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PANORAMA DA ADOÇÃO DO SLOW FASHION NAS EMPRESAS DE MODA BRASILEIRA
Emanuelly Edila Rodrigues Simões1, Helaine Cristine Carneiro dos Santos², Arthur William Pereira da Silva³, Aparecida Elija Simões Lima4
¹Pós-graduanda em Educação Ambiental Interdisciplinar. Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Graduada em Ciências Naturais e Matemática. Universidade Federal do Cariri (UFCA). E-mail: e manoellyrodrigues@hotmail.com 2Mestra em Administração. Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Professora do curso de Administração na Faculdade de Integração do Sertão (FIS). E-mail: h elainecristine@hotmail.com ³Doutorando em Administração. Universidade Potiguar (UNP). Professor do curso de de Administração no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). E-mail: arthur.silva@ifce.edu.br 4Pós-graduanda em Educação Ambiental Interdisciplinar. Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF). Graduada em Ciências Naturais e Matemática. Universidade Federal do Cariri (UFCA). E-mail: elyja.s@hotmail.com
Resumo: Frente ao avanço e aprofundamento das problemáticas socioambientais por todo o mundo, diversas iniciativas vêm se destacando como formas de minimizar os impactos negativos do consumo desmedido. Entre essas propostas destacam-se, por exemplo, o consumo compartilhado, a reinvenção de produtos, o consumo necessário, o movimento Slow Food, e outros. Mais recentemente, no mundo da moda, iniciativa com o mesmo propósito vem ganhando força, trata-se do slow fashion inspirado no slow food. A proposta é uma produção lenta e justa, tendo como pilares o consumo consciente. Entretanto, essa modalidade ainda está galgando os seus primeiros passos a nível internacional. Dessa forma, este trabalho objetiva identificar como vem se dando a inserção do movimento Slow Fashion em empresas brasileiras com foco na moda. O estudo caracteriza-se como qualitativo, teórico/empírico e descritivo. A coleta dos dados se deu por análise documental, onde, por meio de um levantamento nos sites das principais empresas de moda brasileiras, foram identificadas 10 organizações que propõem ter aderido ao movimento. A análise das narrativas revelou que o slow fashion vem sendo implementado nas empresas de moda brasileiras por meio de um conjunto de práticas que se mostram harmônicas com os fundamentos da filosofia a nível internacional, tais como: A criação de peças com modelagens atemporais e durabilidade; produção focada na qualidade e não na quantidade; ciclo de vida do produto ampliado ao máximo; utilização de materiais de baixo impacto ao meio ambiente; e a contratação de artesãos e mão de obra local. Um insight importante do estudo foi o entendimento de que marcas slow colaboram com o fomento e ampliação do nicho de consumo sustentável no país, como também, serve como uma estratégia pragmática e informal de educação ambiental, ou educação para a sustentabilidade. Palavras-chaves: Educação, Sustentabilidade, Moda, Consumo, Meio Ambiente.
Abstract: Faced with the advancement and deepening of socio-environmental problems around the world, several initiatives have been highlighted as ways to minimize the negative impacts of excessive consumption. Among these proposals, for example, shared consumption, the reinvention of products, necessary consumption, the Slow Food movement, and others stand out. More recently, in the fashion world, an initiative with the same purpose has been gaining momentum, it is slow fashion inspired by slow food. The proposal is a slow and fair production, based on conscious consumption. However, this modality is still making its first steps at the international level. Thus, this work aims to identify how the insertion of the Slow Fashion movement has been taking place in Brazilian companies focused on fashion. The study is characterized as qualitative, theoretical / empirical and descriptive. Data collection was carried out through documentary analysis, where, through a survey on the websites of the main Brazilian fashion companies, 10 organizations were identified that propose to have joined the movement. The analysis of the narratives revealed that slow fashion has been implemented in brazilian fashion companies through a set of practices that are harmonious with the fundamentals of philosophy at an international level, such as: The creation of pieces with timeless modeling and durability; production focused on quality and not quantity; product life cycle extended to the maximum; use of materials with low impact on the environment; and the hiring of artisans and local labor. An important insight of the study was the understanding that slow brands collaborate with the promotion and expansion of the sustainable consumption niche in the country, as well as serving as a pragmatic and informal strategy for environmental education, or education for sustainability. Keywords: Education, Sustainability, Fashion, Consumption, Environment.
1 INTRODUÇÃO
Apesar das diversas iniciativas a nível global, onde líderes políticos, pesquisadores, empresários, buscam traçar estratégias e metas para a resolução, ou minimização das problemáticas socioambientais, as pesquisas vêm indicando o agravamento desses problemas (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática, IPCC, 2014). Desde problemas ambientais como intensificação de furacões, inundações, ondas de calor, secas, queimadas (como a da amazônia brasileira em 2019), ou a propagação de epidemias e pandemias (como o Sars-Cov-2 em 2020). Até problemas socioeconômicos, como aumento da miséria, fome, desemprego, concentração de renda (WANG et al., 2019; JOSHI; RAHMAN, 2017; FIGUEROA-GARCÍA; GARCÍA-MACHADO; YÁBAR, 2018). Mesmo com todo o esforço da comunidade internacional, governos, ONG’s, e pesquisadores, vêm se percebendo a expansão desses problemas (SILVA et al., 2018f; SILVA; SIQUEIRA, 2015i). Pesquisadores indicam que dois dos principais mecanismos capazes de reverter tal situação e promover um desenvolvimento sustentável são a produção e o consumo sustentáveis (SILVA et al., 2018g; SILVA et al., 2018h). O primeiro trata da adoção de práticas sustentáveis ao longo de todo o processo produtivo, desde aquisição da matéria prima, ao suporte ao cliente para o descarte dos produtos depois de usados. O segundo trata-se do comportamento de consumo (compra, uso e descarte) revestido da preocupação com o social e ambiental, além do econômico. A respeito desse segundo mecanismo para a promover o desenvolvimento sustentável, diversas iniciativas vêm tomando forma em todo o mundo para fomentá-lo. Entre essas propostas destacam-se por exemplo o consumo compartilhado; Reinvenção de produtos; Consumo necessário; o Slow Food; entre outros. Mais recentemente, no mundo da moda, onde o consumo vem levando à exploração excessiva de recursos naturais, vem ganhando força iniciativa com o mesmo propósito, trata-se do slow fashion inspirado no movimento Slow Food. A palavra fashion significa moda enquanto que slow significa lento, este último é um termo definido como uma “desaceleração do consumo, isto é, consumir não só por consumir, mas sim valorizando o prazer e a qualidade, criando uma relação de afeto com o produto” (GUERCOVICH, 2013, p.1). O movimento não se apresenta como uma atividade contra o consumo em si, mas visa minimizar a produção em grande escala e o consumismo desmedido, que ocasiona grandes prejuízos e impactos negativos ao meio ambiente. Entretanto o slow fashion, assim como várias outras iniciativas no âmbito do consumo sustentável, ainda vem galgando os primeiros passos a nível internacional, bem como no Brasil. Necessitando assim de estudos que possam colaborar para sua disseminação a nível internacional, e nacional, principalmente. Dessa forma, partindo dessa necessidade, o objetivo desta pesquisa foi identificar como vêm se dando a inserção do movimento Slow Fashion em empresas brasileiras com foco na moda. Contribuindo assim para a composição de um mapeamento inicial de como a prática vem se difundindo, sendo assimilada e produzida pelas empresas brasileiras.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA, VIDA PARA O CONSUMO E INSUSTENTABILIDADE
A Sociedade Contemporânea, também conhecida como "Sociedade Hedonista" (Caraciola, 2018) ou "Sociedade do Consumo" (Lipovetsky, 1989) é caracterizada por vários adjetivos. "A inovação, o individualismo e o hedonismo constituem-se como características principais dessa época" (CARACIOLA, 2018, p. 80). A sociedade hedonista é conceituada por Caraciola (2008) como aquela que vive a buscar incessantemente o prazer e o bem estar oriundos do consumo e da satisfação de impulsos momentâneos, assim como a novidade disseminada pela rapidez e excesso de informações, propagados pelas mídias sociais, nessa nova era. Estando esse estilo de vida diretamente ligado ao consumo. De acordo com Caraciola (2018): O mundo contemporâneo mostra-se desencantando, efêmero, transitório, cercado de velocidade e de novos acontecimentos. Nada é eterno, o que importa é o aqui e o agora. Os indivíduos são ávidos por inovação, fato este que corrobora com o crescimento do consumo e do descarte de mercadorias. As frustrações e conflitos da vida cotidiana são internalizados e o consumo surge como uma válvula de escape para esse sentimento de impotência e fracasso. O ato de consumir expressa, também, uma busca de identidade e aceitação (Caraciola, 2018, p. 81). A palavra consumo deriva do latim consumere, que significa “usar tudo, esgotar e destruir; e do termo inglês consummation, que significa somar e adicionar" (BARBOSA; CAMPBELL, 2006, p. 22). Uma dualidade que lhe confere ambiguidade quanto a sua conceituação e sentido, pois ao relacionarmos com a dimensão ambiental é mostrado que há uma exarcebada predação dos recursos naturais, podendo esses serem levados ao esgotamento e destruição. No entanto, no que concerne à dimensão social e emocional, os bens e serviços utilizados são constituintes da identidade, do status e da posição do ser no meio social, ou seja, “na sociedade que foi remodelada à semelhança do mercado” (BAUMAN, 2008, p.76)”. Essa conjuntura intensificou-se na contemporaneidade através de momentos históricos sociais, o maior deles a Revolução Industrial, que mudou toda a forma de produção. Peças que anteriormente eram exclusivas, passaram a ser produzidas em maior escala e diversidade. Com a globalização revolucionou-se também os meios de comunicação, e a internet apresentou uma nova forma de se disseminar a informação. Aliado a isso, o sistema capitalista alargou o poder de compra das classes e o consumo ganhou força.
2.2 UMA ALTERNATIVA AO CAOS, O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SEUS ROTORES
Apesar de boa parte da sociedade estar absorta no consumerismo, vem surgindo desde o final do século passado um movimento em prol do alargamento de tal visão, da expansão desse pensamento unidimensional que considera apenas o viés financeiro nos seus processos de tomada de decisão, bem como a satisfação dos prazes individuais, para uma perspectiva alicerçada na multidimensionalidade e na interdisciplinaridade. A essa nova forma de se pensar o modo de vida humano, nomeia-se desenvolvimento sustentável (BRUNDTLAND, 1987). Essa nova forma de desenvolvimento pode ser entendida como aquela que busca “suprir as necessidades da geração presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprir as suas” (BRUNDTLAND, 1987). Ou seja, parte relevante da sociedade vem implementando esforços consideráveis para desviar o foco do consumo desmedido, do olhar apenas econômico, para uma forma de enxergar a vida e o sucesso, de formas mais amplas, alargando a sua visão do que seja de fato o êxito social. No lugar de uma sociedade centrada no consumo, e que mede o seu sucesso apenas pelo viés econômico, essa parcela da sociedade promove uma visão mais larga e abrangente, onde o êxito social não é medido por métricas financeiras, mas pelo nível alcançado de justiça social, e a promoção do equilíbrio ambiental. Dentro dessa perspectiva, que embora germinantes, vem avançado consideravelmente em todo o mundo, o consumo deixa de ser o centro, para ser apenas um mecanismo complementar para a manutenção da vida. Dois dos principais rotores para a promoção desse novo tipo de desenvolvimento são a produção e o consumo sustentáveis, ou seja, aqueles que levam em consideração as questões ambientais, sociais e econômicas, durante sua realização. Diversas iniciativas vêm ganhando força a fim da promoção do consumo sustentável no mundo, entre elas: consumo compartilhado, modalidade onde os consumidores compartilham a utilização de produtos e serviços; Reinvenção de produtos, quando os consumidores ressignificam e atribuem nova utilidade a determinado produto, após sua utilização primária; Consumo necessário, quando os indivíduos focam em consumir apenas o que precisam para sua subsistência; o slow food, modalidade onde se busca uma alimentação com mais qualidade, saudável, e sustentável socioambientalmente; entre outros. Dessa forma, apesar dos grandes desafios a serem enfrentados, vê-se o desenvolvimento sustentável, como uma alternativa ao caos.
2.3 MODA E CONSUMO
Concomitante a essas mudanças, o ramo da moda também sofreu alterações. Ao longo dos anos a alta costura enfraqueceu-se devido seu alto preço e exclusividade, abrindo espaço para o prêt-à-porte, e mais adiante para o fast fashion. O termo prêt-à-porter deriva do francês e significa peças “prontas para vestir”. Ele refere-se à “produção massificada e mais acessível, que tem como base as criações da Alta Costura.” (REFOSCO et al, 2011). De acordo com Caraciola (2008, p. 90) "o crescimento do prêt-à-porter resultou em uma tendência que tomou forma a partir do ano de 2005, o fast fashion, apresentando novas marcas e propostas de moda [...]” mais acessível a população. Conforme Hoffmann (2011, p. 4), “Literalmente, o termo em inglês fast fashion significa moda rápida” e "é utilizado para caracterizar marcas de roupas que visam a produção rápida e contínua de peças, possibilitando a troca semanal ou até mesmo diária da coleção." (HOFFMANN, 2011, p. 4). Com essa configuração, as marcas de fast fashion passaram a oferecer aos consumidores, roupas e acessórios baseados na moda da alta costura a preços e qualidades inferiores, porém conferindo-lhes as tendências e novidades ditadas pelo mercado, de forma rápida a atender as demandas do consumidor. Ocasionando assim a alta produtividade e acentuação do consumo na contemporaneidade. Nesta mesma sociedade do consumo, em detrimento ao modo de produção do fast fashion, surge as marcas de slow fashion guiada pelo movimento contrário, que evidencia uma forma de produção e consumo menos acelerada. De acordo com Pereira e Nogueira (2013), o movimento vem tornando-se crescente devido a crise econômica e ambiental que se instalou nos últimos anos, além disso, os consumidores estão prezando cada vez mais por produtos com qualidade e conceito, ou seja, aqueles que valem o investimento pago. Esses consumidores começam a ser então ativos, críticos e engajados na causa ambiental, que através de sua presença na sociedade ressignificam-se, assim como suas posturas e ações, indo na contramão do mercado. As marcas de slow fashion inserem-se nessa nova dinâmica como influenciadoras, nesse novo nicho de mercado e popularização do movimento Slow.
2.4 MOVIMENTO SLOW FASHION
Ao traduzirmos ao pé da letra, a palavra slow fashion, em português significa moda lenta. Para ser mais fiel ao que o movimento traduz, é um novo jeito de produção de peças, onde a qualidade do produto vale mais que a quantidade. Prega-se uma fabricação focada na sustentabilidade, em menos impacto aos recursos da natureza, e assim uma maior consciência ambiental (ARAÚJO, 2014; PEREIRA; NOGUEIRA, 2013). No entanto para aprofundarmos o tema, precisamos entender como se deu o movimento Fast Fashion, presente na maior parte do mercado de moda e que baseia-se em uma filosofia consumista, contrária ao slow fashion. As empresas de fast fashion, têm como sua essência e foco, roupas que duram apenas uma temporada e tem uma curta duração, “ou seja, a moda como forma de consumo extremamente rápida, com contínuas mudanças de tendências” (MOREIRA, 2015, p. 1). O slow fashion inspirou-se nos mesmos conceitos do slow food, criado em meados de 1986 na Itália por Carlo Petrini (Lacková; Rogovska, 2015), com o intuito de desenvolver a conscientização sobre o consumo de alimentos saudáveis em detrimento aos industrializados. Assim inicia-se o slow fashion, "um movimento em reação ao fast fashion” (Ferronato; Franzato, 2015, p. 111), modelo de produção acelerada de moda. Esse novo conceito na moda está intimamente ligado à sustentabilidade do planeta e manutenção dos recursos naturais para as atuais e futuras gerações. Como indica Lee (2009), um negócio sustentável é aquele que consegue combinar a "estratégia de negócio que somem a realidade financeira e medidas que visam a proteção, a sustentação e a melhora dos recursos humanos e naturais que são necessários no futuro" (LEE, 2009, p. 103). Além de aderirem à sustentabilidade, algumas marcas slow possuem diferenciais e características que se propõem a responsabilidades essenciais do movimento Slow Fashion como: Criação de peças com modelagens atemporais e com durabilidade, produção focada mais na qualidade que na quantidade, ciclo de vida do produto (desde a produção até o descarte), tecidos ecológicos e reciclados e artesãos e mão de obra local (valorização do trabalho e geração da economia local/regional).
3 METODOLOGIA
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
O estudo caracteriza-se como qualitativo, teórico-empírico. De acordo com Denzin e Lincoln (2006), a pesquisa qualitativa refere-se a uma abordagem interpretativa do mundo, buscando compreender os fenômenos em termos dos significados conferidos pelas pessoas. A abordagem teórica vem trazendo "[...] dados, informações, com os quais se desenvolverão os raciocínios formadores do conhecimento" (Gonsalves, 2001, p. 53), alicerçando então, as análises de dados. A abordagem empírica, por sua vez, traz dados observáveis a partir da experiência da pesquisa (FACEIRA, 2009). A pesquisa foi de natureza descritiva, que segundo Silva e Menezes (2000, p. 21) “visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis".
3.2 OBJETO E SUJEITO DO ESTUDO
O fenômeno estudado nesta pesquisa é o slow fashion, e o objeto de estudo é a maneira como a inserção do movimento vem se dando nas empresas de moda brasileiras.
3.3 COLETA E ANÁLISE DOS DADOS
Para alcançar o objetivo do trabalho, foi realizado um levantamento das marcas alinhadas ao movimento Slow Fashion no Brasil. Nesse processo foram identificadas 33 empresas selecionadas através da análise dos seus websites. Essa análise levou em consideração alguns aspectos importantes do movimento: a apresentação da empresa dentro do seu segmento (filosofia), a valorização dos recursos locais e a relação entre produtores e consumidores. Na Tabela 01 encontram-se elencadas as empresas brasileiras identificadas. Após a identificação dessas empresas, 10 foram selecionadas para a realização de uma análise mais pormenorizada. Os critérios para a escolha desse subgrupo foi a autoidentificação das marcas como aderentes ao slow fashion. Bem como, foram consideradas apenas as que pertenciam ao segmentos de vestuário, calçados e acessórios.
Tabela 01 - Marcas brasileiras alinhadas ao Slow Fashion
Fonte: elaboração própria (2020).
Os dados foram avaliados por análise comparativa, onde foram mapeadas e comparadas as principais nuances do processo de implementação do slow fashion, nas empresas de moda brasileira que publicizaram em seus sites, ter adotado a filosofia. A seguir são apresentados os resultados e análises dos dados coletados na pesquisa, com enfoque para a identificação e discussão de como o slow fashion vem sendo implementado pelas empresas brasileiras.
4 RESULTADOS E ANÁLISES
A Tabela 02 apresenta a investigação dos websites das 10 empresas analisadas, destacando como o slow fashion vem permeando as ações das empresas, bem como vem sendo promovido por elas. Podemos visualizar na Tabela 02, que as marcas selecionadas possuem entre 3 e 8 anos de mercado. Sendo que dentre as 10 marcas, 7 foram abertas no ano de 2016, o que demonstra que o movimento Slow Fashion ainda é incipiente, embora venha crescendo nos últimos anos a passos largos. Ao analisarmos as informações contidas nos websites das empresas percebemos que as narrativas (sobre filosofia, produção, ciclo de vida, matéria-prima, mão de obra, etc.) possuem um cunho emocional de responsabilidade socioambiental, com objetivo de conscientizar os consumidores e novos adeptos da marca, a partilharem dessa filosofia que propõe consumo e escolhas conscientes, bem como uma transmutação de estilo de vida focada no slow fashion. A análise das narrativas revelou que o slow fashion vem sendo implementado nas empresas de moda brasileiras por meio de um conjunto de práticas que se mostram harmônicas com os fundamentos da filosofia. Tais como a criação de peças com modelagens atemporais e durabilidade, evitando o lançamento de demasiadas coleções ao longo do ano, e assim evitando o impulsionamento do consumo exacerbado; produção focada na qualidade e não na quantidade; ciclo de vida do produto ampliado ao máximo, buscando evitar a obsolescência programada e assim o consumismo; utilização de materiais de baixo impacto ao meio ambiente (Tecidos ecológicos e reciclados); e a contratação de artesãos e mão de obra local, a fim de promover a distribuição de renda e colaborar com o social. Os métodos de produção de cada empresa possuem algumas diferenças peculiares aos produtos comercializados, mas no geral se caracterizam por um estoque reduzido, utilização de materiais sustentáveis, peças atemporais e artesanais. Em relação à quantidade de coleções lançadas por ano, corroborando com Pereira e Nogueira (2013) sobre o sistema slow fashion, as marcas analisadas não atuam com lançamentos constantes, pois as modelagens desenvolvidas são em sua maioria atemporais, de qualidade e com boa durabilidade, o que lhes conferem perenidade. Além disso suas fabricações possuem foco na produção sustentável e na consciência ambiental, convergindo com Araújo (2014), em seus estudos sobre o tema.
Tabela 02 – Seleção das 10 marcas brasileiras de acordo com os diferenciais e características que se propõem o movimento Slow Fashion
Fonte: elaboração própria (2020).
As marcas Acolá, Brisa Fashion, Doisélles, Inaá, Urban Flowers e Estúdio 363 não expõem em seus websites, explicitamente, essa informação, entretanto a Acolá enfatiza haver um planejamento das quantidades de peças confeccionadas; As marcas Naai, Ada, Mínima Oficial e Mudha trabalham com pequenos lançamentos, sendo lançada pela Naai apenas uma coleção por ano e pela Mudha duas. A Ada e a Mínima Oficial não trabalham com coleções, as peças são lançadas aos poucos na medida em que são confeccionadas. Além da quantidade de coleções lançadas serem um fator primordial da filosofia slow fashion, uma produção justa, focada na valorização e mão de obra local também faz parte desse modelo. Nesse contexto as marcas Naai, Ada e Mínima não enfatizam essa informação nas suas websites, mas deixam claro que os processos seguem o caminho do slow fashion . As demais marcas deixam claro esse princípio. Isso é importante, uma vez que fortalece essas comunidades e a economia local (MARTELI et al, 2018). Quanto aos materiais utilizados na produção, as marcas Acolá, Inaá e Estúdio 363 classificam seus materiais como ecológicos. A Urban Flowers afirma utilizar na sua fabricação materiais recicláveis. A Ada, a Brisa, a Doisélles e a Mudha informam fazer uso tanto de materiais ecológicos quanto recicláveis. Já as marcas Naai e Mínima não expõem a informação em suas websites. A escolha por materiais ecológicos, naturais e reciclados é significativa, dado que além da degradação em alguns casos ocorrer mais rápido, há a preservação e diminuição do uso dos recursos naturais, onde a função da reciclagem "é retornar o que foi utilizado ao ciclo de produção", como infere Araújo (2014, p. 32). A Brisa é a única que trabalha com tingimento natural e a Acolá está investindo em pesquisas nessa área. Essa escolha se torna importante na produção das peças, pois de acordo com Anicet et al (2011, p. 3), "é uma das áreas mais poluentes do processo têxtil devido ao despendimento e poluição de águas ao longo de todo o processo". Isso acontece porque o tingimento artificial é realizado a partir de corantes químicos, que possuem alta carga poluidora ao meio ambiente enquanto que o tingimento natural possui uma baixa ou nenhuma toxidade. Um diferencial das marcas Acolá e Ada é que ambas mostram, em porcentagem, como é realizada a estrutura da precificação dos produtos, ou seja, como é empregado o valor obtido das vendas desses produtos, apresentando transparência no processo. Essa informação é interessante uma vez que os consumidores procuram mais clareza em suas relações e realizam compras de forma mais criteriosa, inclusive buscando entender como o seu dinheiro está sendo investido. Segundo Estender e Pitta (2008), essa relação de transparência é positiva, pois a sociedade está cada vez mais consciente. Em relação a projetos sociais a Acolá e a Doisélles, desenvolvem projetos sociais a partir de suas marcas, intensificando o âmbito social e o desenvolvimento humano. A Acolá com o Projeto Reverte, que tem como finalidade arrecadar fundos para projetos sociais sem fins lucrativos e a Doisélles com o Projeto Flor de Lótus, que emprega homens detentos em troca de salário, auxílios às famílias e remissão de pena por dias de trabalho, incluindo a dignidade e o desenvolvimento pessoal e profissional desses detentos. A Ada possui parceria com a marca Rouparia Pet, os retalhos e resíduos da empresa são destinados e transformados em matéria-prima para esta última e a Estúdio 363 faz doações dos seus retalhos para outras marcas que trabalham com upcycling (reutilização) ou para artesãs locais. Todas as marcas analisadas estão dentro do sistema sustentável, uma vez que o lucro não se sobrepõe à responsabilidade ambiental, há valorização da mão de obra local, não há demasia na produção e consequentemente não há excesso de resíduos convergindo assim com o equilíbrio social, econômico e ambiental (Marteli et al, 2018), o Tripé da Sustentabilidade (Triple Bottom Line). Além dos posicionamentos e filosofias, as marcas Acolá, Naai, Ada, Brisa, Inaá, Mínima, Mudha, Urban Flowers e Estúdio 363 possuem Blogs (anexados às suas websites) com vários artigos e textos informativos, refletindo uma maior comunicação da marca com os stakeholders. A maioria dos conteúdos publicados não possui foco nos produtos em si, mas informações atuais sobre os impactos da moda no meio ambiente, sobre consumo e causas sociais e ambientais. Segundo Araújo (2014), a comunicação no mundo globalizado é importante, isso porque as pessoas estão mais engajadas e informadas, tornando-se essenciais para sobrevivência das marcas. "As novas mídias terminam por proporcionar a troca de informação rápida e uma maior interação com o consumidor. Neste sentido, a internet acaba atuando como uma propagadora de estilos de vida e preferências de consumo" (ARAÚJO, 2014, p. 45). Ao analisarmos as informações contidas nessas websites percebemos que cada escrita e dado (sobre produção, matéria-prima, mão de obra, filosofias, missões, visões, etc) possui um cunho emocional de responsabilidade socioambiental, com objetivo de conscientizar os consumidores e novos adeptos da marca a partilharem dessa filosofia que propõe, além de um consumo consciente, uma transformação do estilo de vida. Por fim é possível identificar que as práticas de slow fashion propostas pelas empresas brasileiras avaliadas, demonstram a existência de relação mútua entre os produtores da matéria prima, os designers, os artesãos (mão de obra), os consumidores, as roupas e o meio ambiente, evidenciando uma sinergia entre todos esses envolvidos no sistema, como Ferronato e Franzato (2015) propõe acontecer dentro da filosofia do slow fashion. Dessa forma, entende-se que as ações do slow fashion se transformam e se ressignificam também em ações de Educação Ambiental, na medida em que, por meio do intrincado sistema de relação mútua estabelecido ao longo da cadeia de produção e consumo, todos os atores envolvidos, tendem a transformar e ser transformados pelo conjunto de práticas sustentáveis promovidas. O que demonstra ser harmônico com a essência da Educação Ambiental de acordo com Loureiro; Layrargues (2013), Lima (2004), Quitas (2004), Jacobi (2003) e Layrargues (2002), que a definem como uma educação emancipatória, de cidadania e de transformação social. Assim entende-se que a adoção do slow fashion pelas empresas brasileiras, da forma como vem sendo divulgada sua implementação, colabora tanto com o fomento e ampliação do nicho de consumo sustentável no país, como também, serve como uma estratégia pragmática e informal de educação ambiental, ou educação para a sustentabilidade. Pois as ações propostas pelas empresas investigadas possuem potencial de oferecer reflexões práticas sobre diversos aspectos relacionados com o social e o ambiental, para os envolvidos ao longo de toda a cadeia de produção e comercialização, conforme diversos autores apontam ser a base dessa modalidade de educação (SANTOS et al., 2017; SILVA et al., 2017a; SILVA et al., 2018b; SILVA et al., 2018c; COELHO et al., 2018a; COELHO et al., 2018b; SILVA et al., 2019d).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa propôs como objetivo, identificar como vem se dando a inserção do movimento Slow Fashion em empresas de moda brasileiras. O slow fashion no Brasil ainda é recente e está em fase de desenvolvimento. No entanto, as marcas autoidentificadas como slow mantém os princípios do movimento, dando ênfase a peças com modelagens atemporais, duráveis e de qualidade, respeitando o processo de produção, lento e justo, valorizando o trabalho e fomentando a economia local. As matérias primas são ecológicas e/ou recicladas, o que reduz os danos aos solos e lençóis freáticos. Há então uma diminuição na geração de resíduos descartados no meio ambiente, evidenciando sistemas de logística reversa, que retornam os materiais usados, a novos processos produtivos. Um insight importante do estudo foi o entendimento de que marcas que concentram e desenvolvem ações que ampliam o envolvimento, colaboração, críticidade, emancipação e engajamento dos stakeholders com as causas socioambientais, e consequentemente a responsabilidade ambiental, parecem acabar por transformar todo o processo (criação, venda, consumo, comunicação) em um sistema de Educação Ambiental informal, fundamentado na transformação e conscientização individual e coletiva da sociedade, visando uma possível mudança de paradigma. No que tange á sustentabilidade as empresas brasileiras engajadas no sistema slow fashion, e analisadas nesse estudo, evidenciaram processos produtivos harmônicos com os fundamentos da produção sustentável, ao afirmarem considerar as dimensões econômica, social e ambiental.
REFERÊNCIAS
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