É dentro do coração do homem que o espetáculo da natureza existe; para vê-lo, é preciso senti-lo. Jean-Jacques Rousseau
ISSN 1678-0701 · Volume XXII, Número 89 · Dezembro-Fevereiro 2024/2025
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Podcast(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(6) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(15) Entrevistas(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(3) Educação(1) Você sabia que...(4) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(11) Ações e projetos inspiradores(28) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) Notícias(41) Dúvidas(4)   |  Números  
Arte e Ambiente
14/06/2018 (Nº 64) IDENTIDADES VIRTUAIS, VIDAS FICCIONAIS E SUAS REVERBERAÇÕES
Link permanente: http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=3176 
  

IDENTIDADES VIRTUAIS, VIDAS FICCIONAIS E SUAS REVERBERAÇÕES




Cláudia Mariza Mattos Brandãoi

Dhara Fernanda Nunes Carraraii




Resumo: O artigo tem por objetivo evidenciar a importância de discussões no âmbito escolar sobre a produção e disseminação massiva de imagens, e suas intrínsecas características ficcionais propositais, visando maior desenvolvimento do senso crítico de sujeitos inseridos em sociedades globalizadas. O texto destaca a rapidez, o alcance, a exposição e reprodução de imagens, considerando as influências do advento da fotografia, do meio virtual, da internet e, posteriormente, das redes sociais, como meios para o compartilhamento e reprodução de vidas ficcionais e identidades virtuais “perfeitas”, ponderando acerca dos reflexos de tal realidade sobre as relações humanas com o meio ambiente.

Caros leitores imaginem a seguinte cena:

- Um domingo qualquer, 12h e 45 min, em algum restaurante, um jovem casal (que pode estar acompanhado por seus filhos ou não), almoça tranquilamente. Quando a mulher termina o almoço, logo começa a remexer sua bolsa, e retira de lá o seu companheiro inseparável, o celular. Logo o marido repete os mesmos gestos. E assim, cada um “vidrado” em seu aparelhinho “mágico”, eles mergulham no mundo virtual. Estão tão absortos com as “últimas” notícias e suas imagens “reveladoras”, que nem reparam na garçonete que recolhe os pratos, restos de uma refeição silenciosa, que em nada lembra os tradicionais almoços familiares de domingo, de alguns anos atrás.

Provavelmente, todos já vivenciaram essa cena, seja como espectador, seja como protagonista. Isso, pois este é um comportamento contemporâneo recorrente, nos mais diferentes espaços, inclusive, nas escolas. A nossa prática em espaços educativos, do ensino fundamental ao universitário, comprova que relações mediadas pelo celular/smartphone são cada vez mais comuns, concorrendo seriamente com as relações presenciais, nem sempre memoráveis.

A observação do fenômeno e suas intrínsecas reverberações na vida cotidiana, que vem sendo discutidos por teóricos como, por exemplo, Zigmund Bauman, em suas diferentes obras, impressiona. Relações mediadas por aparatos tecnológicos podem até superar as trocas interpessoais, do “olho no olho”, e isso tem sérias implicações. Félix Guattari (1990) sustenta que para atingirmos relações equilibradas, precisamos refletir sobre esse equilíbrio a partir de uma tríade: relação com si mesmo, com o outro e com o meio. Ou seja, a cena relatada demonstra que algo está desequilibrado nas relações sociais. E essa é uma preocupação recorrente entre os pesquisadores do PhotoGraphein – Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação (UFPel/CNPq).

Desde que iniciamos as nossas atividades, há 14 anos, percebemos que gradativamente a tecnologia influencia mais e mais a vida cotidiana, em especial, a de escolares. Conectados a um mundo virtual no qual impera a “perfeição”, com suas imagens idílicas, muitas vezes retocadas pelos diferentes recursos disponíveis, o desinteresse pelas mazelas do dia-a-dia, pelos conteúdos escolares, e pela complexidade da vida real é crescente. Embora exista muita preocupação com tais comportamentos - e os textos (acadêmicos ou não) sobre o tema proliferem - ainda não se tem uma resposta/solução para o problema. Provavelmente pelo fato de que não exista uma resposta única: considerando a complexidade do tema, no máximo se consegue vislumbrar caminhos possíveis para o desenvolvimento de tal discussão.

Buscando entrever uma contribuição efetiva para reflexões de tal porte, entendemos que é de fundamental importância problematizar tais questões através da arte/educação e suas possibilidades de desmistificar e educar o olhar dos sujeitos. Espera-se torná-los mais sensíveis e críticos frente à visualidade contemporânea, e as inferências das novas tecnologias nas relações interpessoais, sociais e com o mundo ao redor.

Tais ponderações estruturam as nossas ações desenvolvidas em escolas nas cidades de Pelotas (RS) e Rio Grande (RS), através do projeto de extensão “PhotoGraphein vai à Escola”. O projeto está em desenvolvimento desde 2012, e contempla a realização de atividades teóricas e práticas que exploram a fotografia como objeto instigador e amplificador do olhar. Entendemos que a problematização acerca das imagens pessoais veiculadas a todo o momento via internet é um foco importante, envolvendo as possibilidades ofertadas na era tecnológica, e esse é o mote deste artigo.

O texto tem por objetivo contribuir para as reflexões sobre o tema, problematizando sobre as possibilidades da arte na educação, em especial, a fotográfica, como propõe o “PhotoGraphein vai à Escola”. O projeto proporciona espaços para discussões sobre a fotografia como uma probabilidade de ver o cotidiano sob outra perspectiva, propondo o exercício do olhar crítico e a aproximação efetiva das pesquisas acadêmicas do contexto escolar. Tais práticas possibilitam abordarmos na escola, de forma lúdica, a importância de experiências que propiciam o desenvolvimento de leituras visuais do mundo acerca de mentalidades e comportamentos.



  1. Sobre retratos e autorrepresentações



O retrato é um meio de “representar” a vida do indivíduo retratado, mas esse representar também significa (re)apresentar-se, ou seja, escolher o que irá aparecer, o que irá ser ocultado e como será feito, de acordo com os objetivos do retrato. Na realeza (Figura 1), por exemplo, o retrato era um artifício utilizado para mostrar a todos a riqueza e nobreza dos retratados, através de detalhes das roupas, dos objetos, do lugar, da pose, dentre outros.

Com o passar do tempo o luxo de ser retratado, somente permitido a governantes e outros dignitários, foi sendo democratizado, incluindo os novos ricos burgueses e, progressivamente, o mundo da arte foi povoado por uma multidão de novos rostos, alguns famosos, outros nem tanto. Essa democratização se deve ao desenvolvimento da fotografia, e os fotógrafos substituíram os grandes pintores especialistas em retratos, do século XVI e XVII.

Figura 1: Nicolas Antoine Taunay, Retrato de Maria Teresa, 1816, óleo s/ tela, 64 x 58 cm.

Fonte: http://www.scielo.br/img/revistas/anaismp/v19n2/a01fig02.jpg

Entretanto, remonta à Antiguidade a fascinação do ser humano por sua própria imagem. O Mito de Narcisoiii comprova a tese do apego humano à própria imagem, e se transformou em uma “fala” emblemática quando (re)apresentado pelas mãos do pintor barroco italiano Caravaggio (Figura 2). “Segundo Plotino, o mito de Narciso representa a situação do homem que, não sabendo que a beleza está dentro dele, procura-a nas coisas externas” (ABBAGNANO, 2000, p. 698). Entretanto, para alguns autores, como Gaston Bachelard, o narcisismo representa “o autêntico destino do homem, que é projetar-se para fora de si e amar como tal o que está dentro dele” (ib., p. 698):



Figura 2: Caravaggio, Narciso, óleo sobre tela, 1597-1599.

Disponível em: http://virusdaarte.net/caravaggio-narciso/



Reunimos em nosso livro A água e os sonhos muitas outras imagens literárias que nos dizem que o lago é o próprio olho da paisagem, que o reflexo sobre as águas é a primeira visão que o universo toma de si mesmo, que a beleza acrescida de uma paisagem refletida é a própria raiz do narcisismo cósmico (BACHELARD, 1993, p. 134).

E para evidenciar essa tendência, basta recorrermos ao hábito dos egípcios de retratar através da pintura os faraós e seus séquitos, nas paredes das sepulturas reais. Já os romanos, por sua vez, privilegiavam a pintura de bustos em medalhões, que também eram cunhados em moedas e esculpidos em mármore, buscando transmitir com fidelidade a aparência real das pessoas. A partir do Renascimento, o modelo a ser retratado em alguma pintura deveria ficar parado até por horas, posando, e a partir dessas práticas se consolidaram criações de personagens e vidas fictícias. E esse real sacrifício de longas horas parados continuou, mesmo com a chegada da fotografia, em meados do século XIX, afinal, qualquer dor compensa o desejo narcísico de se perpetuar, mesmo que somente através de imagens.

O ato de criar “máscaras ficcionais”, como se percebe, não é atual e persiste até hoje, sendo atualizado de acordo com os novos meios tecnológicos e artísticos. Antes a criação desse universo fantasioso era mérito do pintor, posteriormente do fotógrafo e, hoje, do fotógrafo modelo. O pesquisador Arlindo Machado, que atua no universo das chamadas “imagens técnicas” (imagens produzidas através de meios tecnológicos) analisa e comenta sobre este tema, baseando-se nas proposições artísticas da fotógrafa norte-americana Cindy Sherman:


Para Sherman, fotografar consiste menos em apontar a câmera para alguma coisa preexistente e fixar sua imagem na película que em criar cenários e situações imaginárias para serem oferecidas por ela, tal como acontece no cinema de ficção. A fotografia é concebida como criação dramática e cenográfica, ou como mise-en-scène, na qual a fotógrafa interpreta ao mesmo tempo os papéis de diretora, dramaturga, desenhista de cenários e atriz (MACHADO, 2001, p. 134).

Com o advento da fotografia, mais precisamente do feito de fixar a imagem em um suporte, o retrato que antes era pintado passou a ser fotografado. À medida que esses meios de reprodução da imagem foram democratizados, disponibilizados a todas as classes, a produção e distribuição de imagens também o foram.

Após as câmeras fotográficas foi a vez dos celulares, depois da internet, que se disseminou cada vez com mais velocidade e, por fim, com muitas melhorias como memória maior e menor tamanho de material, menos peso, rede 3g (hoje até 4g), touch screen, oportunidade de selfie, transformando o panorama da fotografia e dos (auto)retratos. A selfie dispensa outra pessoa para operar o equipamento, sendo o fotógrafo o único responsável pela imagem, graças à criação dos smartphones e iphones, os quais já têm resolução fotográfica maior do que muitas câmeras semiprofissionais. Todos esses passos da globalização possibilitaram a invenção, continuidade e sucesso de redes sociais como Orkut, Facebook, Instagram, Whatsapp e Snapchat, entre tantas outras.

Entretanto, a sociedade foi introduzida a um ciclo padrão de reprodução, sem olhar com sensibilidade e senso crítico para as imagens produzidas e o que elas representam. Nesse universo, os atores sociais nem sempre conseguem sair de seus papéis, pois muitas vezes “mergulham” em seu mundo fictício demasiadamente, e isso implica em males sociais, que podem e devem ser problematizados na sala de aula, principalmente através da arte/educação.

  1. A artificialidade virtual


A transformação e inversão de lados, de modelo a criador e autor de sua própria ficção, ocasionou também a banalização da leitura da imagem. De acordo com Annateresa Fabris (2004, p. 35):


O retrato fotográfico é uma construção artificial, na qual se encontram as normas sociais e a psicologia individual. Os usos sociais correntes e diferentes estratégias mobilizadas pelos artistas contemporâneos, que discutem os conceitos de identidade e de identificação, atestam que as principais modalidade de representação do indivíduo estabelecidas no século XIX - honorífica e disciplinar - são ainda válidas hoje em dia.


A construção artificial e social pode apresentar um modelo de identidade a ser repercutido, ressaltando a necessidade de abordarem-se tais questões na escola, independente da disciplina. Todos, crianças, jovens, adultos e idosos, produzem dezenas de imagens por dia, sem falar no contexto imagético que os rodeia. São produzidas imagens de todos os tipos, mostrando os mais diferentes ângulos da paisagem e de si mesmo. E no que tange imagens de si, nos questionamos sobre a necessidade das pessoas em se mostrarem felizes (independente de estarem felizes ou não), como é possível a qualquer um verificar numa rápida busca na sua timeline do facebook: algum amigo com o rosto triste? Provavelmente, serão poucos ou nenhum! Você já postou uma imagem retratando-se triste?



Figura 3: Registro de momento feliz, retirado da internet.

Os questionamentos procedem, visto que a felicidade é uma “febre” nas redes sociais (Figura 3). Por exemplo, há casos de pessoas suicidas, que frente ao fato consumado os “amigos” ficam perplexos, questionando sobre os motivos, visto que nas redes sociais da vítima só havia “felicidade”. Também tem casos de discussões online desaprovando registros de algum usuário ao publicar momentos tristes, pois existe o entendimento que determinadas plataformas devem veicular somente momentos felizes.

Soma-se à ”felicidade”, a imagem do corpo como ícone de beleza, cujos modelos padronizados estão muito presentes nos meios de comunicação de massa contemporâneos. E isso se reflete culturalmente no comportamento da população em busca de uma imagem perfeita, pois como argumenta Henry Pierre Jeudy “a hierarquia dos critérios convencionais da beleza é confirmada por nossa concepção comum da sublimação” (2002, p. 23).

A representação corporal em nossa sociedade é importante para relações sociais, pois é através dela que, de acordo com os meios midiáticos impostos sutilmente, se alcança sucesso na vida. Com base nisso, destacamos que há um alto índice de transtornos relacionados à imagem corporal em busca da “perfeição”. E é o que podia se esperar de uma ideia de que a felicidade, a saúde e o bem-estar impostos e refletidos nas representações do corpo são sinônimos de sucesso. Mas isso acontece porque essas imagens ícones estão em todos os lugares, onde todos tem acesso a elas sem perceber ou questionar. Elas são inseridas no cotidiano garantindo de uma forma conclusiva de que aquele padrão é o que deve ser seguido para alcançar a satisfação pessoal.

Consideramos que a arte e a educação devem atuar nessas e em outras “doenças” do século XXI, discutindo questões que afetam cada vez mais nossas crianças e adolescentes. O projeto citado anteriormente está em desenvolvimento desde 2012, com resultados positivos no que tange reflexões críticas acerca das imagens e dos indivíduos. Em 2018, as suas ações contemplarão atividades teóricas e práticas com estudantes do ensino fundamental, que envolverão a realização de autorretrato, de retratar os colegas, de problematizar o uso da imagem a partir de obras que discutem o tema, a sua criação e também a sua distribuição. Acreditamos que assim, os alunos conseguem separar o que é de si e o que é advindo do coletivo, (re)pensando as questões a partir de suas experiências de vida e valores pessoais.

Os chamados nudes (fotos retratando corpos nus) também são motivos para preocupação. Cada vez mais cedo, o vazio existencial provocado pelo isolamento dos sujeitos - vivendo relações familiares e sociais distanciadas -, pela falta de conversas, de afeto e de respeito, até mesmo da família, acarreta sérios problemas de autoestima. E isso estimula a necessidade de autopromoção, de autoafirmação, sendo que o autoconhecimento não é encontrado dessa forma. Por tais motivos, e outros mais, consideramos de vital importância estudar através da arte a relação contemporânea entre indivíduo-imagem-mundo, discutindo sobre o assunto e problematizando o uso exacerbado da fotografia e sua exposição nos dias atuais.


3. CONSIDERAÇÕES FINAIS


Ao longo do artigo buscamos demonstrar o quanto as novas tecnologias transformaram as relações humanas e, como consequência, o próprio planeta. Isso, pois as questões estão imbricadas, e não podemos abordar as questões ambientais sem pensar nas questões humanas, e vice-versa. Nesse panorama, consideramos que a arte é um palco privilegiado para as discussões acerca das imagens e suas repercussões, que precisam ser realizadas com todos, através de produções artísticas que discutam a exposição, a identidade, os atores sociais, a falsa felicidade, dentre tantos outros temas e complicações que disso advém.

O retrato e o autorretrato são conteúdos que precisam ser abordados em sua profundidade, pois a selfie já é uma prática disseminada em todos os âmbitos da sociedade, expondo o “melhor” de cada um, seja verídico ou uma mera fake news visando angariar likes. E assim seguimos vivendo, cada vez mais capturados pela luminosidade das telas e suas realidades fictícias, numa negação cotidiana da complexa “feiura” do mundo real.

Independente da técnica e da linguagem explorada seja o desenho, a pintura ou a fotografia, a pose continua, e a mensagem por trás dela também. Entretanto, com a estrutura criada para a repetição de padrões, os personagens narradores de suas vidas ficcionais são vítimas da cultura visual e social que predomina atualmente. A incessante busca pelo que se quer não pelo que se tem, pela beleza cultuada na televisão e na internet, e não pela beleza única de cada um, acaba por impedir a visão de si próprio, do outro e do mundo natural, esse responsável pela sustentação da vida, uma vida que precisa ser vivida ao vivo, por mais sem graça que possa parecer.


REFERÊNCIAS


ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

BACHELARD, Gaston. A Poética do Espaço. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

FABRIS, Annateresa. Identidade/Identificação. In: ____.Identidades virtuais:
uma leitura do retrato fotográfico. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004.

GUATTARI, Felix. As Três Ecologias. Campinas, SP: Papirus, 1990.

JEUDY, Henri-Pierre. O corpo como objeto de arte. 2. ed. Juiz de Fora:
Estação Liberdade, 2002. 181 p.

MACHADO, Arlindo. O Quarto Iconoclasmo e Outros Ensaios Hereges. São
Paulo: Editora Pap

i Doutora em Educação, mestre em Educação Ambiental, professora do Centro de Artes, Artes Visuais – Licenciatura, da Universidade Federal de Pelotas. É coordenadora do PhotoGraphein - Núcleo de Pesquisa em Fotografia e Educação( UFPel/CNPq). attos@vetorial.net

ii Acadêmica do curso de Artes Visuais – Licenciatura. Pesquisadora do PhotoGraphein – Núcleo e Pesquisa em Fotografia e Educação. dharafernanda.nunes@hotmail.com

Ilustrações: Silvana Santos