Estamos sendo lembrados de que somos tão vulneráveis que, se cortarem nosso ar por alguns minutos, a gente morre. - Ailton Krenak
ISSN 1678-0701 · Volume XXI, Número 86 · Março-Maio/2024
Início Cadastre-se! Procurar Área de autores Contato Apresentação(4) Normas de Publicação(1) Dicas e Curiosidades(7) Reflexão(3) Para Sensibilizar(1) Dinâmicas e Recursos Pedagógicos(6) Dúvidas(4) Entrevistas(4) Saber do Fazer(1) Culinária(1) Arte e Ambiente(1) Divulgação de Eventos(4) O que fazer para melhorar o meio ambiente(3) Sugestões bibliográficas(1) Educação(1) Você sabia que...(2) Reportagem(3) Educação e temas emergentes(1) Ações e projetos inspiradores(25) O Eco das Vozes(1) Do Linear ao Complexo(1) A Natureza Inspira(1) Notícias(21)   |  Números  
Artigos
26/01/2018 (Nº 62) EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA: UM ESTUDO SOBRE AS FORMAS DE ABORDAGEM DO TEMA EM SALA DE AULA
Link permanente: http://revistaea.org/artigo.php?idartigo=3019 
  

Educação Ambiental na Escola: Um estudo sobre as formas de abordagem do tema em sala de aula

Carolina dos Santos Guedes¹, Luciano de Brito Junior², Marinaldo Magalhães Dantas³, Fernanda de Fátima Souto Araújo¹

1.Especializanda em Ecologia e Educação Ambiental, Universidade Federal de Campina Grande. (carol.guedes26@hotmail.com), (fernandasoutobio@gmail.com).

2.Mestre em Zootecnia, Universidade Federal de Campina Grande (lbritojunior@hotmail.com).

3. Mestrando em Ensino de Ciências e Matemática, Universidade Estadual da Paraíba. (marinaldomagalhãesdantas@gmail.com).

RESUMO

O objetivo da pesquisa foi investigar se o tema educação ambiental está sendo trabalhado nas escolas, e quais as formas de abordagem utilizadas pelos professores em sala de aula. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que visa contribuir para uma maior percepção por parte dos docentes em relação as metodologias utilizadas para o tratamento do tema. A presente pesquisa foi realizada através de questionários contendo 13 questões, sendo 10 objetivas e 3 subjetivas, direcionadas aos professores da E.M.E.F. Monsenhor Manoel Vieira, localizada na Rua José Sátiro Quinho, no bairro Monte Castelo e na Escola CIEP III – Firmino Ayres/Otto de Sousa Quinho, Rua Manoel Reinaldo, bairro Jatobá, ambas no município de Patos/PB. Os resultados obtidos constataram que a maioria dos professores utilizam metodologias diversas para a aplicação do tema Educação Ambiental, porém, alguns relataram que sentem dificuldades em abordar o tema na disciplina que leciona.

Palavras-chave: Educação Ambiental; Interdisciplinaridade; Metodologias.

ENVIRONMENTAL EDUCATION IN SCHOOL: A STUDY ON THE APPROACHES OF THE THEME APPROACH IN CLASSROOM

ABSTRACT

The objective of the research was to investigate whether the theme environmental education is being worked in schools, and what forms of approach used by teachers in the classroom. It is a qualitative research, which aims to contribute to a greater perception on the part of the teachers regarding the methodologies used to treat the theme. The present research was carried out through questionnaires containing 13 questions, being 10 objective and 3 subjective, directed to the teachers of E.M.E.F. Monsenhor Manoel Vieira, located at José Sátiro Quinho Street, Monte Castelo neighborhood and CIEP III School - Firmino Ayres / Otto de Sousa Quinho, Rua Manoel Reinaldo, Jatobá neighborhood , both in the municipality of Patos / PB. The results showed that most of the teachers use different methodologies for the application of the theme Environmental Education, however, some reported that they have difficulties in approaching the subject in the subject they teach.

Keywords: Environmental Education; Interdisciplinarity; Methodologies.

1 INTRODUÇÃO

A Educação Ambiental é um tema bastante relevante, que vem sendo discutido cada vez mais, devido a urgente necessidade de melhorias na qualidade de vida. Nas escolas, atualmente configura como um tema transversal.

Em relação a esse contexto, Santos; Santana; Nakayama, relatam o seguinte:

Em virtude desta realidade a Educação Ambiental tem como um dos principais objetivos buscar uma metodologia de ensino que leve à reflexão sobre a postura do ser humano em relação aos mecanismos responsáveis pela degradação do meio ambiente e pela formação da consciência ecológica de cada cidadão sem deixar de incluir nesta discussão a construção do conhecimento considerando a transversalidade deste tema e a inclusão do mesmo nos projetos curriculares conforme a proposta dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) que incluíram esse tema nos currículos de ensino fundamental. (SANTOS; SANTANA; NAKAYAMA, 2010, p.3).

No Brasil, o tema ganhou maior destaque com a promulgação da Lei 9.795 de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a educação ambiental e institui a Política Nacional de Educação Ambiental.

O tema educação ambiental é muito abrangente e por isso pode ser inserido nos mais diversos setores da sociedade, especialmente nas escolas, lugar em que as pessoas, desde criança aprendem a desenvolver habilidades e conhecer o que significa cidadania, seus direitos e deveres, e portanto, conseguem entender a importância de temas como este.

De acordo com Esteves et al (2010, p.3), “a educação ambiental é uma forma abrangente de educação, através de um processo pedagógico participativo que procura incutir no aluno uma consciência crítica sobre os problemas do ambiente”

A escola é o lugar ideal para incentivar, criar possibilidades e promover situações em que os alunos possam entender melhor a importância do tema educação ambiental sob diversos aspectos, podendo praticá-la de forma consciente.

Para Feitosa et al, (2016, p.2), “percebe-se uma forte relação do meio ambiente e a educação, que desempenha uma ação mútua exigindo novos conhecimentos e práticas de relações sociais que perpassem as questões de empoderamentos ambientais”.

Segundo Guedes (2006), a educação ambiental permite que os alunos trilhem caminhos que os levem a um mundo mais ético e sustentável. Pode-se dizer, portanto, que iniciar um estudo sobre a importância da educação ambiental e a prática na sala de aula, é fundamental e se faz necessário desde as séries iniciais, para que esses alunos conheçam desde cedo o significado de educação ambiental, e possam assim, contribuir melhor para construção de um ambiente mais prazeroso, e para melhorias na qualidade de vida.

Dessa forma, o objetivo da pesquisa foi investigar se o tema educação ambiental está sendo realmente trabalhado nas escolas, e quais as formas de abordagem utilizadas pelos professores em sala de aula.

Considerando a real importância de se trabalhar educação ambiental na escola, consciente dos benefícios que isso trará para os alunos e para a comunidade escolar em geral, o presente trabalho justificou-se pela necessidade de investigação sobre a implantação do tema em sala de aula, bem como as formas de abordagem do assunto.

Sendo assim, questiona-se: De que forma a educação ambiental está sendo praticada nas escolas? Acredita-se que a abordagem por diversos ângulos, desde sua forma mais simples até uma maior conscientização, contribui para um maior aprendizado por parte dos alunos, podendo se estender para sua vida pessoal e consequentemente para o meio social.

A pesquisa também contribuiu para uma maior percepção por parte dos professores, em relação a aplicação do tema. Estes poderão, a partir dos resultados obtidos, refletir e encontrar, se necessário, maneiras mais atrativas, ou mais dinâmicas para trabalhar o assunto em sala de aula.

Este artigo consta de um enfoque sobre Educação Ambiental na escola, especificamente, metodologias utilizadas pelos professores para trabalharem o tema com seus alunos. A pesquisa foi direcionada aos professores das seguintes escolas: E,M.E.F. Monsenhor Manoel Vieira e CIEP III – Firmino Ayres/ Otto de Sousa Quinho, em Patos/PB. O resultado da pesquisa está disponível para possíveis consultas, podendo contribuir com outros trabalhos relacionados à educação ambiental na escola.

2 MATERIAIS E MÉTODOS

2.1 Local da pesquisa

A presente pesquisa foi realizada nas E.M.E.F. Monsenhor Manoel Vieira, localizada na Rua José Sátiro Quinho, no bairro Monte Castelo e na Escola CIEP III – Firmino Ayres/Otto de Sousa Quinho, Rua Manoel Reinaldo, bairro Jatobá, ambas no município de Patos/PB (Figuras 1 e 2). As referidas escolas dispõem do Ensino Fundamental II e da Educação de Jovens e Adultos (nível fundamental II), e Ensino Fundamental II, respectivamente, no entanto a pesquisa foi direcionada apenas aos professores do Fundamental II, regular.

Figura 1- E.M.E.F Monsenhor Manoel Vieira Figura 2- CIEP III- Firmino Ayres/Otto de S. Quinho

2.2 Tipo de pesquisa

Trata-se de uma pesquisa aplicada, a qual “procura produzir conhecimentos para aplicação prática, dirigidas à solução de problemas específicos” (PRODANOV, 2013), existentes nos locais da pesquisa. Quanto a forma de abordar o problema, fala-se de uma pesquisa qualitativa, onde irá investigar e analisar as formas de aplicação do tema na referida escola.

O(s) critério(s) considerado(s) para a escolha das escolas estão relacionados ao fato de que as escolas possuem um quadro docente com um grande número de professores, o que facilitou a realização da pesquisa. Não houve critérios de exclusão para este trabalho.

2.3 Realização da pesquisa

Com o consentimento da direção para a realização do trabalho na escola (Anexo B). foi apresentado aos professores, O TCLE (Termo de consentimento Livre e esclarecido), (Anexo C), onde consta o tema do trabalho, com uma breve descrição da pesquisa a ser realizada. Nesse termo, os professores foram informados que a participação na pesquisa era opcional e sigilosa, não necessitando da referida identificação.

Após a aceitação dos professores em participar da pesquisa, foram apresentados os questionários (Anexo D), elaborados sistematicamente, com questões objetivas (afirmativas), organizadas de acordo com a escala de Likert (escala com níveis de concordância) e questões subjetivas, onde puderam descrever as formas ou metodologias aplicadas em sala de aula, para a abordagem do tema Educação Ambiental.

Foram questionados, 18 professores, sendo 8 da Escola Monsenhor Manoel Vieira e 10 da Escola CIEP III- Firmino Ayres/Otto de Sousa Quinho.

O resultado dessa pesquisa fica disponível às escolas participantes para que os próprios professores analisem a metodologia utilizada e vejam se há a necessidade de aprimorá-las ou inová-las, ou ainda se as mesmas estão sendo suficientemente capazes de desenvolver no aluno, uma maior percepção sobre o que realmente significa “Educação Ambiental”.

2.4 Análise de Dados

Para realização das análises estatísticas foi utilizado o software SPSS, versão 2.0. O questionário foi submetido a análise de confiabilidade, através do cálculo do coeficiente “Alfa de Cronbach”, que segundo Dalmoro e Vieira (2013), “avalia a extensão em que os itens formam uma escala internamente consistente”, e a correlação entre as questões foi dada por meio da “Correlação de Pearson”.

O coeficiente de correlação Pearson (r) varia de -1 a 1. O sinal indica direção positiva ou negativa do relacionamento e o valor sugere a força da relação entre as variáveis (FIGUEIREDO; SILVA, 2009).

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Dados do questionário

O cálculo do coeficiente Alpha de Cronbach, apresentou resultado bem positivo para a pesquisa, com resultado de 0,814 (figura 3), pois segundo Strainer (2003) apud Pinto e Chavez (2012) o valor mínimo aceitável para a confiabilidade de um questionário é ? ? 0,70 e o máximo esperado é 0,90; acima deste valor, pode-se considerar que há redundância ou duplicação de questões, sendo preferíveis valores de alfa entre 0,80 e 0,90.

Figura 3- Coeficiente de Cronbach

Em relação ao coeficiente de “Correlação de Pearson”, para a pesquisa, o resultado foi bastante significativo, mostrando uma relação bem satisfatória entre as questões.

3.2 Dados da pesquisa

Inicialmente, foi analisado o perfil dos professores, em relação ao tempo de ensino e titulações. Dos 18 professores questionados, 11 registraram possuir pós-graduação e 7, apenas o curso de graduação. Quanto ao tempo de ensino, 4 professores não responderam e o restante indicaram de 5 a 32 anos de sala de aula, sendo a maior parte entre 5 e 15 anos.

Quanto as questões aplicadas, os professores divergiram bastante em algumas afirmativas. Na primeira questão, onde afirma que o tema Educação Ambiental está sendo abordado em todas as disciplinas, 33% dos professores disseram discordar em grande parte, seguido de 27,8%, que concordaram completamente, isso mostra que ainda existem dificuldades para inserir o tema em algumas disciplinas, tanto por causa da falta de conhecimento sobre o assunto, como por dificuldade em relacioná-lo aos conteúdos ministrados em sala de aula.

Isso foi possível constatar na segunda questão, na qual afirma “Tenho pleno conhecimento sobre o tema, por isso sinto-me preparado(a) para abordá-lo em sala de aula”, onde a resposta ficou dividida entre os níveis “concordo em grande parte”, com 27, 8%, “discordo completamente” e “discordo em grande parte”, ambos com 22,2%. Sobre isso, convém concordar com Costa et al (2013), quando diz que “na concepção individual não existem conhecimentos prontos para serem transmitidos e memorizados, mas sim processos de dinâmica coletiva de reflexão, de negociação e de evolução de significados.

Na terceira questão foi indagado “Eu trabalho com frequência em sala de aula, os assuntos ligados a Educação Ambiental” e 38,9% concordaram em grande parte (Figura 4), o que faz entender que, aos poucos os professores estão compreendendo a importância de fazer uma correlação entre os conteúdos curriculares e os temas transversais.

Figura 4- Frequência da aplicação do tema em sala de aula. Níveis de concordância: 1-Discordo completamente; 2- Discordo em grande parte; 3- Indiferente; 4- Concordo em grande parte; 5-Concordo completamente.

Ao analisarem a quarta afirmativa, a maioria dos professores, 66,7% concordaram completamente, que compreendem a importância de inserir o tema Educação Ambiental nos currículos escolares da educação básica. Em seguida, 44,4%, concordaram em grande parte, no que tange a quinta questão, “Meus alunos costumam agir de forma positiva para a conservação do meio ambiente”. Nesse contexto, Costa et al (2013) relatam que o planejamento das atividades ou aulas de Educação Ambiental podem ser em conjunto com os alunos, pois permitirá que assumam responsabilidades na realização das tarefas ou projetos, e ainda possibilitará a compreensão do trabalho em equipe.

Na sexta questão, “Costumo conscientizar os meus alunos para a prática da Educação Ambiental”, a maioria, 61,1% concordaram completamente, o que possibilita entender que há uma sensibilização dos alunos, por parte dos docentes, em relação ao assunto abordado, como mostra a figura 5.

Figura 5 - Número de professores que trabalham a conscientização para a prática da Educação Ambiental. Níveis de concordância: 1-Discordo completamente; 2- Discordo em grande parte; 3- Indiferente; 4- Concordo em grande parte; 5-Concordo completamente.

Em se tratando de metodologias utilizadas para o desenvolvimento das aulas, foi apresentado o seguinte na sétima questão: “Utilizo metodologias diversas para a abordagem do tema em sala de aula” e o resultado foi, 38,9% concordaram em grande parte (Figura 6), atribuindo positividade aos objetivos da pesquisa. Na oitava afirmativa, foi questionado se os professores procuram sempre relacionar o tema Educação Ambiental aos assuntos do cotidiano, e novamente, 38,9% afirmaram que concordam completamente (Figura 7), fazendo acreditarmos que a Educação Ambiental é um assunto abordado nas diversas disciplinas e que a maioria do corpo docente compreende a importância de trabalhar o assunto com seus alunos.

Figura 6-Uso de metodologias diversas em sala de aula. Níveis de concordância: 1-Discordo completamente; 2- Discordo em grande parte; 3- Indiferente; 4- Concordo em grande parte; 5-Concordo completamente.

Figura 7-Relação do tema Educação ambiental com os assuntos do cotidiano. Níveis de concordância: 1-Discordo completamente; 2- Discordo em grande parte; 3- Indiferente; 4- Concordo em grande parte; 5-Concordo completamente.

A nona afirmativa, “Considero inviável a aplicação do tema Educação Ambiental em todas as disciplinas”, resultou em uma maioria de 61,1% que discordou completamente, portanto, segundo os professores, é viável sim a aplicação do tema sob forma interdisciplinar. Resultado que diverge de Medeiros e Batista (2016), onde em trabalho realizado nas escolas da rede municipal de ensino de Pau dos Ferros/RN relatam que, de acordo com entrevistas realizadas com docentes, “para um processo contínuo de reflexões sobre as práticas pedagógicas, ainda prevalece a disciplinaridade, marcada por horários e conteúdo a serem cumpridos” e não a interdisciplinaridade, como preveem documentos oficiais.

E na décima afirmativa, onde questionava-se “O tema Educação Ambiental deve ser inserido nos planejamentos escolares”, os professores responderam que concordavam completamente, totalizando 61,1%.

Após as 10 questões afirmativas (objetivas), os professores responderam a 3 questões subjetivas, que permitiram aos docentes, descrever os métodos, recursos e assuntos utilizados em sala de aula para abordagem do tema em estudo.

Na primeira questão subjetiva, foi perguntado “Quais os recursos que você utiliza em sala de aula para abordagem do tema Educação Ambiental? ” , e as respostas obtidas foram as seguintes: “vídeos, documentários, textos, palestras, peças teatrais, musicas, reciclagem, limpeza da sala, aulas explicativas, aulas expositivas, cartazes, painéis, experimentos científicos, produção de objetos que ajudem na preservação do ambiente, jornais, gráficos e tabelas, livro didático, folhetos informativos, apresentação em slides, utilização de plantas”. Apenas um professor respondeu que o tema nunca é trabalhado em sala de aula.

Analisando as respostas adquiridas, percebe-se uma correlação com a segunda questão objetiva, onde quase 50% respondeu não ter conhecimento pleno do assunto e não se sentirem preparados para abordá-lo com seus alunos, portanto, recorrem a aulas diferenciadas para tratarem o tema.

Quando perguntou-se “Que métodos você julga mais atrativos para os alunos, na abordagem do tema?”, obtivemos respostas como, “aula prática, oficinas, peça teatral, coreografias e dramatizações, vídeos e documentários, rodas de conversas, palestras, experimento científico e aula de campo, visitas técnicas, textos e interpretação, confecções de jogos, música, contato direto com a natureza, caminhada e trabalhos de pesquisa”, o que nos faz entender que as aulas que fogem do tipo tradicional, são as que mais chamam a atenção dos alunos, fazendo com que participem mais e assimilem maior conhecimento, o que foi possível comparar ao resultado do trabalho de Bosa e Tesser (2014, p.3001) quando dizem que “a principal forma de aplicação da educação Ambiental na escola é por meio de projetos”.

A terceira pergunta apresentada aos professores foi, “Quais os assuntos que você considera mais convenientes para se inserir o tema educação ambiental? ”, os docentes descreveram vários assuntos, tais como Poluição, Água, Reciclagem, Meio Ambiente, Desmatamento e Assoreamento, Estatística e Porcentagem, Recursos Naturais, Preservação, Fauna e Flora, Revolução Industrial, Ecologia e Biodiversidade, Reutilização, Conscientização da preservação ambiental, Função do 1º grau. Dentre os professores, somente um, disse relacionar o tema a todos os assuntos. De acordo com as respostas, é possível observar que há uma certa interdisciplinaridade na abordagem do assunto, e que os professores estão introduzindo-o em assuntos altamente relevantes para compreensão do tema por parte dos alunos.

4 CONCLUSÕES

Diante dos resultados obtidos, foi possível constatar que os professores concordam que o tema Educação Ambiental deve ser abordado em todas as disciplinas, porém, de acordo com as respostas, existem dificuldades na aplicação do tema relacionado a alguns assuntos.

Observou-se que, quando o assunto é abordado, metodologias diversas são utilizadas pelos docentes em sala de aula, na aplicação do tema e na integração com outros conteúdos curriculares, possibilitando aos educandos aprender de forma prática e prazerosa, com atividades como músicas, palestras, documentários, entre outros, com isso conclui-se que as aulas práticas, ou o uso de mídias diversas nas aulas de Educação Ambiental, permite que o professor sinta-se mais seguro, já que não se encontram totalmente preparados em relação ao conhecimento do assunto, segundo eles.

Constatou-se também que os educandos são sensibilizados pelos professores para a prática da educação ambiental, sendo orientados em sala de aula para agirem de forma positiva para a conservação do meio ambiente.

Diante dos fatos, entende-se que os objetivos da pesquisa foram atendidos de forma satisfatória, ocorrendo uma pequena minoria que não estão engajados na implantação do tema em suas disciplinas.

5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOSA, Claúdiia Regina; TESSER, Halandey Camilo de Borba. Desafios da educação ambiental nas escolas municipais do município de Caçador-SC. Revista Monografias Ambientais. v.14, n.2, março/2014, 2996-3010 p.

BRASIL. Política Nacional de Educação Ambiental. Lei 9.795, de 27 de abril de 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L9795.htm. Acesso em 18/07/2016

COSTA, Sandro Ribeiro da; SOUZA, Paulo Augusto Ramalho de; ZAMBRA, Elisandra Maria; ANDRADE, Jaqueline Rodrigues de. O Ensino Educação Ambiental no Brasil: Discussões da última década. Revista Educação Ambiental em Ação. n.46, ano XII, dez/2013 – fev/2014 Disponível em: ww.revistaea.org/artigo.php?idartigo=1688ro/2014 Acesso em 14/08/2017

DALMORO, Marlon; VIEIRA, Kelmara Mendes. Dilemas na construção de escalas tipo Likert: o número de itens e a disposição influenciam nos resultados?

Revista Gestão Organizacional. Chapecó. v.6, n.3, 2013. p.161-174 Disponível em: https://bell.unochapeco.edu.br/revistas/index.php/rgo/article/view/1386. Acesso em: 05 / 08 / 2017

ESTEVES, Cleide Araújo; MOURÃO, Dayana Estável; COSTA, Roseane Bezerra. A Educação Ambiental na formação de professores. 2010. Disponível em: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/2392800. Acesso em: 22/ 09 /2016

FEITOSA, Anny Kariny; SILVA, Claudia Maria da; SILVA, Jorge Luis da. Educação Ambiental na percepção de professores em uma escola de ensino fundamental no município de Iguatu, CE. 2010. Revista educação Ambiental em Ação, n.56, ano XV, jun/agosto, 2016. Disponível em: http://www.revistaea.org/pf.php?idartigo=2373. Acesso em: 14 / 07 / 2016

FIGUEREDO FILHO, Dalson Britto; SILVA JUNIOR, José Alexandre. Desvendando os Mistérios do coeficiente de Correlação de Pearson (r). Revista Política Hoje. v.18, n.1, 2009.

GUEDES, José Carlos de Souza. Educação Ambiental nas escolas de ensino fundamental: estudo de caso. Garanhuns: Ed. do autor, 2006.

MEDEIROS, Mayara Raffaelli Maia; BATISTA, Maria do Socorro da Silva. Educação Ambiental no espaço escolar: Possibilidades e desafios à sua implementação. III CONEDU. Rio Grande do Norte: 2016.

PINTO, Gisele Azevedo. CHAVEZ, José Ramon Arica. O uso do Coeficiente Alfa de Cronbach nos resultados de um questionário para avaliação dos serviços no setor de transporte urbano por ônibus. XXXII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Rio Grande do Sul: 2012.

PRODANOV, Cleber Cristiano. Metodologia do trabalho científico: métodos e técnicas da pesquisa e do trabalho científico. 2 ed. Novo Hamburgo: Feevale, 2013. 277 p.

SANTOS, Vivian Ribeiro; SANTANA, André Ribeiro de; NAKAYAMA, Luiza. Percepção ambiental: avaliação do perfil de cidadania ambiental dos estudantes dos cursos de licenciatura do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Pará (IFPA). Revista Educação ambiental em ação. n.31, ano VIII, mar./mai. 2010.

Disponível em: http://www.revistaea.org/pf.php?idartigo=815. Acesso em: 22/09 /2016

Ilustrações: Silvana Santos