Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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13/09/2022 (Nº 80) DÉCADA DA RESTAURAÇÃODA ONU: ONG FORMIGAS-DE-EMBAÚBA CRIA MINIFLORESTAS EM ESCOLAS PÚBLICAS
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DÉCADA DA RESTAURAÇÃO DA ONU: ONG FORMIGAS-DE-EMBAÚBA CRIA MINIFLORESTAS EM ESCOLAS PÚBLICAS



Se você perguntar a alguém se conseguiria imaginar a criação de uma floresta do zero, essa pessoa provavelmente diria que não. E se você perguntar se ela acha possível plantar uma minifloresta de 500m² em sua escola, ela certamente diria que não. Mas é exatamente isso que a organização sem fins lucrativos formigas-de-embaúba está fazendo. E, sob um acordo com a Prefeitura de São Paulo, muitos alunos e alunas de escolas públicas poderão dizer sim para ambas as perguntas: são quase 3.000 escolas e cerca de 1 milhão de estudantes aprendendo a plantar e cuidar de florestas em um ambiente urbano.

Por meio de um percurso pedagógico com duração de um semestre e vivências ao ar livre, o programa da formigas-de-embaúba trabalha com a comunidade escolar e crianças e jovens de 2 a 14 anos para plantar uma minifloresta de Mata Atlântica no terreno de cada escola beneficiada. Juntos, preparam o solo, as sementes e as mudas de espécies nativas e aprendem sobre o Método Miyawaki para finalmente plantar e cuidar da jovem floresta.

Em 2021, mais de 1.500 estudantes ajudaram a plantar mais de 2.000 mudas de aproximadamente 125 espécies de árvores nativas da Mata Atlântica em 4 miniflorestas. E, em 2022, serão mais 7 miniflorestas em escolas públicas da cidade de São Paulo, com quase 8.000 árvores nativas sendo plantadas. Cada floresta cresce para se tornar uma sala de aula ao ar livre, contando com uma clareira onde as alunas e os alunos podem fazer um círculo e trilhas para que caminhem em meio à densa vegetação. 

O Método Miyawaki é um método de reflorestamento com espécies nativas para criação de ecossistemas de rápido crescimento e de alta biodiversidade, batizado em homenagem ao seu criador, o falecido botânico japonês Akira Miyawaki. As florestas urbanas cultivadas com essa metodologia tornam-se ecossistemas complexos, replicando os remanescentes de vegetação nativa próximos ao local de plantio.

No caso da Mata Atlântica, a floresta tropical que cobria a costa do Brasil e hoje tem apenas cerca de 10% de sua área original preservada, isso significa preparar o solo com composto orgânico, plantar mudas de árvores e herbáceas nativas com alta densidade e com uma grande variedade de espécies, cobrir o solo com matéria orgânica e fazer a manutenção da área nos dois anos iniciais.

Miniflorestas Miyawaki estão surgindo em todo o mundo e trazem muitos benefícios às comunidades além de sua contribuição para preservação e regeneração da biodiversidade. Essas áreas verdes ajudam a melhorar a saúde das pessoas, combater as ilhas de calor e reduzir a poluição do ar, além de produzir alimentos, absorver carbono e atrair borboletas e passarinhos. E a formigas-de-embaúba está usando com sucesso o método para cultivar suas miniflorestas com comunidades escolares da Grande São Paulo, um dos principais conglomerados urbanos do mundo, com mais de 30 milhões de habitantes.

A organização trabalha com alunos e alunas, e também oferece um programa de formação para professoras(es) das redes públicas, chamado Mata Atlântica nas Escolas. Desde 2020, mais de 900 participantes de redes públicas municipais de diversas cidades da Grande São Paulo e interior do estado passaram pela formação.

Através da pedagogia de projetos levamos a restauração ecológica para dentro das escolas públicas, para que as comunidades escolares se conscientizem e atuem diante das mudanças climáticas, conservação e regeneração da biodiversidade”, explica Rafael Ribeiro, cofundador da formigas-de-embaúba. “É preciso cultivar nas crianças desde cedo os princípios de sensibilidade à terra, responsabilidade ecológica e incentivá-las a se entenderem como parte da natureza e não à parte dela”, continua a educadora ambiental Gabriela Arakaki, cofundadora da organização junto com Rafael.

Atualmente, os dois coordenam a entidade em conjunto com Sheila Ceccon, uma experiente educadora ambiental, além de contar com o apoio de uma rede de mentoras(es) com figuras proeminentes do setor privado e do terceiro setor do Brasil, como Ghislaine Dubrule, Arthur Badin, Isabella Salton e Felipe Freitas.

Como resultado de seus esforços para sensibilizar as novas gerações para a urgência da regeneração de ecossistemas, em 2020 a organização foi selecionada pelo Instituto de Democracia e Sustentabilidade (IDS) como uma das 10 organizações da sociedade civil para implementar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU no Brasil, e tornaram-se parceiros oficiais da Década da ONU da Restauração de Ecossistemas.

Os sistemas educacionais de todo o mundo têm sido provocados a assumir responsabilidade diante da necessidade de formar cidadãos com uma nova atitude em relação à natureza, com valores e atitudes diferentes daqueles que levaram o planeta à atual situação de intenso desequilíbrio ambiental”, explica Sheila Ceccon. “Por meio de nossos programas, os estudantes se tornam cidadãos ativos e conseguem conectar essa intervenção da comunidade local com questões socioambientais globais, inspirando as pessoas a agir e dar pequenos passos em direção a ações coletivas e transformadoras”.

Sobre a formigas-de-embaúba

A formigas-de-embaúba é uma organização sem fins lucrativos que promove educação ambiental através da formação de professores/as e do plantio de miniflorestas de mata atlântica pelos/as alunos/as nas escolas públicas, sensibilizando as novas gerações para a urgência da regeneração de ecossistemas e mitigação das mudanças climáticas.

*Conteúdo original do site da Década da ONU da Restauração de Ecossistemas. 



Fonte: Década da Restauraçãoda ONU: ONG formigas-de-embaúba cria miniflorestas em escolas públicas (unep.org)



Ilustrações: Silvana Santos