo tão distantes umas das outras.

Estes aspectos observados sugerem que há a necessidade de trabalharmos de forma mais sistematizada os sentidos, os sentimentos, as emoções, para suprir a lacuna dentro da área educacional que é a  de promover o Saber Sensível.

Conforme Guimarães (2008):

As atividades que envolvem a sensibilização e conscientização sobre as diferentes realidades ambientais do entorno, enquanto trabalhadas como processos de interferência e modificação dos níveis de interpretação e compreensão ambiental, levam à evolução de um grau mais profundo da percepção ambiental. Ao provocarem um processo de estimulação da acuidade perceptiva, através da experiência direta ou indireta, podem proporcionar o desenvolvimento de condutas pró-ecológicas, de modo que as populações não somente sejam influenciadas, como também venham a influenciar positivamente nas mudanças cotidianas no âmbito da proteção ambiental. (GUIMARÃES, 2008, s/p)

Outro aspecto que interfere em uma visão imediatista e calculista é a fragmentação do ensino, que não permite a conexão entre as diferentes áreas do conhecimento para a promoção de uma visão de vida integrada. Rubem Alves disse o seguinte:

"O curioso é que quando se fala em educação física a imagem que aparece é a de um atleta com short, camiseta e tênis, pronto para alguma atividade que envolva o uso dos músculos, mas os olhos, os ouvidos, a boca, o nariz, a pele, são também parte do físico. Podem também ficar atrofiados como ficam atrofiados os músculos [...] Um corpo de sentidos atrofiados termina numa doença chamada tédio. Imagino um curso de educação física que tenha também cursos do tipo: Curso de cheiração avançada; curso de observação das cores; curso de audição de ruídos da natureza...”

Conforme Adams (2015):

Fica cada vez mais claro o quanto estamos anestesiados para esta matriz consumista de viver. Temos consciência da necessidade de mudanças de atitudes e posturas em frente à vida, mas não estamos dispostos a abrir mão de regalias e confortos, que são os principais responsáveis pelo ponto quase sem volta no qual chegamos. Onde foi parar a nossa sensibilidade? (ADAMS, 2015, p.40)

Ao que tudo indica, essa anestesia que vivenciamos pela nossa falta de sensibilidade remete a um estado de consciência superficial, que não inclui preocupação com posturas éticas. Despertando estes sentidos será possível promover reflexões e realizar ações que estejam fundamentadas com o real sentido da vida, cujos valores essenciais residem nas posturas éticas, de cuidado, de responsabilidade, de alteridade.

Uma ética que esteja alinhada aos mais profundos princípios vitais que envolvem o cuidado e o respeito por todos os tipos de vida do planeta é aquela que evidencia relações entre humanos e ambiente excluindo a visão utilitarista, visão predominante na atual sociedade anestesiada.

Pereira (2008) traz um conceito de ética ambiental que muito bem se encaixa a nossa reflexão de hoje. Para ele:

Ética ambiental é um conjunto de princípios de caráter imperativo mediante os quais devem ser regidas todas as interações existentes entre o homem e a multiplicidade de biomas existentes (PEREIRA, 2008, p. 197).

A partir desta definição, Pereira elencou três princípios para uma ética ambiental:

- Princípio da responsabilidade – como garantia das condições de continuidade de vida na Terra.

- Princípio da Alteridade – como compreensão de que todos são iguais, para além da visão objetificante (que percebe o outro como objeto de interesse) numa relação de encontro, considerando cada ser existente como extensão e parte da constituição do Eu, se contrapondo à visão individualista.

- Princípio do cuidado – Preconiza a necessidade iminente de um zelo do ser humano para com a totalidade dos biomas existentes, embasado por Leonardo Boff autor da obra Saber Cuidar.

Para Junges (2009, p. 22) precisamos de uma ética que faça emergir um novo ser humano, ecóico em vez de egóico, que se compreenda essencialmente como um ser em relação.

Battestin (2008, p. 10) aponta que “existem certas sensibilidades que somente são desenvolvidas quando sentidas, e poder observar os pássaros e sentir o perfume do campo, é poder permitir que a sensibilidade faça com que tenhamos uma compatibilidade de poder querer e fazer o bem pela natureza”.

Esta autora apresenta a ética da Responsabilidade, concebida pelo filósofo Hans Jonas (1995). Nesta ética o mundo animal, vegetal e mineral, a biosfera ou a estratosfera passam a fazer parte da esfera da responsabilidade e nos convida a abandonar a nossa ética antropocêntrica para nos guiarmos por uma ética baseada em valores de solidariedade.

Portanto, colocarmos estas concepções éticas que levem em conta o ambiente como um todo é imperativo e se configura em mais um grande desafio que temos a alcançar, e somente teremos êxito se promovermos, através da Educação Ambiental, experiências e vivências com sentido, com significado, integradas ao ambiente que nos promove a vida. As atividades de sensibilização ambiental certamente promovem espaços de aprendizagem e vivências para a ampliação da percepção ambiental promovendo uma educação incluindo as dimensões: corpo, emoção, sentimento, mente e espírito, ou seja, envolvendo o ser humano em sua integralidade nos processos educativos.

Duarte Junior (2000) afirma que é pelos sentidos que o mundo nos penetra, então precisamos tirá-los deste estado de anestesia para que possamos resgatar valores e renovar os princípios éticos que estejam alinhados com uma vida mais equilibrada para a vida no planeta.

 

Por que somos tão anti-naturais?

Por que o artificial está se tornando o natural?

Será eterno esse desafio

O de equilibrar o bem e o mal?

Que tipo de gangorra é esta?

Que tipo de praça é esta

Cujos mais cobiçados brinquedos

São artefatos de guerra?

Por onde andam os nossos sentidos?

Perderam-se, por certo

Por abismos tecnológicos

Tornaram-se virtuais

Virais, irreais...

Somos, assim, anti naturais

Todos somos, sem exceção

Uns mais outros menos

Porque todos habitamos

Uma mesma prisão

Um sistema de escravidão

Disfarçado de civilização

 

Obrigada, Bere Adams.

 

 

 

Referências Bibliográficas

 

ADAMS, B. G. Liberdade para a sensibilidade. Novo Hamburgo: Jornal NH, p 12, 15/01/2015.

BATTESTIN, C. Ética e educação ambiental: considerações filosóficas. Monografia de edpacialização em educação ambiental. Santa Maria: UFSM, 2008.

DALAI LAMA. Uma ética para o novo milênio; tradução Maria Luiza Newlands. Rio de Janeiro: Sextante, 2000.

DUARTE JR, J. F. O sentido dos sentidos: a educação (do) sensível. 2000. 234 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas. Campinas, São Paulo. Disponível em: Acesso em: 12 abr.2015.

 

GUIMARÃES, S. T. de L. Percepção, interpretação ambiental e aprendizados experienciais. In: Anais do I Encontro Metropolitano de Educação Ambiental MartimPescador, 2008. Disponível em: .Acesso em: 12 jul. 2014.

JAHARA-PRADIPTO, M.  Zen Shiatsu: Equilíbrio energético e Consciência do Corpo. São Paulo: Summus, 1986.

JUNGES J. R. Ética ambiental. Vale do Rio dos Sinos: Editora Unisinos, 2006.

MATAREZI, J. Despertando os sentidos da educação ambiental In: Educar, Curitiba: Editora UFPR, n. 27, p. 181-199, 2006.

 

MATHEUS, C. E. Educação e Transformação da pessoa humana – reflexões sobre a vida, tendo como “pano de fundo” o curso de especialização em educação ambiental e recursos hídricos da Universidade de São Paulo. In: MATHEUS, C. E.; MORAES, A. J. (Orgs.) Educação ambiental – momento de reflexão. São Carlos: RiMa Editora, 2012, pp. 254-269.

________________. Chácara São Matheus – uma história de amor e de respeito à natureza. São Carlos: RiMa Editora, 2014.

 

MATHEUS, C. E.; MORAES, A. J. De; CAFFAGNI, C. W. do A. Educação Ambiental para o turismo sustentável. Vivências integradas e outras estratégias metodológicas. São Carlos: RiMa Editora, 2005.

MATHEUS, C. E.; MORAES, A. J. (Orgs.) Educação ambiental – momento de reflexão. São Carlos: RiMa Editora, 2012.

PEREIRA, H. S. P. Três princípios para uma ética ambiental. Disponível em: http://www.ambito-juridico.com.br. Acesso em: 2015.

STAHNKE, L. F. Você sabia que a educação ambiental é um processo que inicia com a percepção do ambiente? In: Educação ambiental em ação [arquivo de dados legíveis por máquina http://www.revistaea.org] / Novo Hamburgo: Editores: Berenice Gehlen Adams, Sandra Maria Martins Barbosa, Solange T. de Lima Guimarães. –  n. 45, 2013. 

TEMBRA N. B.. A questão mais imediata do meio ambiente é a falta de ética. https://jus.com.br/duvidas/155001/a-questao-mais-imediata-do-meio-ambiente-e-a-falta-de-etica 2009

UNEP (United Nations Environment Programme – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) Os 12 grandes problemas ambientais da humanidade. 2009.

 

Ilustrações: Silvana Santos