Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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Relatos de Experiências
30/05/2017 (Nº 60) PERCEPÇÃO E CONVIVÊNCIA DE ATORES SOCIAIS SOBRE OS WETLANDS EM DOIS MUNICÍPIOS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: O PRIMEIRO PASSO PARA PLANEJAMENTO DE AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL
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PERCEPÇÃO E CONVIVÊNCIA DE ATORES SOCIAIS SOBRE OS WETLANDS EM DOIS MUNICÍPIOS DO SEMIÁRIDO BRASILEIRO: O PRIMEIRO PASSO PARA PLANEJAMENTO DE AÇÕES DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

 

Artur Henrique Freitas Florentino de Souza1;Eliane Ferreira Dantas2; Gil Dutra Furtado3

 

[1] Professor Assistente II do Curso de Ciências Biológicas da UFPI, Campus Senador Helvídio Nunes de Barros, Picos-PI; Doutorando em Desenvolvimento e Meio Ambiente/UFPB; Mestre em Desenvolvimento e Meio Ambiente/UFPB e Bacharel/Licenciado em Ciências Biológicas pela UFPB. e-mail: ahffs@ufpi.edu.br

[2] Graduação em Licenciatura em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Piauí.e-mail: elianedantasbio@hotmail.com

[3] Professor colaborador no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente da Universidade Federal da Paraíba; Pós-doutor em Desenvolvimento e Meio Ambiente/UFPB; Doutor em Psicobiologia/UFRN; Mestre em Manejo de Solo e Água/UFPB; Especializado em Psicopedagogia pelo Centro Universitário Internacional/UNINTER; Graduado em Agronomia/UFPB. e-mail: gdfurtado@hotmail.com

 

RESUMO

 

O objetivo deste trabalho foi a avaliação da percepção ambiental da população que reside próximo as áreas alagadas de Picos-PI e Oeiras-PI, quanto a sua importância e convivência nessas áreas úmidas. Os sujeitos pesquisados foram grupos de moradores que residem, trabalhavam e/ou estudavam no entorno dos alagados, atendendo três critérios adotados na seleção de entrevistados para ambos os municípios e a identidade dos moradores foi mantida em sigilo. Foi analisadaa percepção dos atores sociais a respeito daimportância dos alagados para eles e para região, atividade humanas nestes, prejuízos e benefícios. No total, foram realizadas 60 entrevistas, nos quais trinta foram deentrevistados de Oeiras-PI e o mesmo número para o município de Picos-PI, sendo, 10 entrevistados por cada alagado. Em Picos-PI, 47% dos entrevistados afirmaram que as utilizam para diversas finalidade, enquanto em Oeiras, 60% responderam que não as utilizam. Em relação aos benefícios e prejuízos que esses alagados ocasionam os moradores, em Picos 44% disseram que é importante para projetos de irrigação e manutenção dos animais e plantas, enquanto que em Oeiras, 60% responderam sobre a importância das mesmas atividades. No geral, a maioria entrevistados teve uma percepção de mudança quanto a situação que se encontram hoje nessas áreas, mas fazem apelo ao poder público para a limpeza, conservação, ampliação e permanência do local. Diante disso, torna-se imprescindível a intervenção de instituições públicas em relação à educação ambiental sobre a conservação destes alagados. Principalmente no bioma Caatinga, por ter a água superficial mais escassa e o problema com a falta de água no período de estiagem afeta a manutenção tanto da vida humana quanto a dos seres vivos nestes locais. Para isto, deve ter um planejamento específico para que haja uma maior sensibilização da população sobre a importância dos brejos na região, colocando-os como prioridade para proteção.

 

Palavras-chave: Alagados, Caatinga, Cerrado

 

PERCEPTION AND EXPERIENCE OF SOCIAL ACTORS ON THE WETLANDS IN TWO BRAZILIAN SEMI-ARID MUNICIPALITIES: THE FIRST STEP FOR PLANNING ENVIRONMENTAL EDUCATION ACTIONS

 

 

ABSTRACT

 

The objective of this study was to evaluate the environmental perception of the population living near the flooded areas of Picos-PI and Oeiras-PI, as to their importance and coexistence in these wetlands. The subjects surveyed were groups of residents who lived, worked and / or studied around the wetlands, meeting three criteria adopted in the selection of interviewees for both municipalities and the identity of the residents was kept confidential. The perception of the social actors about the importance of flooding for them and for the region, human activity in these, damages and benefits was analyzed. A total of 60 interviews were conducted, of which 30 interviewees from Oeiras-PI and the same number as the municipality of Picos-PI, 10 interviewed for each flood. In Picos-PI, 47% of respondents stated that they use them for different purposes, while in Oeiras, 60% said they do not use them. In Picos, 44% said that it is important for irrigation projects and maintenance of animals and plants, while in Oeiras, 60% answered about the importance of the same activities. Overall, most interviewees had a perception of change regarding the situation they are in these areas today, but they appeal to the public power for the cleaning, conservation, extension and permanence of the place. Therefore, it is essential the intervention of public institutions in relation to environmental education on the conservation of these wetlands. Especially in the Caatinga biome, because the surface water is scarce and the problem with the lack of water during the dry season affects the maintenance of both human life and living beings in these places. To this end, there should be a specific planning so that there is a greater awareness of the population about the importance of the marshes in the region, placing them as a priority for protection.

 

Keywords: Flooded areas, Caatinga, Cerrado

 

 


INTRODUÇÃO

 

O Brasil possui pouco mais de 10% de água doce disponível nos mananciais superficiais do planeta. Entretanto, sua distribuição é muito heterogênea e dentro dessa distribuição, a região Nordeste é a que possui menor proporção de recursos hídricos (PHILIPPI JR., 2005).

Não obstante, as principais zonas úmidas naturais do semiárido brasileiro são os rios, açudes e as lagoas temporárias, que servem de refúgio para muitos organismos, contribuindo assim para o aumento da diversidade e produtividade regional (MALTCHIK, 1999). No entanto, existe outro tipo de zona úmida nesta região que possui uma grande importância, mas são pouco estudadas, sendo estas conhecidas como Wetlands

Os Wetlands são áreas alagadas de período permanente ou temporário, estancadas ou correntes, de água doce, salobra ou salina (RAMSAR, 2003), frequentemente consideradas como ecótipos espaciais/temporais entre a terra e a água (BATZER et al., 1999).

Embora os wetlands sejam comuns em muitos continentes, estas são mais importantes ecologicamente em regiões áridas e semiáridas, onde o recurso de água permanente pode ser raro ou ausente (WILLIAMS, 2000), incluindo organismos que são bem adaptados e encontrados exclusivamente em tais habitats (GIBBS, 2000), estando entre os ecossistemas mais produtivos e com maior diversidade do planeta (BARBIER et al., 1996).

Mesmo com tamanha importância para a biodiversidade, estas zonas úmidas vêm sofrendo grandes pressões de origem antropogênica (SAUNDERS et al., 2002; FIGUEROA et al., 2009), principalmente nas zonas urbanas, causando sérios distúrbios para a qualidade da água e/ou do sedimento, o que acarreta em alterações no fluxo de energia desse ecossistema, incluindo a deterioração da água e habitats ripários, invasões por espécies exóticas, aumento de temperatura da água, turbidez e contaminação por poluentes, bem como a composição e abundância de muitos organismos que ali coabitam (MALTCHIK et al., 2006).

Entretanto, são poucos os trabalhos que tratam de zonas úmidas rasas onde há contínua poluição por descargas por efluentes domésticos, principalmente como ocorre em corpos hídricos ao longo das cidades, onde os ecossistemas aquáticos apresentam um alto nível de complexidade, implicando em dificuldades na avaliação e a predição dos efeitos dos poluentes em corpos de água receptores (JONSSON et al., 2002), pois os compostos, advindos de atividades antrópicas, muitas vezes são liberados no ambiente sem o devido tratamento adequado, constituindo-se num grande risco à saúde humana e à integridade dos ecossistemas (TAGLIARI et al., 2006).

O baixo índice pluviométrico na região semiárida do nordeste brasileiro torna a maioria dos seus corpos hídricos intermitentes. Porém, a maior parte dos alagados localizados na zona urbana de Picos e em Oeiras, ambos no Estado do Piauí, é considerada charco de regime permanente, onde a lâmina de água está sempre presente, independente da estação do ano. Consequentemente, estas zonas úmidas são de grande importância para a manutenção da biocenose local.

Entretanto, a maioria desses alagados (wetlands) sofre intervenção antropogênica, como aterro parcial ou total para a expansão urbana, pela expansão da agricultura familiar e com a descarga de efluentes domésticos.E de acordo com Magris et al.(2006), Os despejos de origem doméstica constituem-se em uma das formas mais comuns de poluição e têm causado sérios prejuízos à comunidade aquática, principalmente em países em desenvolvimento onde a infraestrutura é precária.

De acordo com Maltchik (2003), as pesquisas de inventário e classificação de áreas úmidas devem ser fomentadas no Brasil, mas estas pesquisas não tem sido muito investigadas por pesquisadores brasileiros, sendo esses estudos  escassos no país. No entanto, o mesmo autor afirma que o estabelecimento de um inventário nacional de áreas úmidas se torna extremamente necessário e poderia ser iniciado na região semiárida brasileira pela pequena quantidade de lâminas de água superficial e importância para o ambiente.

Entretanto, não menos importante, mas muito escassos são pesquisas de como os atores sociais no entorno destas áreas úmidas interage ou percebem nestes ambientes no semiárido, sendo vistos em Souza (2009).Assim, de acordo com Machado (1999), a percepção ambiental é considerada fundamental para se entender as ligações cognitivas e afetivasdos seres humanos para com o meio ambiente, uma vez que são os humanos que modelam o ambiente no seu entorno através de escolhas, ações e condutas.

Assim, o objetivo destetrabalho foi a avaliação da percepção ambiental da população que reside próximo as áreas alagadas de Picos-PI e Oeiras-PIquanto a sua importância e convivência nessas áreas úmidas.

 

MATERIAIS E MÉTODOS

 

Áreas de Estudo

 

Foram escolhidos dois municípios para o desenvolvimento desse estudo: Picos-PI e Oeiras-PI (Figura 01).

O município de Picos apresenta um clima tropical semiárido e transições vegetais, fase caatinga hiperxerófila e/ou cerrado sub-caducifólio/floresta sub-caducifólia, (AGUIAR, 2004a), situa-se na mesorregião sudeste piauiense. Situa-se a 306 Km² de distância da capital, tendo como rodovia de acesso a BR-316(AGUIAR, 2004a).

Picos está a 206 metros acima do nível do mar, com população de aproximadamente 73.417 habitantes (BRASIL, 2010a), e apresenta em seu relevo inúmeros picos argilosos.O município conta ainda com cursos naturais de água como o Rio Guaribas quecorrem até suas águas encontrarem o rio Itaim, Riacho Vermelho, Riacho dos Macacos(AGUIAR, 2004a).

As características litológicas da Formação Cabeças indicam boas condições de permeabilidade eporosidade, favorecendo assim o processo de recarga por infiltração direta das águas de chuvas. Tal aquífero se constitui no mais importante elemento de armazenamento de água subterrânea do município,constituindo-se num potencial fornecedor desse bem. Ressalva-se, também que essa formação torna-seimportante como potencial manancial de água subterrânea, porque aflora em cerca de 60% da área domunicípio (AGUIAR, 2004b), como pode ser visualizado na Figura 02.

Já o Município de Oeiras, está situado na mesorregião do sudeste piauiense, possuindo uma população com cerca de 35.640 habitantes (BRASIL, 2010b). O potencial hídrico subterrâneo é de médio a forte, formando assim muitos olhos “d’água” gerando áreas úmidas chamadas regionalmente de brejos, dando assim a origem de riachos e grota. O principal rio é o Canindé, que é um rio temporário, outras fontes de água presentes estão nos riachos na zona rural, açudes e as barragens. O clima é tropical semiáridoe com transições vegetais, fase caatinga hiperxerófila e/ou cerrado sub-caducifólio/floresta sub-caducifólia(AGUIAR, 2004b).


                       



Figura 01. Localização dos Municípios de Picos e de Oeiras, no Estado do Piauí. Fonte: adaptação do Google Maps (2012) e de Aguiar (2004).

 

Figura 02. Wetlands na zona urbana de Picos-PI. (A) UFPI/Campus Senador Helvídio Nunes de Barros; (B) Bairro Canto da Várzea, local onde havia vários alagados, mas que vem sendo aterradas pela especulação imobiliária; (C) Bairro do Junco, próximo ao Posto Bem-te-vi; (D) inputde esgoto no alagado do bairro do Junco. Fonte: dos próprios autores.

A pesquisa

 

Na cidade de Picos, a pesquisa foi realizada no período de março e abril do ano de 2013, nos alagados localizadosno Bairro Junco (próximo à Avenida Senador Helvídio Nunes de Barros), BairroDNER, nos alagados dentro e em frente da Universidade Federal do Piauí – Campus Senador Helvídio Nunes de Barros (UFPI-CSHNB).

Já na cidade de Oeiras-PI, a pesquisa foi realizada entre os meses de outubro a novembro desse mesmo ano na localidade de Soisão, com os atores sociais que viviam ou interagiam com os alagados.

Para isso, a metodologia utilizada foi a "bola de neve" (BIERNACKI; WALDORF, 1981), na qual solicitava indicações de outros atores sociais que indicaram outros, repetindo-se o processo, seguindo-se os mesmos padrões exigidos, até obter o total da população amostral determinado pelos autores.

A investigação se deu através de dos diferentes grupos sociais, que fundamentaram os temas propostos para este estudo. Na presente pesquisa foram utilizados os pressupostos da Fenomenologia (SATO, 2001; GIL, 2005). Por se tratar também de uma pesquisa qualitativa, foi escolhida uma amostra com um número reduzido de atores sociais, respaldada na teoria de que, em pesquisa qualitativa, o critério numérico não é fundamental (MINAYO, 1994).

Os sujeitos pesquisados foram grupos de moradores que residem, trabalham e/ou estudam no entorno dos alagados, atendendo três critérios adotados na seleção de entrevistados para ambos os municípios: a) residir e/ou possuir comércio no entorno de Alagados há, pelo menos 3 anos; b) serem parte do corpo escolar no entorno de alagados há pelo menos 3 anos e; c) possuir idade mínima de 21 anos.

Todos os pesquisados foram informados de que suas identidades seriam mantidas em sigilo e que suas informações seriam usadas apenas para fins científicos. Deste modo, as entrevistas foram gravadas em MP4 e, posteriormente, transcritas do mesmo modo como os entrevistados falaram.

 

RESULTADOS E DISCUSSÃO

           

No total, foram realizadas 60 entrevistas, nos quais trinta foram dos atores sociais de Oeiras-PI e o mesmo número de entrevistados para o município de Picos-PI, sendo, 10 entrevistados por cada alagado.

Dentre os 30 entrevistados em Picos-PI,obteve-se uma distribuição entre os sexos de 50% de homens e 50% de mulheres. E Oeiras – PI, o resultado foi de 30% de homens e 70% de mulheres.

A idade dos entrevistados, residentes no entorno desses alagados do Município de Oeiras-PI, são entre 23 a 49 anos (média de 35,9) e o tempo médio de permanência no referido local foi de 9 anos (Figura 1.2).

Já os do município de Picos-PI, a idade dos entrevistados é entre 21 anos a 61 anos (média de 31,9) e o tempo médio de convivência no referido local foi de 13,4 anos (Figura 1.3). 

 

Figura 03. Idade e tempo de vivência dos entrevistados do entorno dos alagados de Picos-PI e de Oeiras-PI entre março a novembro de 2013. *M= Morador.

 

Quanto à escolaridade dos entrevistados na cidade de Picos, 40% possuem superior incompleto. Entretanto, na cidade de Oeiras, 53% possuem o ensino fundamental incompleto.  (Figura 04).

 

Figura 04. Nível de escolaridade dos atores entrevistados no entorno dos alagados de Oeiras e Picos, nos meses de março e novembro de 2013.

 

Em comparação ao resultados de escolaridade de Oeiras-PI, foi evidente que em Picos-PI, registrou-se uma porcentagem menor de pessoas não-alfabetizadas, ao mesmo tempo com a porcentagem mais elevada quanto ao grau de ensino superior. Este fator pode ser justificado, porque os principais alagados desta cidade estavam próximos aos escolas públicas e as universidades públicas federal (UFPI) e estadual (UESPI).

Acerca dos tipos de profissão dos atores sociais no entorno dos alagados de Picos-PI dos 30 entrevistados, 13 delas informaram que eram estudantes, seisdisseram ser domésticas, três como comerciantes, três disseram ser autônomos, três afirmaram trabalhar como secretária e apenas dois trabalhavam como fotocopiador.

Já a respeito Profissão dos atores entrevistados no entorno dos alagados de Oeiras-PI, sete pessoas afirmaram que eram agricultores, cinco trabalhavam como domésticas, 04 moto táxistas,  04 Garis, três como zelador da prefeitura, dois informaram ser comerciantes, enquanto que houve um entrevistado como vigia noturno e outro como professor da rede pública.

Quando se questionou aos atores sociais sobre que animais poderiam ser encontrados nos alagados, de uma forma geral, como o objetivo da pesquisa não era identificar as espécies por seu nome científico, foram considerados os nomes populares, desta forma eles responderam (Tabela 01).

 

Tabela 01: Animais citadas pelos atores sociais no entorno dos alagados de Picos-PI e Oeiras-PI entre de março e novembro do ano de 2013.

 

Animais

Picos-PI

Oeiras-PI

Sapos

14

30

Ratos

09

-

Rãs

02

 02

Porco

03

 -

Peixes

02

21

Pássaros

12

09

Muriçoca

06

 -

Mosquito

10

08

Lesmas

 -

 01

Lagartixas

01

Lacraia

01

 -

Jumento

 01

 -

Jacarés

04

07

Gias

13

Gato

03

 -

Galinhas

01

 -

Gafanhoto

01

 -

Cobras

13

 -

Cavalo

02

 -

Caranguejo

01

 -

Caramujo

01

 -

Camaleão

 01

 -

Cágados

05

17

Cachorro

05

 -

Boi

04

 -

Barata

03

 -

TOTAL DE RESPOSTAS

Total de animais relatados

104

23

109

11

 

De acordo com a tabela acima, pode-se observar que a maioria responderam que já tinham vistos principalmente, sapos, passáros, cágados, e peixes. Suas respostas podem ser justificadas por serem animais comuns e típicos dos ambientes aquáticos, nos quais os moradores convivem no seu cotidiano. Além disso, vale enfatizar a grande diversidade de animais percebidos pelos atores, inclusive  alguns que são muito visíveis, como o Caramujo.

Além dos animais, os entrevistados também citaram alguns tipos de plantas encontrados nos alagados, dentre elas as mais citadas foram as salsa (um tipo de planta rasteira), maria mole, algas, capim e outras as quais não souberam identificar (Tabela 02). Da mesma forma que os animais, para as plantas foram considerados apenas os nomes populares.

 

Tabela 02: Plantas citadas pelos atores sociais no entorno dos alagados de Picos-PI e Oeiras-PI entre de março e novembro do ano de 2013.

 

Plantas

Picos-PI

Oeiras-PI

 

Capim

11

01

Algas

07

08

Salsa

04

24

Arbustos

04

04

Jurema

03

-

Babuja

01

08

Mangueira

02

-

Maria mole

-

19

Feijão

01

-

Arroz

07

-

Caju

01

-

Mamona

02

-

Aguapé

02

-

Junco

01

-

TOTAL DE RESPOSTAS

Total de plantas relatadas

46

13

64

06

 

 

Foi questionado aos entrevistados sobre a periodicidade da permanência de água nos alagados ao longo do ano, encontrados próximos às suas casas, se eram considerados permanentes ou temporários. Em Oeiras, 70%, dos entrevistados disseram que os alagados eram permanentes, enquanto que 30% as consideravam temporários. Já em Picos-PI, 23% dos atores sociais entrevistados responderam que eram temporárias. Outros 23% que eram permanentes, mas isso por causa do despejo de esgoto no alagado, e 54% responderam apenas que era permanente.

Percebe-se que esse alagados, segundo os entrevistados, sempre possuem uma lâmina de água em sua superfície, independente das variações sazonais. Por outro lado, em alguns alagados, alguns atores atribuem a permanência de água por causa dos esgotos lançados diretamente nos alagados como (videFigura 02 D).Abaixo, segue algumas respostas fornecidas pelos entrevistados:

 

“É permanente, fica cheia o tempo todo. Por todos os meses sempre tem água nesse local”. (Morador 1. Alagado de Oeiras, 28 anos de idade).

 

“Aqui nunca secou, aqui sempre tem água, nunca vi seco” (Morador 3. Alagado de Oeiras, 40 anos de idade).

 

“Permanente, somente uma vez quase secou” (Morador 23. Alagado de Oeiras, 33 anos de idade).

 

“Eles são permanentes. Porque sempre tem água por conta dos esgotos, ai quando chove transborda” (Morador 5. Alagado de Picos, 46 anos de idade).

 

“Aqui sempre tem água, pode até não ser da chuva, mas sempre têm, todos os esgotos são despejados aqui, por isso sempre tem. Agora quando chove aumenta o nível e entra tudo em nossas casas” (Morador 8. Alagado de Picos, 24 anos de idade).

 

De fato, o saneamento básico no Estado do Piauí ainda é muito precário, encontrando-se muito esgoto escorrendo nas ruas e sendo despejada, muitas vezes, nos alagados. Dentro da UFPI, por exemplo, todo o esgoto da Cooperativa de beneficiamento de caju, de prédios públicos e das residências no entrono da universidade, são despejado no alagado dentro do Campus universitário.

Quando perguntados sobre a utilização ou não dos alagados para alguma atividade humana, em Picos-PI, 20% não a utilizam para nenhum atividade, mas47% dos entrevistados afirmaram que as utilizam para diversas finalidade (aula de campo, estudar, plantar, cuidar dos animais), enquanto que 33% dos entrevistados não as utilizam, mas dizem conhecer alguém que fazem uso da água desses alagados. Em Oeiras, 27% disseram que utilizam os alagados para uma atividade humana, mas 60% responderam que não as utilizam. Já 13% dos entrevistados não as utilizam, mas conhecem alguém que fazem uso dessas águas. Abaixo, segue algumas respostas fornecidas pelos entrevistados:

 

“Utilizo essa lagoa para aula prática de campo” (Morador 23. Alagado de Picos, 23 anos de idade).

 

“Utilizo para estudos ecológicos” (Morador 24. Alagado de Picos, 33 anos de idade).

 

“Sim, utilizo, para plantações de pastos, arroz e dar agua aos animais” (Morador 20. Alagado de Picos, 40 anos de idade).

 

“Eu mesmo, minha pessoa não utilizo, mais tem muita gente que pesca, dá água para animais” (Morador 1. Alagado de Oeiras, 28 anos de idade).

 

“Sim, utilizo, a lagoa fornece água para laser e molhar as plantas e verduras” (Morador 21. Alagado de Oeiras, 39 anos de idade).

 

“Utilizo, a lagoa fornece água para os animais beberem e irrigação”. (Morador 22. Alagado de Oeiras, 28 anos de idade).

 

De acordo com a população amostral, ainda sobre as atividades humanas nos alagados, existem benefícios e prejuízos que esses ambientes acarretam para os moradores.No município Picos, 40% responderam que os alagados não têm importância nenhuma; 44% disseram que é importante para projetos de irrigação e manutenção dos animais e plantas, 13% para manter a umidade do ar, e 3% para estudos ecológicos. Já em Oeiras, 60% responderam que eram importantes para os projetos de irrigação e manutenção dos animais e plantas, enquanto os 40% restantes foram de entrevistados que disseram que os alagados não têm importância, optaram em mostrar os dois lados da questão ou até mesmo pela neutralidade.

Observou-se, pelas respostas dos entrevistados, que quando eles percebiam o alagado como um recurso importante, além da irrigações, os atores sociais no entrono dos alagados de Picos-PI demostraram uma preocupação com a biodiversidade em termos gerais, como: Conservação e manutenção das espécies, o paisagismo e também com o clima.

Foi notável que os moradores saibam dos problemas existentes, mas não tinham conhecimento específico para atuar, passando a responsabilidade do poder público e dos órgãos competentes para resolver os problemas advindo dos alagados nos períodos de chuva.

As seguintes falas representam a maioria das respostas fornecidas pelos entrevistados.

 

“Pra mim tem muita importância, porque que agente planta nas margens: Tomate, pimentão, coentro e cebola” (Morador 7. Alagado de Oeiras, 49 anos de idade).

 

“Tem muita importância, pois no local existe um projeto de irrigação, que fornece pequena produção de frutos e verduras” (Morador 24. Alagado de Oeiras, 38 anos de idade).

 

É importante para a vegetação e permanência para animais dependentes desse alagado” (Morador 23. Alagado de Picos, 23 anos de idade).

 

É importante para a vegetação e para manutenção dos animais nesta região. Além disso, para estudos ecológicos” (Morador 24. Alagado de Picos, 33 anos de idade).

 

“É importante para preservação da biodiversidade, para o controle ambiental e paisagismo” (Morador 27. Alagado de Picos, 24 anos de idade).

 

“É importante para umidade relativa do ar” (Morador 29. Alagado de Picos, 30 anos de idade).

 

“Não tem importância nenhuma. A área cria possa de esgotos, aí na seca, há apenas o acúmulo de esgotos, quando chove transborda esta área de agua que inunda as casas. Ai tem muitas bactérias, micróbios e poluição” (Morador 1. Alagado de Picos, 31 anos de idade).

 

Porém, em relação aos entrevistados de Picos foram mais detalhistas ao responderem que os alagados traziam somente prejuízos financeiros, justificando-as:

 

“Só trazem prejuízos, destruição dos moveis, inundam a casa, trazem doenças e um desassossego total”. (Morador 3. Alagado de Picos, 46 anos de idade).

 

“Trazem prejuízos. Por que inundam a casa, ela não tem para onde escoar e só trazem doença”. (Morador 4. Alagado de Picos, 47 anos de idade).

 

“Traz prejuízos, pois atrapalha a locomoção das pessoas, invade as casas causando prejuízos domésticos”. (Morador 6. Alagado de Picos, 26 anos de idade).

 

“Não traz nenhum benefício, faz é causar molhado nas casas da gente”. (Morador 11. Alagado de Oeiras, 29 anos de idade).

 

 “Não traz nenhum benefício, traz doença, e muito mosquito da dengue”. (Morador 14. Alagado de Oeiras, 26 anos de idade).

 

            Com relação a pergunta se os alagados naturais deveriam ser preservação/conservados ou não, os atores sociais deram as seguintes respostas: Em Picos, 60% responderam que devem ser preservados. Porém, 33% dos atores sociais responderam que estes alagados devem ser removidos para uma outra área da cidade e apenas 07% dos atores sociais falaram que deveriam ser desativados (no caso, entende-se por aterrados). No município de Oeiras, 67% que devem ser preservados, 23% acham que os alagados devem ser removidos para outra área, e 10% que devem ser extintos.

No geral, a maioria dos moradores entrevistados teve uma percepção de mudança quanto a situação que se encontram hoje nessas áreas, mas fazem apelo ao poder público para a limpeza, conservação, ampliação e permanência dos alagados no local.

 

“Deve sim ser preservado, é de grande importância, para a sobrevivência da população e também de animais e plantas”. (Morador 23. Alagado de Oeiras, 33 anos de idade).

 

“Sim, é de grande importância a preservação, em minha opinião deveriam ser aumentada a profundidade”. (Morador 30. Alagado de Oeiras, 45 anos de idade).

 

“Pra mim deveria o poder público deveria zelar para a manutenção, porque a gente usa pra hortas”. (Morador 1. Alagado Oeiras, anos de idade, 28 anos de idade).

 

O prefeito deveria ampliar para atividade de plantio”. (Morador 3. Oeiras, 40 anos de idade).

 

Por outro lado, os atores que responderam que os alagados deviam ser transferidos e desativados demonstraram um forte sentimento de revolta e insatisfação. Eles culpam o poder público por não tomar as providências quanto a esta questão.

 

Acho que deve acabar com esses alagados, pois aqui só traz doenças, e muitos mosquitos e ‘embreja’ as casas. (...)O prefeito disse que vai mandar tampar, mas por enquanto só promessa’’. (Morador 3. Alagado de Oeiras, 40 anos de idade).

 

“Isso, tem que acabar aqui já não temos mais móveis, é tudo destruído, essa água é muito suja, traz muitas imundícies por que os esgotos se despejam aí, e quando chove vem tudo pra dentro de nossas casas, além disso, temos que andar por dentro da água quando vamos sair de casa, pense! Vivemos uma vida de sufoco aqui quando chove, essa água devia ser transferida para outro local”. (Morador 10. Alagado de Picos, 45 anos de idade).

 

Nota-se nas respostas dos entrevistados que em nenhum momento o mau cheiro é comentado. Isto porque, todos os nutrientes que o esgoto leva para estes ambientes aquáticos são utilizado pelas plantas aquáticas, principalmente pela Typha dominguensis, popularmente chamado de capim ou junco e pelo aguapé (Eichornia crasspes).

De acordo com Costa et al. (2003), em experimento usando tanques com Typhaspp. e tanques controle, verificou que influência da vegetação ficou evidente nos wetlands artificiais vegetados, mostrando-se muito eficiente para remover colifagos e os bacteriófagos F-específicos que provavelmente possam ser utilizados como indicadores de vírus patogênicos, enquanto queLannes e Aragon (2016), estas macrófitas são essenciais para remover 84% da demanda bioquímica de oxigênio, 94% de coliformes e 87% de coliformes termotolerantes das águas da Lagoa do Vigário, ao passo que o nutrientes dissolvidos e totais, embora em quantidades menores, também foram removidos e para a remoção de amônio e fósforo dissolvido, a presença dessas macrófitas aquáticas foi essencial ao sistema.

Sendo assim, os alagados em Picos e em Oeiras acabam se funcionando como sistemas naturais de depuração do esgoto depositado nesses corpos aquáticos, o que acaba beneficiando os moradores locais a respeito do problema saneamento básico.

Entretanto, outros problemas ambientais em torno dos alagados estudados e avaliados nesta pesquisa são de fato comuns a todos os alagados que estão próximos a lugares já urbanizados. Estas são, em geral,poluídas, suas águas são inadequadas para o consumo tanto humano quanto para os animais, como também para a atividade de cultivo de plantas e hortaliças, além de causar transtornos no período chuvoso como: alagamentos, invasões da água às residências.

Tais problemas também foram avaliado por Carvalho e Ozório (2007), nos ecossistemas de banhados no Rio Grande do Sul, onde estão sofrendo rápidas modificações e reduções de área significativas, devido a atividades antrópicas,das quais destacam-se as atividades agrícolas, a pecuária, os aterros, a urbanização, o despejo de lixo e esgoto doméstico.

Mesmo com tantas adversidades, muitos moradores dependem dessas áreas para o cultivo e de dar água aos animais, em alguns lugares, por exemplo, os moradores não se sentem prejudicados mesmo com parte dessas áreas alagadas necessitarem de uma revitalização. No entanto, esses fatores mesmo contribuindo para sobrevivência dessas pessoas se faz necessária uma atenção voltada para a conservação desses ambientes, pois, épropícia a infestação de insetos, caramujos e outros animais nocivos à saúde.

Nota-se que parte dos insatisfeitos prefere a desativação ou transferência dessas áreas, devido tanta falta de atenção por parte do poder público e da população em geral. Para muitos, a revitalização e a preservação seriaa solução, pois estas áreas traz um ar mais úmido, e isso é favorável ao clima, mas que seja segundo os entrevistados um ar puro, uma água limpa, em fim um lugar sustentável.

Desta forma, torna-se imprescindível a intervenção de instituições públicas em relação à educação ambiental sobre a conservação destes alagados.Principalmente no bioma Caatinga, por ter a água superficial mais escassa e o problema com a falta de água no período de estiagem afeta a manutenção tanto da vida humana quanto a dos seres vivos nestes locais. Para isto,deve ter umplanejamento específico para que haja uma maior sensibilização da população sobre a importância de copos aquáticos na região, colocando-os como prioridade para proteção.

 

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Ilustrações: Silvana Santos