RECURSOS
HÍDRICOS: PROBLEMAS AMBIENTAIS E A IMPORTÂNCIA DA
EDUCAÇÃO E PERCEPÇÃO AMBIENTAL
Thayanna
Maria Medeiros Santos1;
José Lucas dos Santos Oliveira2;
Habyhabanne Maia de Oliveira³; Edevaldo da Silva4
1 Aluna
do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento
e Meio Ambiente (PRODEMA), Universidade Federal da Paraíba,
João Pessoa, Paraíba – thayannamdrs@hotmail.com
2
Aluno do Programa de Pós-graduação em
Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA), Universidade Federal da
Paraíba, João Pessoa, Paraíba –
lucasoliveira.ufcg@gmail.com
3 Aluna
do Programa Pós-graduação em Horticultura
Tropical, Universidade Federal Campina Grande, Pombal, Paraíba
– haby_habanne@hotmail.com
4
Professor do Programa de
Pós-Graduação Desenvolvimento e Meio Ambiente
pela Universidade Federal da Paraíba e Professor Adjunto e
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em
Ecologia e Educação Ambiental da Universidade Federal
de Campina Grande. UFCG, edevaldos@yahoo.com.br
Resumo:
O
crescente desenvolvimento tecnológico e inovações
científicas das sociedades têm estimulado o consumismo e
a relação desarmoniosa com o meio ambiente. Com isso,
diversos impactos negativos são observados sobre o meio
físico, biológico e social. Nesse contexto, a Educação
Ambiental é fundamental, em todos os níveis de ensino,
para sensibilizar e informar os alunos para melhor percepção
sobre a importância dos diversos recursos ambientais, tal como
os recursos hídricos, com foco particular ao semiárido
brasileiro. Esta pesquisa objetivou realizar uma revisão de
literatura sobre educação e percepção
ambiental e os problemas ambientais relacionados aos recursos
hídricos. Quanto
aos aspectos metodológicos, trata-se de uma pesquisa de
revisão de literatura, as fontes bibliográficas para
desenvolvimento desta pesquisa foram livros, dissertações
e teses e artigos científicos dos últimos 10 anos,
pesquisados em periódicos indexados. A pesquisa traz a
reflexão para compreender desde os problemas ambientais, até
como a percepção pode auxiliar no desafio de educar
ambientalmente. No que tange aos aspectos formais da Educação
Ambiental, a percepção ambiental torna-se relevante no
âmbito escolar, pois é o local oportuno para diagnóstico
e tomadas de decisões didáticas e metodológicas
e, esse processo educacional tem relevante importância para a
sensibilização e conhecimento dos alunos que convivem
em regiões com constante escassez hídrica, tal como a
região semiárida do país.
Palavras-chave:
Semiárido. Meio ambiente. Água.
Abstract:
The
increasing technological development and scientific innovations of
societies have stimulated consumerism and the disharmonious
relationship with the environment. With this, several negative
impacts are observed on the physical, biological and social
environment. In this context, Environmental Education is fundamental,
at all levels of education, to sensitize and inform students to
better understand the importance of various environmental resources,
such as water resources, with a particular focus on the Brazilian
semi-arid. This research aimed to carry out a literature review on
education and environmental perception and environmental problems
related to water resources. As for the methodological aspects, it is
a review of literature, the bibliographic sources for the development
of this research were books, dissertations and theses and scientific
articles of the last 10 years, searched in indexed journals. The
research brings the reflection to understand from the environmental
problems, to how the perception can help in the challenge of
Educating environmentally. Regarding the formal aspects of
Environmental Education, environmental perception becomes relevant in
the school environment, as it is the opportune place for diagnosis
and decision-making and didactic and methodological, and this
educational process has relevant importance for students' awareness
and knowledge that live in regions with constant water scarcity, such
as the semi-arid region of the country.
Keywords:
Semi-arid. Environment. Water.
Introdução
A
base conceitual do paradigma entre ciência e filosofia, no
contexto mecanicista-racionalista repercutiu profundamente na
cultura, no pensamento ambiental, nos modelos de desenvolvimento e na
vida das sociedades ocidentais da atualidade (RODRIGUEZ; SILVA,
2016). Segundo os mesmos autores, é a partir desta análise
que entende-se melhor, do porquê que o ser humano desenvolvido
adotou pensamentos, atitudes e ações anti-ambientais
que poderiam causar condições socioambientais
inviáveis.
O
modelo de desenvolvimento econômico atual, prima pela
exploração dos recursos naturais, gerando
comportamentos humanos predatórios, descompromissados com o
futuro e produzindo situações de risco.
Assim,
os recursos naturais são utilizados do modo irracional, sem
prudência e sem consideração de seu valor
intrínseco (SGARIONI; RAMMÊ, 2012). Dentre eles, estão
os recursos, que são fonte de toda a vida e de seu sustento
direto.
A
crise hídrica no Brasil tem se tornado mais severa,
apresentando um cenário que reportam baixos índices
pluviométricos registrados desde 2012 (ANA, 2015). De acordo
com o relatório Conjuntura dos Recursos Hídricos –
Edição 2014, da Agência Nacional de Águas
(ANA, 2015), as causas da referida crise devem ser agregadas a outros
fatores e enfatiza a necessidade de valorização dos
recursos hídricos como “bem público finito”,
que demanda gestão e uso racional.
O
acesso à água potável e ao saneamento é
um direito humano essencial ao pleno gozo da vida, e está
intrinsecamente ligado aos direitos à vida, à saúde,
à alimentação e à habitação.
Em 2010 a ONU reconheceu os Estados e organizações
internacionais signatários devem prover recursos financeiros,
capacitação e transferência de tecnologia, em
especial, aos países em desenvolvimento, a fim de intensificar
os esforços para disponibilizar água potável e
proporcionar saneamento seguro para todas as pessoas (ONU, 2010).
No
contexto da região semiárida brasileira a água
de muitos reservatórios do semiárido do nordeste do
Brasil se torna imprópria e/ou escassa para o consumo em
períodos de estiagens prolongadas (VIANA
et al.,
2016).
Neste
contexto de intensas degradações ambientais, Leff
(2009), apresenta a Educação Ambiental, como um
processo dialógico que fertiliza o real e abre as
possibilidades para que se chegue a ser o que ainda não se é.
Essa educação permite, preparar a sociedade para a
construção de uma nova racionalidade. Não para
uma cultura de desesperança ou alienação, mas
para um processo de emancipação que permiti novas forma
de reaproximação do mundo e de convivência com os
outros.
Conforme
Córdula et al. (2015), desde a Conferência de Tiblisi em
1977, com a formulação do Programa Internacional de
Educação Ambiental, esta abordagem de sensibilização
vem sendo adotada globalmente para transformar valores e atitudes dos
seres humanos frente aos problemas ambientais crescentes.
Deste
modo, a Educação Ambiental vem sendo valorizada como um
processo educativo interdisciplinar e transversal, que colabora para
a formação de atitudes e sensibilidades ambientais do
ser humano. O tema meio ambiente abre portas para o processo de
Educação Ambiental, condição necessária
para a construção da consciência ambiental
(SANTOS; FOFONKA, 2015).
De
acordo com a Política Nacional de Educação
Ambiental (BRASIL, 1999, p. 1) “a Educação
Ambiental é um componente essencial e permanente na educação
nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os
níveis e modalidades do processo educativo, em caráter
formal e não-formal”. Assim, conforme a Brasil (1999,
p.1), cabe as “instituições educativas promover a
Educação Ambiental de maneira integrada aos programas
educacionais que desenvolvem”.
No
Brasil, a questão ambiental tem sido tratada de tal modo, que
os problemas são identificados, mas as soluções
não são aplicadas (MARTINS, 2016). Entretanto a sua
correta aplicação pode contribuir sensivelmente para a
preservação dos recursos naturais, entre eles os
recursos hídricos (SANTOS, 2016).
Nesse
sentido, uma questão que requer atenção é
o estudo da percepção ambiental, já que esta
área diz respeito às inter-relações entre
o comportamento humano e o meio ambiente e, também pode
apontar o melhor caminho para se enfrentar e controlar os danos
ambientais dentro de determinadas comunidades (CARVALHO; RODRIGUES,
2015).
O
estudo da percepção ambiental permite conhecer como um
determinado grupo de indivíduos percebem o ambiente em que
convivem, suas fontes de satisfação e insatisfação
(FAGGIONATO, 2007).
Por
meio da análise da percepção se obtém
informações sobre como os sujeitos investigados veem
aspectos ambientais, qual amplitude e o grau de importância que
os destina e avalia a necessidade de sua participação
em situações que os envolvam (BRITO, 2013).
Compreender
a percepção de uma dada comunidade acerca dos recursos
naturais é muito importante, e frente à escassa
disponibilidade de água, as comunidades desenvolvem um
mecanismo adaptativo, a fim de mudar sua maneira de encarar as
dificuldades referentes à obtenção do recurso,
visto que este é um elemento imprescindível para a
qualidade das condições socioambientais (FREITAS et
al., 2012).
Esta
pesquisa objetivou realizar uma revisão de literatura sobre
educação e percepção ambiental e os
problemas ambientais relacionados aos recursos hídricos.
Metodologia
Quanto
aos aspectos metodológicos, trata-se de uma pesquisa de
revisão de literatura, na qual os tópicos relevantes ao
tema são apresentados e analisados de forma contextual. A
pesquisa foi realizada por meio da determinação do
tema, bem como da questão que direcionou a pesquisa,
analisando os estudos relacionados, interpretando os resultados, e
apresentando-os por meio da revisão (COSTA; BATISTA, 2016).
As
fontes bibliográficas para desenvolvimento desta pesquisa
foram livros, dissertações e teses e artigos
científicos dos últimos 10 anos, considerando, para os
artigos científicos, aqueles publicados em periódicos
indexados, como: SciELO, Periódicos CAPES, Science Direct, Web
of Science.
Problemas
Ambientais e os Recursos Hídricos
Após
a segunda guerra mundial, o mundo tem passado por grandes mudanças
estruturais. As indústrias e a forte concorrência entre
os países na busca por desenvolvimento têm levado a
natureza a situações limites, acentuando os problemas
de ordem ambiental. A sociedade civil tem se organizado e exercido
fortes pressões sobre aqueles que gerenciam ou governam os
diversos setores da sociedade. Muitas organizações não
governamentais (ONG), destinadas à proteção
ambiental, foram criadas nas últimas décadas em virtude
da conscientização da necessidade de proteção
ao meio ambiente (NOGUEIRA; ANGOTTI, 2011).
Os
problemas ambientais, num sentido geral e biológico, podem ser
entendidos como decorrentes de um desequilíbrio entre a
espécie e suas possibilidades de adaptação ao
meio ambiente biótico e abiótico (BORINELLI, 2011).
Nas
sociedades humanas, esses problemas, mediados pelas relações
sociais específicas e históricas, são em boa
medida consequência direta da intervenção humana
nos diferentes ecossistemas da Terra, causando desequilíbrios
por meio do esgotamento e contaminação de recursos
naturais, e interferindo nos ciclos ecológicos que sustentam a
vida humana e de outras espécies (BORINELLI, 2011).
Dessa
maneira, é preciso compreender a crise ambiental como uma
crise com fortes influências culturais, que com o
desenvolvimento acelerado em detrimento dos recursos naturais
(FARIAS; BORGES; SILVA, 2012).
De
acordo com Rodriguez e Silva (2009):
Levou a civilização
humana a um desenvolvimento explosivo da capacidade cultural da
exploração dos seres humanos e dos bens naturais.
Ocorreu um uso intensivo dos sistemas naturais que lhe modificou as
propriedades e os conduziu a uma perda irreversível dos seus
atributos de auto regulação e homeostase (RODRIGUEZ &
SILVA, 2009, p. 175).
Deste
modo, a situação-problema imposta pelos impactos
ambientais atinge tamanha complexidade e extensão, que
mobiliza esforços globais para soluções. O ritmo
em que as alterações ambientais se desenvolvem reclama
repensar modelos e regimes de ação social, já
que a gestão da produção de bens industriais e
agrícolas, e a própria noção de
bem-estar, são questionadas (ALMEIDA; PREMEBIDA, 2014).
Os
problemas ambientais deste ponto de vista, também acaba
englobando outros tipos de problema (além do desequilíbrio
ecológico), já que pode resultar em crises econômicas,
políticas, desigualdades e desestabilização
sociais, representadas por fome, guerras e migrações
forçadas (ALMEIDA; PREMEBIDA, 2014).
Sobretudo,
desafia-nos “a refletir o que significa fazer parte de uma
comunidade humana ecologicamente interdependente” (SCHONS,
2012).
No
universo dos problemas ambientais, entre os inúmeros problemas
que afligem especialmente ambientalistas e cientistas, mas também
a população em geral, a preocupação com o
recurso água assume papel de destaque, seja por sua
importância para a sobrevivência da vida no planeta, seja
por sua já visível escassez em alguns pontos do globo
(POLLI; KUHNEN, 2013).
O
problema ambiental se manifesta de forma mais contundente no
aquecimento global, causado pelo aumento de gases de efeito estufa na
atmosfera desde a revolução industrial. Entre as várias
consequências desenha-se um novo ciclo da água.
Acompanhar o aquecimento global sob o prisma do acesso à água
leva-nos à constatação de um aprofundamento da
exclusão para significativas parcelas da humanidade, sobretudo
as mais empobrecidas (SCHONS, 2012).
Augusto
et al. (2012) afirmam que os impactos ambientais relacionados aos
poluentes e ao uso intensivo do solo, segundo o modelo agrícola
oriundo da Revolução Verde, afetam negativamente a
disponibilidade e qualidade da água para consumo humano.
Segundo
Azevedo (2008), nos problemas ambientais, o problema da água
se encontra em escala planetária, cujos conflitos geopolíticos
e comerciais poderão tomar maior envergadura, pois se trata de
um recurso indispensável à vida, não
substituível e existente em quantidade fixa.
Entretanto
a preocupação da água como um direito
fundamental é uma questão recente, como afirma Augusto
et al. (2012),
No entanto, a água, como um direito
humano fundamental e a preocupação com a edição
de legislações para salvaguardar a qualidade e o acesso
a esse elemento natural, mediante políticas públicas,
são questões recentes. Uma grande diversidade de órgãos
legisla sobre a água no Brasil, inclusive uma Agência
Nacional das Águas foi criada no ano 2000 (Augusto et al.
2012, p.2).
A
gestão dos recursos hídricos possui grande relevância
porque afeta quase todos os aspectos da economia (AUGUSTO et al,
2012), segundo Castro e Scariot (2008) a produção de
alimentos, saúde, segurança do abastecimento doméstico
de água, esgotamento sanitário, indústria,
energia e sustentabilidade ambiental. Diversos trabalhos reportam
pesquisas sobre vulnerabilidades ambientais de bacias hidrográficas
(GUERREIRO et al., 2017; ASSIS et al., 2017) e de águas
superficiais (MELO et al., 2018).
A
gestão inadequada das bacias hidrográficas tem
ocasionado problemas sérios de disponibilidade de água
à população, tanto em níveis
quantitativos quanto qualitativos, configurando situações
de crise hídrica.
Estes
dois enfoques - o da quantidade e o da qualidade – são
problemas originados devido ao uso múltiplo da água,
que serve, ao mesmo tempo, a diferentes usos e usuários. A
mesma água de um rio serve à indústria, à
agricultura e pecuária, ao abastecimento humano de uma cidade,
à pesca, ao lazer, à navegação, mas
funciona também como receptora dos esgotos e rejeitos dessas
diversas atividades econômicas. Os conflitos de interesses
econômicos e sociais no uso de uma mesma água por
diferentes consumidores (pequenos, médios e grandes) são
inevitáveis e, por essa razão, os especialistas dizem
que administrar recursos hídricos é administrar
conflitos de interesses (GUERRA, 2009).
A
pouca disponibilidade de água numa região pode causar
problemas ambientais oriundos da sua escassez, como citado por Silva
et al. (2014, p.2), a saber:
a) a perda da umidade do solo o torna pobre
em matéria orgânica e, consequentemente, mais pobre e
estéril; b) com o solo mais seco e menos denso, o processo de
erosão eólica torna-se mais efetivo; e c) com a
escassez de água no solo, a vegetação perde sua
pujança e reduz a oferta de sementes e frutos.
Além
das consequências no solo, os problemas ambientais relacionados
a qualidade da água também estão relacionados
aos usos de agrotóxicos, como citado por Gama, Oliveira e
Cavalcante (2013, p.1)
No
Brasil, a contaminação dos recursos hídricos
pode ser potencializada, considerando que os dados gerados no estudo
do Monitoramento do Mercado de Agrotóxicos, realizado pela
Agência Nacional de Vigilância Sanitária –
ANVISA, apontam maior ritmo de expansão no mercado brasileiro
de consumo de agrotóxicos do mundo. O mercado brasileiro
cresceu, aproximadamente, 176% na última década, ou
seja, quatro vezes mais do que a média mundial.
Neste
debate sobre a qualidade dos recursos hídricos, a água
presente no subterrâneo é de grande relevância,
por ser menos vulnerável a terremotos, enchentes e outros
eventos naturais, além de representar uma reserva estratégica
durante a época de estiagem. (PORTO, 1991).
No
mundo existem mais de 200 milhões de poços, sendo 10%
destes no Brasil (FEITOSA et al., 2008). Segundo Feitosa et al.
(2008) é devido a grande importância que estes aquíferos
possuem para as comunidades, que há uma preocupação
com à contaminação dessas águas
subterrâneas.
Leinz
e Amaral (2001) afirma que a degradação de águas
subterrâneas ocorre através de produtos utilizados no
solo para a prática da agricultura, bem como os agroquímicos
e metais pesados, ocorre também pelo processo desordenado e
sem planejamento das áreas urbanas, em consequência as
áreas industriais, potencializando o uso dos recursos
hídricos, sem que haja um tratamento adequado das águas
residuais, retornando aos mananciais e águas subterrâneas,
contaminadas.
Com
toda essa problemática acerca dos recursos hídricos, a
percepção da relação entre ambiente e
qualidade da vida humana trouxe à baila a questão da
disponibilidade de água e seu impacto na inviolabilidade,
autonomia e dignidade da pessoa. Essa substância é um
recurso natural imprescindível, finito, vulnerável e
escasso. Tais características, aliadas ao progressivo aumento
de seu consumo, a degradação das reservas, o grande
número de excluídos hídricos, a competição
entre os diversos usos e a tendência à sua
mercantilização geraram a necessidade da “humanização”
do direito internacional das águas que tradicionalmente se
preocupava com questões de navegação ou
fronteiras, mas não com a substância em si ou o acesso a
ela por parte das populações (DUPUY, 2006).
Sabendo
disto, a ONU estabelece que os direitos humanos sejam garantidos por
normas internacionais, que asseguram as liberdades, os direitos
fundamentais e a dignidade de indivíduos e comunidades
(AUGUSTOS et al. 2012).
No
tocante do direito a água, cabe ao Estados devem respeitar e
proteger o gozo do direito à água para os indivíduos
e coletividade, bem como cumprir medidas, caso sejam cabíveis,
para que os indivíduos e a coletividade possam alcançar
a plena realização deste direito (OMS, 2003).
Entretanto,
para autores como Guerra (2009) a crise da água é
essencialmente política e institucional. Para resolvê-la,
os governos precisam fazer mais investimentos em infraestrutura e
reformas estruturais na administração atual das
empresas de água e saneamento. Entretanto, os interesses e
prioridades da maioria da população se contrapõem
aos dos grandes grupos econômicos, que sempre fazem alianças
com os governos e saem vencedores no final (GUERRA, 2009).
Precisamos
desacelerar esse processo de destruição. Sair da visão
egocêntrica - o mundo natural tem um valor em si mesmo, que
precisa ser preservado diante dos avanços frente ao
crescimento demográfico e da devastação do mundo
moderno; para uma visão mais contemporânea que aponta
para a necessidade de um uso mais racional e criterioso dos recursos
naturais, redefinindo as relações homem/meio ambiente
que busquem a interdependência necessária para uma
sobrevivência mais harmônica (CAVALCANTE, 2010).
Deste
modo, afirma Leff (2007) que iniciou-se a busca por um método
capaz de reintegrar esses conhecimentos dispersos num campo unificado
do saber. Desta forma a análise da questão ambiental
exigiu uma visão sistêmica e um pensamento holístico
para a reconstituição de uma realidade total (LEFF,
2007).
Recursos
Hídricos no Semiárido
Segundo
Brasil (2005), para a nova delimitação do semiárido
brasileiro, tomou-se por base três critérios técnicos:
I. Precipitação pluviométrica média anual
inferior a 800 milímetros; II. Índice de aridez de até
0,5 calculado pelo balanço hídrico que relaciona as
precipitações e a evapotranspiração
potencial, no período entre 1961 e 1990; e III. Risco de seca
maior que 60%, tomando-se por base o período entre 1970 e
1990.
A
problemática da degradação dos recursos, quando
contextualizada para o semiárido brasileiro, se torna ainda
mais urgente. Segundo Lima (2011), por se tratar de uma região
naturalmente “castigada” por fatores climáticos
que dificultam a qualidade da água sobretudo, a água
superficial nesta localidade do Brasil.
Muitos
impactos ambientais podem ser observados nas áreas urbanas e
neste intuito podem-se destacar os recursos hídricos que
sofrem graves pressões, sobretudo em virtude do elevado nível
de urbanização e industrialização, que,
em muitos casos, ocorre de forma inadequada comprometendo a qualidade
dos ecossistemas localizados nas cidades (MEDEIROS; SILVA JÚNIOR,
2016).
Guerra
(2009) afirma que a apropriação e uso dos nossos
recursos naturais (águas, biodiversidade, minerais) de forma
racional e eficiente é um grande desafio para esta e para as
próximas gerações. Segundo o mesmo autor, é
muito importante uma mobilização social de forma
organizada e contínua, com a colaboração de
pessoas e instituições, na defesa da vida.
Em
especial, enfrentar os sérios problemas de acesso à
água, que atingem mais severamente a população
de baixa renda dos pequenos municípios e das periferias dos
grandes centros urbanos, é fundamental para avançar no
caminho do crescimento ambientalmente responsável (ANA, 2010).
Os
reservatórios do semiárido do nordeste do Brasil, se
tornam impróprios e/ou escassos para o consumo em períodos
de estiagens prolongadas, a exemplo do reservatório Epitácio
Pessoa (Boqueirão), que apresenta uma drástica redução
do volume acumulado, acarretando um severo racionamento da
distribuição de água em alguns municípios
abastecidos pelo reservatório, incluindo a cidade de Campina
Grande, Paraíba (VIANA et al.,
2016).
Todavia,
é importante frisar que a compreensão do semiárido
com o olhar único para a falta de água, provocou e
tende a continuar a promover a indústria da seca, como
apresentado por Ferreira (1993) é uma prática na qual
grupos políticos e seus aliados se aproveitam das secas
periódicas que ocorrem na região Nordeste para se
apropriarem de recursos públicos com o pretexto de
combatê-las.
O
semiárido possui uma trajetória marcada por diversos
conflitos e eventos relacionados com a escassez de água. Esses
conflitos, além de provocar inúmeros problemas de
justiça ambiental, causam impactos desiguais nos grupos
sociais que há décadas vem sendo castigados com a falta
de recursos (SANTOS; SANTOS; SANTOS, 2014).
Andrade
e Cordeiro Neto (2016) criticam as ações estatais na
região semiárida brasileira, que foram dirigidas sempre
com o intuito de combate à seca, em uma realidade marcada por
fome, flagelo, saques e insegurança. A partir do final do
século XIX, porém com a mesma característica de
políticas e medidas emergenciais, as ações
estatais promoveram a construção de açudes, que,
no entanto, privilegiavam muito mais os grandes proprietários
rurais (ANDRADE; CORDEIRA NETO, 2016).
Nesse
contexto, com as condições edafoclimáticas que
se tem na região semiárida do Nordeste brasileiro, é
necessário maior empenho e racionalidade da gestão dos
recursos naturais, e da água, em especial, porém, não
podem ser responsabilizadas pela pobreza e pela cultura das secas no
semiárido nordestino (REBOUÇAS, 1997).
Como
destaca Malvezzi (2007), o problema da falta d’água no
Semiárido refere-se muito mais ao acesso regular do que ao seu
volume. A falta de acesso ocorre especialmente para os mais pobres,
que são muitíssimo mais fragilizados nos períodos
de seca em virtude da estrutura socioprodutiva da região
(ANDRADE; CORDEIRA NETO, 2016).
Para
Malvezzi (2007), há dois tipos de escassez: qualitativo,
quando há a degradação dos mananciais; social,
quando, além de haver apropriação privada das
águas, o poder público não assegura uma
distribuição igualitária.
Duarte
et al. (2015), apresentam que o discurso político, agora, fala
da convivência com a seca e não mais de seu combate,
preconizando a necessidade de gestão dos recursos hídricos
para a promoção do desenvolvimento sustentável e
a diminuição da fome e da miséria no sertão.
À
primeira vista, parece um detalhe, mas representa grande diferença
(DUARTE et al., 2015), sendo um deslocamento paradigmático, da
ótica de negação das características
ecológicas da região, para um enfoque de aceitação
e adequação de políticas. Isso é básico
para que ocorra a efetiva “convivência” do homem
com o seu meio ambiente (CHACON, 2007).
Para
Silva et al. (2016) são necessárias ações
que promovam condições de se captar a água em
períodos de chuva e utilizá-la em tempos de maiores
necessidades, estimulando políticas de convivência com o
semiárido.
Educar
para o uso racional da água, é necessário, pois,
como afirma Santos Júnior et al. (2013, p.2),
O uso racional da água
diz respeito as mais diversas atividades antrópicas e por isso
possui caráter interdisciplinar. Pensar o uso da água
significa identificar a oferta deste recurso, e então
delimitar as prioridades e formas do seu uso e aplicação,
garantindo a quantidade e qualidade deste bem na “devolução
à natureza”, possibilitando a manutenção
do seu ciclo e, consequentemente, a conservação da sua
oferta (2013, p.2)
A
convivência com o semiárido é apropriada para
identificar as realidades dos ecossistemas, valorização
de conhecimentos e práticas relacionadas ao ambiente, e
elaborando iniciativas que busquem à melhoria da qualidade de
vida da coletividade (SILVA, 2003; FALCÃO; FALCÃO,
2008).
Deste
modo, tem-se a Educação Contextualizada, que contempla
esta ideia, que de acordo com Pereira (2013, p.4)
é interessante considerar a Educação
Contextualizada como elemento fundamental para a construção
de um projeto de desenvolvimento sustentável no semiárido
brasileiro, buscando valorizar a região e as pessoas com a
elaboração de políticas públicas
adequadas que possibilitem uma educação que contemple a
realidade (PEREIRA, 2013, p.4).
Nesse
contexto, Farias, Borges e Silva (2012) abordam a importância
da Educação Ambiental contextualizada no semiárido,
inserida como uma perspectiva que colabora para a gestão e
preservação dos recursos hídricos, fornecendo
subsídios para uma convivência com as adversidades
climáticas que caracterizam a região e para a melhoria
da qualidade de vida da população.
Evidentemente,
sabemos que sozinha a educação ambiental não é
suficiente para mudar os rumos do planeta, mas certamente é
condição sine
qua non
para essa mudança (CAVALCANTE, 2010).
Mas,
se a crise é uma criação humana, pode também
ser desfeita por essa mesma humanidade (SOLER; DIAS, 2016). Nesse
sentido, “é importante perceber que a realidade social é
transformável; que feita pelos homens, pelos homens pode ser
mudada; que não é algo intocável, um fardo, uma
sina, diante de que só houvesse um caminho: a acomodação
a ela” (FREIRE, 1979).
Sobre
a Educação Ambiental
Para
Durkheim (2011) e Halal (2015) o homem, mais do que formador da
sociedade, é um produto dela, dessa forma, a educação
beneficia a sociedade e quanto mais eficiente for o processo
educativo, melhor será o desenvolvimento da comunidade em que
a escola esteja inserida.
Segundo
Freire (2008) educação é a constante busca do
conhecimento realizada por um sujeito que é o homem,
apresentando caráter permanente, e, portanto o conhecimento só
tem sentido quando situado no contexto.
Sem
dúvida, as atividades educativas representam um espaço
concreto para a ação-reflexão (TREIN, 2012), e
para uma possível ruptura de um estado de alienação
generalizada, de desencantamento com o mundo e de perda do controle
sobre o sentido da existência humana, o que pode levar a uma
reapropriação do mundo pelas vias do saber (LEFF,
2011), razão pela qual a Educação Ambiental é
um dos processos fundamentais na busca por alternativas para os
problemas ecológicos (OLIVEIRA; CARVALHO, 2012).
A
aprendizagem educacional, inicialmente, tem por base os pais que
fomentam o afloramento dos sentimentos e ensinam as primeiras noções
de comportamento íntimo, social e ambiental; após essa
fase, a educação passa a ser também recebida
pela sociedade, através da própria vivência e da
escolarização (ANDRADE; SILVA, 2008).
Deste
modo, entende-se por Educação Ambiental, conforme o
artigo primeiro da Política Nacional de Educação
Ambiental (PNEA) “os processos por meio dos quais o indivíduo
e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo,
essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade”
(BRASIL, 1999).
Neste
contexto, a educação ambiental entra em discussão
na medida em que há uma busca de novos valores na relação
entre o homem e o meio ambiente, aonde a educação
torna-se essencial para a formação destes valores e o
desenvolvimento de atitudes e comportamentos compatíveis com a
manutenção da saúde ambiental (CARDOSO; CARDOSO;
CAMAROTTI, 2012).
Parece-nos
que o processo de educação, voltado para um
relacionamento diferenciado com o meio ambiente, requer a
apropriação da realidade por meio da ação-reflexão,
afirmam Ruscheinsky e Costa (2012).
A
educação deve refletir a perspectiva de uma nova
organização social, de um fazer educacional que abranja
as questões ambientais. Por meio da Educação
Ambiental, busca-se um novo comportamento tanto no âmbito
individual quanto no âmbito coletivo. Comecemos em casa e
avancemos às praças, ruas, bairros, periferias, enfim,
evidenciemos as peculiaridades regionais apontando o “pensar
globalmente e agir localmente" (CAVALCANTE, 2010).
Conforme
Pereira (2014), é em função desta formação
para um novo agir social, moral e ético que se propõe
que a temática seja desenvolvida sob a perspectiva da
interdisciplinaridade, a fim de que a Educação
Ambiental alcance seus objetivos. Deste modo, as chances de
enfrentamento dos problemas ambientais residem em nossa capacidade de
perceber as limitações do padrão dominante de
fragmentação do conhecimento, ou seja, perceber as
limitações do padrão cognitivo centrado na
análise, na fragmentação e na separação
(PEREIRA, 2014).
Como
afirma Enrique Leff (2003), a Educação Ambiental é
essencial para preparar novas mentalidades e valores, abrindo portas
para um futuro sustentável, equitativo e democrático.
O
Brasil tem uma produção teórica e uma prática
importante e diversificada em Educação Ambiental, seja
nas instituições públicas ou nas organizações
não governamentais. Também possui significativo marco
legal, com previsão constitucional e uma gama de leis
infraconstitucionais, como a que trata da Política Nacional de
Educação Ambiental (SOLER; DIAS, 2016).
Soler
e Dias (2016) afirmam que, na América Latina, o Brasil foi
pioneiro na produção de uma lei específica para
formatar uma Educação Ambiental como política
nacional, em decorrência da reivindicação da
sociedade civil, notadamente através de Organizações
Não Governamentais (ONG), atuantes no campo da Educação
Ambiental não formal, especialmente.
O
caráter permanente e articulador, presente na lei da Política
Nacional de Educação Ambiental (PNEA), deverá
perpassar todos os níveis e modalidades, sendo estas formais
ou informais, apresenta-se como uma "sugestão" de
ubiquação, que traz a ideia de estabilidade e
permanência (GONÇALVES; DIAS; MOTA, 2014).
A
Educação Ambiental, como campo de conhecimento
permeável e articulável em rede a outros tantos
saberes, demanda movimentos de religação e associação
do que está disjunto. Ela desponta como possibilidade de
“reencantamento da educação” pela
introdução de novos conhecimentos e novas metáforas
oriundos do diálogo e da convergência de várias
áreas do saber. Por ser portadora de novas sensibilidades e
postura ética, sintonizada com o projeto de uma cidadania
ampliada, a Educação Ambiental apresenta uma gama de
possibilidades para o desenvolvimento de práticas pedagógicas
mais solidárias e comprometidas com a emancipação
humana (RODRIGUES, 2014).
Correa
e Silva (2015) citam que a Educação Ambiental pode
contribuir efetivamente para renovar o processo de ensino, uma vez
que constitui a base para a transformação crítica
dos sistemas educativos, podendo alcançar uma mudança
comportamental na população, e consequentemente, uma
sociedade sustentável.
A
Educação Ambiental na perspectiva emancipatória
reconhece que, para politizar a questão ambiental e pensá-la
de forma complexa, é preciso sair das amarras paradigmáticas
que nos confinam a visões simplistas e reducionistas, e
reconhecer que a crise ambiental é produto das contradições
e das crises da razão e do progresso (RODRIGUES, 2014).
Nesse
sentido, o educador mediador na construção de
referenciais ambientais e deve saber usá-los
como instrumentos para o desenvolvimento de uma prática social
centrada no conceito da natureza (BENTO; THOMAZI, 2013). Segundo
Bento e Thomazi (2013) com essa responsabilidade atribuída aos
educadores, é possível dizer que as práticas
educativas são consideradas ferramentas essenciais para o
trabalho dos docentes e da Educação Ambiental, que
conduzem o aluno aos temas relacionados ao meio ambiente
e fomentam mudanças de posturas, de comportamentos e
reflexões.
Conforme
Silva Filho e Camarotti (2015) mudanças relevantes ocorrem nas
vidas dos educandos, quando há uma formação com
qualidade, assim, estas mudanças irão refletir em sua
vida social e profissional. Desenvolver a consciência ambiental
não é uma das tarefas mais fáceis de
executar-se, mesmo as pessoas que possuem um maior grau de instrução
apresentam certa resistência em modificar seu modo de vida para
um ecologicamente mais correto, ainda mais por que já tem
arraigado reflexões que julgam corretas (SILVA FILHO;
CAMAROTTI, 2015).
O
Brasil, hoje, é considerado um dos países com maior
variedade de experiências em Educação Ambiental
com iniciativas originais. Portanto, qualquer política
nacional, regional ou local que se estabeleça deve levar em
consideração essa riqueza de experiências e nela
investir. Apesar das recomendações internacionais e da
previsão constitucional, que declara como prioridade em todas
as instâncias do poder a educação ambiental ainda
está longe de ser uma atividade plenamente aceita e
desenvolvida por implicar em profundas mudanças (CAVALCANTE,
2010).
Uma
vez que se reconheça a relevância da Educação
Ambiental na promoção de mudanças, torna-se
necessário discutir sobre as dificuldades encontradas na
efetivação dos processos educativos. Olhar para a
existência dessas dificuldades, e entendê-las, significa
encará-las como desafios a serem transpostos, na tentativa de
tornar a Educação Ambiental promotora da
sustentabilidade socioambiental (SARI; CAMPONOGARA, 2014).
O
desafio colocado pela Educação Ambiental para os
processos de educação formal consiste na capacidade de
mobilizar os saberes parcelados a fim de formar novos territórios
de saberes, mais abertos e dinâmicos, que respondam às
necessidades de nosso tempo e às nossas interrogações
cognitivas (RODRIGUES, 2014).
Sabendo
dos desafios, é preciso que a Educação Ambiental
necessita ser abordada de forma sistemática e transversal, em
todos os níveis de ensino, assegurando a presença da
dimensão ambiental de forma interdisciplinar nos currículos
das diversas disciplinas e das atividades escolares (BUENO; ARRUDA,
2013).
Neste
aspecto, Loureiro (2008), posiciona-se,
Uma pedagogia crítica e
ambientalista deve saber relacionar os elementos sóciohistóricos
e políticos aos conceitos e conteúdos transmitidos e
construídos na relação educador-educando, de
modo que evite um trabalho educativo abstrato, pouco relacionado com
o cotidiano dos sujeitos sociais e com a prática cidadã.
(LOUREIRO, 2008, p. 80).
Neste
contexto de educação formal, nas escolas, a Educação
Ambiental contribui para a formação de cidadãos
conscientes, aptos para decidirem e atuarem na realidade
socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de
cada um e da sociedade (MEDEIROS et al.,
2011).
Como
apresentado por Bueno e Arruda (2013, p.3):
A escola poderá vir a ser um espaço
gerador de uma nova mentalidade na relação ser humano
com meio natural; pode contribuir para a construção da
cidadania ambiental, pois ao se trabalhar os problemas e as possíveis
soluções todos terão oportunidades para refletir
sobre a sua realidade, propondo um ambiente equilibrado e
consequentemente uma melhor qualidade de vida a todos.
Nas
escolas, os professores de todas as disciplinas podem envolver algum
aspecto relacionado ao meio ambiente em seus conteúdos,
precisa-se trazer a atenção dos educandos para alcançar
a sensibilização desejada (SILVA FILHO; CAMAROTTI,
2015).
O
desenvolvimento de atividades que promovam uma sensibilização
ambiental na escola contribui na formação do
conhecimento crítico dos educandos, levando-os a refletir
sobre suas ações em relação ao meio
ambiente (CARDOSO; CARDOSO; CAMAROTTI, 2012).
Para
isso o professor precisa buscar junto com os discentes mais
informações, com o objetivo de desenvolver neles uma
postura crítica diante da realidade ambiental e de construírem
uma consciência global das questões relativas ao meio
ambiente para que possam assumir posições relacionadas
com os valores referentes à sua proteção e
melhoria (MEDEIROS et al.,
2011).
Silva
Filho e Camarotti (2015) afirmam que o busca pela aprendizagem,
visando à diminuição de toda uma malha de
problemas sociais que decorrem de uma educação
deficiente, não se restringe só na escola, mas também
para a comunidade, onde ambas precisam interagir cada vez mais, se
complementarem em prol de um objetivo comum que é a
aprendizagem.
Sabendo
da realidade de grande parte das escolas públicas brasileiras,
tornar a escola um espaço educador sustentável parece
situar-se no terreno da utopia. Por outro lado, considerando os
diversos biomas, os recursos tecnológicos disponíveis –
que vão de técnicas arrojadas às mais
tradicionais –, além da diversidade de públicos a
que essas adequações se destinam, abre-se um leque de
variáveis e possibilidades (BRASIL, 2012).
Educação
Ambiental no Semiárido
Para
o semiárido brasileiro não seria diferente, a Educação
Ambiental desenvolvida nessa região deve buscar a
contextualização do ensino e a aprendizagem com a
cultura do povo, além de considerar e divulgar as
potencialidades e limitações do semiárido
(FARIAS; BORGES; SILVA, 2012).
De
acordo com Mattos e Kuster (2004), a educação
desenvolvida no semiárido não deve ser construída
sobre valores e concepções equivocadas sobre a
realidade da região, reproduzindo uma ideologia preconceituosa
do semiárido como espaço de pobreza e miséria,
negando todo o potencial dessa região e do seu povo.
Questões
como a utilização, captação e
distribuição dos recursos hídricos enquadram-se
como temáticas relevantes para o desenvolvimento e qualidade
de vida da população que vive nas áreas
semiáridas. Sendo assim, desenvolver técnicas e
abordagens que viabilizem a aplicação e resolução
dessas questões significa mudar a maneira com que as pessoas
se relacionam com esse ambiente, promovendo uma valorização
em âmbito local (FARIAS; BORGES; SILVA, 2012).
Um
dos fundamentos para a Educação Contextualizada no
Semiárido apresenta está no artigo 1° da Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDBEN
(9.394/96) onde os temas ambientais passaram a ser considerados como
transversais nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's)
(BRASIL, 1996).
A
transversalidade tratada nos PCN’s é muito relevante,
pois são conhecimentos que perpassam diferentes disciplinas,
conduzindo a promoção de uma aprendizagem que permitam
ao aluno potencializar valores que tragam respostas às
necessidades individuais e da coletividade. (BRASIL, 1998)
Essa
aprendizagem também está diretamente relacionada à
Educação Ambiental que aborda a preservação
da fauna e flora do semiárido, o cuidado com as reservas de
água, e, a adubação natural da terra a ser
cultivada, na tentativa de restaurar a biodiversidade e combater a
desertificação apresentando propostas de convivência
adequadas ao ambiente local (BAPTISTA; CAMPOS, 2013).
Nesse
contexto, a Educação Ambiental insere-se como uma
perspectiva de ensino pautada nos princípios da
sustentabilidade, que pode contribuir de maneira significativa para a
preservação dos recursos hídricos no semiárido,
viabilizando a implantação de técnicas de manejo
dos recursos hídricos e convivência com a seca (FARIAS;
BORGES; SILVA, 2012).
A
Educação Ambiental contextualizada no semiárido,
objetivando a preservação dos recursos hídricos,
deve divulgar para a população técnicas de
preservação e utilização racional da
água, além de promover discussões sobre a
importância da mudança de atitude para garantir a
melhoria da qualidade de vida das gerações presentes e
futuras (FARIAS; BORGES; SILVA, 2012).
Percepção
Ambiental
A
percepção ambiental dos indivíduos revela a
verdadeira relação existente entre o homem e a
natureza. A partir desta identificação é
possível planejar e implementar programas de Educação
Ambiental dentro e fora da escola (MEDEIROS; TABOSA, 2010).
Costa
e Colesanti (2011) afirmam que os estudos a partir da abordagem
perceptiva buscam conhecer a maneira pela qual os seres humanos
respondem ao seu ambiente físico, ou seja, a percepção
que dele tem e o valor que nele agregam.
Ferreira,
Folha e Tobias (2013) entendem que a percepção do
ambiente está relacionada diretamente às formas, aos
sentidos e aos significados com os quais a ocupações
são desempenhadas. Barber
e Legge (1976) definiram percepção como o processo de
recepção, seleção, aquisição,
transformação e organização das
informações fornecidas por nossos sentidos.
Faggionato
(2007) define percepção ambiental como sendo uma tomada
de consciência do ambiente pelo homem, o ato de perceber o
ambiente que se está inserido, aprendendo a proteger e a
cuidar do mesmo.
Estudos
relacionados à percepção reportam que é
possível desenvolver uma melhor compreensão sobre as
interrelações entre o homem e o meio ambiente,
expectativas, julgamentos e condutas, além disso, estudos com
esse teor podem revelar ideias e impressões que os grupos têm
sobre algo, considerando que possuem necessidades, valores,
interesses e expectativas (RIO; OLIVEIRA, 1996; SILVA; EGLER, 2002).
A
pesquisa sobre percepção ambiental reporta os valores,
necessidades, atitudes e expectativas que determinados sujeitos têm
em relação ao seu meio vivencial, afirmam Bay e Silva
(2011). Essa importância foi ressaltada pela Organização
das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e a Cultura (UNESCO) em 1973 para o planejamento do
ambiente (BAY; SILVA, 2011).
Para
Freire (1987, p. 106) “no momento em que a percepção
crítica se instaura, na mesma ação, se
desenvolve um clima de esperança e confiança que leva
os homens a empenha-se na superação dos problemas”.
Este pensador expõe que se o homem tem uma “percepção
parcializada da realidade” não tem a possibilidade de
uma ação autêntica sobre esta realidade. Por
outro lado, Gonçalves (1990) fala sobre o aspecto
interdisciplinar das questões ambientais:
Verifica-se que a questão ambiental
não pode ser reduzida ao campo específico das ciências
da natureza ou das ciências humanas. Ela convoca diversos
campos do saber, pois a questão ambiental, na verdade, diz
respeito ao modo como a sociedade se relaciona com a natureza. Estão
aí implicadas, portanto, as relações sociais e
as complexas relações entre o mundo físico e o
mundo orgânico. (GONÇALVES, 1990, p. 139-140).
Vale
ressaltar que as relações sociais, os valores e
vínculos acontecem e se estabelecem num determinado espaço
e, como consequência, moldam e alteram o território e o
meio ambiente, afetando os recursos naturais presentes. Esse
espaço-território-meio ambiente funciona como um locus
de
convergência de saberes e de vivências, de experiências,
de contradições, de conflitos e de possibilidades
(GUERRA, 2009).
Tuan
(2012) em seus estudos sobre percepção ambiental
explora as ligações de intimidade e de pertencimento
existentes entre o homem e o meio ambiente e como os significados e
valores produzidos por determinados grupos possibilitam um
envolvimento com um lugar, uma “filia”.
Segundo
Vieira (2014), nesta perspectiva, é necessário pensar
que as singularidades a partir das experiências e vivências
de diversas comunidades permitem um mundo de possibilidades
perceptivas e que se refletem na significação com os
mais diversos fenômenos naturais e na produção
territorial com que cada uma dessas comunidades possui com o meio
ambiente.
Estudo
da percepção ambiental possibilita o conhecimento dos
participantes envolvidos na pesquisa, facilitando a realização
de um trabalho com bases locais, ou seja, partindo da realidade do
público alvo é possível conhecer como os
indivíduos percebem o ambiente em que vivem, suas fontes de
satisfação e insatisfação (FAGGIONATO,
2007).
A
educação e a percepção ambiental
despontam como ferramentas para auxílio em defesa do meio
natural e ajudam a reaproximar o homem da natureza, garantindo um
futuro com mais qualidade de vida para todos, já que despertam
maior responsabilidade e respeito dos indivíduos em relação
ao ambiente em que vivem (FERNANDES; PELISSARI, 2003).
A
percepção ambiental está intimamente ligada à
cultura, história, experiência e tempo de cada
indivíduo. Para que se possa perceber algo de fato, é
necessário que se tenha algum tipo de interesse pelo objeto de
percepção. Os paradigmas e os conhecimentos de cada um
são bases fundamentais do interesse e permitem que cada ser
humano possua uma percepção única para o mesmo
objeto (PALMA, 2005).
Dessa
maneira, é de fundamental importância identificar a
forma como os seres humanos percebem o ambiente em que vivem para
entender a relação que os mesmos desenvolvem com o
meio. Diante deste conhecimento é possível planejar
ações duradouras para a problemática ambiental,
pois os problemas ambientais são fundamentalmente problemas
humanos, e este quer sejam econômicos, políticos ou
sociais, dependem do centro psicológico da motivação,
dos valores e atitudes dos seres humanos (TUAN, 1980).
O
estudo da percepção ambiental de uma comunidade
configura-se em uma ferramenta essencial para a compreensão
acerca de comportamentos vigentes e para o planejamento de ações
que promovam a sensibilização e o desenvolvimento de
posturas éticas e responsáveis perante o ambiente
(MARCZWSKI, 2006).
No
âmbito escolar, o estudo da percepção ambiental
oportuniza a compreensão de como a comunidade escolar percebem
a relação homem-natureza, servindo como um diagnóstico
para futuras tomadas de decisões didáticas e
metodológica, que busquem a melhoria dessa percepção.
Reigota
(2010) afirma que para que as práticas de Educação
Ambiental tenham êxito, é importante conhecer a
percepção ambiental apresentada pelos atores
envolvidos, tendo em vista que a partir desse conhecimento da
percepção é que torna-se possível
realizar ações de sensibilização
ambiental.
Conclusão
A
crise ambiental é consequência direta da intervenção
humana desmedida, que é uma crise de fortes influências
culturais, e por consequência, a frequente degradação
dos recursos naturais em específico dos recursos hídricos
aumentam o risco de escassez deste recurso tão imprescindível,
afetando negativamente tanto na disponibilidade quanto na qualidade,
tornando-se um problema ainda mais grave quando situado na região
semiárida do Brasil.
Quanto
à abordagem da Educação Ambiental, a educação
contextualizada auxilia na sensibilização por meio da
valorização das pessoas e das condições
edafoclimáticas da região, quebrando o paradigma de
combate à seca para a convivência com o semiárido.
Por meio do auxílio da Educação Ambiental
abordada de forma interdisciplinar e sistêmica, em específico
para a Educação Ambiental formal, tendo as escolas como
um local de formação de cidadãos conscientes,
com o desenvolver de atividades que promovam a sensibilização
ambiental.
Portanto,
as pesquisas em percepção ambiental tornam-se
relevantes no âmbito escolar, pois é o local oportuno
para diagnóstico e tomadas de decisões didáticas
e metodológicas, para que se conheça qual valor os
estudantes agregam ao meio ambiente e como eles o percebe.
Agradecimento
À
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) pela concessão de bolsas de
estudos de mestrado.
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