Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
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26/01/2018 (Nº 62) ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA ATIVIDADE AVÍCOLA E SUCROENERGÉTICA
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ANÁLISE SOCIOAMBIENTAL DA GERAÇÃO DE RESÍDUOS DA ATIVIDADE AVÍCOLA E SUCROENERGÉTICA

João Carlos Gonçalves

Engenheiro Agrônomo, Mestre em Tecnologias Limpas –

Centro Universitário Cesumar – Unicesumar, campus Maringá – PR, Brasil. joaocarlos_goncalves1992@hotmail.com

Francielli Gasparotto

Profa Dra do Programa de Mestrado em Tecnologias Limpas e

do Departamento de Agronomia/ Centro Universitário Cesumar – Unicesumar, campus Maringá – PR, Brasil.

Pesquisadora do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICETI)

francielli.gasparotto@unicesumar.edu.br

Cleiltan Novais da Silva

Pós-doutoranda do programa de Pós-graduação em Tecnologias Limpas do Centro Universitário de Maringá, Unicesumar – Maringá.

cleiltan@gmail.com

Márcia Aparecida Andreazzi

Profa Dra do Programa de Mestrado em Tecnologias Limpas e

do Departamento de Agronomia/ Centro Universitário Cesumar – Unicesumar, campus Maringá – PR, Brasil.

Pesquisadora do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICETI)

marcia.andreazzi@unicesumar.edu.br

Edneia Aparecida de Souza Paccola

Profa Dra do Programa de Mestrado em Tecnologias Limpas e

do Departamento de Agronomia/ Centro Universitário Cesumar – Unicesumar, campus Maringá – PR, Brasil.

Pesquisadora do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICETI)

edneia.paccola@unicesumar.edu.br

Edison Schmdit Filho

Prof. Dr. do Programa de Mestrado em Tecnologias Limpas e do Departamento de Agronomia/ Centro Universitário Cesumar – Unicesumar, campus Maringá – PR, Brasil. Pesquisador do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICETI)

edison.schmidt@unicesumar.edu.br

Resumo

Este artigo de revisão objetivou discutir a problemática dos resíduos gerados na agropecuária, com ênfase na cama de frango e torta de filtro e suas possíveis aplicações na agricultura de forma a promover a sensibilização dos agricultores para alternativas que visem uma prática da agricultura sustentável.

Palavras-chaves: agricultura sustentável, reutilização, sensibilização ambiental.

Abstract

This review article aimed to discuss the problems of residues generated in agriculture, with emphasis on poultry litter and filter cake and its possible applications in agriculture in order to promote farmers' awareness of alternatives that aim at a sustainable agriculture practice.

Keywords: sustainable agriculture, reuse, environmental awareness

1. Introdução

A preocupação com a questão ambiental se intensificou nas últimas décadas, impulsionada principalmente pelo crescimento populacional, visto que este fato elevou a demanda pela produção de alimentos e bens de consumo, que na maioria das vezes utiliza recursos naturais para a sua produção. Tornar o mundo um ambiente mais sustentável é um desafio eminente da atualidade, onde a busca por estratégias que visem o uso racional dos recursos naturais e a preservação dos mesmos é discutida. Como consequência do crescimento exponencial da população, houve o aumento do volume gerado de resíduos sólidos e efluentes que quando não descartados adequadamente causam grande impacto ambiental.

Neste contexto, o conceito de “desenvolvimento sustentável” surge como um termo que expressa a preocupação da sociedade em satisfazer as necessidades das gerações presentes e futuras, este tipo de desenvolvimento foi idealizado a partir da interação entre três pilares: o pilar social, o pilar econômico e o pilar ambiental (RODRIGUES, et al., 2017). Para Silva (2004) o desenvolvimento sustentável consiste na exploração equilibrada dos recursos naturais, nos limites da satisfação das necessidades e do bem-estar da presente geração, assim como de sua conservação no interesse das gerações futuras.

Assim, a busca pelo desenvolvimento sustentável intensificou-se nos mais diferentes setores e o agronegócio não poderia ficar de fora. Reutilizar resíduos oriundos das atividades antrópicas é uma questão indispensável para tornar o planeta mais sustentável. Abramovay (2013) afirma que para que o desenvolvimento ocorra são necessárias condições que estimulem a manutenção e a regeneração dos serviços prestados pelos ecossistemas à sociedade humana, o autor afirma ainda que um dos grandes problemas atualmente enfrentados pela sociedade é a destinação do grande volume de resíduos gerados em diferentes setores da economia.

O setor agropecuário caracteriza-se como um grande gerador de resíduos, seja pelas agroindústrias ou por outras atividades praticadas neste setor, dentre as quais a cadeia sucroenergética e avícola merecem destaque. A indústria sucroenergética, responsável pelo processamento da cana-de-açúcar, estima gerar na safra 2016/2017 cerca de 13,7 bilhões de kg de torta de filtro, um resíduo gerado no processo de clarificação do açúcar (CONAB, 2016).

A avicultura é outro setor gerador de resíduos, pois o material que é disposto no piso dos galpões, conhecido como cama de frango, pode ser um resíduo prejudicial ao meio ambiente se mal destinado no final do ciclo de produção (ÁVILA et al., 2007). Em 2016 foram produzidas 5,39 bilhões de toneladas desse resíduo (CONAB, 2016).

Os processos de reutilização e reaproveitamento de resíduos economizam recursos naturais e reduzem os impactos ambientais ao serem utilizados em processos produtivos da agropecuária, quando comparados aos sistemas que utilizam matérias-primas virgens (SCHNEIDER, 2012).

O crescimento populacional atrelado a ampliação dos sistemas de produção e consumo industrial têm contribuído para agravar as condições ambientais. O manejo inadequado dos resíduos gerados pode acarretar na poluição do ar, solo e corpos hídricos (MUCELIN, et al., 2008). Desta forma, para que a sustentabilidade seja alcançada, novas alternativas para a destinação de resíduos gerados pelas atividades desenvolvidas pelo homem são necessárias, como o emprego dos materiais oriundos das atividades da agroindústria e da agropecuária como fonte de nutrientes para as plantas e aplicação em um receptor universal, o solo.

Assim, fica evidente a importância da sensibilização e conscientização dos produtores rurais em reutilizar os resíduos oriundos das cadeias produtivas agropecuárias e da agroindústria, pois muitas vezes os mesmos não possuem as informações necessárias para o entendimento dos impactos que sua atividade pode gerar ao meio ambiente. Desta forma, este trabalho buscou realizar uma revisão de literatura sobre a geração dos resíduos cama de frango e torta de filtro, com ênfase nos seus processos produtivos e eventuais destinações que se enquadrem dentro dos princípios do desenvolvimento sustentável, gerando assim, informações que possam ser utilizadas pelos produtores que tiverem sua preocupação despertada para uma agricultura menos agressiva aos recursos naturais e um meio ambiente mais conservado.

2. Referencial teórico

2.1. Utilização de Resíduos Orgânicos na Agricultura

Os resíduos orgânicos são normalmente subprodutos das atividades industriais, urbanas e agropecuárias, mas antes de reutilizá-los alguns aspectos devem ser observados como: características, disponibilidade, benefícios, aspectos legais (legislação ambiental) e a eficiência em suprir as necessidades nutricionais das plantas (WESTERMAN; BICUDO, 2005).

A utilização de resíduos orgânicos na agricultura tem aumentado de maneira exponencial nos últimos anos. O número de trabalhos contendo o indexador “resíduo orgânico” foi maior no período compreendido entre 2011 e 2017, se comparado a primeira década desse milênio (GOOGLE ACADÊMICO, 2017).

Com o crescimento da produção agrícola, o Brasil vem se consolidando como um dos principais fornecedores de alimentos do mundo. Segundo projeção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2010), a taxa anual média de crescimento da produção de lavouras entre os anos de 2010 e 2020 deverá ser de 2,67%. Esta projeção indica que o Brasil terá, em 2021, uma produção de grãos superior a 195 milhões de toneladas (t), numa área pouco superior a 50,7 milhões de hectares (ha) (ROSSI, 2011).

Com o aumento expressivo de produtividade e com a modernização da agricultura, os sistemas de produção tendem a acompanhar essa evolução, e um dos pontos a serem discutidos é a questão da dependência da produção agrícola brasileira da importação de fertilizantes. Segundo Rodrigues (2011), o Brasil importa cerca de 70% das matérias-primas utilizadas para a fabricação dos fertilizantes minerais utilizados em suas lavouras, ocupando o quarto lugar no ranking dos consumidores mundiais de nutrientes para a formulação de fertilizantes.

A reutilização de materiais oriundos da atividade agrícola e agroindustrial, além de evitar o acúmulo de resíduos no meio ambiente, contribuindo para o controle da poluição, proporciona melhores condições de saúde pública, ademais auxilia na redução da dependência de fertilizantes químicos importados e viabiliza a sustentabilidade do crescimento da produção agrícola brasileira (IPEA, 2012).

Segundo Rodrigues (1990) o uso de resíduos orgânicos na produção agrícola é muito importante. D’Andréa (2001) destacou que os adubos orgânicos constituem o fertilizante mais tradicional utilizado na história da agricultura. A utilização deste tipo de adubo destaca-se em relação à aplicação de fertilizantes minerais, principalmente devido à liberação gradativa de nutrientes que proporciona, pois se os nutrientes forem imediatamente disponibilizados no solo, como ocorre com os fertilizantes minerais, podem ser perdidos por volatilização (nitrogênio), fixação (fósforo) ou lixiviação (potássio) (SEVERINO et al., 2004).

Os materiais orgânicos possuem composição variável conforme sua origem, teor de umidade e processamento antes de sua aplicação. Esses materiais possuem inúmeros efeitos sobre o solo, quanto às características físicas deste meio, podem acarretar na melhoria da estrutura, aeração, armazenamento de água e drenagem interna (TRANI et al., 2013). Além disso, segundo os mesmos autores, esses materiais favorecem a diminuição das variações bruscas de temperatura do solo que interferem nos processos biológicos e na absorção de nutrientes pelas plantas.

Já em relação às propriedades químicas do solo, a utilização destes resíduos para adubação permite a recuperação de elementos valiosos presentes nos mesmos, tais como nitrogênio (N), fósforo (P), potássio (K) e demais nutrientes. Além disso, a adição de matéria orgânica ao solo contribui para melhorar a capacidade de absorção de água e de fornecimento de nutrientes para as plantas, viabilizando o aumento da produção e a melhoria da qualidade dos alimentos (TRANI et al., 2013).

De acordo com Moreira e Siqueira (2006) os adubos oriundos de fontes orgânicas podem auxiliar na melhoria da adsorção de nutrientes, retendo mais cátions no solo, reduzindo assim a lixiviação desses elementos; na melhora da capacidade de troca catiônica (CTC); pode favorecer o aumento da diversidade de microrganismos uteis que agem na mineralização de nutrientes para as plantas e no aumento da quantidade de microrganismos que auxiliam no controle de nematoides.

A utilização destes materiais orgânicos possui também importante papel para manter a fertilidade superficial do solo, propiciando um melhor ambiente para o desenvolvimento das raízes das plantas, isso devido ao aumento da saturação por bases do solo e a redução da saturação por alumínio, o que acarreta em melhor absorção de água e demais elementos do solo (LOURENZI et al., 2011; BRUNETTO et al, 2012).

Os resíduos orgânicos promovem sobretudo um incremento de matéria orgânica no solo, essa por sua vez repercute no valor da densidade do solo tanto pela melhoria na estabilidade estrutural do solo como pela densidade da mesma ser menor do que a dos sólidos do solo (VASCONCELOS et al., 2014).

Por meio da adubação orgânica, pode-se aumentar a fertilidade, a biodiversidade do solo e a produtividade das culturas nele cultivadas (FINATTO et al., 2013). Assim, a utilização de resíduos na agricultura, além de ter uma importância ambiental expressiva, surge como uma opção extremamente viável para o aumento da produtividade das culturas.

Apesar das diversas vantagens em se utilizar resíduos orgânicos, existem alguns desafios a serem superados, por exemplo, o desequilíbrio de nutrientes em resíduos orgânicos, em comparação às necessidades das culturas; a concentração de nutrientes relativamente baixa em comparação aos fertilizantes minerais; a natureza muitas vezes volumosa de resíduos orgânicos tornando-se mais difícil o transporte e a distribuição de forma consistente; o conhecimento técnico quanto à quantidade, época e modo de aplicação e eventuais preocupações ambientais (WESTERMAN; BICUDO, 2005).

Em regiões onde existe a possibilidade de aproveitamento de resíduos de outros segmentos produtivos, esses constituem uma opção interessante quando bem utilizados, pois podem proporcionar uma economia nos gastos referentes à compra dos adubos minerais, além de atuarem como melhoradores alternativos da fertilidade do solo, incrementando a matéria orgânica e atividade biológica do solo (CARVALHO, et al., 2009).

O aumento do custo dos fertilizantes minerais e a crescente poluição ambiental fazem do uso de resíduos orgânicos na agricultura uma opção atrativa. Esse fato gera aumento na demanda por pesquisas para avaliar a viabilidade técnica e econômica dessa utilização (MELO; SILVA; DIAS, 2008).

Assim, de acordo com o afirmado por Liu et al., (2009), utilização de resíduos orgânicos combinados com adubações minerais, é uma estratégia de extrema importância quando se busca alcançar uma agricultura mais produtiva, que valorize e preserve os recursos naturais, tornando-se assim, a produção de alimentos cada vez mais sustentável.

2.2. Resíduos do Setor Sucroenergético

A destinação correta de resíduos da agroindústria é um assunto amplamente discutido em razão da grande quantidade produzida no território brasileiro, resultado da expansão do setor e de sua capacidade de influenciar negativamente a qualidade de solos e recursos hídricos quando mal manejados (VENDRÚSCULO, et al., 2017).

O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de- açúcar (Saccharum officinarum L.) com participação em 10% do total da área destinada à agricultura (ALVARENGA; QUEIROZ, 2008). Além disso, o País é o maior produtor e exportador mundial de açúcar refinado, e também o maior consumidor e exportador do álcool utilizado como combustível de veículos.

De acordo com Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos - DEPEC (2015) a produção mundial de cana-de-açúcar totaliza aproximadamente 1,5 bilhões de toneladas por ano e está localizada predominantemente na faixa tropical do planeta, justamente em função das exigências climáticas da cultura. Dessa forma, as condições climáticas estão entre os fatores que contribuíram para o Brasil constituir-se no principal produtor mundial de cana-de-açúcar, seguido da Índia, União Europeia, China e Tailândia.

No cenário brasileiro, a área cultivada com cana-de-açúcar destinada à atividade sucroalcooleira na safra 2014/15 foi de 9.004,5 mil hectares, ou cerca de 2,5% de toda a terra arável do país (CONAB, 2015).

Ainda de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento - CONAB (2015), além do aumento na área cultivada com cana-de-açúcar no Brasil nas últimas décadas, que passou de 4,2 mil hectares na safra em 1990/91, para mais de nove mil hectares na safra 2014/15, ocorreu um incremento na produtividade.

A área cultivada com cana-de-açúcar para a indústria sucroenergética no estado do Paraná na safra 2014/2015 foi de 635 mil ha-1, e a produção ficou na ordem de 43,1 milhões de toneladas (CONAB, 2015).

A cultura da cana-de-açúcar é importantíssima para a economia brasileira, uma vez que se destina a fornecer matéria-prima para a produção de açúcar, álcool, energia elétrica, aguardente, rapadura, entre outros subprodutos que podem ser utilizados na produção de ração animal, produtos aglomerados, fertilizantes, entre outros (SEVERINO, 2007).

É justamente por essa diversificação que a agroindústria da cana-de-açúcar caracteriza-se como uma das principais atividades geradoras de emprego no meio rural. No entanto, um dos gargalos desse setor é a geração de grande quantidade de resíduos no processamento da cana em açúcar e etanol.

De acordo com Cacuro e Wadman (2015), essa cultura é responsável por produzir 175 milhões de toneladas de resíduos por ano. Assim, a destinação adequada para esses materiais torna-se um problema, pois representa um custo a mais no processo produtivo, além de um problema ambiental.

Os resíduos do setor sucroenergético são o bagaço da cana, vinhaça (também chamada de vinhoto ou restilo), torta de filtro, levedura, cinzas de caldeiras, melaço, o álcool bruto e o óleo de fúsel (PÁDUA, 2014). As estimativas da produção dos subprodutos derivados do processamento da cana de açúcar estão demonstradas na tabela 1.

Tabela 1. Estimativa da produção de resíduos de cana-de-açúcar no Paraná.



Safra

Produção de cana-de-açúcar no Paraná (em mil/t)1



Resíduos2


Bagaço (mil/t)

Cinzas (t)

Torta de filtro (mil/t)

Vinhaça (em bilhão/l)

2013/2014

42,2

10,5

250

1,6

18,5

2014/2015

43,1

10,7

255,15

1,6

18,9

2015/2016

45,7

11,35

270,65

1,7

20,1

Fonte: 1Dados CONAB (2015); 2Autor.

Assim, fica evidente que não ocorrerá aumento de produção sem que ocorra a consequente elevação na geração de resíduos. Desta forma, tornam-se necessários estudos que viabilizem a destinação adequada desses resíduos, bem como a disponibilidade de informações sobre os impactos quando os mesmos são manejados inadequadamente visando à sensibilização dos produtores sobre questões não somente de cunho ambiental, mas também social. De modo que, assim, encontre-se alternativas de utilizações que agreguem valor a estes resíduos tornando a cadeia produtiva mais sustentável (SPADOTTO, 2015).

2.2.1 Torta de Filtro

A torta de filtro caracteriza-se num resíduo proveniente da mistura de bagaço moído e lodo da decantação e do processo de clarificação do açúcar. Como esse lodo passa por um processo de filtração a vácuo, acabou sendo denominado de torta de filtro (FRAVET et al., 2010). Estima-se que para cada tonelada de cana-de-açúcar moída, são produzidos de 30 a 40 kg de torta de filtro. Esse resíduo se constitui num composto orgânico rico em cálcio, nitrogênio e potássio, cuja concentração depende da variedade da cana, época de maturação, tipo de solo, processo de clarificação, entre outros e tem sido visualizada como fertilizante, ou seja, uma fonte de nutrientes para as plantas (FRAVET et al., 2010).

A utilização da torta de filtro como fonte de matéria orgânica na produção vegetal é uma prática que está se tornando cada vez mais comum, pois além do incremento em nutrientes no solo, os benefícios são também físicos e biológicos (SANTANA, et al., 2012).

Ainda de acordo com Santana et al. (2012), um dos principais benefícios nas características físicas no solo, proporcionados pela torta de filtro é a melhora na porosidade. Como consequência, melhora também a aeração do solo, assim como a infiltração, armazenamento de água e neutralização do impacto da chuva. As altas concentrações de P2O5 e CaO na composição deste material favorece o acúmulo de fósforo, potássio e melhora a solubilidade de fosfatos naturais. Por fim, como é rica em matéria orgânica, ainda disponibiliza nutrientes para o desenvolvimento e multiplicação dos microrganismos, favorecendo a transformação dos fosfatos naturais em formas orgânicas e inorgânicas estáveis e lábeis no solo (GONZÁLES et al., 2014).

Atualmente, boa parte do uso deste resíduo tem sido como fertilizante orgânico na cultura da cana de açúcar (VAZQUEZ et al., 2015). Este emprego, acarreta na diminuição do uso de adubos sintéticos e evita que este resíduo seja depositado diretamente em corpos d’água ou aterros sanitário. Estudos indicam que o emprego da torta de filtro no cultivo da cana-de-açúcar é viável, pois as plantas respondem favoravelmente à adubação, aumentando o acúmulo de fósforo, potássio e cobre em sua parte aérea (GONZÁLES et al., 2014).

A composição da torta de filtro é variável, em função do tipo de solo, variedade e maturação da cana, processo de clarificação do caldo e outros (ALMEIDA JUNIOR et al., 2011). O fósforo que predomina na torta é orgânico, o que juntamente com o nitrogênio por intermédio da mineralização e ataque de microrganismos do solo, apresentam lenta liberação, com alto aproveitamento pelas plantas. Uma dose de 20 ton ha-1 de torta de filtro na base úmida ou 5 ton ha-1 na base seca (M.S.) pode fornecer 100% do nitrogênio, 50% de fósforo, 15% de potássio, 100% de cálcio e 50% de magnésio e pode ser aplicada em área total em pré-plantio, no sulco ou nas entrelinhas de plantio (NUNES JUNIOR, 2005).

Korndorfer (2004) constatou que a adubação com torta de filtro é uma opção para o suprimento de P das culturas, pois pode substituir parcialmente ou totalmente a adubação fosfatada, além de também fornecer quantidades consideráveis de N, Ca, Mg e K.

Em função da imobilidade do P, a localização do fertilizante fosfatado influencia na absorção pela planta. Nunes Júnior (2005) afirma que a matéria orgânica da torta de filtro, mesmo quando aplicada na entrelinha, reduz a fixação do fósforo pelos óxidos de ferro e alumínio, disponibilizando esse elemento às raízes. Além disso, a reação da matéria orgânica da torta, por permitir maior estabilidade de agregados, potencializa a absorção de nutrientes.

Diversos autores relatam benefícios proporcionados pelo uso da torta de filtro, como Vazquez et al. (2015) que observaram que a torta de filtro proporciona menor porcentagem de falhas de colmos na linha de cana-de-açúcar, além de se posicionar como excelente alternativa para o cultivo dessa cultura, quando associada a adubação mineral. Já Morais et al. (2016) relataram que a adubação com torta de filtro promove a melhoria das características químicas do solo, aumentando os teores de macro e micronutrientes e reduzindo os teores de alumínio do solo.

O uso da torta como fonte de fertilizante, é recomendado quando associada a adubação mineral, uma vez que, é opção para maximizar a produtividade da cultura da cana, diminuir custos, e gerar uma produção mais sustentável. Sendo que, a torta de filtro aplicada no sulco de plantio da cana de açúcar tem potencial para substituir parte da adubação mineral fosfatada (MORAIS, 2016; VAZQUEZ et al., 2015).

A torta de filtro, além de contribuir para as características químicas e físicas do solo, também contribui para a melhoria das características biológicas do solo, aumentando a atividade microbiológica do solo (GONZALES, et al., 2014). O mesmo autor também observou que a aplicação de torta de filtro no solo proporcionou aumento na população de fungos e microrganismos solubilizadores de fosfatos no solo.

Este subproduto da indústria sucroalcooleira também pode auxiliar no processo de descontaminação do solo, gerando uma melhor condição para o desenvolvimento das plantas, ou ainda, reestabelecendo condições de utilização de um solo que se dava por inapropriável para o cultivo de plantas, sendo que, a adição de matéria orgânica na forma de torta de filtro é eficiente na redução do tempo necessário para que o nabo forrageiro remova 50% do boro de um solo contaminado (JORGE, 2010).

Além da aplicação in natura no solo, a torta de filtro também possui outras atribuições, podendo ser utilizada como substrato na produção de mudas de espécies florestais, principalmente como fonte de nutrientes (VIEIRA; WEBER, 2013).

2.3. Resíduos do Setor Agropecuário

Conforme mencionado anteriormente o aumento pela demanda de alimentos é proporcional ao aumento da população. A produção de alimentos pode ser incrementada pelo emprego eficiente de fertilizantes. É importante ressaltar que a matéria prima dos fertilizantes minerais é finita, e seu preço cada vez mais alto vem pesando no custo de produção. Por este motivo o uso de adubos orgânicos tem se tornado uma alternativa importante para a agricultura brasileira, considerando o grande volume produzido, principalmente de cama de aves, esterco bovino, resíduos industriais, entre outros (RIBEIRO et al., 2009).

Devido ao aumento da oferta de cama de frango derivada da expansão da produção avícola brasileira o uso deste tipo de adubo tem se tornado uma alternativa interessante (COSTA et al., 2009). Diversos trabalhos demonstram a viabilidade da utilização da cama de frango como fertilizante em diversas culturas (MELLO; VITTI, 2002; MENEZES et al., 2004; COSTA et al., 2009; RIBEIRO et al., 2009).

Tanto a cama de frango como o esterco bovino são bastante empregados na agricultura devido a sua riqueza em carbono e nutrientes, bem como seus efeitos benéficos nos atributos físicos, no aumento do teor de matéria orgânica do solo e no fornecimento de nutrientes às plantas (CASSOL et al., 2001; FIOREZZE; CERETTA, 2006; MENEZES; SALCEDO, 2007; SILVA, 2008; PITTA et al., 2012). Em algumas situações, entretanto, a eficiência desses como fonte de nutrientes é baixa em razão do manejo inadequado (coleta, armazenagem e formas de aplicação) e da ausência de critérios técnicos para subsidiar o estabelecimento das doses (PITTA et al., 2012).

Oliveira et al., (2016) avaliou a utilização de dejeto de suínos na cultura do feijoeiro, e relatou que esse resíduo apresenta elevado potencial como fertilizante, visto que o seu uso proporcionou incremento no desenvolvimento das plantas de feijoeiro, considerando altura e massa seca da parte aérea, bem como na produtividade da cultura.

2.3.1 Cama de frango

A avicultura é uma atividade de extrema importância para o Brasil, uma vez que o país é o 2° maior produtor mundial de carne frango, com uma produção de 13.146 milhões toneladas, ficando atrás apenas do Estados Unidos que lidera esse ranking com uma produção de 17.966 milhões toneladas (ABPA, 2016). Porém, quando se fala em exportação, o Brasil desponta como principal protagonista, ocupando o posto de maior exportador mundial de carne de frango, com um total de 4.304 milhões toneladas exportadas em 2015 para 53 países, gerando um valor de U$ 7.167,8 milhões para economia brasileira (ABPA, 2016).

Cerca de 67,3% da carne de frango produzida no Brasil é consumida no mercado interno, e 32,7% é destinado a exportação. O estado que mais produz carne de frango é o Paraná, sendo responsável por cerca de 32,46% da produção brasileira e possuindo cerca de 23.000 aviários em seu território, tendo, portanto, importante papel nessa cadeia produtiva (ABPA; 2016).

A avicultura é um setor em plena expansão no Brasil. O número de aves abatidas em 2016 foi de 5,86 bilhões, superando 2015 (5,80 bilhões), alcançando a maior marca de abatimento de aves no país, sendo que desse total, 31,3% foram abatidas no Paraná, deixando o estado mais uma vez como o maior produtor de frangos do Brasil (ABPA, 2016). Essa atividade gera uma grande quantidade de resíduos, como, por exemplo, a cama de frango (resíduo gerado em maior quantidade). Esta por sua vez, possui composição variada de acordo com tipo e sistema de criação de cada lote de frangos (DE PAULA JUNIOR, 2014). Considerando que cada ave gera em média cerca de 0,93 kg de resíduos, em 2016 foram gerados 5,39 bilhões de toneladas de cama de frango. (IBGE, 2016).

Segundo Mapa (2014), o crescimento previsto dessa cadeia produtiva é de 4,22% ao ano. Sendo assim, o grande volume de cama de frango gerado nos aviários, pode acarretar em sérios impactos ambientais se mal manejados, portanto a busca por soluções mais sustentáveis de destino desse resíduo é de extrema importância (DE PAULA JUNIOR, 2014).

A cama de frango, também conhecida como cama de aviário, é o resíduo produzido em maior quantidade durante a fase de criação das aves. Resulta da mistura de um material vegetal para forrar o piso do galpão, restos de ração, descamações de pele, penas e excrementos das aves. O material vegetal tem como função isolar a ave do contato com o piso do aviário, diminuir a oscilação de temperatura dentro do galpão e absorver umidade, além de proporcionar conforto e melhorar seu desempenho de crescimento (ÁVILA et al., 2007).

Os materiais mais usados para compor a cama são: maravalha (aparas de madeira), casca de arroz, casca de amendoim, fenos de diversos capins e palhadas de outras culturas (ANGELO et al. 1997). A escolha do material está condicionada à disponibilidade na região e custo do transporte (COTTA, 1997).

A maravalha é o material mais aceito, recomendado e utilizado como cama, com o crescimento da avicultura tem se tornada escassa e de alto custo. Possui alta capacidade de absorção e secagem, facilidade de manejo e boa condição microbiológica (ÁVILA et al., 2007).

Após ser disposta no aviário, a cama pode ser reutilizada, geralmente se reutiliza a cama entre 4 a 8 vezes. Para que a mesma cama possa ser reutilizada por vários lotes, é necessário que os avicultores realizem uma fermentação durante o tempo ocioso entre os lotes, que tem a finalidade de reduzir e/ou eliminar microrganismos patogênicos (DE PAULA JUNIOR, 2014).

A cama de frango possui um potencial nutricional enorme, contendo altos níveis de N, P e K, é possível realizar o aproveitamento desses nutrientes de diversas maneiras. A compostagem ou a produção de fertilizantes organominerais à base de cama de frango são exemplos viáveis de destino para tal finalidade (DE PAULA JUNIOR, 2014).

A composição química e a velocidade de decomposição da cama de frango, são definidas pela matéria prima utilizada na cama, tamanho da partícula, número de lotes e sistema de produção (KIHEL, 2008), e o teor de nutrientes da cama de frango é influenciado grandemente pela quantidade de reutilizações que a cama possui, ao ponto de, quanto mais reutilizada for, mais sua quantidade de nutriente (FUKAYAMA, 2008).

A adição de fertilizante orgânico obtido a partir de cama de frango pode contribuir para a melhoria das características físicas, químicas e biológicas do solo. Com a intensificação da produção de frango de corte, principalmente com aumento do índice de conversão alimentar e redução do tempo de criação com a utilização de rações mais concentradas (GIROTTO; MIELI, 2004), o volume de resíduos gerados por essa atividade também aumentou.

Muitos estudos têm sido feitos para demonstrar a viabilidade desse resíduo como fertilizante em culturas como soja (ADELI et al., 2005), milho (BOATENG et al., 2006) e algodão (ADELI et al., 2007). Embora os resultados sejam promissores, pouco se conhece sobre a influência desse fertilizante sobre os atributos físicos do solo.

A utilização de resíduos orgânicos, como a cama de frango, representa uma alternativa promissora visando um aumento de produtividade sustentável. Uma vez que, é possível diminuir a dependência dos fertilizantes minerais por meio da utilização de resíduos orgânicos ricos em nutrientes, mantendo níveis satisfatórios de produtividade. Porém, deve-se atentar para uma utilização criteriosa dessa tecnologia de adubação, pois doses elevadas desse resíduo podem acarretar em crescimento excessivo, tendo como consequência o acamamento das plantas e por fim perda de produtividade (PASSOS, 2010).

3. Considerações Finais

É evidente que a geração de resíduos oriundos das atividades avícola e sucroenergética vem tendo um aumento exponencial de produção, devido aos constantes aumentos das produtividades agropecuárias e agroindustriais. Destinar esses resíduos de forma que venha minimizar o impacto ao meio ambiente é um grande desafio para tornar estas atividades mais sustentáveis.

O presente artigo, portanto, ofereceu uma gama de informações sobre a geração de dois resíduos que quando não destinados adequadamente podem ser potenciais poluidores do meio ambiente. Porém, foram apresentadas diversas alternativas de destinação desses resíduos, trazendo à tona o potencial de utilização da cama de frango e da torta de filtro como fonte de nutrientes para as plantas e melhorias das características do solo.

Contudo, fica evidente que estudos sobre a utilização desses resíduos devem ser constantemente atualizados, e que a chegada dessas informações até os produtores rurais que são os reais utilizadores desses materias, é fundamental para uma conscientização adequada de que o aproveitamento dos resíduos oriundos de sua própria atividade pode acarretar em uma diminuição de seus custos de produção, de uma agricultura mais sustentável e um meio ambiente mais protegido.

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Ilustrações: Silvana Santos